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quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Tapas e Beijos: uma ótima série que, infelizmente, caiu no esgotamento


A série de Cláudio Paiva agradou logo que foi exibida pela primeira vez, em abril de 2011. Tanto que não demorou muito para que decidissem mantê-la na grade global por um longo tempo. Dirigida por Maurício Farias e protagonizada pelas excelentes Andrea Beltrão e Fernanda Torres, Tapas & Beijos continuou fazendo muito sucesso e só terminou ontem (terça, 15/09), após quatro anos no ar. Entretanto, o que eu mais temia aconteceu: o seriado perdeu o fôlego e sua identidade.


A história sempre se baseou na vida de duas solteironas que são vendedoras de uma loja de vestido de noivas. Ambas se envolviam em relacionamentos sem futuro e viviam frustradas, pois nunca conseguiam achar a alma gêmea; havendo assim um contraponto em relação ao fato de trabalharem em um local que se sustenta graças aos casamentos de terceiros. No final da primeira temporada, Fátima (Fernanda Torres) e Sueli (Andrea Beltrão) se casaram com seus respectivos namorados. Assim, na segunda, em 2012, a série mudou o foco e passou a retratar os conflitos da vida conjugal que ambas enfrentavam. No início, parecia que haviam acertado em cheio ao apresentar essa novidade ao telespectador. No entanto, com o passar dos episódios, se pôde notar que as alterações não foram benéficas para a série. A entrada de Jorge (Fábio Assunção) foi ótima, mas, infelizmente, acabou ofuscando personagens que já tinham ocupado um considerável espaço na história: Seu Chalita (Flávio Migliaccio) e Jurandir (Érico Brás), que viraram meros figurantes e perderam certa importância. Bia (Malu Rodrigues), a filha do Jorge, entrou na série logo depois de Fábio, mas pouco acrescentou à trama. No início, era uma jovem rebelde e que implicava com Sueli, mas, com o tempo, virou namorada do Jurandir e foi ficando avulsa.


Já os conflitos vividos pelas protagonistas acabaram se resumindo exclusivamente aos respectivos casamentos. Talvez por isso que os demais personagens, incluindo Flavinha (Fernanda de Freitas) e Djalma (Otávio Muller), tenham ficado tão avulsos e sem história. Claro que o elenco todo continuou aparecendo e tendo até maiores participações em alguns episódios, mas raramente esse fato ocorreu. Verificando que a história não estava agradando, o autor resolveu causar uma crise nos casamentos. Assim, Fátima se separou de Armane (Vladimir Brichta) e Sueli de Jorge. A terceira temporada até tentou trazer de volta o DNA da produção colocando as protagonistas para morarem juntas e estarem solteiras novamente. Mas pouca coisa, de forma significante, mudou. Para trazer uma certa renovação na fase de 2014, algumas mudanças aconteceram: Sueli e Jorge (Fábio Assunção) moravam juntos e o advogado picareta Tavares (Kiko Mascarenhas) virou mendigo. Já a abertura passou a ser cantada por Sidney Magal no lugar da banda Calypso. E ficou cada vez mais difícil evitar o evidente desgaste do seriado. A última temporada, de 2015, então, só confirmou tudo o que disse anteriormente. E nem mesmo a entrada de novos personagens (Cleonice/Bianca Comparato, novo affair do Armane; Queiroz/Thelmo Fernandes, pai de Cleonice; a travesti Stephanie/Rafael Primont, namorada de Tijolo/Orã Figueiredo; Shirley/Analu Prestes, namorada de Seu Chalita; e um possível romance gay entre Tavares e PC/Daniel Boaventura) deu jeito.


Os personagens são todos muito bons e os atores ótimos. Andrea Beltrão e Fernanda Torres formaram uma afinada dupla, enquanto que Fábio Assunção e Vladimir Brichta se destacaram ao lado das protagonistas. O restante do elenco sempre marcou presença nos episódios e mostrou talento: Otávio Muller (Djalma), Fernanda de Freitas (Flavinha), Daniel Boaventura, Flávio Migliaccio, Érico Brás, Kiko Mascarenhas, Natália Lage (Lucilene) e Orã Figueiredo enriqueceram a trama com suas participações. Só que a história apresentou sinais claros de cansaço (as brigas, as trapalhadas que todos os personagens se envolveram, enfim, tudo caiu na repetição). O que é uma pena para uma série tão boa que teria se tornado mil vezes melhor se tivesse parado a dois anos atrás. Infelizmente, Tapas & Beijos chega ao fim provando que já deu o que tinha que dar!


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