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sexta-feira, 25 de março de 2016

Se a Filó cair, quem poderia assumir o posto de mocinha em Eta Mundo Bom?


O papel mais ingrato de qualquer novela é, sem dúvida nenhuma, o da mocinha. Já se foi o tempo em que aquela heroína ingênua e sofredora que derramava litros e mais litros de lágrimas ganhava a simpatia do público. Hoje, pelo contrário, quanto mais esperta for a protagonista, melhor. Em alguns casos, o papel é bem-desenvolvido pelo autor, mas a atuação fraca da atriz compromete o resultado. Em outros casos, é o inverso: a atriz se entrega completamente em todas as cenas, mas a personagem não ajuda de tão chata que é. Mas e quando a mocinha é mal-desenvolvida e mal-interpretada ao mesmo tempo? Esse é o caso de Filomena (Débora Nascimento), a mocinha de Eta Mundo Bom.


Filha de Cunegundes (Elizabeth Savalla), Filó se apaixonou à primeira vista por Candinho (Sérgio Guizé), agregado da família. Porém, contrária ao romance, a fazendeira rapidamente separou os dois ao expulsar Candinho de casa. Nesse meio tempo, Filó se deixou levar pela lábia de Ernesto (Eriberto Leão), um sedutor cafajeste que prometeu se casar com ela. Enganada, perdeu a virgindade e foi obrigada a trabalhar como dançarina para sustentar o malandro, que vive se metendo em confusão. E ainda passou a desprezar o antigo amor de infância, convencida de que Ernesto era um bom sujeito. 

Aparentemente, um bom entrecho folhetinesco. Porém, Débora Nascimento, que interpreta a dançarina, não convence no papel e passa a sensação de uma interpretação robótica. O seu sotaque caipira também soava extremamente falso, o que só piorou o resultado (o sotaque caipira de Filó sumiu misteriosamente num passe de mágica), além da personagem em si ser cansativa e insuportável por se deixar levar demais pela lábia do vilão (neste caso, o erro é do autor Walcyr Carrasco).

Pra piorar de vez, Filó não possui química alguma com Candinho, que só não foi ainda mais prejudicado pela fraqueza da intérprete de Filó porque Sérgio Guinzé está muitíssimo bem no papel e por conta do drama no qual está envolvido (a busca de Anastácia por seu paradeiro). O problema é que os rumos dessa história são lentos e entediantes, mas disso eu deixo pra falar em outra ocasião.

Como estamos em um momento político turbulento onde todo mundo (ou quase todo mundo) quer tirar a Dilma do poder, fiquei aqui pensando: e se pedíssemos também o impeachment da Filó? Se ela cair, que outra personagem de Eta Mundo Bom poderia assumir o posto de mocinha na novela?


Duas coadjuvantes que acabaram ganhando bastante espaço e correspondendo a altura em detrimento da trama central estão no páreo. É o caso de Maria (Bianca Bin), que já carrega no nome o histórico de mocinha sofredora nata. Grávida e viúva, ela foi posta para fora de casa pelo próprio pai e passou a viver sob a guarda da rica Anastácia (Eliane Giardini), tendo que aguentar as provocações e armações de Sandra (Flavia Alessandra), enciumada por conta da relação da empregada com a tia, e as investidas de Celso (Ranier Cadete), incapaz de admitir que a ama e por isso a trata mal. Como desgraça pouca é bobagem, a mãe de Maria faleceu e ela teve de passar a cuidar da irmã caçula.

Experiente, Bianca Bin mostra-se segura e verdadeira em cena, o que imediatamente convence o público da história a que dá vida. Mesmo tendo que enfrentar uma série de situações repetitivas e um parceiro de cena canastríssimo (Rainer Cadete), ela emociona e desperta torcida. Estou torcendo para que Filó e Celso vão para o quinto dos infernos e Maria e Candinho sejam o novo casal protagonista da história. Neste momento, com a ajuda de Sandra e Celso, Ernesto está se passando por Candinho e conseguiu enganar Anastácia fazendo-a acreditar que ele é seu filho. Maria, porém, não engoliu muito bem essa história e certamente irá atrás de descobrir toda a verdade. Quem sabe, quando ela descobrir quem é o verdadeiro filho de Anastácia não nasça aí um amor entre Maria e Candinho, né?

Outra que está na mesma situação é Camila Queiroz. Depois de ter saído de um trabalho tão recente e pesado como a Angel em Verdades Secretas, a atriz volta a surpreender em cena. Carismática, Camila deixou para trás a sensualidade de sua personagem anterior e encontrou um tom cândido para Mafalda, fato raro em uma atriz com pouca experiência e em tão pouco tempo entre as duas novelas.


Embora siga a linha de humor e esteja completamente afastada da história central (ao contrário de Maria e Filó), Mafalda poderia muito bem ter mais destaque do que a mocinha, que vem ser a sua irmã. Até porque ela é, de certa forma, a mocinha do núcleo caipira, que funciona como uma outra novela dentro da novela e, curiosamente, é a melhor parte de Eta Mundo Bom. Ingênua, a caipirinha caiu na lábia do malandro Romeu (Klebber Toledo), que se passava por rico e disse que queria comprar a fazenda, e foi abandonada. Pra piorar, ainda descobriu que ele foi preso após dar um golpe em São Paulo. E tudo isso aconteceu sem que a pobrezinha tivesse visto o "cegonho" do amado.

Ainda que as situações em que se mete sejam recorrentes em outras tramas de Walcyr Carrasco (casamentos desfeitos à beira do altar, personagens no chiqueiro, humor pastelão, etc), a ingenuidade extrema da moça, ao invés de despertar a nossa antipatia, cria forte identificação com o público. Hilário quando ela ficou com uma "quentura" entre as pernas após ver o "cegonho" de Romeu, as conversas dela com a mãe Cunegundes e a tia Eponina (Rosi Campos) sobre sexo ("Antes de casar é do pescoço pra cima, depois de casar é do pescoço pra baixo"), quando ela saia perguntando para os homens se eles eram solteiros, a porquinha de estimação dela... Enfim, Mafalda é uma graça! E ainda consegue fazer a gente ficar dividido entre seu romance com Romeu (que a ama de verdade e mudou para recuperar seu amor) e o amor platônico que desperta em Zé dos Porcos (Anderson Di Rizzi).



Débora Nascimento ainda não conseguiu (e parece que não vai conseguir) passar verdade em sua interpretação, o que só reforça a impressão de que a mocinha da história pode vir a ser outra. Maria e Mafalda são concorrentes bem melhores e que poderiam tomar seu lugar na novela com facilidade. Que Walcyr Carrasco ouça nossas preses e o mandato de Filó como mocinha seja cassado. #ForaFilo

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