O Melhor: Final genial de Verdades Secretas
Walcyr Carrasco conseguiu um feito quase impossível: escreveu um fim para Verdades Secretas tão sensacional quanto foi a novela inteira. O desfecho de seus personagens foi coerente com a história contada desde o início e o autor não se preocupou se poderia chocar ou não. Walcyr escreveu o que quis, surpreendeu com a ousadia e a direção de Mauro Mendonça Filho foi essencial na realização de uma novela tão forte e densa. Angel (Camila Queiroz) era uma demônia: essa foi a maior verdade secreta que veio a tona no desfecho. Sem clichês – talvez o único tenha sido Larissa (Grazi Massafera) se convertendo, mas foi emocionante as cenas dela sendo resgatada da Cracolândia pelos missionários, mostrando que a fé salva as pessoas –, o fim teve suicídio, sexo e assassinato friamente planejado. Logo de cara, assistimos a uma Drica Moraes magistral dando um tiro na própria cabeça (quer dizer, a personagem, Carolina). O que vimos na sala da mansão foi uma poça enorme de sangue e uma filha com seu destino já condenado por sua traição. Na sequência, houve alguns inteligentes respiros, com Pia (Guilhermina Guinle) revendo seus conceitos e Visky (Rainer Cadete) se acertando com Lurdeca (Dida Camero). Teve espaço ainda para um show de falta de auto estima com Fanny (Marieta Severo) mendigando migalhas de amor de Anthony (Reynaldo Gianecchini). E aí voltamos para o que realmente interessava no último capítulo: Angel. Após dias na casa do pai, Alex (Rodrigo Lombardi), sem nenhum tipo de remorso, a procura. Com olhar diabólico, até então não revelado, a modelo trama seu fim. Convida o amante para um fim de semana em Angra, dá uma de viúva negra e, após a sedução, parte para um nada romântico passeio de lancha. Fria, Angel atira em Alex e, com ele já caído no barco, dá mais uns três tiros de misericórdia. E quando todos já achávamos ter visto de tudo em uma única noite, Letinha surge triunfante (e ainda mais diabólica) casando com Guilherme (Gabriel Leone). Ah…saiu da igreja a bordo de um helicóptero! Pois é. A Angel era a diaba. Traiu a própria mãe, matou friamente o tio do homem com quem casou e sorriu sordidamente para a câmera indicando o começo de uma nova vida. Claro que houve licença poética pela polícia não ter sequer desconfiado da versão de que Alex simplesmente caiu no mar e se afogou. Mas ok, pessoal. É novela! A mãe morreu para ela viver e ela o matou para poder, de fato, viver. Quanto a ele, morreu provando do próprio veneno. O último capítulo da novela ficará na história da teledramaturgia por ser extremamente coeso e forte. Não foi um final nem um pouco moralista, visto que Fanny não foi punida pelo book rosa, Carolina morreu sem saber que a filha fazia book rosa e achando que Fanny era uma santa e Antonny e Giovana (Ágatha Moreira) terminaram impunes e felizes em Paris, mesmo depois de tudo que fizeram. E ainda mostrou que a grande vilã de Verdades Secretas sempre foi aquela que nos enganou por 64 capítulos com um nome que representava o completo oposto: Angel. Genial!
O Pior: Patty Dejesus
Em meu último texto sobre I Love Paraisópolis, havia comentado o quanto que a novela das sete era repetitiva e que não avançava nunca. Entretanto, devo admitir que a entrada de Dom Peppino (Lima Duarte) e Alceste (Pathy Dejesus) deram uma movimentada na história. Tava precisando! O problema é que a atuação da Pathy Dejesus está muito fraca. Ela tem um personagem de ouro nas mãos e de grande destaque na trama, mas fica fazendo caras e bocas exageradas que acabam comprometendo o resultado final. Pra completar, Alceste, do nada, virou uma maluca psicopata do dia para a noite, foi internada no hospício, fugiu de lá, jurou vingança contra todo mundo, está sendo odiada por nove de cada dez personagens e ainda sequestrou o bebê de Margot (Maria Casadeval). Que novela é essa, Brasil?! I Love Paraisópolis se perdeu completamente!