O MELHOR DA SEMANA
Desfecho de Velho Chico
Um dos finais mais emocionantes de todos os tempos. Assim pode ser resumido a semana derradeira de Velho Chico, que encerrou em grande estilo uma trama épica, que só fez crescer em sua reta final. Amada por uns e odiada por outros, Velho Chico não passou indiferente. A trama foi uma feliz ousadia da Globo, com um texto poético e extremamente bem escrito e uma direção que fugiu do óbvio a todo o momento (leia minha crítica final da novela AQUI).
A redenção de Saruê tomou conta dos capítulos finais de Velho Chico. A morte da mãe, a centenária Encarnação, e do filho Martim, além da partida da amada Yolanda, desencadeou um conflito interno, quando Afrânio (seu lado bom) e Saruê (seu lado ruim) duelaram. Antonio Fagundes deu a volta por cima, deixou a má impressão para trás e brilhou completamente nessa batalha íntima de Dom Quixote da foz do São Francisco em busca do abraço do filho de fazer inveja ao grande herói de Cervantes, na literatura espanhola. O despir das máscaras, a começar pela peruca. Até submergir no mar da foz para reaparecer depois em Salvador, no reencontro em busca do perdão de Yolanda. Finalmente, livre das amarras do Coronel, teve a chance de se redimir, se reaproximar da família e a um belo final feliz ao lado de Yolanda. Todas estas sequências foram de uma rara beleza na televisão brasileira, seja pelo texto inspirado, as atuações viscerais de Fagundes e Christiane Torloni, e pela direção impecável.
E o tom de tristeza destas cenas finais ficou ainda mais intenso com a trágica morte do ator Domingos Montagner, afogado no rio que dá nome à novela. Numa triste mistura entre fantasia e realidade, a passagem do ator em seu melhor momento na televisão contagiou, inevitavelmente, a trama. Assistir a Velho Chico em seus momentos derradeiros proporcionou ao telespectador sentimentos de angústia e compadecimento. Felizmente, Santo seguiu vivo até o final da trama, aparecendo na última semana por meio de uma câmera subjetiva, no qual o público via os acontecimentos sob a ótica do herói. Foram sequências de pura emoção, que serviram como uma bela homenagem da novela ao ator que acumulou poucos, mas excelentes trabalhos na TV.
É difícil enumerar os melhores momentos nesta última semana da novela. Velho Chico abusou do direito de apresentar cenas que ficarão no nosso imaginário eternamente. Cito algumas: o casamento de Miguel e Olívia, Martin descobrindo que estava morto, a despedida dele com o avô durante uma visão de Afranio, o casamento de Tereza e Santo (com uma chuva poética dentro da igreja), a reconciliação de Dalva e Cícero, Luiza encontrando uma criança recém-nascida abandonada (tal como aconteceu com ela) e decidindo criá-la, a morte de Carlos Eduardo na caatinga, a homenagem a Domingos Montagner na cena final... Chorei litros!
Foi assim, num misto de emoção e tristeza, que Velho Chico chegou ao fim. Não sem antes seguir dando o seu recado, tanto no que se refere à agricultura sustentável, quanto denunciando as mazelas que destroem o rio protagonista da história. Mais ainda: foi fundo na questão do coronelismo, no desmando político e na corrupção, oferecendo algum otimismo em todas estas questões. No eco da nossa alma, Velho Chico disse adeus aos seus filhos na margem.
O PIOR DA SEMANA
Mara no Fofocando
Há menos de uma semana participando do Fofocando, Mara Maravilha conseguiu desestabilizar completamente com o programa e instaurou um clima pesado ali. Na edição dessa sexta (30/9), Mara não gostou de ser interrompida por Leão Lobo quando ele pediu um tempo para ler uma notícia: "Ai, não deixa eu falar. Só fico quieta nesse sofá". Ao comentar o novo relacionamento de Fernanda Gentil com uma mulher, disse que "todo mundo tá virando gay hoje, tá na moda, é bonitinho", sendo imediatamente corrigida pelos colegas (que são gays assumidos) e deixando-os visivelmente incomodados. Mara ainda discordou de uma opinião de Mamma Bruschetta e pediu: "Deixa eu terminar de falar, Mamma. Você fala demais".
Miga, eu já fui um curumin iêiê fiel, torci muito por você na Fazenda, mas assim não tem como te defender! Para começar, já chega a ser meio incoerente o fato de uma evangélica, que saiu de um reality onde ela surtou e fez o inferno, apresentar um programa de fofocas onde fala e faz intriga da vida dos outros, né? Mas a questão maior é que Mara não deixa ninguém falar, fica de picuinha com todo mundo e, ainda por cima, destila opiniões sem nem ao menos assistir ou se informar antes. O apresentador tem que saber da fofoca para dar opinião e ela fica numa vibe meio "nada vi, nada sei". Resultado: fala bobagem. Alguém tem que falar para a Mara que ela faz parte do programa, não é O programa. Já deu pra perceber que existe uma guerra fria ali do Leão e Mamma com a Mara. Fico só imaginando como deve ser os bastidores do programa:
Estreia morna de Nada Será como Antes
Debora Falabella e Murilo Benício protagonizam a produção que resgata o fim do sucesso hegemônico do rádio no Brasil e o início da TV no país. A estreia retratou tal ambiente com muito esmero, riqueza de detalhes e uma produção requintada, da mais alta qualidade.
O tom morno, porém, marcou o primeiro capítulo. A história explorou o encontro de Saulo e Verônica, a descoberta da infertilidade pelo marido e a separação. Não ocorreu um grande acontecimento, de fato, que remexesse o telespectador e o fizesse querer assistir o segundo episódio. Bruna Marquezine interpreta Beatriz, uma cantora de boate. Um grande desafio na carreira da jovem atriz. Neste capítulo, ela foi bem e saiu do piloto automático que marcou seus recentes trabalhos. Mas confesso que fiquei um pouco decepcionado com a falta de sensualidade e nudez tão divulgada dela. Disso tivemos apenas um aperitivo com um show de dança da atriz/vedete na trama. Só nos resta aguardar os próximos episódios para conferir...
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