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domingo, 10 de abril de 2016

O Melhor e o Pior da Semana (03 à 09/04)




  O MELHOR DA SEMANA  



O final da terceira temporada do Tá no Ar


Pense num programa que consegue se superar cada vez mais... Tá no Ar! Aliando inteligência, humor e ousadia, o programa se diferenciou de tudo que há na TV atualmente pela capacidade de se posicionar sobre o acontece no Brasil e no mundo (dentro e fora da telinha) sem deixar de divertir com esquetes que beiram o brilhantismo. E, para encerrar a terceira temporada com chave de ouro, o Tá no Ar nos presenteou em seu episódio final (5) com dois momentos geniais que já entraram para a história da TV brasileira. Sem dúvida nenhuma, foi o melhor episódio de todo o humorístico.

Para assistir à esquete das Helenas, basta clicar na imagem.

Na esquete Clones em Família, todas as atrizes que interpretaram uma Helena nas novelas do Maneco (Maitê Proença, Christiane Torloni, Regina Duarte, Taís Araújo, Vera Fischer e Júlia Lemmertz) apareceram para homenagear José Mayer, que lançava um livro sobre sua experiência com as personagens. O ator contracenou e foi par romântico de quase todas as atrizes que interpretaram Helenas, com exceção de Maitê e Lemmertz. Mas quem brilhou mesmo na esquete foi Lília Cabral, que, ao ser barrada na porta pela recepcionista por não ser uma Helena, revela que sempre quis ser uma Helena, mas nunca foi chamada para interpretar. A piada final ficou por conta do eterno Cigano Igor (Ricardo Macchi) em uma cena com Regina Duarte, onde ele tentava falar de seus sentimentos sobre um livro e tentou mostrar a expressão que ficou por conta do livro, tirando onda das críticas que recebeu na época de Explode Coração em que sua atuação era inexpressiva. Ainda teve as participações de outros dois personagens: Tio Ali (Stenio Garcia) e Dr. Albieri (Juca de Oliveira), ambos de O Clone (daí o título da esquete ser Clones em Família). Uma reunião pra lá de inusitada.

Para assistir à esquete com Carlos Alberto, basta clicar na imagem.

Mas o ponto alto da noite foi a homenagem hilariante a um clássico da concorrência: A Praça É Nossa, do SBT. Com participação de Carlos Alberto de Nóbrega, que apresenta o programa desde 1987, o quadro contou com uma interpretação perfeita de Marcius Melhem para a personagem da Velha Surda, criada por Roni Rios (1936-2001), que ficou famosa por confundir palavras e disparar uma metralhadora de piadas de duplo sentido. O curioso foi que o programa aproveitou a deixa para fazer piadas sobre a rivalidade entre SBT e Globo, mostrando, na verdade, o completo oposto: que a relação das duas é sim amigável e bem mais flexível do que com uma c.e.r.t.a emissora bíblica. Todas as frases de Carlos Alberto são interpretadas pela Velha Surda como referências aos canais de TV. Genial!


Outros acertos da atração exibida no episódio final também merecem ser citados. Entre elas, a interação dos personagens mais famosos do humorístico: o Jorge Bevilácqua (apresentador do Jardim Urgente), Tony Karlaquian (responsável pelo Balada Vip) e Tenente Pitombo (dono do Pitombo Game Show), que participaram da campanha "Adulto Esperança", em alusão ao Criança Esperança. O clipe final, reunindo todas as Galinhas Pretas Pintadinhas (que representaram as várias religiões alvos de deboches ao longo das temporadas) com uma paródia do clássico "We Are The World", foi hilário, ao mesmo tempo em que fez uma importante conscientização sobre a tolerância religiosa.

Um encerramento perfeito para um programa consciente, com um texto sempre afiado, um elenco incrível, que soube fazer piadas com opressores (religião, poder público, marcas) em vez de caçoar de oprimidos e que não tratou seu telespectador como um acéfalo como outros humorísticos costumam fazer. Deu gosto ligar a TV aberta e encontrar algo como o Tá No Ar. Que venha a quarta temporada!

O emocionante final de Pé na Cova


Em clima de luto. Foi assim que Pé na Cova se despediu do público. Nas cenas finais do último episódio, ao som de Goodbye e Air Supply, a alegria deu lugar a tristeza e a melancolia. Ainda mais porque esse foi o último trabalho de Marília Pera, que faleceu em dezembro do ano passado, só reforçando o clima de luto. Triste foi ver o Ruço (Miguel Falabela), sozinho, se despedindo da série, com flashbacks de cenas recontando toda a história da série desde a primeira temporada. De partir o coração. Incrível como Pé na Cova conseguiu extrair risos e choros do público ao mesmo tempo.


Ao longo das cinco temporadas, Pé na Cova utilizou do humor negro para brincar com a morte e debochar sobre a desgraça humana. Acima de tudo, ensinou sobre a vida. Apesar dos personagens estranhos e politicamente incorretos cutucarem assuntos sérios e preconceituosos, o público, no geral, não se ofendeu. Pelo contrário. Acabaram caindo no gosto popular, que refletiu, chorou e, principalmente, riu com o pessoal do Irajá. A mesclagem do texto poético, polêmico e irreverente, somado a atuações maravilhosas e personagens inesquecíveis, vai deixar (muitas) saudades. Fui!

A estreia do Zorra



O Tá No Ar e Pé na Cova chegaram ao fim, mas ainda restará um pouco de humor inteligente, crítico e de qualidade na TV aberta. O Zorra estreou a sua nova temporada na noite deste sábado (9) fazendo piadas com o impeachment da presidente Dilma e com o seu padrinho político, o ex-presidente Lula. O programa aproveitou ainda o noticiário político turbulento do nosso país para fazer referências à liquidação de cargos oferecidos pelo governo federal. Numa das cenas (a melhor da noite), um bandido que mantém a mulher refém exige um ministério como condição para libertá-la, afinal, "com ministério não vai pegar nada pra ele". Em outra, atores simulam a busca desesperada pelo porteiro José da Silva, o novo líder da Nação brasileira, que irá substituir a presidente que sofreu o impeachment: "A presidenta sofreu um impeachment ou golpe, depende do ponto de vista, então você assumiu". Entre várias outras esquetes (ágeis e divertidas) de cunho político. E ainda houve uma brincadeira com a imagem de Deus, que ofereceu a uma moça a chance de ser a mãe do filho do "todo poderoso". Que a patrulha do politicamente correto não boicote o Zorra. Me diverti pakas!


  O PIOR DA SEMANA  



Os pais homofóbicos de Max + A volta de Sofia



É verdade que as sequências em que Max (Pablo Sanábio excelente) se finge de hétero para os pais homofóbicos foram hilárias, principalmente pela presença do impagável Jamaica, que atrapalhou todo o plano. O gancho final, com a revelação de que os pais além de homofóbicos são racistas, foi impactante. A cena em que o rapaz conta toda a verdade e depois chora foi linda, assim como o momento posterior, quando os pais voltam e tentam aceitar o filho como ele é. Além de ter sido uma sacada de mestre o fato dos pais de Max se chamarem Jayr e Mirian, numa referência clara a Jair Bolsonaro e Myrian Rios. Mas foi tudo muito surreal. Não sei qual foi o momento mais absurdo da sequência: a cena do preconceito dos pais ou eles terem mudado de opinião tão rapidamente. Entendo que a proposta era trazer o racismo e a homofobia a tona, mas foi tudo feito rápido demais. Os autores poderiam ter dedicado mais tempo ao tema e ter feito uma melhor abordagem. Mais crível.


 Outra situação absurda em Totalmente Demais essa semana foi a volta de Sofia. Apesar de ter movimentado a novela, não me convenceu essa história dela decidir fingir que morreu logo após sofrer o acidente de carro. Ficou parecendo mais uma trama avulsa criada aos 45 do segundo tempo.

Cada vez mais escrachado, o Você na TV apela para o sobrenatural


Nada mudou: João Kleber continua fazendo suspense antes de revelar segredos "graves", "fortes", "chocantes" ou "inacreditáveis" toda tarde na RedeTV! com o Você na TV. O problema é que o conteúdo do programa que apresenta nunca esteve tão escrachado e absurdo. O repertório de baixarias já está até esgotando, tanto é que o Você na TV tem investido no sobrenatural. Parece até um programa de humor (de gosto duvidoso, é claro). Veja abaixo algumas das mais recentes revelações:

Pagando bem, que mal tem?

Isso que dá assistir muito Scooby Doo...

A reação da vizinha define tudo

Um antibiótico que se guarda na cueca, só pode!

VIAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAADOOOOO!

Não consegui achar a imagem, mas o segredo era: "Namorado
revela que é um vampiro de 230 anos". Maldita geração Crepúsculo!

O namorado da moça é IN-VI-SÍ-VEL!!!

Detalhe: essa mesma mulher do segredo anterior retornou ao programa dias depois
pedindo ajuda ao João Kleber para achar seu namorado invisível. "Ele sumiu", disse ela.

Definitivamente, o Você na TV é o suprassumo da escrotidão na TV brasileira. É incrível como a RedeTV! tem coragem de colocar um programa desses no ar. Mais incrível ainda é saber que existem pessoas que dão Ibope pra isso. Quem assiste e gosta do programa deveria ser objeto de estudos.

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