O MELHOR DA SEMANA
Décimo episódio de Supermax
Desde o início, sempre tiverem alguns comentários alertando que o episódio 10 seria o melhor de todos de Supermax. E não é que é verdade (pelo menos, até agora, já que ainda faltam o penúltimo e o último)?
A volta no tempo mostrou que tudo aconteceu, relativamente, a pouco tempo (2008), sem ter toda uma mitologia muito mais antiga, que eu acreditava que seria o norte de tudo. O foco sendo em Mauro e Nonato foi muito interessante, pois temos um que quer descobrir o que está acontecendo de errado na obra de construção da Supermax e o outro que acredita que a peste é causada pelas prostitutas, que, por sinal, foram outras personagens muito boas no episódio 10. Finalmente, tivemos algumas respostas, como a questão do vírus que era transmitido através da mosca, e que esse vírus causa agressividade e que seu hospedeiro não sente medo ou dor. E neste ínterim tivemos a questão de a empresa realizar uma completa queima de arquivo, eliminando tudo referente ao vírus, isso incluindo até a equipe de filmagem de Mauro que fazia o documentário sobre a cidade. Com uma revelação também relevante para a história: o renascimento de Baal, um antigo "deus" da Bíblia que estava de volta a terra para levantar o seu exército.
O fato de Nonato ter sido o receptáculo de Baal foi algo completamente coerente, pois ele era um homem que prezava pela fé e pelos bons costumes e que Deus iria cuidar dele e de sua família a todo custo e, de uma hora para outra, toda sua família é destruída pelo vírus e ele consegue ser o único sobrevivente. Nonato abandonando a Deus e abraçando com toda força as trevas se mostrou algo que poderia acontecer a qualquer um. Baal se aproveitou de todo sofrimento e desespero de Nonato e usou isso a seu favor. E tenho que admitir que foi extremamente triste ver Nonato sacrificando seu filho e perguntando para Deus porque ele salvou Isaque, mas não salvou seu filho. Cena dilaceradora. Simplesmente não tinha como não compadecer da dor dele e concordar com todo seu discurso. Atuação estupenda de Márcio Fecher.
Se formos analisar pela história da demonologia e das teorias pagãs, podemos concluir que Baal espalhou o vírus para recrutar soldados para o seu lado por ter a cura para o vírus e assim conseguir criar seu exército de 450 profetas, que, neste caso, ele precisa das mulheres para procriarem, o que podemos ver na questão das prostitutas irem para o lado dele e serem aquelas que estão em constante trabalho de parto (e também por terem raptado Bruna). De qualquer forma, agora indo para a parte técnica, posso dizer que este episódio foi disparado o melhor que foi apresentado até o presente momento. A ambientação usada, com trabalhadores e prostitutas, em um ambiente que de certa forma era degradante e que facilitava bastante a proliferação do vírus, foi muito agradável de ver, principalmente por sair daqueles corredores fechados e escuros. As atuações foram bem superiores a todas que fomos apresentados até o presente momento, de forma que eu fiquei muito mais interessado em acompanhar a saga de Nonato/Baal do que termos que voltar para o presídio de novamente com as atuações, no geral, canastronas de parte do elenco.
Acredito que a série não precisava ter feito vários episódios para chegar até aqui, pois tivemos muitos episódios que praticamente só enrolou e este, que tinha uma grande história, ficou renegado a praticamente ao final, tendo apenas mais dois episódios para se ver todo o desdobramento do que Baal pode fazer com o pessoal que ainda está no presídio da Supermax. O episódio foi excelente, mas senti que veio um pouco tarde demais, já que poderia ter vindo mais cedo para desconfundir a cabeça dos telespectadores e dar um ritmo mais frenético a trama, pois, tirando o sexto episódio, esse foi o mais tenso até o presente momento; o que é uma pena, pois a série tinha potencial para explorar ainda mais, já que ela não tinha amarras para tratar vários temas de forma nua e crua. Fica um gostinho de decepção.
Virada de Nada Será Como Antes
Nada Será Como Antes ganhou muito quando deixou de lado as longas cenas de sexo e nudez para investir nas boas histórias que tem para contar. Débora Falabella e Murilo Benício ganharam ótimas cenas com os novos dilemas entre Verônica e Saulo na disputa pela guarda do filho da atriz. Difícil não se emocionar. Eu sou #TeamVeronica e #OdeioSaulo! Também é preciso elogiar Cássia Kiss, que mostra, mais uma vez, que faz qualquer tipo de personagem, por mais pequeno que seja. A interpretação dela como a simplória Odete chega a ser comovente. Sem falar na boa sintonia que tem com Bruna Marquezine, sua filha na série.
Senador Venturi
Mesmo que toda a história de corrupção e política na novela venha sendo tratada de forma caricata e superficial, Otávio Augusto está mandando super bem como o senador César Venturi. Um tipo bufão, de comédia, ao mesmo tempo, detestável e risível. Uma sacada de gênio dos autores na cena desse sábado (3), em que Venturi se recusa a ir preso e dá o maior chilique, se atracando com os policiais e gritando que é cardíaco. Qualquer referência com o Garotinho será mera coincidência? Seja lá como for, adorando também a dobradinha de Otávio com Grazi Massafera (outro destaque de A Lei do Amor, como falei bem AQUI).
Homenagem do JN às vítimas da queda do avião da Chapecoense
#JN presta homenagem às vítimas da queda do avião da Chapecoense. #ForçaChape pic.twitter.com/HadgjUJg5m— Jornal Nacional (@jornalnacional) 30 de novembro de 2016
Em uma tragédia, a linha que separa jornalismo e sensacionalismo é muito tênue. Nessa semana, o Brasil e o mundo esportivo entrou em choque e de luto com a tragédia do voo que vitimou mais de 70 pessoas no acidente com o time da Chapecoense na madrugada de terça (29), na cidade de La Unión, próximo a Medellín, na Colômbia. Com duração longa, o Jornal Nacional (principal telejornal da Globo e do país) fez naquela noite a maior e melhor cobertura da tragédia, onde os apresentadores Heraldo Pereira e Giuliana Morrone desceram da bancada e encerraram o telejornal na redação, ao lado de Galvão Bueno, que fez o encerramento pedindo aplausos de toda a equipe, que bateu palmas durante 1 minuto e 20 segundos enquanto o telão do estúdio exibia fotos de jogadores e jornalistas que morreram na tragédia.
Foi uma edição arrepiante, digna, honrosa e comovente que já entrou para a história do telejornalismo brasileiro! Antes, inclusive, nas idas para o intervalo, foram sendo exibidos os nomes dos mais de 70 mortos no desastre. Bacana! Muitos repórteres da Globo com experiência em relatar tragédias, como Ari Peixoto, Helter Duarte, Alberto Gaspar e Ricardo Von Dorf, choraram no ar; e não precisariam fazer diferente, já que a emoção não compromete o bom jornalismo, ainda mais em situações extremas como essa, quando a empatia e a sensibilidade prevalecem. Mas é preciso elogiar o Galvão, principalmente ao narrar o velório coletivo da Chapecoense. Ele anulou os exageros típicos de seu estilo e fez a narração de maneira discreta e respeitosa. Em alguns momentos, emocionou-se a ponto de ficar com a voz embargada e soube respeitar o silêncio necessário em alguns trechos do cortejo e do funeral no estádio. (...)
O PIOR DA SEMANA
Sensacionalismo com a tragédia
(...) Infelizmente, é de se lamentar que o mesmo JN, que vinha fazendo uma boa, extensa e respeitosa cobertura, tenha brindado o telespectador na edição desse sábado (03/12) com um momento de exploração grosseira do drama das famílias em luto. Achei bastante desnecessária as imagens da parte privada dos familiares (no interior do ônibus que levou parentes ao aeroporto de Chapecó e na tenda onde velaram os corpos, dentro do estádio) feitas pela repórter Kiria Meurer com a câmera do próprio celular. Se o cinegrafista não foi autorizado a filmar, era óbvio que não queriam câmeras filmando por lá. Por acaso, a repórter achou que estava visitando algum ponto turístico? Só faltou filmar os corpos dentro do caixão!
Continuando na Globo, também achei bem desnecessária e uma tremenda forçação de barra de Tiago Leifert ao citar a tragédia na abertura do The Voice Brasil, nesta quinta (1). Ele abriu o programa dizendo que, naquela noite, não era o The Voice, mas sim o "The Voice Chapecó". E que "nossos quatro times são, sem dúvida nenhuma, chapecoenses". Tudo bem que Tiago fazia parte do jornalismo esportivo da Globo, todos os demais profissionais se emocionaram e tal, mas achei deslocado e gratuito. Até porque ele estava num reality show musical, que nada tem a ver com o assunto. "The Voice Chapecó"?! Menos, né...
Nas concorrentes, pra variar, o pior do sensacionalismo deu as caras. Foi o caso da Rede TV. Durante a manhã, o Você Na TV convocou um sensitivo ao estúdio e um vidente por telefone. O sensitivo Rodrigo, que diz ter previsto o 11 de setembro, afirmou que até o fim deste "ano carregado" haveria mais tragédias. O programa também exibiu um vídeo no qual o vidente Carlinhos previu o acidente com o avião da Chape. Pasme! Os dois espíritas se vangloriavam por terem "acertado" em cheio nas tragédias. Os apresentadores Celso Zucatelli e Mariana Leão ainda fomentavam a macabra patifaria. Quanto mau gosto, desrespeito e falta de sensibilidade num momento desses... E não parou por aí! Durante o A Tarde É Sua, a (coveira) jornalista Sônia Abrão, como era de se esperar, deu amplo destaque a tragédia e também ao vidente que "previu" a queda. O mais "engraçado" dessa história é que Sonia está lá, sentada, fazendo cara de tristeza, dizendo que era lamentável o que tinha acontecido com o time, aí do nada levanta, vai pro merchandising e já arreganha os dentes: "Vamos falar de coisa boa? Vamos falar da calça modeladora Lejeans"! Ridículo!
Um fato que chamou minha atenção foi a apresentadora Adriana Araújo ter encerrado a transmissão do velório, na Record, antes do término. Achei estranho, já que a emissora cobre até o fim esse tipo de acontecimento. Zapeei para a Globo e, nesta parte não exibida pelo canal, entrou Cid Moreira e um bispo da Igreja Católica com a mensagem do papa Francisco. A questão religiosa e da concorrente platinada entraram neste embate. Lamentável. Triste fato. Nem vou perder tempo falando da incompetência e desinformação do SBT porque o desprezo da emissora pelo jornalismo já é notório. Morreram mais de 70 brasileiros no maior acidente do país envolvendo o esporte, mas o canal preferiu enviar um repórter para a porta do Fórum de Justiça de SP para cobrir em tempo real as últimas notícias do divórcio da Luiza Brunet, no Fofocando. Jornalismo para cobrir fofoca e futilidades o SBT tem a disposição 24h, incrível...
Morte de Zelito
É de se lamentar que, em meio a um elenco numerosíssimo e repleto de personagens sem função e desinteressantes, os autores de A Lei do Amor resolveram eliminar justamente o personagem gay, negro e, aparentemente, promissor: Zelito (Danilo Ferreira). Wesley, frentista do posto de gasolina e pai solteiro, se declarou para ele; o que deu sinal de que uma história ousada na novela estaria por vir. Ledo engano.
Zelito soube por Jessica que o maior vilão da novela, Tião (José Mayer), está envolvido no desaparecimento de sua amiga Isabela (que "morreu" em uma cena mequetrefe, como disse AQUI). E o que ele faz? Fica caladinho e investiga melhor até encontrar provas concretas? Denuncia na polícia? Não... Invade a sala do vilão, acusa ele de ter matado a garota e ainda lhe dá um soco! J-E-N-I-O! E, no capítulo desta segunda (28), ainda assistimos Tião também deixar o bom senso de lado e encomendar a morte imediata de Zelito, que morreu vítima de overdose após um capanga do vilã colocar um veneno na bebida do rapaz na balada.
Segundo a Globo, a morte de Zelito já estava prevista desde antes de A Lei do Amor ir ao ar. Duvido muito, mas, ainda sim, é uma pena que justamente ele tenha sido eliminado com tantos outros mais dispensáveis. De qualquer forma, Zelito saiu de cena em grande estilo (Danilo Ferreira brilhou na cena aterrorizante em que seu personagem morre); e Tião é um personagem difícil de engolir. José Mayer tem se esforçado para fazê-lo verossímil, mas não dá para acreditar nele. Ele é mau o tempo todo e só vive para destruir quem cruza seu caminho. É um vilão gratuito e exagerado, com intenções confusas e não muito lógicas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Bora comentar, pessoal!