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domingo, 10 de julho de 2016

O Melhor e Pior da Semana (26/6 à 9/7)




OBS.: Como expliquei lá na nossa fan page, tive que viajar por problemas de saúde e não pude escrever a nossa seção fixa de todo santo domingo com o melhor e o pior da TV da semana passada (26/6 à 2/7). Hoje, portanto, juntarei aquela semana com essa também (3 à 9/7).


   O MELHOR DA SEMANA   



O "despertar" de Velho Chico



Após um período arrastado, com poucos acontecimentos relevantes e um foco excessivo em questões políticas, Velho Chico vem mostrando uma benéfica mudança de rumo nos capítulos mais recentes. A novela ganhou novo fôlego com a revelação de que Miguel (Gabriel Leone) é filho de Santo (Domingos Montagner) e entrou em sua melhor momento desde a estreia, resultando em capítulos primorosos e atuações fantásticas. Falei mais detalhadamente sobre isso bem AQUI. Foi uma semana decisiva. Demorou, mas valeu a pena esperar pelo grande "despertar" da novela das nove. Velho Chico empolga quando carrega no drama com tintas de tragédia grega. Que a excelência apresentada continue se mantendo até o final da novela.

Racismo em Velho Chico



Vale ressaltar que a novela das nove também prestou um belo serviço com uma abordagem corajosa contra o racismo. No capítulo de quinta da semana passada (30/06), assim que Sophie (Yara Charry), namorada francesa de Miguel (Gabriel Leone), botou os pés na fazenda, Afrânio (Antonio Fagundes) ficou de queixo caído e disparou sem dó nem piedade: "Mas é uma negrinha! Precisava atravessar o Atlântico pra isso? Com o tanto que temos aqui". Que horror!

Quem ficou surpreso com a atitude e achou que Afrânio não podia ser racista porque tem uma filha negra, não entende nada sobre como o racismo funciona. Como o próprio disse, a filha dele é mais "clarinha". Na visão de Afrânio, um clássico coronel nordestino arcaico, aos negros só devem ser reservados em sua fazenda o espaço da roça e da cozinha. É o famoso "Não sou preconceituoso, mas (...)". Um pensamento que, infelizmente, vemos diariamente em todo lugar. O tremendo diálogo (entre muitos outros) que se seguiu e que permeou, praticamente, o capítulo inteiro discutiu o racismo de forma contundente e muito inteligente, amparado num texto bem escrito e inspirado e nas ótimas atuações de Antonio Fagundes, Gabriel Leone, Marcelo Serrado (Carlos), Lee Taylor (Miguel), Selma Egrei (Encarnação), Camila Pitanga (Isabel) e Cristiane Torloni (Iolanda). Uma pena que a aposta Yara Charry tenha deixado a desejar.

Núcleo de Giovanni, Camila e Bruna



O triângulo amoroso entre Giovanni, Camila e Bruna vem se tornando um dos pontos positivos principais de Haja Coração. Embora o par não seja exatamente um casal arrebatador, Agatha Moreira e Jayme Matarazzo têm boa sintonia em cena. A atriz tem feito boas cenas tanto nos momentos em que Camila se mostra grosseira, quanto nas sequências em que ela evita ao máximo lembrar-se de seu passado, ainda que se depare com lapsos que retomem estas memórias. Jayme, por sua vez, também convence em cena, apesar de interpretar mais um jovem revoltado e inseguro, o que é uma constante em sua carreira. Mas o destaque especial vai para Fernanda Vasconcellos. A talentosa atriz, com uma carreira marcada por papéis de mocinhas choronas, tem nas mãos a primeira vilã de sua carreira e, assim que Bruna descobre o romance de Giovanni e Camila, ganhou um merecido destaque, protagonizando ótimas cenas com os dois. A personagem vem se mostrando capaz de manipular friamente o casal um contra o outro, em virtude da rejeição que aos poucos vai se transformando em ódio. Estas sequências valorizaram ainda mais o talento de Fernanda, que já de algum tempo merecia um papel diferenciado como este. Mais situações vêm por aí, conforme Camila vai retomando a memória e Bruna vai agindo para separar o casal. E estas situações irão render mais boas cenas.

A nova loira do Trust




Desde que o Zorra se reinventou e deixou para trás o "Total" (com aquelas piadas prontas e previsíveis naquelas enquetes sem graça), o programa não só ganhou status, como também virou outro programa. Debochado, dinâmico, criativo. As sátiras políticas, então, viraram o ponto alto da atração. Na última semana, rolou o quadro A Nova Loira do Trust, parodiando a música "A nova loira do Tchan" e satirizando a mulher do Eduardo Cunha. A imitação impagável da Dani Calabresa, a caracterização perfeita dos personagens, o elenco bem afinado, a coreografia bem ensaidada, a ironia certeira para fazer rir e pensar, enfim. Foi simplesmente fantástico!

Bate e Volta com Mara e Catra



Já falei que acho original e inusitada a iniciativa da Band de colocar pessoas de estilos diferentes para trocarem ideia no Bate e Volta. O programa é bem interessante e agradável. A participação da Mara Maravilha com o Mr. Catra essa semana foi, sem dúvida, o melhor episódio. Os dois debateram e discordaram sobre assuntos como homossexualismo e drogas.

Urraca




Não é só a Thaís Fersoza que está dando um show como a terrível Maria Isabel em Escrava Mãe. Jussara Freire também está incrível na pele da Urraca. Embora esta seja mais puxada para a comédia, é daquelas vilãs que, por mais megera que seja, dá prazer de assistir. Adorando sua dobradinha com o filho Almeida (Fernando Pavão) e com a rival Rosalinda Pavão (Luiza Tomé). Depois da Donana em Pecado Mortal, mais uma vilã deliciosamente terrível para a sua carreira.

Criança Esperança


Com o sucesso do Teleton e os constantes boatos de que grande parte das doações sejam desviadas, de que a Globo usa as doações para reduzir impostos e mimimi, a emissora se viu obrigada a reformular o Criança Esperança para convencer o telespectador a participar da campanha promovida por uma emissora cujo lucro anual é de quase 3 bilhões de reais. Renato Aragão e cantores cederam espaço a outras atrações da própria TV Globo. Enquanto Silvio Santos é a marca máxima do SBT, a teledramaturgia caracteriza a imagem do canal platinado.


Por isso mesmo, achei louvável a ideia de trazer personagens históricos das novelas no chamado "mesão". Tieta (Betty Faria), Visconde de Sabugosa, Dona Benta (Nicette Bruno), Tia Nastácia (Dhu Moraes), Sassá Mutema (Lima Duarte), professora Clotilde (Maitê Proença), os vampiros Natasha (Claudia Ohana) e Matoso (Otávio Augusto), o galã Fabian (Ricardo Tozzi), Mamuschka (Rosi Campos) e Carretel (Nelson Freitas) pediram doações aos telespectadores. Foi uma oportunidade do público rever ícones da teledramaturgia brasileira. Nostalgia pura.

Caracterizados com seus respectivos personagens da Nova Escolinha do Professor Raimundo, Mateus Solano, Evandro Mesquita, Marcelo Adnet, Otaviano Costa, Fabiana Karla, Betty Gofman e Lúcio Mauro Filho também deram o ar de sua graça. Eles cantaram a música "Pelados em Santos" do saudoso grupo Mamonas Assassinas. Mais uma vez, a nostalgia se fez presente.

Mais de cem atores passaram pela bancada. O elenco platinado foi mobilizado. A Globo também acertou na escolha do quarteto que comanda o espetáculo. Dira Paes, Flávio Canto, Lázaro Ramos e Leandra Leal são personalidades que sempre defenderam a responsabilidade social.


O formato do Criança Esperança ficou bem mais interessante. O programa soube se atualizar e apresentou um harmonioso conjunto misturando entretenimento, projetos sociais e matérias emocionantes (destaque absoluto para a apresentação arrepiante de Alcione cantando o hino do funk "Rap da Alegria", numa versão mais lenta, ao lado de mães que perderam seus filhos para a violência), deixando aqueles shows frios e pirotécnicos de lado e trazendo um clima mais agradável e gostoso de se ver para um formato tão importante para as crianças do país.

A Terra Prometida




Com uma cronologia ousada, A Terra Prometida, nova trama bíblica da Record que vai dar continuidade a saga dos hebreus do Egito, quase pegou o telespectador de surpresa mostrando logo em suas primeiras cenas a quase queda das muralhas de Jericó, outra passagem emblemática da Bíblia que vai ser mostrada na trama. Não foi inovador, mas achei bem interessante mostrar o final da trama logo na estreia e, tal qual os seriados americanos, dar um retrocesso de seis meses, mostrando tudo que aconteceu até chegar aquele momento. 

A Terra Prometida não poderia ter estreado melhor. Ficou nítido que a trama teve um tratamento muito maior que o de Os Dez Mandamentos em todos os sentidos e, mesmo sendo uma continuação, vai traçar seu próprio caminho. Ao que parece, o grande trunfo de A Terra Prometida certamente será seu elenco. Nomes de peso como Beth Goulart e ex-globais contratados especialmente para a trama (como Igor Ricky, Cristina Oliveira, Elizangela, Kadu Moliterno e Paloma Bernardi) dão a credibilidade que faltou em Os Dez Mandamentos. Juliana Silveira (vilã Kalesi) e Miriam Freeland (prostituta Raabe) foram as donas da novela nessa semana inicial e mostraram que suas personagens serão os destaques femininos da trama.

Assim como em Escrava Mãe, a Record investiu (o que normalmente não acontecia) e apresentou uma animação com o resumo da luta de Josué (Sidney Sampaio) rumo à Terra Prometida, dando uma embalagem digna e bem criativa para a nova trama.


A Terra Prometida tem todas as ferramentas para agradar. Sem o ineditismo da fórmula da trama de Moisés, a novela vai ter que prender o telespectador por sua pura e simples boa trama.


   O PIOR DA SEMANA   



A morte de Raposo



Claro que sei que a morte de Raposo (Dalton Vigh) em Liberdade, Liberdade deve ter algum propósito para o andamento da (boa) história da trama. O autor não ousaria matar um personagem tão importante sem um propósito digno para o desenrolar dos acontecimentos. Quer dizer, assim espero, afinal, João Emanuel Carneiro matou a Djanira (Cássia Kis numa atuação magistral) em A Regra do Jogo e vocês lembram como ficou a novela, né? O personagem saiu de cena em grande estilo e o clima de luto rendeu cenas emocionantes. Mas o fato é que a novela das onze vai ficar muito mais pobre sem Dalton Vigh em um dos seus melhores momentos na TV. Dom Raposo era um personagem querido, merecia mais tempo na trama e poderia ter rendido muito mais (como seu romance mal resolvido com Virgínia/Lília Cabral, a relação com a filha Rosa/Andrei Horta e o pequeno Caju/Gabriel Palhares e, principalmente, a reação quando o filho André/Caio Blat se descobrisse gay). Uma pena.

Dublagem pavorosa do Batalha de Cozinheiros



Muito ruim essa dublagem do Buddy Valastro. A voz do dublador não combina em nada com o gringo. O chef para de falar e a voz ainda sai na sua boca. Mistééééério! Estranhíssimo acompanhar uma disputa com brasileiros e um apresentador dublado. E o ritmo deve ser truncado na gravação. Valastro fala em inglês e os competidores (usando um ponto eletrônico) respondem em português. Imaginem só o trabalho árduo na tradução simultânea que é cortada na edição... De resto, o programa não apresentou nada de atrativo. Ainda mais se formos compará-lo com outro reality concorrente no horário, MasterChef. Péssima estratégia da Record em colocar sua atração no mesmo dia e horário que o sucesso culinário da Band. São duas atrações bem parecidas. Com a diferença de que o programa de Fogaça, Paola e Jacquin já está consolidado na audiência e na preferência do público e é realmente atrativo.

Mega Senha Sidney Oliveira



O Mega Senha, game show (muito bom, por sinal) da Rede TV!, foi rebatizado. A partir de agora, ele passa a ser chamado de... Mega Senha Sidney Oliveira!!! Oi?! Sim, é isso mesmo. Que título mais ridículo, viu... Para quem não sabe, Sidney Oliveira é o nome daquele dono da rede de farmácias Ultrafarma. Homenagem? Nada disso. Trata-se de uma mega ação de marketing, envolvendo um valor que gira em torno de 1,5 milhão de reais POR MÊS para a Rede TV! de patrocínio da Ultrafarma. Mas que título mais esdrúxulo, né? Ah, se isso vira moda no canal... O A Tarde é Sua ia virar A Tarde é Sua, da Top Therm e do Ômega 3! Bem cafona!

Final de Os Dez Mandamentos




Os Dez Mandamentos chegou ao fim proporcionando surpresas nada agradáveis ao telespectador e com um ar totalmente amador e tosco, sem o mínimo de cuidado e esmero. A produção, como um todo, dessa segunda temporada foi desastrosa e decepcionante, mas os capítulos finais foram de uma precariedade total, com caracterizações a base de talco para envelhecer atores jovens e uma batalha sangrenta sem nenhuma gota de sangue. Falei mais detalhadamente sobre isso AQUI. A cena final mostrou a morte de Moisés (Guilherme Winter). Ele sobe no Monte, já perto de Jericó, para ali morrer e ser enterrado pelo próprio Deus, até que o Arcanjo Miguel trava um duelo contra o diabo pelo corpo de Moisés. A sequência tinha tudo para ser antológica e encerrar essa temporada com dignidade, mas o que se viu, mais uma vez, foi de total amadorismo. A batalha do bem e do mal se resumiu a uma lutinha pobre de desarrumados ninjas titãs de causar vergonha alheia em Power Ranger e Karatê Kids. Até a Sonia Abrão (defensora incansável da trama) detonou a cena. Triste fim para a saga de Moisés!

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