E os 15 atores que mais brilharam na telinha em 2015 foram...
Durante anos, o ator ficou marcado como o Pedrinho do inesquecível seriado Sítio do Picapau Amarelo. Mas com Verdades Secretas, João Vitor Silva apresentou uma nova faceta e mostrou maturidade e competência ao compor Bruno, jovem negligenciado pelo pai, ganhando seu merecido destaque nos momentos finais da trama. As cenas dele como dependente químico impressionaram.
O ator mudou radicalmente para dar vida ao booker Visky em Verdades Secretas, totalmente diferente de seu último personagem, o delicado e correto advogado Rafael em Amor à Vida. Verdade seja dita, a atuação exagerada de Rainer (que era, justamente, o propósito do personagem) no início da trama chegava a ser insuportável, mas, com o tempo, o ator foi conseguindo divertir e, em alguns momentos, até emocionar na pele de uma bicha pra lá de afetada.
Os ótimos coadjuvantes roubaram a cena em I Love Paraisópolis. Frank Menezes, que viveu o mordomo Júnior (ou Juneca Purpurina, se preferirem), foi o que mais arrancou riso. Seu bordão "Favelaaaaaaada!" era um sucesso e suas brigas com a empregada Melodia (Olívia Araújo) e sua parceria com a patroa Soraya (Letícia Spiller) foram hilárias. Frank cumpriu muito bem a função de divertir.
Interpretando o personagem-título da série Mister Brau, o ator protagoniza a história ao lado de Taís Araújo, que, além de ser sua esposa na vida real, interpreta Michele, a mulher do pop star. A dupla está muito bem afinada. Ele, em especial, está muito solto em cena e mostrando um lado musical muito forte. Seu personagem é extremamente cativante e, graças ao talento de Lázaro, já garantiu a popularidade e o carinho do público.
Um dos poucos (talvez, único) pontos positivos de Babilônia era o núcleo do Aderbal Pimenta (Marcos Palmeira), o prefeito evangélico, homofóbico e corrupto, cujo lema era "O povo hétero unido jamais será vencido!". O personagem promovia alguns dos temas relevantes do atual momento do nosso país e incorporava quase todos os desvios indesejáveis a um político. Esses assuntos, ainda que espinhosos, receberam tratamento interessante dos autores de Babilônia, coroada por uma atuação espetacular de Marcos Palmeira. O ator conseguiu fazer desse prefeito antiético e demagogo a cara do Brasil de 2015! Foi o seu melhor papel na carreira desde o José Pedro de Renascer.
Ele é um ator bem mediano, mas, justiça seja feita, Caio Castro se destacou positivamente em I Love Paraisópolis e não precisou ficar sem camisa para esbanjar talento e carisma. Na pele de Grego, o bandidão com coração bom que acabou roubando nossos corações, o ator dominou a novela e seu personagem jogou o mocinho Ben (Maurício Destri) para escanteio. Sua química com Maria Casadevall transformou Grego e Margot no casal sensação da história. Grego não só caiu no gosto do público como também ganhou ótimas cenas durante toda a novela, muitas delas exigindo forte carga dramática de Caio Castro, que correspondeu sim a altura.
Aclamado no cinema por seu brilhante papel no filme Eu Não Quero Voltar Sozinho, Ghilherme Lobo foi uma das gratas revelações da TV em 2015 ao interpretar com maestria e sensibilidade o introspectivo Bernardo em Sete Vidas. Um personagem difícil até mesmo para atores veteranos. Ghilherme chegou pra ficar na TV!
Na pele do perigoso Pedro de Além do Tempo, o ator, desconhecido do grande público, porém, aclamado por seus trabalhos no teatro, mostrou que também domina perfeitamente as câmeras em um trabalho memorável. Ele construiu com perfeição um vilão psicopata como o Pedro, expondo o seu lado sombrio e doentio gradativamente, repetindo o traço de descontrole emocional do passado. Emílio Dantas tem brilhado em todas as cenas.
Após anos vivendo o mesmo personagem (Mendonça) no seriado A Grande Família, Tonico Pereira agora faz um personagem não tão distante do anterior, mas com uma interpretação original e desponta como uma grata surpresa em A Regra do Jogo, sempre ótimo em suas cenas e saindo-se muito bem nessa experiência em novelas. A genialidade e entrosamento com a sua parceira de cena, Giovanna Antonelli, é notória e, com isso, fazem dessa parceria um feliz encontro profissional. Ascânio depende muito da Atena para brilhar. Quase sempre interligados, os personagens têm protagonizado as melhores cenas cômicas da novela, ainda que esse não seja o propósito principal do núcleo.
Rodrigo viveu seu melhor momento na carreira esse ano. O frio, calculista e manipulador Alex foi, sem dúvida, seu personagem mais controverso, complicado e desafiador. Após algumas atuações equivocadas e outras apenas regulares em trabalhos anteriores, o ator se destacou com todo mérito em Verdades Secretas. O mais impressionante é que Rodrigo soube manter o posto de galã, mesmo tendo vivido um dos vilões mais detestáveis dos últimos tempos.
Depois de mostrar segurança e marcar os nossos corações na pele do inesquecível Comendador José Alfredo, mal terminou Império e, cinco meses depois, lá estava Alexandre Nero vivendo, novamente, outro protagonista de peso em uma novela das nove. Muita gente achou equivocada a sua escalação para A Regra do Jogo. O Romero Rômulo já pode ser considerado o protagonista mais ambíguo da história das nossas novelas. O ator, excelente no papel, em nada lembra o Comendador, confirmando o seu imenso talento em diferenciar totalmente no visual, trejeitos, entonação da fala, nas expressões faciais, enfim, diferenciando em tudo dois personagens tão dúbios em tão pouco tempo.
Tal qual a Flora (Patrícia Pillar) de A Favorita, Zé Maria enganou o público com sua cara de bom moço e seu discurso de inocente injustiçado, revelando-se um bandido impiedoso. Tony imprimiu diversas nuances e soube diferenciar bem os sentimentos ambíguos do personagem em A Regra do Jogo. Seu olhar é um outro exemplo da composição acertada do ator: chega a ser diabólico quando o verdadeiro Zé Maria está em ação. O ator, experiente, soube extrair do subtexto de João Emanuel Carneiro tudo o que era necessário para construir um vilão de marca maior: sem exageros, sem caras e bocas. Definido pelo próprio ator como um psicopata, Zé Maria é do tipo que não precisa berrar para botar medo. Tony Ramos, finalmente, deixou de lado a fama de bom moço que sempre o acompanhou em sua carreira e emplacou como vilão, mostrando que foi o melhor ator de 2015 e confirmando que é um dos melhores atores brasileiros.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Bora comentar, pessoal!