Os Melhores e os Piores Participantes do BBB16

O Big Brother Brasil é um reality show que vale 1 milhão e 500 mil reais para o grande vencedor. Quem entra, não está ali só para ficar passando férias e curtindo sol na piscina de graça. A pessoa vai ao BBB pra jogar (ou deveria) e tem de dar algo em troca: para a produção, audiência; para o telespectador, entretenimento. Eu goxxxxxxto de quem agita, articula, manipula, grita, xinga, trai, mente, namora, dá a cara a tapa, mete o pé na jaca sem medo das consequências, é politicamente incorreto, expõe os seus preconceitos ou defeitos, fala o que passa pela cabeça, se diverte e me diverte. Enfim, gosto de quem movimenta o jogo, porque não pago pay per view pra ver "plantas" e gente feliz.

Agora que o BBB16 chegou ao fim, resolvi relembrar a trajetória de todos os confinados e fazer a minha própria avaliação de cada um. Em ordem decrescente: do pior participante ao melhor. Quem jogou mais? Quem fez jus ao formato do programa e deu um show de (bom) entretenimento?

Jeitão de caipira. Corajoso sobrevivente de Mariana que prometeu ajudar todas as vítimas da tragédia da cidade com o prêmio. Netinho que toda vovó pediu a Deus. Integrante do único casal da casa. A lasanha que Matheus nos serviu foi composta de camadas e mais camadas de clichês. Um possível campeão. Onde foi que as coisas deram errado para Matheus? É que ele fez tudo de maneira tão forçada que ninguém caiu no seu papinho demagógico (leia: Matheus, o Político do BBB). Não demorou muito para a sua máscara cair perante o público e até mesmo para aliados próximos. Ele e Cacau procuraram manter-se alheio às tramoias da casa dividida em dois lados. A diferença é que Matheus era leva e trás: pegava informações importantes de um grupo e confidenciava para o outro; e vice-versa. A cada momento, se posicionava de uma forma diferente. O mais inconstante e menos confiável dessa edição e uma das figuras mais fofoqueiras e escrotas da história do reality.

Disparadamente, a integrante mais chata deste programa. A voz dela é totalmente irritante e quando começava a chorar o melhor era tirar o volume da TV. Viveu com Matheus um romance que existia apenas na cabeça dela e sem a menor pretensão de acontecer. Cacau se rastejou e chorou várias vezes em busca da atenção do moço, mesmo ele sendo insensível e a tratando como lixo. Uma coisa realmente constrangedora. Esse tipo de entretenimento, eu dispenso! Paralelo a sua falta de amor próprio, apresentou uma boa habilidade de se manter longe das polêmicas da casa se equilibrando entre os dois grupos e pendendo a cada momento para algum lado. Graças ao seu próprio esforço e um pouco de sorte, conseguiu desfazer o celebrado trio GeRoNik e chegar à final. Um feito e tanto. Mas um custo muito alto para o telespectador, que foi obrigado a suportar sua choradeira irritante e suas caras e bocas parecendo um criancinha birrenta louca pra chamar atenção de qualquer jeito.

O filósofo mostrou um jogo bem pobrinho. É o tipo de cidadão que vai pro BBB e fica fazendo declaração de amor pra esposa, ou seja, outro tipo de entretenimento que dispenso. Chorava muito e concentrava todas as suas frustrações na figura de Ronan, com quem teve uma desastrada desavença na primeira semana e passou a malhá-lo mais do que Judas em sábado de aleluia ou mais que a Dilma em propaganda eleitoral. Uma figura completamente apática, entediante e irrelevante. Tanto é que desistiu do programa e o jogo seguiu normalmente sem ele. Eu não senti falta nenhuma. Alguém sentiu? Acho que não. Aliás, ter desistido do jogo foi a melhor coisa que aconteceu, já que foi por causa disso que rolou o paredão falso que alçou Ana Paula ao posto de rainha suprema da edição.

Tirando a polêmica briga com Ana Paula (onde ela o acordou aos berros só por ele estar dormindo de cueca e chamando-o de pedófilo e velho nojento), alguém se lembra de outra coisa que ele fez além de ser um dos urubus bajuladores/meditadores do Daniel? Ah, lembrei: engolir com os olhos como se estivesse se masturbando mentalmente as sisters na pista de dança. "O tarado do bem", na visão de Daniel. Mas o que esperar de um homem de 53 anos que admite se relacionar com menores de idade (e usar o álcool para facilitar o processo), diz ter fantasias sexuais com adolescentes e curte páginas de armas e de supremacia racial no facebook, não é mesmo? Ana Paula não tolerou sua postura detestável. Nenhum de nós pode tolerar. E o Brasil, felizmente, não tolerou. Laércio foi execrado.

Entrou no BBB para pagar de santinho e bom moço. E, claro, meditar. Lugar muito propício para isso, não é mexxxxxxxxxxmo? Alto, loiro, lindo, com cara de galã, um sorriso encantador, voz serena e com seu discurso de paz e amor, foi fácil para o pessoal de lá de dentro acreditar nele após todo o desentendimento na primeira semana. Entretanto, ao tentar encarnar o papel de herói vingador da edição, virando o opositor de Ronan, a cara de pau de Daniel foi gigantesca. Ele falava como senhor da razão, da moral e dos bons costumes. Flutuava sobre 60% da casa. Liderava. Julgava. Condenava. Mas caiu nos mesmos erros que qualquer outro participante: o de ser um mero participante. Daniel se esqueceu que apenas o público pode julgar neste jogo. E o público decidiu que ele merecia sair. Como bem disse o próprio Pedro Bial, "quem tentou encarnar o bem nesse BBB, não convenceu".

O meme "Juliana está desmaiada" não foi criado para a charmosa dançarina, mas bem que poderia ter sido. Ela se aproximou de Renan de maneira surpreendente numa festa, mas foi esnobada e ainda viu seu proto-affair pegar Munik. Poderia ter ficado como a descornada, mas, de fato, Munik tinha chegado primeiro. Foi líder justamente no segundo paredão falso da história do reality. Mesmo pensando de forma estrategicamente correta, o paredão falso acabou prejudicando-a no jogo e criando um grande antagonismo entre ela e Ana Paula, que voltou ao jogo triunfante e com sangue nos olhos. Apesar da personalidade forte e da boa desenvoltura nas câmeras, acabou acovardando-se diante de Ana. Não conseguiu vencer uma única discussão decentemente e quando enfrentou sua maior rival no paredão foi tombada de 6x0. Juliana está desmaiada? JULIANA ESTÁ MORTA!!!

Regra básica do BBB: o discurso de "não combino votos" só serve aos detratores de um participante. Já faz algum tempo que o público (que gosta) do programa se entusiasma pelo jogo explícito, pela demonstração pública de desafetos e pela livre troca de picuinhas. Tamiel passou boa parte da edição achando que estava numa colônia de férias. Quando viu que o seu estava na reta, ligou o foda-se para aquele seu discursinho "paz e amor" de que votava com o coração e virou um baita jogador. Saiu da condição de samambaia da casa à planta carnívora. O problema é que a sua "jogada de mestre" que ele passou dias armando foi desastrosa: acabou entrando para a história como o primeiro líder eliminado da história do reality. Com o agravante de que foi eliminado pelas duas adversárias que ele mesmo colocou no paredão de 6x0 em um paredão triplo. Seria cômico se não fosse trágico...

Harumi se mostrou educada, com classe, totalmente centrada, equilibrada, porém, com uma língua afiada que sempre destilava verdades. Era uma das promessas da edição, mas acabou saindo cedo demais. Uma pena. Pelo pouco que vi, posso jurar por todos os meus ex-maridos mortos que seria uma versão madura e phyna da Ana Paula. E com ela poderia ter se metido em grandes enrascadas.

A expectativa é a mãe da decepção. Adélia é a prova viva disso. Apesar de odiar Ana Paula e ameaçar a todo momento que iria arrebentar ela na porrada, evitava se comprometer e só reclamava da rival pelos cantos. Vivia de fofoquinha plantando caraminholas na cabeça de quase todos os confinados e era a primeira a fazer jogo, mas não aceitava que os outros assumissem a mesma postura. Além de constantemente dormir cedo e evitar excessos nas festas, Adélia fazia o possível para não ser notada e se manter alheia a todos os acontecimentos. Parecia torcer para ser esquecida, contrastando bastante com seu visual espalhafatoso de quem chega para causar. Uma contradição em termos que me fez começar a lamentar sua postura. A relação com o babyliss e a melancia, a conversa com a própria xoxota e as suas fotos "sensuais" no Paparazzo foram os únicos momentos divertidos que Adélia nos proporcionou. Infelizmente, como bem disse Bial, ela foi "uma promessa que ficou por se realizar".

Humilhado, Renan deveria recorrer à Bíblia para aguardar algum momento de exaltação. Só fez papelão no BBB: foi traíra com Juliana, depois de uma noite de carinhos e juras de outros carinhos; fez ainda pior com Munik, depois de beijá-la e rejeitá-la sem justificativas muito convincentes; e esperou Ana Paula ser eliminada para só assim esbravejar toda a repulsa que sentia por ela. Ao contrário dos seus aliados, Renan foi o único que foi pro confronto direto contra Ana, mas o raciocínio não acompanhava o seu ímpeto. E, com isso, acabamos ganhando momentos impagáveis nas suas discussões: "A senhora é falsa", "Seu dente é falso", "Seu cabelo é ridículo", "Melhorou do porre, querida?", "Fofa". Ainda teve a sua masculinidade posta em xeque dentro e fora da casa e foi ridicularizado de vez com a hashtag #RenanSemPinto após o tamanho mixuruca que nos apresentou no volume da sua cueca num ensaio sensual que fez para o Paparazzo. Resumindo: só pagou micão.

Dona Geralda foi outra que fez força para continuar alheia à treta entre os dois grupos que se instauraram na casa. Na verdade, sempre esteve do lado da Ana Paula, mas preferiu ficar em cima do muro pra não dar ruim pro seu lado. De vozinha fofa, porém, como assim nos foi apresentada, Geraldinha Chaminé não teve nada. Sempre com um cigarrinho na mão, causou muitas intrigas entre os dois grupos com suas fofocas e falava poucas e boas sobre os participantes que não gostava (como Cacau). Ainda que não tenha monopolizado muito o jogo, Geralda foi um delicioso alívio cômico.

Sem dúvida nenhuma, o grande jogador da casa. Após os desentendimentos na primeira semana, viu a casa inteira se voltar contra ele. Ronan calou-se, se isolou e deixou a caravana passar. Uma das movimentações mais inteligentes já vistas em começo de BBB. Foi Ana quem o trouxe de volta ao jogo. Teve sorte dupla ao ser imunizado pelo Big Fone e ter caído num paredão falso. O público passou a ver que Ronan não era tão vilão assim. Fez as alianças certas no jogo e, graças a força de Ana, conseguiu sobreviver e ganhar torcida, derrotando, inclusive, seu inimigo Daniel no paredão. Infelizmente, mergulhou em um péssimo entretenimento que o revestia por completo de qualquer empatia. Enquanto Ana expirava loucamente, Ronan inspirava estrategicamente. Rendeu alguns bons momentos, justamente, quando exibia suas fraquezas emocionais com ciúmes de Cacau e, depois, Munik. De qualquer forma, conseguiu construir uma história de sucesso dentro do programa, chegando ao terceiro lugar. Uma subida vertiginosa para alguém que começou sendo odiado.

Para Munik e Ronan, foi muito cômodo ter uma participante com um perfil tão verdadeiro e barraqueiro como Ana Paula, principalmente quando essa pessoa é a mais popular da edição e fala por todos. Os dois se esconderam atrás dela, essa é a verdade. Entretanto, Munik teve algo que Ronan não tinha: carisma e brilho próprio. Munik começou bem o jogo e depois foi só melhorando. Se divertiu em todas as festas, foi atrás do que queria e nunca baixou a guarda pra ninguém. Uma das favoritas desde o início. O tempo todo conseguiu ter uma leitura muito madura sobre o que estava acontecendo no jogo e também sobre o que precisaria fazer para continuar logrando êxito. Conseguia transitar entre todos os círculos da casa e, mesmo estando no grupo da Ana Paula, era protegida por todos. Foi rejeitada por Renan e enganada por Laham, mas, felizmente, não fez o papel lamentável de Cacau. Sempre divertida e alegre. Uma indiscutível campeã. E foi mesmo. Que faça bom proveito.

Ana Paula saiu sem o prêmio? Tudo bem, já era rica mesmo. De qualquer forma, foi a protagonista dessa edição e uma das melhores participantes de todos os tempos. Leia e entenda: Ana Paula foi o maior trunfo e a maior ruína do BBB16, Ana saiu da vida para entrar na história, Ana Paula: heroína vingativa ou vilã surtada?, A volta daquela que foi sem nunca ter sido, A vingança começou, A vingança continua, Já acabou Ana Paula?, Sem Ana Paula aqui jaz um BBB?, E a Revenge chegou ao fim, E se fizessem uma edição só com a Ana Paula e outros ex-BBBs mais amados e odiados do reality?.

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