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quinta-feira, 29 de setembro de 2016

Enxuto, elenco de Velho Chico é um dos melhores da história da teledramaturgia



Se existisse algum troféu de melhor elenco nas premiações de TV, Velho Chico seria a grande vencedora. Escolhido a dedo, enxuto e com muitos nomes desconhecidos do público da TV, é um dos melhores elencos que já vi na história da teledramaturgia. A fase atual soma menos de trinta atores fixos (sem as participações ocasionais), em poucos núcleos, o que possibilita que todo mundo apareça e tenha destaque. E elogiar este elenco é citar todos, sem exceção. Com certeza, o grande destaque de Velho Chico são as grandes interpretações, dignas de Oscars, de seu elenco tão bem afiado que mais parecem pedaços de sedas, um tecido fino e caro.

terça-feira, 27 de setembro de 2016

Sem Domingos Montagner, Velho Chico entra numa espiral pesada e melancólica



Desde o início, Velho Chico tem como uma de suas características principais o tom meio sombrio e místico, com algumas cenas escuras. A trilha sonora também mostra dramaticidade, densidade e causa vários sentimentos conflitantes em quem ouve suas músicas. Isso sem falar nas histórias e cenas sobrenaturais, que não são poucas: a Gaiola Encantada (uma espécie de barco fantasma que navega pelo São Francisco com as almas de todo o povo do rio), as visões do além e previsões de morte de Ceci, as consultas de Cícero ao espírito do pai morto, aquela serpente assustadora na mansão dos Sá Ribeiro, as lendas relacionadas ao rio que dá título à trama, o ritual indígena que salvou Santo, o encontro de Tereza com a alma do amado, enfim...

sábado, 24 de setembro de 2016

Inovadora, ousada, inteligente, imprevisível, polêmica, reflexiva... Justiça é a melhor coisa que a TV já fez nos últimos anos!


Do texto à direção, passando pela performance dos atores, fotografia, figurino, maquiagem, cenários e trilha sonora. Tudo esteve em seu devido lugar em Justiça, série que chegou ao fim ontem (23) e que se traduz na melhor das melhores produções que a televisão brasileira já realizou nos últimos anos (até o momento, sem dúvidas, foi a melhor produção do ano na TV).

quinta-feira, 22 de setembro de 2016

Lenta, clichê e inverossímil, só os fãs shippadores aguentam Sol Nascente



Um bando de galalaus numa espécie de adolescência tardia em situações bobas, infantis e simplórias demais para uma novela. Assim está Sol Nascente, que mais parece uma Malhação para adultos. Pensando bem, até Malhação vem apresentado tramas mais adultas...

domingo, 18 de setembro de 2016

O Melhor e o Pior da Semana (11 à 17/9)



   O MELHOR DA SEMANA   


Selma Egrei


 

Por uma triste e infeliz coincidência, a cena em que Encarnação se joga no rio São Francisco para morrer foi ao ar no mesmo dia trágico da morte de Domingos Montagner. Foi algo, de fato, bem estranho de assistir, sabendo que o protagonista da história havia morrido pouco antes naquelas águas. Não vou aqui fazer nenhum julgamento de valor pelo fato da Globo ter exibido esta sequência. O canal não tinha muito o que fazer: este era o capítulo que estava programado para ir ao ar. Muita gente reclamou nas redes sociais, dizendo que era algo meio mórbido e desconfortável, mas o que fazer? Tirar do ar? Cancelar o capítulo? E colocar o quê? Eu sei que é difícil, mas vida que segue. O show não pode parar. E a cena em questão serviu para comprovar o show de Selma Egrei. Aliás, não teve pra ninguém: a atriz dominou Velho Chico essa semana. E ainda honrou com maestria novamente o que é ser uma atriz de qualidade na cena em que Encarnação confessa a Piedade (Zezita Matos, maravilhosa também) que matou Rosa (Rodrigo Lombardi) e pede perdão, recebendo a compreensão dela. Emocionante. Se a Selma Egrei não for indicada aos prêmios de melhor atriz no final do ano, eu não respondo por mim!

Apomara



As cenas de Apolo e Tamara em Haja Coração estão ótimas. Malvino Salvador vem esbanjando química ao lado de Cleo Pires e seu personagem se torna menos insuportável ao lado dela (o mesmo acontece com Mariana Ximenes ao lado do João Baldasserini). Pena que o autor tenha demorado tanto para destacar isso. Betancinha e Apomara: é esse o caminho, Daniel Ortiz!

Penúltima semana de Justiça


Apesar de não concordar com alguns rumos de determinadas histórias, Justiça tem o mérito de exibir uma tensão crescente a cada episódio. A medida que a história vai chegando em sua derradeira semana, vem dando lugar a uma sensação sui generis, em que vemos cair a máscara e o verniz dos personagens, fazendo aflorar seus instintos mais primitivos e reprimidos. Todas as histórias (com exceção de quinta) apresentaram seus melhores episódios até o momento.

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Das cenas dramáticas mostradas até agora em Justiça, a do beijo entre Elisa (Débora Bloch) e Vicente (Jesuíta Barbosa) no final do episódio de segunda (12) talvez tenha sido a que tocou mais fundo por provocar um misto de indignação e reflexão. É sabido desde a estreia da série, há três semanas, que cada uma das quatro histórias contadas de forma intercalada tem a intenção de levar o telespectador a se questionar sobre como agiria se estivesse na pele de cada personagem. Mas mostrar a mãe beijando o assassino de sua própria filha foi uma ousadia da autora Manuela Dias, que desafiou o emocional e o psicológico de qualquer telespectador. 

Mesmo que o envolvimento entre Elisa e Vicente já viesse sendo ensaiado, o "fato consumado" causou impacto. Contrastou com a cena impactante do primeiro episódio em que a professora de direito apareceu em absoluto desespero agarrada ao corpo ensanguentado de Isabela (Marina Ruy Barbosa), morta a tiros pelo noivo no box do banheiro, onde ela o estava traindo com outro. Como a mãe, que durante sete anos se preparou para matar aquele que tirou a vida de sua filha quando este saísse da cadeia, pode agora se entregar a esse mesmo homem?

Estará Elisa sofrendo de uma espécie de síndrome de estocolmo, em que a vítima se apaixona por seu algoz? Na busca desesperada de manter sua filha viva, será que ela vê no assassino da própria a saída para o alivio de sua dor? Ou, sentindo-se incapaz de realmente matar Vicente, mudou os meios usados para atingir sua vingança? Na história de sexta, Maurício (Cauã Reymond) também desistiu de matar o homem que atropelou sua mulher e resolveu fazê-lo sofrer em vida. No entanto, as circunstâncias que envolvem um crime e outro são bem diversas. E as tentativas de buscar atenuantes para o caso de Elisa, como mostrar em flashbacks um lado mais obscuro de Isabela, podem ser apenas armadilhas para despistar a sua passionalidade.

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Fátima (Adriana Esteves) segue com a história mais linda e emocionante de todas e agora finalmente tem seus dois filhos de volta e encontrou um grande amor, Firmino (Júlio Andrade). Numa linda cena familiar, cheguei a chorar no momento em que Jesus (Bernardo Azevedo) resolve cantar "Quero te encontrar" pra mãe e para a irmã tendo o acompanhamento de Firmino ao violão. A história de terça, aparentemente, teve seu fim antes do fim. Vimos o embate dilacerador de Fátima com Douglas (Enrique Diaz), arrependido por todo mal que causou em sua vida; e com Kelly (Leandra Leal), que já descobriu toda a verdade, numa cena heroica de uma mãe defendendo sua filha. O que mais falta acontecer? Estou curioso para saber.


A história de quinta continua como a mais fraquinha da série. Porém, o reencontro de Débora (Luisa Arraes) com seu estuprador (Pedro Vagner) foi forte e angustiante. Deram um show.


Sexta foi a vez do show de Drica Moraes e Antonio Calloni. Os dois se destacaram quando Vânia ameaça entregar o marido para a imprensa, sendo agredida por ele. A cena em que ela é empurrada e sai sangrando e trançando as pernas é incrível. Assim como as que vieram na sequência, quando a sua personagem arma tudo para desmascarar o marido durante sua campanha eleitoral, provocando um panelaço na população. Tudo com Maurício vendo de camarote a queda do inimigo. A cena final, com Vânia desnorteada, abandonada pelo amante, sentindo muito medo, me deu pena. Drica e Antonio ofuscaram o Cauã na história.

Talvez aí esteja mais um ponto instigante dessa série: independentemente do desfecho que será dado pela autora da história, a avaliação pessoal de qual é o crime pior e até que ponto todos são culpados e/ou inocentes vai continuar dependendo do ponto de vista ou das próprias experiências de cada um. O sentimento que move a vingança é algo realmente traiçoeiro. Até que ponto isso pode nos levar? Até que ponto isso pode nos transformar? Até onde podemos ir sem nos tornamos iguais ou pior do que o nosso maior inimigo? Esse é o caso de Maurício.

Ele vingou a morte de sua esposa, mas os caminhos que trilhou se pareceram muito com os de Antenor (Antônio Calloni). Maurício conseguiu dinheiro de forma suja, se aliou a pessoas que seguem caminhos tortos, tentou matar uma pessoa, se envolveu com uma mulher para atingir outra pessoa. À essa altura, o que o difere de Antenor? Agora é esperar o final.

Homenagens a Domingos Montagner


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Muito bonitas as homenagens prestadas a Domingos Montagner pela Globo (em especial, Jornal Nacional, Vídeo Show e Encontro), com os colegas falando lindamente sobre o ator. Aliás, o veículo que fez a cobertura mais séria e respeitosa da morte do ator foi justamente a Globo, que poderia ter aproveitado a morte do protagonista da sua novela das nove para fazer uma longa cobertura, mas não. Deu dois plantões (um para noticiar o desaparecimento e outro para a morte) e bonitas homenagens nos programas da casa e pronto. Cobrir um acontecimento não significa explorar de forma sensacionalista as informações. Até porque, qual a necessidade de parar sua programação para ficar dando notícias repetidas e sem muito fundamento verídico? Pode-se reclamar de muitas coisas da Globo, mas sensacionalismo não é uma delas. (...)

     O PIOR DA SEMANA     


Sensacionalismo na cobertura do caso Montagner


 

(...) Em contrapartida, programas policialescos de humor (?), como o Cidade Alerta e Brasil Urgente, fizeram a festa em nome da audiência (o Cidade Alerta teve seu melhor desempenho no ano e alcançou a liderança no Ibope) e deram um show de falta de profissionalismo, de sensibilidade, de preparo, de tato, de humanidade. Cheguei a ficar constrangido ao ouvir o Luiz Bacci perguntar ao vivo ao general do corpo de bombeiros, que estava no local da tragédia, quanto tempo numa situação dessas um corpo estaria putrefato. A própria autoridade, ao final, falou que isso não vinha ao caso. Teve até entrevista por telefone com a dona do restaurante onde Domingos e Camila Pitanga haviam almoçado antes do acidente. O que ela poderia acrescentar ao caso?! O cardápio que eles almoçaram?! E o que dizer sobre Datena, que chegou a fazer mistério à la João Kleber ao noticiar que um corpo próximo ao local do desaparecimento de Domingos Montagner tinha sido encontrado ("Será que é do ator?")? Lastimável.

Grade da madrugada do SBT


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SBT e suas SBTices. Com o cancelamento do Ok Pessoal para o deslocamento de Otávio Mesquita a um novo projeto na emissora e o fim dos seriados americanos, o Jornal do SBT passou a ser a única atração das madrugadas do canal, sendo transmitido do fim do The Noite, por volta das 2 horas da manhã, até o início do Primeiro Impacto, às 6 horas, só que sendo reprisado (até três vezes seguidas) ininterruptamente. E é esse o "jornalismo que evolui", né...

100% Justin Bieber



Uma verdadeira desgraça o concurso 100% Justin Bieber no Raul Gil. Ver um bando de marmanjos, sem um pingo de vergonha e constrangimento alheio, dublando e imitando alguns passos de dança do Justin Bieber e achando mesmo que são parecidos com ele é de fazer qualquer um se contorcer no sofá. Jura que tem gente que perde tempo assistindo?

sexta-feira, 16 de setembro de 2016

E quando a vida imita a arte?


Ferido, Santo (Domingos Montagner) é levado pelo Velho Chico

A morte de Domingos Montagner nesta quinta-feira (15) é uma infeliz coincidência de quando a vida imita a arte. O personagem Santo dos Anjos, vivido pelo ator na novela Velho Chico, chegou a ser dado como morto há alguns capítulos, quando sofreu um atentado e ferido por tiros, caiu no rio, sendo levado pelas místicas águas. Ensanguentado, abatido por três tiros, ele foi resgatado por uma tribo indígena, praticamente morto. Muito debilitado, Santo foi tratado pelos índios e conseguiu se recuperar e voltar para os braços de sua amada, Tereza (Camila Pitanga).

Mas na vida real, o final não foi nada feliz. Domingos Montagner tinha acabado de gravar cenas dos capítulos finais da novela e infelizmente, ao mergulhar no rio com a Camila Pitanga, foi levado pela forte correnteza e encontrado morto horas depois. Na vida real, nada foi possível fazer para salvar a vida de Domingos. As sete vidas perderam o Miguel. O sertão perdeu o Capitão Herculano. Grotas do Sul perdeu Santo. E nós perdemos um grande ator.



Relembre alguns casos em que a ficção ultrapassou as barreiras da realidade:

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Em Corpo a Corpo, Zezé Motta vivia um relacionamento inter-racial com Marcos Paulo. Ela, uma negra de classe média. Ele, um jovem galã branco de família rica. Mas não foi só na novela que a atriz sofreu com o preconceito. Corpo a Corpo ficou marcada pelo pior exemplo de racismo que já se viu na história da nossa televisão, pois parte dos telespectadores se revoltou contra esse romance. O ator, um dos homens mais bonitos da TV na época, chegou a receber ameaças por causa do papel. Nas cartas que enviavam para a central de atendimento da Globo, houve relatos de telespectadores dizendo que mudavam de canal porque não podiam acreditar "que um gato como o Marcos Paulo pudesse ser apaixonado por uma mulher preta horrorosa", que achavam que "o Marcos Paulo devia estar precisando muito de dinheiro para se humilhar a esse ponto" e chegando a fazer um abaixo-assinado pedindo que a personagem de Zezé Motta fosse morta na trama porque achavam um absurdo uma negra beijando um galã branco na TV.

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Muitos famosos acabam se rendendo aos encantos dos colegas de elenco e uma história de amor na ficção passa a vida real também. Débora Nascimento, por exemplo, acabou terminando um casamento para dar chance à química que sentiu ao contracenar com José Loreto em cenas tórridas em Avenida Brasil; que também formou outro casal, Murilo Benício e Débora Falabella (em algum momento na trama, Tufão se apaixonou por Nina). Entre muitos outros casos: Claudia Raia e Edson Celulari (Deus nos Acuda), Daniel de Oliveira e Sophie Charlotte (O Rebu), Nathalia Dill e Sérgio Guizé (Alto Astral), Letícia Spiller e Marcelo Novaes (Quatro por Quatro)...

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Toda a questão do problema do transplante e da doação de órgãos no Brasil abordado em De Corpo e Alma foi suplantado por um crime que chocou todo o país e gerou mudanças na Lei de Crimes Hediondos: a morte da jovem atriz Daniella Perez, filha da autora do folhetim, Glória Perez, assassinada pelo seu colega de elenco Guilherme de Pádua, na noite do dia 28 de dezembro de 1992. Os dois interpretavam um casal romântico da novela: Yasmin e Bira. 

No trágico dia, Daniella e Guilherme gravaram uma cena em que Yasmin dava um fora em Bira. Após a cena, o ator teve uma crise de choro nos bastidores, esmurrou o estúdio e procurou por Daniella no camarim. De acordo com as camareiras, ele entregou bilhetes à atriz, que não queria vê-lo. Segundo atores do elenco da novela, Guilherme assediava muito Daniella na esperança de que ela, sendo filha da autora, pudesse fazer com que ele ganhasse mais espaço na trama. Porém, pouco antes do crime, Guilherme ficou transtornado ao receber o roteiro dos próximos capítulos da novela e ver que seu papel no folhetim era cada vez menor e com poucas falas.

Após as gravações do dia 28, Guilherme saiu do estúdio e foi até Copacabana, onde morava com a esposa Paula, extremamente ciumenta em relação ao ator. Dez dias antes, Guilherme havia tatuado o nome da mulher no pênis, e ela tatuou o nome dele na virilha. Por volta das 21h, Daniella terminou de gravar e seguiu para o estacionamento com Guilherme. Após tirarem fotos com fãs, a atriz entrou em seu carro e saiu sozinha do estacionamento. Guilherme partiu em seguida. Pouco depois, Daniella parou para abastecer em um posto na avenida Alvorada. Quando a atriz saía do posto, teve seu carro fechado pelo de Guilherme. Os dois desceram do carro e Guilherme deu um soco no rosto de Daniella, que caiu desacordada. Dois frentistas testemunharam a agressão. Ele, então, colocou a atriz desacordada no banco de trás do seu carro, que passou a ser dirigido por Paula e partiram para um terreno baldio, onde o corpo de Daniella foi deixado com 18 perfurações provocados por Paula com uma tesoura que atingiram pulmão, pescoço e coração. Segundo as investigações, ela foi ferida dentro e fora do carro.

Mesmo abatida com a fatalidade, Glória conduziu a história até o fim. Durante os sete dias que seguiram ao crime, Gilberto Braga e Leonor Bassères assumiram a responsabilidade de escrever os capítulos e dar uma solução para o desaparecimento dos personagens. Depois de uma semana, Glória Perez retomou e aproveitou para incluir mais dois assuntos polêmicos na trama: a morosidade da Justiça e a inadequação do Código Penal. Ao final do primeiro capítulo sem Daniella Perez, os atores e o diretor Fábio Sabag prestaram uma homenagem à atriz com depoimentos gravados e a história prosseguiu. A saída de Yasmin da novela foi explicada com uma viagem de estudos. Já o personagem Bira simplesmente deixou de existir.

domingo, 11 de setembro de 2016

O Melhor e o Pior da Semana (4 à 10/9)



   O MELHOR DA SEMANA   


Entrada de Safira


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Haja Coração estava precisando urgentemente de uma sacudida. A trama está no ar há três meses e o único grande acontecimento foi a morte de Teodora (Grace Gianoukas). Desde então, as tramas vinham se repetindo o tempo todo, com Tancinha (Mariana Ximenes) nesse lenga-lenga sem fim estando "divididinha" por Apolo (Malvino Salvador) e Beto (João Baldasserini). Haja paciência! Falei mais sobre essa instabilidade da novela AQUI. Porém, nessa quinta (8/9), a novela ganhou um novo fôlego com a entrada de Cristina Pereira dando vida à prima Safira. Ela, aliás, foi a Fedora original em Sassaricando e, tal como Cláudia Raia com sua Tancinha, roubou a cena. Propositalmente, a Safira tem o mesmo perfil (ninfomaníaco e voluntarioso) e figurino (extravagante) da sua Fedora de 1987, como se o tempo não tivesse passado, fazendo o telespectador mais antigo viajar na nostalgia e no talento da Cristina Pereira. A atriz estava fazendo muita falta à TV em um bom papel e está arrancando gargalhadas na novela.

A queda de Afrânio e a ascensão de Carlos como vilão-mor


Velho Chico sempre se mostrou uma novela diferente do que estávamos acostumados. O ritmo mais lento afastou parte do público, mas a qualidade da trama agradou quem conseguiu compreender a lógica (quase surreal) da história. Porém, faltando menos de um mês para o seu fim, ela passou por reviravoltas que deram a agilidade necessária à história e está imperdível.


Tudo começou a mudar (para muito melhor, diga-se de passagem) a partir da queda de Afrânio (Antonio Fagundes). Carlos Eduardo (Marcelo Serrado) colocou suas manguinhas de fora e assumiu o posto de Coronel Saruê, mostrando-se um vilão à altura de heróis fortes como Santo (Domingos Montagner) e Bento (Irandhir Santos). Inicialmente, mostrado apenas como um personagem servil e meio capacho, o deputado ganhou outros contornos nesta reta final e confesso que passei a gostar mais do personagem e da novela. Essa transformação serviu para mostrar também do que um ator é capaz quando tem um papel que gosta em mãos. 

A impressão que eu tinha era de que o Marcelo Serrado estava totalmente desmotivado com o Carlos Eduardo do início, praticamente sem sentido dentro da trama, a não ser o fato de ser o marido da Tereza (Camila Pitanga). O que na trama nunca serviu de empecilho para ela viver o amor ao lado de Santo, afinal, quem os separou na primeira fase da trama foi o pai dela, Afrânio. Porém, hoje é notável o entusiasmo do ator à frente do deputado, com a mesma maestria que ele mostrou em outros personagens que marcaram sua carreira. O ar asqueroso, com aquele bigodinho quase imoral, deixa o personagem ainda mais crível e adoravelmente detestável.

Afrânio muda aparência (Foto: TV Globo)

Aqui também vale um destaque especial para Antônio Fagundes. Ele, tão criticado (com razão) no início por ter destruído toda a brilhante construção do Rodrigo Santoro nas primeiras fases (relembre AQUI), deu a volta por cima e está dando um show nessa nova fase do personagem. A libertação do fardo de coronel trouxe de volta essa duelo interno entre Saurê e Afrânio, do homem que abriu mão de seus desejos e sonhos, criando para si uma máscara de coronel populista, da qual, gradativamente, está prestes a se libertar e tentando resgatar seu rumo.

     O PIOR DA SEMANA     


Peregrinação de convidados pelos programas de auditório e entrevista


A falta de criatividade das produções dos principais programas da TV aberta é impressionante. Nos últimos dias, Sandy esteve em quantos programas? E Anitta? O Tiririca começou a peregrinação pelo Programa do Jô, passou por diversos formatos e, na segunda (12), é o principal convidado da Xuxa. Reparem: se programa X convida Eduardo Costa, as demais letras do alfabeto também querem. Exemplo: em uma semana, foi destaque no aniversário do programa Eliana. Olha a surpresa: na outra, foi o convidado do aniversário do Sabadão. Um copia o outro e a falta de criatividade inclui os convidados. Com tantos artistas no Brasil, dos talentosos aos que só são famosinhos, é tão difícil assim sair da repetição e apostar na diversidade?!

Perda de protagonismo da Rose



A história apresentada por Justiça às quinta-feiras se tornou a mais fraca da série por uma razão simples: a trama da protagonista Rose (Jéssica Ellen) se dilui por completo e o foco passou a ser a busca de Débora (Luisa Arraes) pelo seu estuprador, enquanto ela foi relegada para o segundo plano "ajudando" a amiga a encontrá-lo e numa traminha paralela com Celso (Vladimir Brichta) que não acrescenta muito à história. A trama da Rose só existiu mesmo no primeiro episódio, numa crítica corajosa e muito bem trabalhada sobre o racismo (relembre AQUI). Porém, desde que ela saiu da cadeia, virou a coadjuvante da própria história.

Rose e Fátima (Adriana Esteves) são as únicas protagonistas que não planejam vingança. Vicente (Jesuíta Barbosa) foi preso por matar a filha de Elisa (Débora Bloch) e ela quer se vingar dele; e Maurício (Cauã Reymond) foi preso por aplicar a eutanásia na esposa e, após anos de prisão, planeja se vingar de Antenor (Antonio Calloni) por ter atropelado Beatriz (Marjorie Estiano) sem prestar socorro e te-la deixado tetraplégica. A diferença é que Fátima não se vinga por questões de princípios, mas tem todo um drama próprio com os dois filhos e quer provar que vingança e ódio não fazem justiça. Já Rose não se vinga de ninguém justamente porque não tem de quem se vingar e nem história própria mais tem. Ela foi presa com razão, afinal, comprou drogas porque quis. A questão foi a Débora, que estava com ela e também tinha comprado drogas, não ter sido presa também por puro racismo do policial, Douglas (Enrique Diaz).

Uma ótima reviravolta para essa história seria se a personagem estivesse secretamente se vingando do Celso (de quem comprou as drogas) e da Débora por terem se calado. Sempre achei que a Rose perdoou o namorado e a amiga fácil demais. Sem falar que ela fez muitas amizades com pessoas perigosas dentro da cadeia. E se foi ela quem mandou aquele pedreiro estuprar a Débora?! Só isso seria justificável para essa mudança no foco da trama.

P.S.: O capítulo dessa quinta (8/9) abusou do mantra "Vamos voar" da Glorinha Perez. Não teve a menor lógica a Débora abrigar em casa um bandido que ela pensou ser o seu estuprador e mandou espancar e se enganou, mas que se aproveitou e roubou a casa inteira. Irreal.

Os perfis de Mário e Ralf


Um bando de galalaus numa espécie de adolescência tardia em situações bobas, infantis e simplórias demais para uma novela. Assim está Sol Nascente, que mais parece uma Malhação para adultos. Pensando bem, até Malhação vem apresentado tramas mais adultas...

O motociclista está arrasado porque o amor que sente por Alice não é correspondido (Foto: Lydio Cerqueira/Gshow)

Vamos tomar por base o "drama" do protagonista Mário (Bruno Gagliasso), cujo perfil lhe apresenta como um homem inconsequente, irresponsável e que tinha se negado a crescer. Ele e Alice (Giovanna Antonelli) são dois amigos best friend forever que, de repente, após tantos anos, se dão conta do despertar do amor entre eles após um beijo. Alice não quer que esse beijo estrague a amizade dos dois e decide viajar para o Japão. Desde então, Mário só faz sofrer. Já apareceu embriagado se atirando no mar, chegou a ser preso por perseguir uma jovem na rua pensando ser Alice e, em outra ocasião, passou a noite com Paula (Anna Lima), a quem acabou chamando de "Alice". E fica horas com o olhar perdido e vazio, num desespero sem fim.

Nesta semana, o personagem chegou ao ápice do desespero e tentou SE MATAR pelo simples fato de ter descoberto que o amigo Ralf (Henri Castelli) havia tido um romance amoroso com Alice na adolescência. Assim como uma criança turrona, Mário se fechou em copas e começou a se estrebuchar, alegando que Alice tinha a obrigação de ter contado sobre o romance. Depois, foi para a praia e, diante daquela imensidão azul, decidiu tomar um banho de mar. Sofrido e chorando copiosamente, ele grita: "É tudo meu! Tudo meu...". Então, cai na água, sendo puxado cada vez mais pela correnteza para dentro do mar. Ai, ai... Quanto mimimi, SEN-HOR!!!

Falando no Ralf, esse é outro personagem que parece não ter amadurecido e não admite que a irmã, Lenita (Letícia Spiller), se aproxime de homem nenhum. E ela, que é uma mulher madura, ousada e independente, tem que namorar escondida para que o irmão ciumento não descubra.

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Espero que o personagem tome logo seu rumo com a volta da Alice e as infantilidades do Mário sejam, pelo menos, mais "adultas", se é que me entendem. Não dá para aguentar um personagem no auge dos seus 30 e poucos anos de birra porque o amigo ficou com a menina que ele gosta.

terça-feira, 6 de setembro de 2016

10 coisas que quero ver na TV com a derrubada da Classificação Indicativa


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Não foi só a Dilma que caiu nesses últimos dias. O Supremo Tribunal Federal (STF) aprovou na quarta-feira passada (31/8) uma nova lei que muda tudo na classificação etária de conteúdo na televisão. A nova lei derruba a vinculação horária à classificação indicativa nas emissoras de TV aberta do Brasil. Quem quiser saber mais sobre isso, basta ler BEM AQUI. A classificação indicativa continuará presente ("Esse programa não é recomendado para menores de X anos"), mas as emissoras de TV não precisarão deixar de exibir um conteúdo por não atender essa classificação. Ou seja, as emissoras poderão exibir cenas mais ousadas de sexo e violência desde que avisem com antecedência ao telespectador a faixa etária de indicação das mesmas.

Esse derrubamento da censura disfarçada de classificação indicativa já pode ser considerada um dos maiores acertos dos últimos tempos. Sempre achei que quem não gosta de certo assunto, programa ou cena exibida na TV ou caso se sentir atingido ou ofendido por elas, tem a total liberdade de pegar o controle remoto e trocar de canal, sem essa imposição abusiva. Alô, alô, Família Brasileira: quem decide o que seus filhos podem ou não ver em frente a telinha e o que deve ou não entrar dentro dos vossos lares são os próprios pais e não as emissoras de TV! Cada um vê o que quer. A questão aqui é que, com essa nova lei, nasce a esperança de...

...que a porradaria do Casos de Família não seja cortada.




...que o DNA do Ratinho não tenha mais seguranças por motivos de barraco.


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...ver Flora matando o "velho babão" do Gonçalo em pleno horário da tarde.



...que a Soraya Montenegro possa pegar fogo em paz.


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...ver Laura Cachorrona apanhando da Maria Clara sem nenhum corte. 


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...que o povo de Malhação possa fazer coisas que adolescente faz (ou alguém realmente acredita que todo adolescente somente bebe suco e água?).


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...que um casal gay não seja transformado em dois amigos héteros na edição.


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...que as séries/novelas policiais de tiroteio da Record sejam reexibidas na íntegra na sua faixa vespertina (já quero o Rei do Torto e sua gangue de volta!!!).


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...que as novelas das seis e das sete possam tocar em assuntos mais espinhosos (Sete Vidas, por exemplo, ia ter incesto entre irmãos, mas tiveram que mudar).


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...NUDES NUDES NUDES NUDES NUDES NUDES!!!


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Meu Pedacinho de Teta: lembram do bafafá que deu?


segunda-feira, 5 de setembro de 2016

O Melhor e Pior da Semana (28/8 à 3/9)




   O MELHOR DA SEMANA   


Segunda semana de Justiça


Passado o efeito da estreia, a segunda semana de Justiça continua sua trilha de sucesso. O que foi aquele reencontro do Vicente e Elisa no episódio da segunda (29/8)? Jesuíta Barbosa e Débora Bloch em estado de graça de tão entregues a cena que misturava tensão, ódio, arrependimento e ressentimentos guardados à sete anos. Continua tirando o fôlego.

Elisa tem ataque de fúria com presença de Vicente (Foto: TV Globo)  Vicente chora muito no quarto de Isabela (Foto: TV Globo)

Na terça (30/08), destaque absoluto para Adriana Esteves, que já é a grande estrela da minissérie, com sua caracterização e composição incrível da sofredora Fátima (é o melhor episódio de Justiça, na minha opinião). O encontro dela com o filho, depois de ter sido assaltada por ele, foi o grande momento do episódio e me fez chorar litros. Vale destacar o talento promissor do Tobias Carriere, intérprete do Jesus, que brilhou de igual para igual com Adriana. 

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Drica Moraes, como esperava, foi a grande estrela do episódio de sexta (02). Ganhando mais tempo como a ex-cantora e atual esposa de Antenor (Antônio Calloni), candidato as eleições e responsável pela morte de Beatriz (Marjorie Estiano) e do qual Maurício (Cauã Reymond) está planejando se vingar. Mesmo assim, ainda não conseguiu me envolver com essa trama.

Outros atores que também são a alma da série, mesmo não sendo protagonista de nenhum dos episódios (e talvez por isso passem por todos deixando sua marca registrada na pele de um personagem muito diferente dos que viveram, até então): Leandra Leal, espetacular como a Kellen, vem dando um show de talento e esbanjando sensualidade; e Vladimir Brichta (Celso).

Primeiro beijo Shirlipe



Haja Coração está no ar há três meses e o único grande acontecimento foi a morte de Teodora (Grace Gianoukas). As tramas se repetem o tempo todo. Fica difícil imaginar o que a novela vai apresentar no tempo que falta. A única trama que ainda atrai algum interesse e que está salvando a trama é a que envolve o casal Shirlipe. Prova disso foram as lindas cenas do primeiro beijo deles. Sabrina Petraglia e Marcos Pitombo reafirmaram a química existente desde os primeiros olhares dos personagens. Cena muito linda com texto sensível. A espera valeu a pena!

     O PIOR DA SEMANA     


Luís Melo como japonês


O diretor da nova novela das seis, Sol Nascente, deu uma desculpa esfarrapadíssima para Luis Melo interpretar um japonês na trama: "não havia um ator com traços orientais experiente o suficiente para a responsabilidade de um papel central na trama". O que é uma tremenda bobagem. É só procurar. Basta ver Velho Chico, que se passa no nordeste e conta com vários atores realmente nordestinos em seu elenco que, mesmo alguns deles sendo estreantes e desconhecidos do grande público da TV, dão um show de atuação (Zezita Matos/Piedade, Renato Góes/Santo, Irandhir Santos/Bento e Lucy Alves/Luzia são alguns bons exemplos). Mas não. Acharam que bastava pegar qualquer ator, botar um óculos escuro nele para esconder os olhos não puxados, dizer algumas expressões japonesas a cada fala e pronto. Erraram rude!


Que Luís Melo é um dos mais respeitáveis atores da TV brasileira, isso é inegável. Mas não tem como disfarçar o erro grotesco que é colocá-lo neste papel. Ah, então quer dizer que apenas atores japoneses podem interpretar papéis japoneses? Não, não é isso. O público entende um ator carioca interpretando um personagem nordestino ou um paulista vivendo um gaúcho e tantas outras variáveis. Normal e perfeitamente possível, afinal, esse é o dom de ser ator, viver "vidas" diferentes da sua. Entretanto, o que foi feito em Sol Nascente é algo vergonhoso e fica pedindo que o telespectador abrace o mantra criado pela Glória Perez em Salve Jorge ("Vamos voar") para comprar a história (fraca, diga-se de passagem). O que mais ficou estranho, na verdade, foi ver um ator realmente japonês interpretando Tanaka na juventude. O que aconteceu com ele quando ficou adulto? Sofreu mutação genética? É forçar demais a barra, além de uma tremenda falta de respeito com atores de origem oriental que buscam espaço na TV.

Quanto à novela em si, não tenho nem o que falar porque ela não disse a que veio. Belíssimas imagens, trilha sonora excelente... Mas história que é bom, nada! O acontecimento mais relevante que aconteceu nessa primeira semana foi Mário (Bruno Gagliasso) e Alice (Giovanna Antonelli) se beijarem e ele se descobrir apaixonado pela amiga de infância. E só. Ai, que soninho... Esse clichê dos amigos de infância que se apaixonam não funciona mais nem em Malhação!

Estreia do X-Factor Brasil


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O tão aguardado X-Factor Brasil finalmente chegou à tela da Band na noite da segunda-feira passada (29). Tive, a princípio, desconfiança, afinal, a Band não se preocupa em oferecer ao público uma programação com opções de entretenimento e se apoiou no Masterchef como muleta para não cair de vez no nicho esportivo. E mesmo sendo a menina dos olhos da emissora, o reality culinário ainda consegue derrapar em qualidade com um número enorme de episódios, duração exagerada e edições mal construídas que me fizeram desgostar dele. Soma-se a isso o bafafá que foi as primeiras notícias sobre o descaso da produção do programa com os candidatos na audição em São Paulo (horas em fila sob o sol e poucos banheiros químicos foram alguns dos relatos). E agora, com o programa tendo estreado, surgem ainda mais reclamações, dessa vez de participantes que relatam estarem sendo forçados a mudar repertório e a fingir que são de outros estados para gerar identificação com o público desses locais.

E todas as minhas desconfianças iniciais se confirmaram após assisti-lo. Com uma ou outra exceção, o nível dos candidatos na estreia deixou (muito) a desejar. A grande maioria foi péssima, com muitas desafinações. E olha que eu nem entendo muito de música, hein... A simpatia da apresentadora (Fernanda Paes Leme) me pareceu extremamente forçada, assim também como as caretas e o estilo "malvadão" do jurado Rick Bonadio. Aliás, que júri mais frouxo. Detesto ver jurados que estão ali para humilhar candidatos gratuitamente (como nessa última temporada do MasterChef), mas ver jurados sem o mínimo de critério aprovando candidatos medianos pra baixo me faz imaginar que não valerá muito a pena acompanhar.

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