10º lugar: A Lua Me Disse
A dupla Miguel Falabella e Maria Carmem Barbosa retornou com uma comédia às sete da noite depois de Salsa e Merengue (1996). Muita cor, confusões, intrigas, ritmo frenético e dramas exagerados que provocam risos marcaram A Lua Me Disse. Com uma pegada "neochanchada pop", a novela agradou crítica e público. Sua maior qualidade foi a trama bem amarrada e seu texto caprichado. A novela lembrou muito a fase de ouro de Silvio de Abreu e Jorge Fernando no mesmo horário nos anos 80. Com ingredientes parecidos com o de Abreu em Guerra dos Sexos (1983), Falabella recheou sua novela com um humor ao mesmo tempo inteligente e escrachado.
09º lugar: O Beijo do Vampiro
A ousadia de Antônio Calmon lhe rendeu um estrondoso sucesso em 1991 com a novela Vamp. A trama que falava de vampiros marcou a teledramaturgia e até hoje é lembrada. Em 2002, o autor resolveu reviver esta temática e escreveu O Beijo do Vampiro, que fez uma legião de fãs, conquistados com a nova geração vampiresca. A trama virou uma febre e teve até álbum de figurinhas. As crianças e os adolescentes da época foram os principais fãs do folhetim, que teve um grandioso elenco, personagens cativantes e uma história bem construída, repleta de ótimos efeitos especiais. Um enredo de amor, entremeado por elementos sobrenaturais, drama, humor e a clássica luta do bem contra o mal foram as principais marcas deste folhetim tão bem feito.
08º lugar: Uga Uga
Um estrondoso sucesso que revitalizou o horário das sete. Muita ação, correrias, tramas pra lá de inusitadas (um índio loiro, um ex-militar metido a super-herói, uma mocinha masculinizada) e o humor característico de Carlos Lombardi garantiram a sua alta audiência. Vale ainda mencionar o apelo sexual da novela, com corpos masculinos à mostra, moças com decotes avantajados e cenas pra lá de calientes que fizeram sucesso, principalmente entre os jovens. A bunda de Claúdio Heinrich ficou famosa na época e os personagens de Marcos Pasquim e Humberto Martins apareceram em 90% de suas cenas sem camisa. Tanta ousadia provocou polêmica com o Ministério Público, que chegou a classificar algumas cenas de impróprias para o horário.
07º lugar: Sangue Bom
Através de um texto irônico e divertido, Sangue Bom abordou de forma inteligente a busca pela fama e a necessidade de manter-se em evidência a qualquer custo, sem mérito e com o mínimo esforço, como crítica ao mundo das sub-celebridades. A novela apostou em seis jovens promissores atores como protagonistas, o que revelou-se uma escolha acertada. O texto bem amarrado, a direção firme, uma trilha sonora bacana, a citação a outras novelas, um time de coadjuvantes de peso que garantiu o suporte para os jovens atores e o entrosamento desse elenco fez com que tudo fluísse muito bem (apesar de não ter sido um grande sucesso).
06º lugar: Alto Astral
Novela despretensiosa, que começou como não quer nada e foi conquistando o público, repleta dos mais batidos clichês do folhetim: personagens maniqueístas, vilões doentios que se deram mal no final, amores impossibilitados, vinganças, duplas identidades, segredos do passado, disfarces, mistérios, a luta do bem contra o mal, vida além da morte... Sem novidade alguma! Nada além de tudo já visto e esperado por uma novela. Entretanto, bem produzida e dirigida, com bom elenco, roteiro bem escrito e com um humor que levemente remeteu aos áureos tempos do horário das sete na década de 1980, ainda que a sua proposta tenha sido cursar pela simplicidade e a leveza.
05º lugar: Ti Ti Ti
Um grande sucesso que cativou o público usando e abusando do humor que o horário das sete permite, dosado eficazmente com o drama em tramas que se complementavam. Maria Adelaide Amaral, então chamada para escrever uma novela, afirmou que não faria uma trama original, mas sim mais uma adaptação da obra de Cassiano Gabus Mendes, seu mestre, de quem já havia adaptado Anjo Mau em 1997. Desta vez, a autora escolheu Ti Ti Ti, sucesso de 1985, que na adaptação teve entrechos de outra trama de Cassiano: Plumas e Paetês, de 1980. Em comum, as duas novela tinham o mundo da moda como pano de fundo. Na nova versão de Ti Ti Ti, a autora misturou as novelas, criando novos núcleos e personagens e retirando outros das versões originais, tendo sido muito bem sucedida e parabenizada por essa sua mistureba.
04º lugar: Caras & Bocas
Walcyr Carrasco e Jorge Fernando repetiram mais uma dobradinha. Desta vez, com uma novela mais leve e divertida, ao contrário da pretensiosa experiência anterior da dupla no horário, Sete Pecados, que deixou muito a desejar. A novela trouxe algumas inovações importantes, como a crítica ao mercado de arte – através da presença de um macaco como gênio da pintura – e a questão da inclusão social, através de uma personagem cega. Caras & Bocas foi a primeira novela que teve um animal como personagem central, com uma trama exclusiva em torno dele. Com seu personagem irracional, Walcyr quis (e conseguiu) debochar da irracionalidade de certas avaliações no mundo das artes plásticas. E teve bastante êxito, tornando-se um sucesso de audiência.
03º lugar: Cheias de Charme
Um grande sucesso de audiência, marcado pelo humor, criatividade e originalidade. Em tempos em que personagens ricos já não protagonizam mais novelas sozinhos, a trajetória de sucesso das três empregadas domésticas virou um verdadeiro fenômeno de repercussão. Cheias de Charme teve o mérito de tirar proveito da internet, até pouco tempo considerada uma concorrente da TV aberta, transformando-a numa poderosa aliada. A novela foi pioneira na ação de transmedia com o lançamento do clipe das Empreguetes primeiro na internet, depois na novela. O hit Vida de Empreguete se tornou febre na época, ganhando milhões de visualizações na internet e estourando nas rádios de todo o país. Em breve, a história das Empreguetes vai virar filme!!! A indústria do entretenimento real misturou-se ao entretenimento da ficção. O colorido dos shows de tecnobrega e as músicas criadas especialmente para a novela deram o tom que o roteiro exigia.
02º lugar: Cobras e Lagartos
Um grande sucesso popular que causou uma verdadeira comoção entre o público. João Emanuel Carneiro vinha do estrondoso sucesso Da Cor do Pecado e recebeu a ingrata missão de reerguer o horário das sete, que estava em baixa com a antecessora, Bang Bang, um fiasco total. Cobras E Lagartos não só salvou o horário como também se tornou a segunda maior audiência das sete dos últimos tempos, perdendo apenas para Da Cor do Pecado (sente só o poder do JEC!).
01º lugar: Da Cor do Pecado
Primeira novela da Globo a ter um romance inter-racial como tema principal e uma protagonista negra. Com esses elementos, poderia se esperar que a trama fosse levantar polêmicas e discussões sobre o preconceito social e racial no país, mas isso não aconteceu. Da Cor do Pecado é a novela das sete mais assistida do século XXI e a segunda novela brasileira mais exportada da Globo, perdendo apenas para Avenida Brasil, também do mesmo autor, João Emanuel Carneiro.