Já falei das atrizes que tiveram as melhores e piores atuações, o que rolou de bom e ruim na dramaturgia e hoje comentarei sobre os atores que mais se destacaram (para o bem e para o mal) na TV em 2016.
OS MELHORES ATORES NA TV EM 2016
19º lugar: Lázaro Ramos — Interpretando o personagem-título da série Mister Brau, se mostra completamente solto em cena e com um lado musical muito forte. Seu personagem é extremamente cativante e já garantiu a popularidade e o carinho do público. Au, au, au, au, au, au, meu nome é Brau!
18º lugar: Felipe Simas — Após ter se destacado na Malhação Sonhos, Rosane Svartman e Paulo Halm confiaram a ele o mocinho de Totalmente Demais. O risco era altíssimo, afinal, o ator só tinha um trabalho no currículo. Mas valeu a pena a coragem dos autores. Felipe emocionou e cativou na pele do destemido Jonatas e formou um casal que caiu nas graças do público com Marina Ruy Barbosa (Joliza).
17º lugar: Selton Mello — Há quatro anos sem atuar na TV, a volta de Selton diante das câmeras na telinha foi em grande estilo, se destacando como o sedutor Augusto em Ligações Perigosas. São poucos os atores e as atrizes que passam ao largo da TV no Brasil e conseguem sobreviver com dignidade.
16º lugar: Márcio Fecher — Que Supermax foi uma tremenda decepção, isso ninguém duvida. Porém, a atuação esplendorosa de Márcio merece ser reconhecida. Em meio às atuações canastronas de grande parte do elenco, o ator se sobressaiu na pele do monstruoso Nonato/Baal, o ponto alto da série.
15º lugar: Caio Blat e Ricardo Pereira — Não poderia deixar de citá-los juntos, afinal, protagonizaram a primeira cena de sexo entre dois homens na história da teledramaturgia, que, inclusive, acabou atraindo o público e chamando mais a atenção pela sutileza com que foi feita. Blat e Ricardo merecem todos os elogios e se entregaram pra valer na cena. O primeiro fugiu do estereótipo e trouxe humanidade, sensibilidade e respeito ao André, enquanto o segundo, que viveu seu melhor momento na carreira, demonstrou a truculência e a mistura de sentimentos de Tolentino sem cair na caricatura.
14º lugar: Marcelo Serrado — Inicialmente mostrado apenas como um personagem servil, o deputado Carlos Eduardo foi ganhando outros contornos ao longo de Velho Chico a medida que ia se revelando o grande vilão da história. E o Serrado agarrou bem essa oportunidade, mostrando o que um ator competente é capaz quando tem um bom personagem em mãos. O ar asqueroso do ex-vereador, com aquele bigodinho quase imoral, deixava o personagem ainda mais crível e adoravelmente detestável.
13º lugar: Antonio Fagundes — Na troca de fases de Velho Chico, Fagundes detonou com o brilhante trabalho de Rodrigo Santoro (leia mais embaixo) dando ao Coronel Saruê uma brusca mudança tanto visual quanto psicológica, sem um motivo realmente convincente, com um tom caricato e bonachão. Porém, a medida que Afrânio foi se desfazendo da sua máscara social e repensando a vida, o personagem se tornou mais humano e Fagundes deu um show de interpretação. Antes tarde do que nunca, né?
12º lugar: Jesuíta Barbosa — O ator esteve em Ligações Perigosas e Nada Será Como Antes, mas foi em Justiça o seu grande momento de 2016. Na pele do desequilibrado Vicente, o ator deu um show na minissérie em cenas pra lá de intensas, provando que é um dos grandes nomes da nova geração.
11º lugar: Mateus Solano — O Félix pode ser o papel de maior sucesso do Solano, mas o Rubião foi o seu maior momento na carreira, até então, e já pode ser considerado um dos maiores e mais odiosos vilões da teledramaturgia. Ele exorcizou completamente a bicha má de Amor A Vida com Liberdade Liberdade.
10º lugar: José de Abreu — Depois de revelado que seu personagem era o Pai da facção, no capítulo 100 de A Regra do Jogo (que foi exibido lá no finalzinho de 2015), o ator causou medo e passou a protagonizar grandes cenas. José de Abreu foi bem adotado pela diretora Amora Mautner desde Avenida Brasil, quando interpretou o repugnante e, ao mesmo tempo, adorável Nilo, passando por Jóia Rara, como o poderoso Ernest, e comprovou isso como Gibson, uma espécie de Flora de cueca, que já é um dos melhores e mais detestáveis vilões masculinos dos últimos tempos. Vitória na guerra!
09º lugar: Lee Taylor — Com grande experiência no teatro e no cinema, foi convidado pelo diretor Luiz Fernando Carvalho para dar vida a Martim, um dos personagens mais importantes de Velho Chico. Em sua estreia na TV, Lee surpreendeu pelas cenas de confronto com Fagundes e Serrado e ganhou nossa simpatia por sua integridade e busca por justiça, além de todo charme e o jeitão meio rústico do ator.
08º lugar: Marco Nanini — Após anos no seriado A Grande Família, Nanini foi o segundo ator do seriado a brilhar em uma novela de Walcyr Carrasco. O simpático professor Pancrácio, que se transformava em vários outros para conseguir dinheiro, ganhou um intérprete à sua altura, que divertiu e emocionou em Eta Mundo Bom. Seus disfarces eram impagáveis. Multifacetado, mais tarde, o ator brilhou também como Pandolfo, irmão gêmeo de personalidade diferente, no núcleo da fazenda. Nanini foi mil em um!
07º lugar: Tobias Carrieres — O que esse menino fez em Justiça foi de causar inveja em muito ator veterano. A sua entrega como o cativante Jesus foi perceptível e impressionante e todas as suas cenas dramáticas ao lado da grande Adriana Esteves arrancaram lágrimas de quem assistia. Tem futuro!
06º lugar: Chico Diaz — Fazendo o telespectador chorar em todo capítulo em que aparecia, Belmiro, o oprimido que não se permitia oprimir, foi um fiel retrato do brasileiro que não desiste nunca; sendo construído pelo ator como uma figura de traços rudes e alma doce. A morte do retirante causou não só enorme comoção em Grotas do São Francisco,como também do público que assistiu Velho Chico.
05º lugar: Domingos Montagner — Como o Santo de Velho Chico, o ator havia atingido um patamar na carreira em que nunca chegou. Domingos compôs um protagonista incrível. Com seu estilo único de atuação (marcada pela limpeza interpretativa, sem exageros, precisa, irretocável), o ator viveu um personagem intenso, de bom coração e que se esforçava para mudar o mundo e torná-lo mais justo, mas sem se tornar chato e gerar nossa antipatia. A trágica morte de Domingos abreviou uma carreira no auge e que tinha tudo para seguir em crescimento. As artes brasileiras perdem, sem dúvida, um magnífico ator.
04º lugar: Enrique Diaz — Tipo mais complexo de Justiça, sua atuação sensacional foi um dos motivos que fizeram a história de terça ser a melhor da série. Vivendo um policial com desvios de caráter, conseguiu nos fazer oscilar a todo momento entre amor e ódio pelo personagem (terminei amando o Douglas!).
03º lugar: Marco Ricca — O bandoleiro Mão de Luva, aos poucos, foi se mostrando um personagem carismático e divertido, ganhando um merecido espaço em Liberdade Liberdade graças ao talento e a competência de Marco Ricca, que imprimiu um excelente tom sarcástico e sedutor ao salteador. Ele adotou um sotaque mineirês bem acentuado, o que ajudou a expor ainda mais o jeito malandro do trambiqueiro. Aliás, foi um dos poucos atores do elenco que mostrou o jeito de falar do povo de Minas Gerais, ainda que de forma mais caricata. Mas foi uma ideia de gênio, pois coube perfeitamente no papel. Não à toa, seu personagem ganhou um spin-off exclusivo para a internet, intitulado A Lenda do Mão de Luva.
02º lugar: Rodrigo Santoro — Longe das produções nacionais desde Mulheres Apaixonadas, em 2003. Santoro retornou vivendo o complexo Afrânio na primeira fase de Velho Chico e brilhou do início ao fim da sua luxuosa participação. Suas cenas primavam pela poesia e drama, sendo necessário ainda destacar a sua química com Carol Castro. A aceitação foi tanta que sobraram críticas a Antônio Fagundes nos primeiros meses da segunda fase, pois em nada lembrava a composição primorosa de Santoro. Também, pudera... Santoro construiu um tipo apaixonante, contraditório em sua essência, que foi se fechando, endurecendo e perdendo a ternura pelo embrutecimento que a vida lhe causou.
01º lugar: Sergio Guizé — De fato, a novela deveria ter se chamado Candinho (como estava inicialmente previsto), pois foi a alma de Eta Mundo Bom! Poucas vezes, vi um ator honrar o protagonismo de uma novela com tanto brilhantismo como Guizé, que não ficou devendo em nada ao Mazaroppi (que imortalizou o personagem do filósofo Francês Voltaire nos cinemas e que também inspirou a trama do Walcyr), dando um jeito próprio ao caipira. Nem mesmo o fato de ter ficado sem sua grande parceira em cena, visto que a Debora Nascimento não conseguiu se firmar como protagonista e par romântico, abalou o sucesso e a credibilidade do personagem. Candinho poderia soar ridículo se mal construído e sua ingenuidade excessiva irritante, mas o domínio do ator foi tanto que a gente não apenas torceu pelo Candinho, mas também tinha vontade de cuidar dele, de orientá-lo, de tê-lo por perto como amigo.
Menções Honrosas: Bruno Ferrari e Dalton Vigh (Liberdade Liberdade), Gabriel Leone, Irandhir Santos, Marcos Palmeira, Lucas Veloso, Rodrigo Lombardi, Batoré, Saulo Laranjeira e Renato Góes (Velho Chico), Fábio Assunção, Orã Figueiredo e Pablo Sanábio (Totalmente Demais), João Baldasserini e Marcos Pitombo (Haja Coração), Fernando Pavão e Luiz Guilherme (Escrava Mãe) e Antonio Calloni (Justiça).
OS PIORES ATORES NA TV EM 2016
05º lugar: Francisco Cuoco — Ele pode ser uma lenda viva da teledramaturgia brasileira, mas já faz um bom tempo que o ator vem repetindo os mesmos trejeitos a cada personagem que interpreta. Em Sol Nascente, por exemplo, por incrível que pareça, ele conseguiu ser pior que o japonês de araque do Luís Melo e criou um tipo bem curioso de italiano: o que NÃO SABE imitar sotaque italiano!!! Incrível!
04º lugar: Eriberto Leão — A vilã Sandra (Flávia Alessandra) merecia um comparsa bem mais a sua altura em Eta Mundo Bom. O Ernesto não passou de uma figuração de luxo perto dela. Muito por culpa da atuação canastrona do seu intérprete, de expressão, entonação e trejeitos lineares, sem nuances. Quando dividia cena com a Debora Nascimento (Filó), então, aí era uma verdadeira aula de Cigano Igor 2.0.
03º lugar: Dudu Azevedo — Pior trabalho do ator em sua carreira (que nunca foi lá grande coisa... ou alguém aí lembra de algum grande trabalho dele na TV?). Com o carregado sotaque carioquês na pele de Zur em Os Dez Mandamentos - Nova Temporada, mais parecia um surfista no Antigo Reino.
02º lugar: Malvino Salvador — Outro exemplo típico de galã de pouco talento que é sobrevalorizado pela Globo. Já faz um bom tempo que o ator vem apostando no feijão com arroz, muitas vezes sem tempero, na interpretação, mas não comprometia a novela. Em Haja Coração, porém, ele viveu seu pior momento na carreira. Malvino não conseguiu passar a emoção na pele do Apolo, que, diga-se de passagem, tinha uma personalidade agressiva que irritava qualquer um. E o autor Daniel Ortiz empurrou goela abaixo do público o insuportável personagem sem torná-lo mais aceitável e fazendo com que ele ficasse com a Tancinha, contrariando a esmagadora vontade popular que queria ver a feirante ao lado de Beto.
01º lugar: Hélio de la Peña — Em Totalmente Demais, o ex-Casseta teve a oportunidade de fazer seu primeiro papel em novelas de verdade. Claro que eu não esperava nenhum Tony Ramos ali, mas a sua atuação foi algo abaixo do péssimo. O "ator" parecia estar sempre interpretando algum personagem nas antigas paródias do humorístico. Totalmente inexpressivo! Acredito que a seriedade do Zé Pedro tenha sido um equívoco para um ator que ficou conhecido por fazer imitações. O advogado poderia ter tido mais traços de humor para que sua interpretação soasse menos falsa. Ao contrário da Samantha Schmutz, que conseguiu transitar perfeitamente entre o drama e o humor, Hélio não teve a mesma sorte. Errou rude!
Menções Nada Honrosas: Rainer Cadete, Klebber Toledo, Flávio Tolezani e Rômulo Neto (Eta Mundo Bom), Paulo Rocha (Totalmente Demais), José Loreto (Haja Coração), Felipe Roque (Malhação), Duda Nagle (Cúmplices de Resgate), Junno Andrade (Escrava Mãe) e Kadu Moliterno (A Terra Prometida).
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