Já deixou de ser novidade que, a cada nova temporada, Malhação vai se distanciando cada vez mais daquele estigma de novelinha adolescente, que começou lá nos anos 90, quando tudo se passava em uma academia, cujas tramas principais envolviam questões romanticamente triviais de adolescentes sarados e bem nascidos. Portanto, não é de estranhar que a Pro Dia Nascer Feliz mantenha a linha adotada nos últimos anos de trazer cada vez mais temas adultos para o centro das discussões. E que estes não envolvam apenas o núcleo familiar como todo um universo de mudanças e transformações sociais que influenciam na vida e no comportamento não só dos jovens, mas de pessoas de todas as gerações nos tempos modernos.
Entre outras questões, está lá o dilema de pais e mães em criar os filhos sem a presença de seus parceiros, como acontece com Tânia (Deborah Secco), que, abandonada pelo marido, precisa batalhar para sustentar um casal de filhos adolescentes sozinha; e Ricardo (Marcos Pasquim), o ex-atleta viúvo e dono de uma academia que, apesar de uma situação financeira confortável, não sabe lidar muito bem com a forma de educar suas três jovens filhas. É fácil prever que algum interesse romântico há de surgir e o tema da família não tradicional voltará a ser foco de discussão. Mais do que isso: Caio (Thiago Fragoso), cunhado e ex-parceiro de vôlei de Ricardo, também já deu as caras por ali e percebe-se um triângulo amoroso prestes a surgir.
Ou seja, Malhação – Pro Dia Nascer Feliz não esconde que está bastante calcada no folhetim tradicional. Mas, claro, a história narrada acima é a do elenco adulto, ou seja, trata-se de uma trama secundária, já que em Malhação, os protagonistas são os jovens (apesar de possuírem pesos iguais). Sendo assim, na trama principal temos Joana (Aline Dias), jovem humilde que trabalha num parque aquático do Ceará. Ela tem problemas com o padrasto violento, o que a leva para o Rio de Janeiro. E a moça já se apaixonou pelo jogador de vôlei Gabriel (Felipe Roque), mas ele namora a patricinha Bárbara (Barbara França). Eis que o triângulo amoroso jovem se forma e Malhação volta ao formato que já repetiu por tantas e tantas vezes: um casalzinho apaixonado sendo atrapalhado por uma megerinha. E os clichês não param por aí: Joana está a procura de seu pai verdadeiro e tudo indica que ele é Ricardo, que vem a ser pai de Bárbara. Ou seja, mocinha e vilã podem ser irmãs e disputarão o mesmo homem. E ainda tem a clássica relação de gato e rato do casalzinho que vive brigando, mas se amam, como Lucas (Bruno Guedes) e Juliana (Giulia Gayoso) e Fábio (Caio Manhente) e Manuela (Milena Melo).
Por isso mesmo, é interessante comparar as fases antigas com a atual e perceber a evolução estética da trama teen. Embora ainda calcada nas idas e vindas de um romance tradicional, Malhação vem, cada vez mais, expandindo o seu universo. Antes, tudo se passava em menos cenários, os coadjuvantes mal tinham família e os adultos pareciam quase figurantes. Hoje, a direção artística de Malhação (assinada por Leonardo Nogueira) já trabalha com uma fotografia mais realista, posições de câmera mais ousadas e cenários mais variados e convincentes. Além disso, o fato de a atual temporada retomar a academia como cenário principal dá até um certo ar de novidade à coisa. Afinal, já se passaram quase 20 anos desde que a trama deixou a academia que lhe dava nome, sendo substituída pela escola como cenário principal.
Aliás, um dos estigmas que Malhação já deveria ter perdido é o de ser "um celeiro de calouros". Há muito tempo o elenco equilibra nomes já consagrados com outros em início de carreira e alguns estreantes. Não há motivo para se estranhar ver Deborah Secco e Marcos Pasquim fazendo o casal de protagonistas na atual temporada. Assim como é irrelevante insistir o tempo todo em dar a eles e outros atores a alcunha de "veteranos" ou que estão sendo "rebaixados". Deborah, inclusive, se mostra bastante segura num papel que mescla drama e comédia e está se saindo muito bem dando vida pela primeira vez na carreira a uma mulher mais madura.
A relação conturbada do paizão autoritário interpretado por Marcos Pasquim com as três filhas é bem interessante e as três jovens intérpretes vem se destacando positivamente: Bárbara França, cuja vilãzinha de mesmo nome que a intérprete tinha tudo para cair na caricatura se não fosse pela sua atuação segura; Giulia Gayoso, que transgride muito bem toda a rebeldia de mau-humor de Juliana sem deixá-la chata, com seu ar solar; e Milena Melo como Manuela, que possui carência afetiva por causa da morte da mãe e usa a agressividade para ocultar isso. Aliás, já estou shippando Manuela com Fábio. Sinto uma vibe Perina (da Malhação Sonhos) neles.
A relação conturbada do paizão autoritário interpretado por Marcos Pasquim com as três filhas é bem interessante e as três jovens intérpretes vem se destacando positivamente: Bárbara França, cuja vilãzinha de mesmo nome que a intérprete tinha tudo para cair na caricatura se não fosse pela sua atuação segura; Giulia Gayoso, que transgride muito bem toda a rebeldia de mau-humor de Juliana sem deixá-la chata, com seu ar solar; e Milena Melo como Manuela, que possui carência afetiva por causa da morte da mãe e usa a agressividade para ocultar isso. Aliás, já estou shippando Manuela com Fábio. Sinto uma vibe Perina (da Malhação Sonhos) neles.
A novidade pretendida dessa vez realmente ficou por conta de anunciar Aline Dias como a primeira protagonista negra de Malhação desde sua criação. Já não era sem tempo. O rótulo, no entanto, já ficou déjà-vu em novelas e nem ao menos tem grande peso no contexto geral da trama. Pelo menos até agora, Joana tem sido apenas uma menina ingênua e sem mostrar a força esperada de uma heroína corajosa e batalhadora. Pelo contrário, ela é bem aceita por quase todos, a exceção apenas de Bárbara, a vilãzinha loira da história. E o preconceito maior dela é pelo fato da garota ser bonita, já ter chamado a atenção de seu namorado e ocupar a função de faxineira da academia. Em nenhum momento houve uma discriminação racial assumida até agora por nenhuma outra personagem em relação a Joana. O que falta à personagem é o componente racial. Você não pode ter uma atriz negra na novela como se fosse uma branca. De qualquer forma, Aline Dias é carismática e talentosa e dá força, naturalidade e simpatia para a sua mocinha, mesmo tendo que formar par romântico com o inexpressivo Felipe Roque.
Como está a apenas um mês no ar, resta aguardar que nessa temporada o autor Emanuel Jacobina não repita o mesmo que fez em Seu Lugar No Mundo, que abordou de forma rasa e incoerente temas delicados enfrentados pelos jovens (relembre AQUI). Aliás, é justamente esses resquícios da péssima temporada anterior que comprometem a atual. Foi um erro ter mantido perfis como Artur (Gabriel Kaufmann) sem Júlia (Livian Aragão) e Nanda (Amanda de Godoi) sem Filipe (Francisco Vitti) e o insuportável casal Krica (Cynthia Senek) e Cleiton (Nego do Borel), que representaram tudo o que há de mais absurdo em torno da gravidez na adolescência.
No mais, mesmo sendo produzida pela mesma equipe e escrita pelo mesmo autor, esta nova fase está com uma cara bem mais convidativa e agradável de se assistir do que a anterior e tem tudo para servir como um bom "esquenta" para a aguardada temporada seguinte, que terá a assinatura de Cao Hamburguer e se passará na cidade de São Paulo. Promete!
Concordo com tudo, menos quando você diz que manter arthur e nanda seja um erro. Gabriel kaufman interpreta bem o garoto abobalhado e Amanda de Godoi brilha na interpretação da sua personagem, mostrando que por maior que seja o baque, sempre existe um jeito de dar a volto por cima. Gosto da Larissa Ayres. Ela faz uma jéssica bem divertida.
ResponderExcluirAgora, Krica e Cleyton é uma babaquice, uma palhaçada sem tamanho! Da vontade de mudar de canal quando eles dois estão em cena. Não que eles sejam ruins nas interpretações, mas é que a história das personagens é absurda e irritante.
Estou gostando muito da atuação da Giulia Gayoso, do Caio Manhete, da atriz que faz sua irmã e da menina que faz Martinha.
A história de Joana ja ta ficando sem graça. O autor ja tem que começar a escrever as reviravoltas na história da protagonista.
Malhaçao pro dia nascer feliz ta muito chata! Clayton e krika sao o casal ridiculos com uma patricinha bobona e um cara sem noçao e preguiçoso. A historia da joana ja ta um pe no saco com essa besteira de nao aceitar o pai...procurou agora recusa aff.nanda com toda sua insensibilidade com romulo jessica ta insuportavel maltrando beloto, a ignirancia da mae dos jigadores ta ridiculo! Gabriel ta um chato de galocha etc...aff precisa melhorar urgente....muita coisa ruim
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