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domingo, 9 de outubro de 2016

O Melhor e o Pior da Semana (2 à 8/10)




   O MELHOR DA SEMANA   


Laura Cardoso


Já se passaram mais de um mês desde a estreia de Sol Nascente e a novela continua em seu leito plácido sendo um ótimo remédio para aqueles que sofrem de insônia e querem dormir. Mas até mesmo uma novela tão fraca, chata, devagar (quase parando), sonolenta e inverossímil tem algum ponto positivo. Nem que seja apenas um. E ele tem nome e sobrenome: Laura Cardoso.

A atriz, como eu já esperava, está carregando a novela das seis inteira nas costas e é a única que traz alguma vitalidade e graça para a trama. Mentora do vilão César no plano para passar a perna em Tanaka e assumir o controle de sua empresa de pescados para poder lavar dinheiro ilegal, Sinhá é dissimulada a ponto de forjar uma identidade dupla: aos olhos dos personagens, é uma vovó indefesa, cativante e boa. Porém, quando está a sós com o neto, mostra sua verdadeira faceta: a de vovó do mal. Dona de cassinos clandestinos, Sinhá cobre-se de joias, maquiagem, não dispensa um copo de uísque, dispara pérolas e algumas tiradas absurdas (porém, engraçadas, confesso) e já mostrou ser capaz até de matar para conseguir o que quer.

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Fiz uma maratona das sequências com a atriz e todas são simplesmente ótimas. Especialmente uma de sexta (7), com a cascável dançando para comemorar uma vitória. Hilário! É um trabalho que impressiona especialmente porque Laura está com 89 ANOS. Não é pouca coisa! Ver a vitalidade de um monstro da dramaturgia como Laura Cardoso recompensa o público pelo marasmo do restante da história. Sua dobradinha com Rafael Cardoso também é ótima.

      O PIOR DA SEMANA      


A primeira fase (modorrenta) de A Lei do Amor


Originalmente, A Lei do Amor não teria a primeira fase. De acordo com o Telinha, do Jornal Extra, a mudança só aconteceu com o adiamento da novela, que entraria no lugar de Velho Chico, para não colocar uma trama política no dia seguinte às eleições. Melhor teria sido se não tivesse. Além de ser algo que vem se repetindo bastante ultimamente (só de 2010 pra cá, das onze novelas das 21h exibidas, sete delas utilizaram algum tipo de prólogo nos capítulos iniciais), se mostrou algo desnecessário na trama de Maria Adelaide Amaral e Vincent Villari.

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O início da trama pesou a mão no dramalhão. Ao narrar a origem do amor entre Pedro e Helô, a primeira fase da trama ficou com cara de novela mexicana, da peruca loira da vilã (só faltou um tapa-olho) MAgnólia (má até no nome) a choupana à beira-mar (digno de Marimar) onde a mocinha pobre e sofredora vivia com a mãe doente (numa excepcional participação de Denise Fraga). Os autores enrolaram quatro (intermináveis) capítulos com cenas exageradamente melosas do casal Pelô (certamente, para agradar esses fãs shippadores da internet) para, enfim, direcionar ao ponto que interessava: a armação de Mag para separá-los. Armação essa, aliás, que é um dos clichês mais óbvios, manjados e preguiçosos da nossa teledramaturgia: o flagrante forjado que levou a mocinha a ver o mocinho nos braços de outra mulher na cama.


A dupla de autores não investiu muito esforço neste início da novela, com um ritmo lento, excesso de dramalhão e situações pra lá de clichês e difíceis de engolir. O conflito entre Helô e Fausto querendo justiça em nome do pai (que acabou morrendo na cadeia) ficou meio frouxo, afinal, o pai da mocinha foi demitido porque faltava e ia bêbado para o trabalho. É justo culpar Fausto por isso? Talvez, fosse mais fácil se compadecer da mocinha se seu pai tivesse sido realmente um injustiçado e Fausto o seu algoz. Do jeito que foi, ficou estranho. Também difícil de engolir a reação da mocinha ao flagrar o grande amor da sua vida na cama com outra. Ela simplesmente deu as costas e foi embora por vinte anos. Nenhum barraco, nem nada. Espírito muito evoluído o seu! E só depois de vinte anos é que Fausto resolveu contar a Pedro que houve uma armação para separá-lo de Helô. "Ah, é novela", vão dizer alguns. Sim, eu sei! Mas é preciso que o telespectador acredite naquelas tramas e torça para os seus heróis. O que não aconteceu.


O mais estranho, porém, foi o troca-troca de intérpretes entre a primeira e segunda fase (aliás, um problema quase sempre apresentado por todas as novelas que apresentam um prólogo). Chay Suede vira Reynaldo Gianecchinni e Isabelle Drummond se torna Claudia Abreu. Ok. Gabriela Duarte virou Regina Duarte, ou seja, Suzana começa a história tendo seus 40 anos e termina com seus 60. Faz sentido, afinal, o que importa é parecer ter a idade de seus personagens. Mas, enquanto isso, Vera Holtz de peruca (cafona e fake) e Tarcísio Meira (com fotoshop) se tornam... Vera Holtz sem peruca e Tarcísio Meira sem fotoshop! Assim como um Thiago Martins (de 28 anos) virar um José Mayer (de 67). Na primeira fase, Magnólia parecia mais velha que Suzana, mas, na segunda, a vilã ficou bem mais nova que ela. Vai entender...

O único ponto positivo do elenco jovem nesse prólogo foi a Isabelle Drummond. Uma das melhores da sua geração, a atriz mostrou todo o seu potencial em A Lei do Amor, emocionando na pele de Helô. Ela merece fazer uma novela das nove inteira. Sophia Abrahão e Chay Suede não chegaram a comprometer, porém, incomodou o tom linear de suas atuações, comuns a seus papeis anteriores, pela ausência de maiores nuances. Já Thiago Martins, Bianca Salgueiro, João Vitor Silva e Maurício Destri se destacaram negativamente, pelas composições inexpressivas.

Pedro e Helô se encontram vinte anos depois (Foto: TV Globo)

Merece menção positiva o primeiro encontro dos personagens da segunda fase, com o uso da interligação entre suas versões jovens (Cláudia Abreu se vendo refletida em Isabelle e Gianecchini se vendo em Chay Suede). Os olhares dos protagonistas após 20 anos já sinalizaram uma boa sintonia entre eles. Momento bonito. A abertura da novela é linda, em que uma fita vermelha se entrelaça entre cenários naturais, inspirada em uma lenda chinesa que diz que duas pessoas predestinadas a ficarem juntas para toda a vida são ligadas por uma fita vermelha invisível e fatalmente irão se encontrar no futuro, por mais que se afastem. Só o tema de abertura que não ornou. Teria sido melhor se tivessem colocado "Maior" (na voz de Dani Black e Milton Nascimento) ao invés do "O Trenzinho do Caipira" (cantada por Ney Matogrosso).

Felizmente, esse prólogo modorrento acabou na quinta (13) e a trama deu um salto de vinte anos, quando outros atores assumiram os papéis atuais. Talvez, a própria história melhore. E tem tudo para melhorar mesmo. Vera Holtz (fantástica na pele de uma vilã que se diz em defesa de sua sagrada família) promete ser uma vilãzona daquelas, assim como Grazi Massafera promete divertir com sua Luciane (que já chegou chegando). Estou confiante. Vamos aguardar.

Xuxa e Mara



Xuxa e Mara estão vivendo momentos similares. As duas não estão bem em suas carreiras televisivas e falam mais do que devem. A primeira voltou a alfinetar a Record, afirmando que agora, no Youtube, vai poder fazer tudo o que quer. O mesmo discursinho utilizado quando saiu da Globo. O que ela ganha com isso? Nada. Melhor seria ocupar o tempo melhorando seu semanal, que continua ruim (e fracassado). Já Mara conseguiu voltar à TV, mas não está sabendo honrar essa mega oportunidade e segue queimando o próprio filme no Fofocando (como falei AQUI). Xuxa e Mara não têm assessoria? Precisam aprender a pensar antes de falar!

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