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segunda-feira, 31 de agosto de 2015

A Regra do Jogo, o seu novo novelão das nove?




Qual é a regra do jogo? Qual o limite entre o certo e o errado? Qual o limite entre o bem e o mal? Estes serão os temas que darão rumo à nova novela das nove, A Regra do Jogo. Os noveleiros de plantão não estão conseguindo conter a ansiedade. Finalmente, a tortura em forma de novela chamada Babilônia chegou ao seu fim e vai dar lugar a novela mais esperada do ano. A Regra do Jogo é escrita por João Emanuel Carneiro, o mesmo do master blaster hit Avenida Brasil, a novela mais badalada dos últimos tempos, e dirigida pela talentosíssima Amora Mautner. O elenco é para lá de estrelado e a cada teaser que a Globo lança, mais parece que a trama irá conquistar o povo brasileiro e recuperar a nossa vontade de assistir a faixa das nove. Como bem falei em meu último texto sobre A Regra do Jogo, ela terá muitos desafios pela frente: a alta expectativa de milhões de brasileiros por uma novela tão fascinante e envolvente quanto Avenida Brasil (a última novela das nove que parou, literalmente, o país), estrear em um horário com os índices lá na chón, ter a dura missão de recuperar o público que fugiu por causa da flopada Babilônia, pressão interna da Globo em aumentar a baixa audiência da faixa, a forte concorrência do SBT e da Record, entre outros.



O personagem central dessa história é Romero Rômulo, um ex-vereador que tem uma vida menos óbvia do que parece – isso porque ele sabe como ninguém camuflar quem é de verdade. O que a maioria das pessoas vê é um homem altruísta e corajoso, disposto a ajudar ex-detentos em busca de reintegração. Mas será que existe outra camada escondida por debaixo? Interpretado por Alexandre Nero, muita gente torceu o nariz para a volta do ator à TV em tão pouco tempo após um personagem tão marcante como o Comendador José Alfredo, em Império (2014). Adriana Esteves e Mateus Solanno, por exemplo, passaram um bom tempo longe da TV (ele ainda está) após tipos recentes e tão queridos pelo grande público como a vilã Carminha (Avenida Brasil) e a bicha má do Félix (Amor A Vida). Talento o ator tem. Resta saber se Romero Rômulo conseguirá enterrar de uma vez por todas da nossa mente o inesquecível Homem de Preto. Ao que parece, vai conseguir.


Como já é de praxe nas novelas de João Emanuel Carneiro, A Regra do Jogo terá uma vilã loira e diabólica. Depois de Bárbara (Da Cor do Pecado), Leona (Cobras & Lagartos), Flora (A Favorita) e Carminha, essa será a vez de Atena. E Giovanna Antonelli, que interpretou a primeira malvada da série, volta ao posto. Atena, que na verdade se chama Francineide dos Santos, é uma estelionatária que gasta na medida em que rouba e não deixa passar nenhuma oportunidade sem tirar proveito. Por causa disso, se aproximará de Romero, repetindo assim a elogiada parceria entre Antonelli e Nero em Salve Jorge (o que já deixa a mocinha de A Regra do Jogo em posição de desvantagem pela torcida do público, pois, inevitavelmente, todo mundo lembrará do inesquecível casal Helô e Stênio ao ver os dois atores juntos em cena). Giovanna Antonelli ainda nem estreou e já está lançando novas tendências de esmalte e roupas! Sente só o poder dessa mulher!


Um dos maiores desafetos de Romero Rômulo é Zé Maria (Tony Ramos), homem misterioso que está foragido. Ele é pai de Juliano (Cauã Reymond) e companheiro de Djanira (Cassia Kis), moradora do Morro da Macaca e quem mais conhece Romero – talvez a única que saiba do que a sua essência é feita. Desde que Zé foi obrigado a fugir por causa de um crime que ele jura não ter cometido, Djanira, que dedica ao amado uma confiança incondicional, ficou encarregada da criação de Juliano. Já vou logo avisando: não se deixem levar pela cara de bom moço do Tony Ramos. Não se esqueçam que Flora (Patrícia Pillar) e Otto (Juca de Oliveira) começaram como os mocinhos injustiçados da história, mas depois se revelaram criaturas monstruosas em, respectivamente, A Favorita e na série A Cura. João Emanuel Carneiro adora trollar o público criando personagens dúbios que a gente pensa que é bonzinho, mas na verdade é vilão (ou vice-versa).



Djanira tem ainda outro amor em sua vida: sua segunda filha adotiva, Maria Vitória, a Tóia (Vanessa Giácomo), jovem que sempre correu atrás dos seus sonhos, nunca recebeu nada na vida de bandeja e cujo caráter não levanta suspeitas. Ela cresceu ao lado de Juliano na casa de Djanira e os dois começaram a namorar desde cedo. O desejo deles e da mãe de criação é de se casarem e viverem felizes para sempre. Mas os planos de vingança de Juliano podem acabar atrapalhando esse destino. Juliano decidiu abrir mão da sua carreira como lutador de MMA para se tornar professor de artes marciais. Tudo seguia na mais perfeita ordem até ele ser vítima de uma armação e acabar atrás das grades, acusado injustamente por tráfico de drogas. A prisão foi muito nociva para o rapaz e muita gente passou a olhar para ele com desconfiança, principalmente no Morro da Macaca. Agora, o jovem está livre, mas só tem uma coisa na cabeça: vingança. Quem não gosta nada dessa história é a sua amada Tóia. Vingança! Vingança! Vingança! Hum... Será que vem aí uma nova Nina (Débora Falabella)? Só não vai esquecer o pen drive dessa vez, hein Juliano?!


Outro personagem que também nutre um desejo vingativo é Dante (Marco Pigossi), policial e filho adotivo de Romero Rômulo. E o seu alvo é justamente Zé Maria, quem ele acredita ter matado seu pai biológico, e isso o torna inimigo também de Juliano, filho do foragido. Sobre seu pai de criação, o policial acredita que ele é um homem corajoso e que vive para ajudar o próximo, ou seja, um verdadeiro herói. Mal sabe Dante que Romero Rômulo está envolvido na morte de seus pais.


Djanira (Cássia Kis Magro) é inimiga de Adisabeba (Diva Soberana Susana Vieira), mulher do passado de Zé Maria (Tony Ramos). A rixa, porém, é discreta, até porque Tóia é sua gerente de confiança na Caverna da Macaca, uma boate que faz com que a galera do asfalto suba o Morro da Macaca para ter experiências incríveis. Adisabeba manda e todos obedecem. É como se ela fosse a chefona do morro. Nem preciso dizer que Suzaninha vai ser a dona da história, né? Só a título de curiosidade, quem gosta de uma fofoca acompanha o mundo dos famosos sabe que Cássia Kiss desistiu de fazer a novela Amor à Vida porque achou seu papel pequeno demais. Mas, além disso, descobriu-se que houve também outro motivo por trás dessa história que motivou a atriz a abandonar o barco: Susana Vieira. Dizem as más línguas que Cássia não vai com a cara da colega desde a novela Por Amor, em 1997. Na época, as duas já batiam de frente. Ao perceber que a participação da rival em Amor A Vida seria maior que o dela, Cássia surtou. E, mais uma vez, ficou com fama de chata na Globo, sendo substituída pela Eliane Giardine. E agora as duas vão ser inimigas em A Regra Do Jogo!!! Vem tiro, porrada e bomba (literalmente) pela frente, hein!


Além de administrar outras confusões da comunidade, Adisabeba mantém uma relação com Abner (Douglas Tavares), seu funcionário, um novinho que faz de tudo para agradar sua "Bebinha".

CHAMA O BOMBEEEEEIRO!!!

Uma das atrações mais disputadas da Caverna da Macaca é o MC Merlô (Juliano Cazarré), filho de Adisabeba. Super protetora com o rapagão, ela é aquela mãe que tenta expulsar todas as mulheres que ele quer. Como Ninfa (Roberta Rodrigues) e Alisson (Letícia Lima), com quem ele sobe ao palco como o trio de funk "MC Merlô e suas Merlozetes". Não sei vocês, mas acho que essa parte da novela vai ser a hora da gente levantar do sofá e ir fazer xixi, beber água, lavar uma louça...


Apesar de Atena ser a loira má, quem tem tudo pra se tornar o grande vilão da história é Orlando (Eduardo Moscovis), que não vê nada nem ninguém a sua frente quando tem um objetivo a alcançar. Frio e calculista, ele passa por cima de qualquer um, de qualquer coisa. O cara já é rico, mas isso não o impede de querer sempre mais. Da noite para o dia, Orlando passou de cientista medíocre a referência no mercado farmacêutico. Fato muito mal explicado, cujas respostas se escondem em seu passado obscuro. Ele trabalha na empresa do riquíssimo Gibson Stewart (José de Abreu), mas parece que isso ainda é muito pouco. Com uma precisão quase milimétrica, Orlando vai se aproximar cada vez mais da família Stewart e usará o seu ponto mais frágil, Nelita (Bárbara Paz), para conseguir, de fato, se tornar um membro do clã. Nelita é bipolar e terá problemas com a filha, Belisa (Bruna Linzmeyer), uma rebelde cheia de causas, mas vai ter uma boa relação com o filho Cesário (Johnny Massaro) e com a mãe, a calma e centrada Nora (Renata Sorrah). Mas é em um apartamento do subúrbio que Orlando revela a sua verdadeira intimidade: ele é homossexual e mantém um caso com um jovem miche! Um vilão gay enrustido e assassino?! João Emanuel, o senhor gosta de uma polemica, hein... Félix que se cuide. Uma nova bixa má está a caminho. Aliás, Orlando será o grande rival de Romero e disputará com ele o comando de uma facção criminosa.


A vida já foi muito generosa com Feliciano Stewart (Marcos Caruso), primo de Gibson. Mas, como ele não é muito chegado ao trabalho e nunca soube administrar suas posses, a única coisa que tem hoje em dia é seu apartamento, uma cobertura decadente na zona sul do Rio de Janeiro. Mas isso nunca lhe roubou o bom humor e a leveza na forma como leva a vida. Se tem uma coisa que ele adora é ter a família reunida. Feliciano é pai de Vavá (Marcello Novaes), Dalila (Alexandra Richter) e Úrsula (Julia Rabelo). Por enquanto, somente Dalila lhe deu netos: Luana (Giovanna Lancelotti) e Kim (Felipe Roque). Ele é um pai e avô carinhoso, mas o clima na casa não é tranquilo, principalmente quando Mel (Fernanda Souza) aparece. Ela é amante de Vavá e faz o personal trainer rebolar para que sua esposa, a manicure Janete (Suzana Pires), não descubra esse caso.


Também há espaço na história para os amigos Oziel (Fábio Lago) e Rui (Bruno Mazzeo), que são vizinhos no fictício Morro da Macaca. Casado com Indira (Cris Vianna), Oziel vai acabar tendo um caso com Tina (Monique Alfradique), mulher do amigo. Ao saber do romance do marido com a vizinha, Indira vai esquecer até a sua religião para dar o troco: a evangélica seduzirá Rui e iniciará um caso com o melhor amigo do marido. O quarteto será o núcleo de humor da história e eu já estou com um pé atrás em relação a esse núcleo. Verdade seja dita, as tramas paralelas do João Emanuel Carneiro são quase sempre bobas e fracas demais e avulsas à história principal.


Embora não esteja sendo anunciada nas chamadas, Débora Evelyn também estará na novela. E fazendo uma personagem de grande importância: Kiki Stewart, ex-esposa de Romero Rômulo e mãe adotiva de Dante que foi sequestrada a muito tempo e dada como morta. Mas o que ninguém sabe é que a vilã planejou seu próprio sequestro para dar um golpe nos pais, Gibson e Nora, e receber uma grana pelo resgate. Não satisfeita com o que recebe, ela retorna anos depois à mansão disposta a fazer coisas ainda piores, como destruir todos os seus familiares. Seu objetivo é ficar com toda a fortuna dos Stewarts e, para isso, será capaz de tudo. Até mesmo de tentar matar os próprios pais. Atena que se cuide! Kiki tem tudo pra roubar a cena e ser a grande vilã da história.



Parte do sucesso de Avenida Brasil deveu-se à direção primorosa e cinematográfica de Amora Mautner. As cenas, tomadas e fotografia, aliados ao ritmo alucinante e com ganchos bombásticos da história, se aproximaram muito do estilo dos filmes de ação e suspense de Hollywood. Outro grande trunfo de Avenida Brasil era a naturalidade. Amora incentivou a espontaneidade e improviso nas cenas da família Tufão (Murílo Benício). A diretora pediu permissão ao autor para indicar aos atores que eles pudessem colocar cacos que tivessem a ver com essa família suburbana e a deixassem mais real diante das câmeras. E sabe de uma coisa? Deu super certo! O riso era garantido com a comodidade nas atuações deste núcleo. E Amora já preparou uma grande novidade para A Regra do Jogo que pretende revolucionar o modo de se fazer novelas na Globo. Ao invés de se posicionarem para as câmeras, os atores atuarão no cenário como se estivessem em um reality show. Serão usadas oito câmeras em cena, sendo duas robôs, espalhadas pelo cenário. Algumas são acomodadas de forma que os atores não saibam onde estão. É como se eles atuassem sem atuar, como se estivessem sendo realmente os seus respectivos personagens. Assim, a novela visa dar mais realismo capitando todos os ângulos da cena. Genial, né?



Como bem disse no início desse texto, a nova novela das nove está cercada de muitas expectativas por ser do mesmo autor de Avenida Brasil. Porém, que fique bem claro que João Emanuel Carneiro não tem a menor obrigação de criar uma "Avenida Brasil 2", até porque cada novela é de um jeito. O autor, na verdade, terá que evitar ao máximo repetir situações do seu último trabalho de sucesso para evitar comparações desnecessárias e porque todos os autores que tentaram fazer isso até agora fracassaram (Geração Brasil tentou repetir a mesma fórmula de Cheias de Charme e se deu mal). E, analisando as chamadas da novela, me arrisco a dizer que A Regra do Jogo tá mais para A Favorita do que para Avenida Brasil (começando pela trilha sonora instrumental e os personagens que a gente não sabe se é mocinho ou vilão)! O único problema é que eu ainda não consegui pegar o conflito principal da novela. Aliás, parece não ter um fio condutor. As chamadas (bem fraquinhas, diga-se de passagem, depois de um teaser bafônico) deixaram a história confusa. Mas acho que isso é apenas uma estratégia para preservar o enredo. Enfim... Só nos resta aguardar a estreia e conferir o que este conjunto reserva para o público.


domingo, 30 de agosto de 2015

O Melhor e o Pior da Semana (24 à 30/08)



Foi emocionante: Reencontro de Emília e Bernardo em Além do Tempo


O momento mais esperado de Além do Tempo aconteceu nos capítulos desta quinta e sexta-feira (27 e 28/08): após mais de 20 anos separados, Emília (Ana Beatriz Nogueira) e Bernardo (Felipe Camargo) finalmente se reencontraram. A cena não poderia acontecer em outro lugar, a não ser na velha árvore que mantém os corações que eles desenharam na juventude. Emília contrariou os conselhos de todos e foi até o velho casebre onde morava no início do casamento. É justamente lá que Bernardo, apesar de ainda estar muito confuso, acaba reencontrando seu grande amor. Na árvore que tem tantos significados, Bernardo e Emília se deram as mãos, incrédulos com o reencontro. Tantos anos depois, ele reconheceu a amada e a chamou pelo nome artístico: "Allegra!". O sofrimento, a angústia e as maldades da Condessa Vitória (Irene Ravache) desapareceram por um instante. Só estavam os dois ali, apaixonados como no primeiro encontro. Eles se beijaram e choraram, emocionados. E eu também chorei! Chorei muuuuuito! A cena foi linda demais e tocou fundo na alma com tamanha sensibilidade. Pena que não vai ser dessa vez o tão sonhado "felizes para sempre" do casal... Muita água ainda vai rolar por debaixo dessa ponte!




Adorei: Embate entre Fanny e Larissa em Verdades Secretas


Bombou na web: Larissa cospe na cara de Fanny. Assista a cena que foi exibida nesta Terça 25/08 #VerdadesSecretas
Posted by Grazi Massafera on Quarta, 26 de agosto de 2015


Depois de ser expulsa do evento organizado pela Fanny Models por estar alterada, Larissa (Grazi Massafera) voltou à agência para cobrar o cachê pelos serviços prestados. Visivelmente fora de si, a modelo impressionou a todos com o seu estado físico e emocional, mas não aceitou os comentários e nem a ajuda de Sam (Felipe De Carolis). Ao ter o dinheiro negado por Lourdeca (Dida Camero) e Visky (Rainer Cadete) com a justificativa de que não trabalhou e ainda causou um enorme prejuízo à empresa, Larissa ficou ainda mais descontrolada e agressiva com todos que estão a sua volta. Sentindo-se desprotegida, ameaçou chamar Roy (Flávio Tolezani) para resolver o problema, mas é interrompida por Fanny (Marieta Severo). A dona da agência situa a modelo e ordena que receba o pagamento com a condição de nunca mais voltar a trabalhar para ela. Sem freios, a modelo chegou a cuspir no rosto da dona da agência e levantou a camiseta para Visky depois, mostrando seus seios. E sabe o que ganhamos com isso? Uma das melhores cenas de Verdades Secretas!!! Já disse isso uma, duas, três vezes e repetirei quantas vezes for necessária: Grazi Massafera está divinamente impecável como a drogada Larissa. E Marieta Severo, sempre maravilhosa, foi a cereja do bolo nessa cena de tirar o fôlego. Uma salva de palmas, Brasil!



Foi péssimo: Final de Babilônia


Pense numa novela ruim. Pensou? Agora pegue o final catastrófico de Fina Estampa e misture com o humor involuntário de Salve Jorge. Pronto. Assim foi o último capítulo de Babilônia, que chegou ao fim atropelando a lógica, errando em cenas cruciais e rindo da cara do telespectador. A revelação da identidade do assassino de Murilo (Bruno Gagliasso), embora não tenha sido óbvia, não passou nenhuma emoção. A sequencia foi rápida demais, não dando chance do público para saborear a expectativa que a clássica descoberta do assassino misterioso geralmente proporciona. Não fizeram nem a reconstituição da morte de Murilo, evidenciando o total descaso da Globo pela produção. E o festival de explicações dadas só deixou tudo ainda pior. Otávio (Herson Capri) matou Murilo por ciúmes de Beatriz (Glória Pires) após ver os dois se beijando, forjou a própria morte para se vingar da esposa e queria matar Diogo (Thiago Martins), o outro amante dela. Pouco antes de Otávio ser desmascarado, Beatriz confessou em alto e bom som na frente de todos que matou Cristovão (Val Perré), mas, mesmo assim, momentos depois, Inês (Adriana Esteves) é que foi condenada pelo crime. A posse de Consuelo (Arlete Salles) como governadora chegou a ser ridícula. Guto (Bruno Gissoni), que aprontou tanto, sequer teve um final. Mas a maior decepção mesmo foi o desfecho de Inês e Beatriz. As duas foram colocadas na mesma cela, onde passaram a viver brigando. Depois, vimos uma fuga da prisão que mais parecia cena de desenho animado. Percorrendo uma estrada de terra, as duas brigaram de novo e o veículo despencou de uma ribanceira com as duas dentro. E para enterrar de vez a novela, a Globo economizou na despesa de explodir um carro, congelando as rivais num close onde se entreolhavam. A queda no penhasco nem sequer foi mostrada! Elas morreram e ninguém ficou sabendo da fuga do presídio, nenhum personagem comentou a morte delas, nada! A única cena que se salvou no final foram os beijos de Teresa (Fernanda Montenegro) e Estela (Nathália Timberg) e entre Sérgio (Cláudio Lins) e Ivan (Marcelo Mello Jr.), no maior estilo "agora que a novela acabou, dane-se a Família Brasileira". Foi um final sem graça, incoerente e com soluções muito mal arranjadas. A impressão que eu tive é que a Globo quis se livrar de Babilônia o mais rápido possível e mandou escrever o último capítulo na pressa, sem nenhum tipo de cuidado ou atenção. O final de Babilônia se mostrou tão fraco e decepcionante quanto o conjunto da obra. É pra arquivar e ser esquecida para sempre!



Foi de arrepiar: Inês torturada em Babilônia


Mas pra não dizer que eu só taquei pedras, há de se elogiar a excelente cena do capítulo de quarta-feira (26/08). A mando de Bia, Osvaldo (Werner Schünemann) levou Inês até o alto do Morro da Babilônia e aterrorizou psicologicamente a advogada. Em meio aos gritos desesperados e agonizantes de Inês implorando por sua própria vida, o bandidão ordenou que ela empilhasse pneus e entrasse dentro deles e deu-lhe um banho de gasolina. O capítulo terminou com o riscar do fósforo. E sabe de uma coisa? Foi a melhor cena de toda a novela! Sim, é verdade! Adriana Esteves deu um show em cena e mostrou que foi a dona dessa história toda. A cena foi terrivelmente assustadora e lembrou muito o terrível assassinato do jornalista Tim Lopes. A única diferença é que ele morreu mesmo no famoso "microondas", enquanto Osvaldo só quis dar um susto em Inês! Por um momento, cheguei a pensar que foi o João Emanuel Carneiro que tinha assumido o roteiro da novela. O clima de tensão, suspense e terror psicológico esteve na cena do início ao fim. Pena que a novela não conseguiu manter o nível. E o último capítulo então foi lamentável! Babilônia tinha tudo pra ser um novelão da Grife Gilberto Braga, mas acabou sendo um "Made In China" qualquer...


sábado, 29 de agosto de 2015

Babilônia, a novela Frankenstein


E nesta sexta-feira (28/08) chegou ao fim uma das piores novelas das nove dos últimos tempos: Babilônia! Aquela que seria a grande produção para comemorar os 50 anos da Globo, se mostrou uma das maiores decepções do ano, com um saldo final pra lá de negativo e sem deixar saudades.


Babilônia estreou de forma excelente, com um primeiro capítulo muito bem amarrado e de tirar o fôlego. Logo de cara, fomos apresentados à explosiva rivalidade entre Inês (Adriana Esteves) e Beatriz (Glória Pires), duas cobras que estavam loucas para se picarem, e ao casal Estela (Nathália Timberg) e Tereza (Fernanda Montenegro), que deram um verdadeiro tapa na cara da sociedade. Sim, o público foi pego de surpresa quando as duas velhas senhoras trocaram um beijo longo e afável. E não parou por aí. Só na primeira semana teve um assassinato a sangue frio, mocinha sendo enganada por homem casado, Glória Pires passando o rodo em geral e indo pra cama com um homem diferente a cada capítulo, traições, prostituição, bastante cenas de sexo, corrupção, aborto, mãe dando tapa na cara da filha, filha dando tapa na cara da mãe, filho ameaçando matar pai... Ufa! A Família Tradicional Brasileira ficou em choque! E, consequentemente, passou a rejeitar a trama. De fato, Babilônia foi muito rejeitada no início pelos telespectadores mais conservadores, que criaram várias campanhas de boicote à trama. A evasão foi tão grande que o primeiro mês de Babilônia derrubou toda a boa audiência recebida pela sua antecessora no horário, Império, para a casa dos 20 pontos, um índice baixíssimo e jamais esperado para uma novela das nove.


Culpar o casal lésbico pela rejeição da novela é um grande equívoco. O grande erro, ao meu ver, foi exibir o beijo das duas logo no primeiro capítulo, sem deixar o público mais conservador se afeiçoar ao par. A cena foi linda e não merecia ser criticada, mas deveriam ter pensado nas reações dos intolerantes. As personagens, aliás, ficaram bastante tempo esquecidas e perderam a função, um tremendo desrespeito com as grandiosas intérpretes. Mais uma vez, culpar a homossexualidade pelo fracasso de Babilônia não tem o menor propósito! A novela é que pecou em erros cruciais que também afastaram  os telespectadores e explicam a queda brusca na audiência desde o início. 


Os autores Gilberto Braga, Ricardo Linhares e João Ximenes Braga pareciam ter um enredo central primoroso, ao contrário dos fracos dramas paralelos. Entretanto, à medida que as semanas foram se passando, ficou nítido que o núcleo principal era tão limitado quanto os demais. A falta de um fio condutor, perfis atrativos e situações que prendessem a atenção do telespectador causaram o afastamento da maior parte do público. A novela perdeu o folego inicial já na segunda semana. Com todas as falhas expostas no roteiro e uma audiência preocupante, a Globo iniciou uma mega operação de salvamento: trocou logotipo, agilizou tramas, chamou o Silvio de Abreu para reescrever alguns capítulos, novas tramas foram criadas, outras foram jogadas no lixo, mudaram a personalidade dos personagens... O que deixou a produção ainda mais equivocada!


A transformação na trama da Alice (Sophie Charlotte), que seria uma prostituta, aceitando o esquema de Murilo (Bruno Gagliasso), foi a pior de todas. Aquela menina que enfrentou a humilhação da mãe revidando o tapa que levou no segundo capítulo ficou de lado. Alice virou uma menina chata, passiva, boazinha demais e ainda iniciou um romance sem sal com Evandro (Cássio Gabus Mendes). A personagem perdeu a força que tinha e ainda fez as pazes com Inês depois que a advogada quase morreu, anulando os bons conflitos que eram protagonizados por mãe e filha. Outro que também perdeu força foi Murilo. Se não fosse pelo "Quem matou?" na reta final, o personagem terminaria a trama sem função alguma. A mudança na personalidade de Evandro também foi percebida. O empresário canalha que transava com várias prostitutas sem se importar com a esposa virou um sujeito íntegro e honesto. Outra alteração equivocada foi a cura gay de Carlos (Marcos Pasquim). O personagem sempre aparecia olhando para outros homens e teria um romance com Ivan (Marcello Melo Jr.), mas, por medo de mais rejeição, mudaram totalmente a trama. Carlos Alberto se apaixonou pela mocinha, Regina (Camila Pitanga), e formou um triangulo amoroso com ela e Vinícius (Thiago Fragoso), mas com o tempo se tornou totalmente desnecessário na trama. Falando no Ivan, criaram um personagem aos 45 do segundo tempo para formar par com ele: Sérgio (Cláudio Lins). Marcello Melo Jr. veio ter seu merecido destaque bem perto do fim e com uma trama bem trágica: Ivan sofreu um grave acidente e ficou paraplégico! Beatriz deixou de ser ninfomaníaca e se apaixonou por Diogo (Thiago Martins), um romance que só prejudicou a força da vilã, tão fria e "devoradora de homens". E o que dizer de Regina (Camila Pitanga), a personagem mais rejeitada nos grupos de discussão da novela? De mocinha barraqueira e favelada, Regina do nada virou uma hostess educadíssima, de fala mansa, fina, sofisticada e, de quebra, ainda virou modelo! Foi difícil engolir todas essas modificações...


E a rivalidade entre Inês e Beatriz, que sempre foi o ponto alto da trama e prometia ser o embate do século, mais prometeu do que cumpriu. Pra começar, a história que os autores criaram para justificar a vingança de Inês foi muito mal elaborada: ela culpava a "amiga" pela morte do pai, que foi parar na cadeia após ter se envolvido com Beatriz (na época, menor de idade). Quando a advogada finalmente teve a chance de se ver cara a cara com a mulher que destruiu seu pai, em vez de dar início à sua revanche, negocia com a rival seu exílio em Dubai, mesmo tendo um vídeo que a incriminava. Não convenceu ela passar tanto tempo com seu ódio adormecido e só querer se vingar da rival dez anos depois. Pra piorar, o duelo de vilãs prometido virou um joguinho de Tom & Jerry que não acabava nunca. Inês e Beatriz passaram a trama inteira articulando uma contra a outra com planinhos bobos. Uma repetição chata demais! Apesar dos pesares que envolveu toda esta rivalidade, a inimizade das duas ainda foi uma das poucas atratividades do folhetim.


Em meio a tantos pontos negativos, o maior acerto de Babilônia está no núcleo de Aderbal Pimenta (Marcos Palmeira), o prefeito evangélico, homofóbico e corrupto que se lançou no combate à "ditadura gayzista" e quis promover a cura gay na cidade de Jatobá. E, para isso, contava com o apoio da mãe, a preconceituosa Consuelo (Artele Salles), que costumava chamar Teresa de "sapa safada" ou "sapatosa (sapatão idosa)". É tanta hipocrisia reunida que chega a ser engraçado! Os personagens desse núcleo promoveram alguns dos temas mais relevantes do atual momento do nosso país (como a intervenção da religião na política, por exemplo), que receberam um tratamento interessante. Houve espaço para o humor nonsense acompanhado de crítica inteligente. Marcos Palmeira viveu um de seus melhores papéis na TV. E Arlete Salles esteve impecável e conseguiu divertir com as tiradas desta senhora que ama um "chiquê". Espero profundamente que Marcos Palmeira e Arlete Salles não sejam esquecidos nas premiações de final do ano por causa da péssima novela. Os dois carregaram, praticamente, a novela inteira nas costas!


E enquanto o núcleo de Aderbal conseguia divertir, o mesmo não se pode dizer do núcleo "cômico" de Babilôniaencabeçado por Maria Clara Gueiros, Gabriel Braga Nunes, Marcos Veras, Rosi Campos e Igor Angelkorte. Não havia graça alguma naquela história, que repetia as mesmas discussões à exaustão. Pra piorar, os autores juntaram Valeska (Juliana Alves), Clóvis (Igor Angelkorte) e Norberto (Marcos Veras) para reforçar o humor na novela, mas esse triangulo amoroso só piorou a situação (que já era crítica) e se tornou uma das piores partes da trama.

Há de se lamentar também a enorme quantidade de ótimos atores que foram desperdiçados na trama. Rosi Campos (Zélia), pra variar, foi esquecida mais uma vez. Débora Duarte (Celina) e Rogéria (Úrsula Andressa) entraram na novela sem a menor necessidade. Daisy Lucidi (Dulce) poderia ter sido substituída por qualquer outra figurante que não faria a menor diferença. Mary Sheila, que prometia como a preconceituosa dona de salão Ivete, mal apareceu. Entre outros.


Além de todos esses problemas citados, é necessário ainda mencionar o casal protagonista que não emplacou. Thiago Fragoso e Camila Pitanga não demostraram nenhuma química em cena. A trama que cercava o casal Paula (Sheron Menezzes) e Bento (Dudu Azevedo) era outra que não despertava interesse, assim como o súbito romance que surgiu entre Beatriz e Diogo (Thiago Martins), completamente impossível de se haver torcida pelo par (afinal, Beatriz matou o pai de Diogo e ele não sabia). O único casal interessante de Babilônia foi Laís (Luisa Arraes) e Rafael (Chay Suede). Um casal apaixonante e cheio de frescor que viveu um romance cheio de obstáculos e que os enfrentou com muita coragem. Os dois transbordavam química em cena.


Portanto, infelizmente, se constata que todas as mudanças feitas no enredo só prejudicaram ainda mais Babilônia. Gilberto Braga perdeu completamente o rumo de sua novela. A impressão que eu tive é que ele foi mudando tanto a novela que chegou num momento que sua sinopse original já tinha terminado e o autor já não tinha mais o que contar e foi criando uma sinopse diferente a cada semana pra terminar logo com a novela. Senti falta do selo Gilberto Braga de qualidade. Definitivamente, esse não é o mesmo autor de Vale TudoCelebridade! E de nada adiantou mudar toda a sua história. Babilônia fechou com uma média vergonhosa de 25 pontos (a meta do horário é 35), a pior audiência de toda a história das novelas das nove! Só a título de curiosidade, Em Família, tida como o maior fracasso das nove, teve média de 30 pontos! Sem falar que sofreu a humilhação quase que diária de perder para a novela das sete, I Love Paraisópolis, e, em dias muito ruins, perdeu também para Malhação, Os Dez Mandamentos (Record) e Carrossel (SBT) e encostou em Além do Tempo, Sete Vidas e na reprise de O Rei do Gado.


Nunca uma novela das nove sofreu tantas modificações no ar quanto Babilônia. Mal escrita e com problemas estruturais sérios, a trama foi a responsável pelo seu próprio fracasso. Ela perdeu identidade. Virou uma "novela Frankenstein", cheia de remendos e tramas mal costuradasO que estava ruim, ficou ainda pior! Talvez, os autores deram guarida demais para o telespectador ao deixar a opinião pública influenciar a trama original. Assim como eu, muitas outras pessoas gostariam de ter visto a real ideia dos autores. E não de outros telespectadores! Cada um gosta de uma coisa; se agrada um, desagrada outro. Não tem jeito. Uma história tem que agradar antes de tudo um telespectador especial: o próprio autor. Se o novelista não curte o que está escrevendo, a chance de fazer sucesso com alguém é mínima. E foi o que aconteceu com Babilônia, que tentou agradar todo mundo e, no fim das contas, acabou não agrando ninguém...


Minha nota para a novela: 4





sexta-feira, 28 de agosto de 2015

Babilônia The Oscars


Melhor personagem - Consuelo (Arlete Salles)


Trouxa do ano - Diogo (Thiago Martins)


Pepeca de ouro - Beatriz (Glória Pires)


Melhor atriz - Arlete Salles (Consuelo)


Melhor ator - Marcos Palmeira (Aderbal)


Troféu "Se arrependimento matasse" - Adriana Esteves (Inês),
que poderia tá na novela do JEC, mas preferiu fazer Babilônia


Figurino do ano - Jaquetinha Power Randers Amarela da Inês (Adriana Esteves)


Melhor casal - Rafael e Laís (Chay Suede e Luisa Arraes)


Maior mistério da novela - Cadê os gatos da Tia Celina (Débora Duarte)?


Troféu "Cura gay" - Cazalbé (Marcos Pasquim)


Troféu "Mudei para agradar a Família Brasileira
me dei mal" - Alice (Sophie Charlotte)


Troféu "Faço sempre o mesmo papel nas novelas
do Gilberto Braga" - Cristina Galvão


Troféu "Tal vó, tal mãe, tal filha" - Dora (Virginia Rosa),
Regina (Camila Pitanga) e Júlia (Sabrina Nonata)

TRÊS SONGAMONGAS QUE ATRAVESSAM GERAÇÕES

Troféu "Não tenho nome" - Delegada (Maira Charken)


Troféu "Não nasci com a bunda virada pra lua, mas me
esforcei pra ficar na posição certa" - Regina, que de favelada
e barraqueira virou uma hostess educadíssima e modelo


Pior núcleo - Clóvis/Valeska/Norberto


Cosplay mal feito da Maria Vanúbia (Roberta Rodrigues) - Valeska (Juliana Alves)


Pior Merchandise social - Ivan (Marcelo Mello Jr.), que
virou paraplégico na reta final desnecessariamente


Pior palavra - Playba


Troféu "Perdi a mão legal" - Gilberto Braga



malhacao-derrota-babilonia

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Cambalacho, o auge da comédia rasgada dos anos 80



Se você acha que a Regina Casé paga mico demais no Esquenta com seus looks excêntricos (leia-se: cafona), isso porque você não lembra da época que ela era atriz, magrinha e vivia com uma peruca da Tina Turner. Estou falando da personagem dela, Tina Pepper, na novela Cambalacho, de Silvio de Abreu, clássico dos anos 80 que volta ao Canal Viva hoje, às 14h30. A personagem é uma das mais icônicas da galeria de tipos que a nossa teledramaturgia já apresentou! Tina Pepper, ou melhor, Albertina Pimenta, era uma suburbana metida a gostosa que sonhava em ser uma cantora famosa. Achava que cantava e era fã de Tina Turner, que fazia muito, mas muito sucesso mesmo lá pelos meados da década de 80. Depois de muita artimanha, Tina Pepper alcança o estrelato com o hit "Você Me Incendeia" (que fez estrondoso sucesso na vida real tal como o "Vida de Empreguete" foi para os mais novos) e chegou até a se apresentar no Cassino do Chacrinha.


Dois trambiqueiros encabeçavam a trama, cujo sucesso popularizou a expressão "cambalacho" em todo o país: Naná e Gegê (Fernanda Montenegro e Gianfrancesco Guarnieri), que aplicavam pequenos golpes para sobreviver. Para aliviar a culpa que sentia por ser trapaceira, Naná levava para sua casa crianças que recolhia nas ruas de São Paulo. Entretanto, apesar de viverem de trambiques, Naná e Gegê são boas pessoas. Só não conseguiam ganhar a vida de outra maneira.


Natália do Valle também fez muito sucesso na época como a pérfida vilã Andréia, cujo tema musical era repetido à exaustão: "Perigoooooosaaaaaaaaaa!". Casada com Antero Souza e Silva (Mário Lago), para herdar a fortuna do milionário ela foi capaz de qualquer coisa, até mesmo planejar a morte do próprio marido. Ainda nos capítulos iniciais da história, o iate de Antero sofre um grave acidente em alto-mar e o corpo do milionário desaparece. Com a morte de Antero, seu testamento é aberto e, para desespero de Andréia, ele designou como herdeira Naná, sua filha desaparecida.


Determinada a reaver a fortuna do marido, Andréia contrata o advogado Rogério (Cláudio Marzo) para cuidar do caso e ele usa de todos os meios ilícitos para satisfazer sua cliente. Rogério é a paixão de Andréia, apesar de ser seu cunhado, casado com Amanda (Susana Vieira). Ele é um machão, que vive tendo relacionamentos passageiros fora do casamento por achar que jamais será descoberto pela mulher. Quando Amanda, também advogada, percebe que está sendo traída, decide defender Naná na disputa pela herança de Antero. Casada com Rogério há muitos anos, Amanda acreditava ter uma relação sólida com o marido. Ela é uma mulher inteligente, porém, um pouco ingênua, e sofre muito ao descobrir a traição do companheiro de tantos anos.


A novela dá uma reviravolta com a chegada de Daniela (Louise Cardoso, intérprete da Daniela impostora), a suposta filha de Naná. Ao saber que receberia a herança de Antero, Naná liga imediatamente para a filha para contar a novidade. Em poucos dias, Daniela chega ao Brasil acompanhada do noivo, Jean Pierre (Luiz Fernando Guimarães), e do sogro, Armand (Oswaldo Loureiro). Aos poucos, nota-se que Daniela é uma jovem aproveitadora, que está interessada em tirar proveito da fortuna que a mãe receberá. Jean Pierre e Armand, na realidade, chamam-se João Pedro e Armandinho e são dois trapaceiros também que estão de olho na grana de Naná.


No final da novela, descobre-se que a Daniela que se dizia filha de Naná é uma impostora. Para a felicidade completa de Naná, a verdadeira Daniela (Cristina Pereira) aparece no último capítulo, no meio do casamento da mãe com Gegê. Naná, então, ganha definitivamente a herança de Antero. Amanda e Rogério reatam após ele perceber o canalha que sempre foi e ter lutado para reconquistar o amor da ex-esposa. Já a vilã Andréia é presa e condenada a muitos anos de prisão. 


Um dos casais de maior sucesso da trama era Tiago (Edson Celulari), filho de Antero, e Ana Machadão (Débora Bloch), filha de Gegê. Com os dois, o autor Silvio de Abreu levou ao debate os preconceitos em relação aos papéis sociais e inverteu profissões tradicionalmente masculinas e femininas para tentar quebrar estereótipos. O rapaz era bailarino e, ao decidir assumir a profissão, sofre com a não aceitação do pai, que o deserda. Tiago era apaixonado por Ana Machadão, uma jovem bonita, que já carregava no nome sua personalidade forte. Ela tinha um jeitão grosseiro devido à profissão de mecânica, mas nem por isso deixava de ser romântica e feminina. O romance fica estremecido após a chegada de Daniela (Louise Cardoso), a suposta filha de Naná. É que o rapaz namorava a moça quando esteve na Europa e, de volta ao Brasil, ela não mede esforços para reconquistá-lo. Mas no fim tudo dá certo e Ana e Tiago terminam juntos e felizes para sempre!


Outra trama bem-humorada era do casal Cecília (Rosamaria Murtinho) e Wanderley (Roberto Bonfim). Ela, insegura e paranoica, desconfiava de todos os passos do marido, enquanto ele era o mais fiel dos homens. Havia também espaço na trama para Lili Bolero (Consuelo Leandro). Ela e a filha, Tina Pepper, protagonizaram as cenas mais hilariantes de Cambalacho. Lili era uma cantora frustrada que vivia reclamando que a cantora Ângela Maria prejudicou sua carreira. Em determinado momento da história, Tina encontra um livro de feitiços e decide fazê-los para conquistar seus pretendentes. Ela é apaixonada por Aramis (Paulo César Grande), mas ele a rejeita. Com o feitiço da Salamandra (uma das partes mais engraçadas da trama), Tina consegue conquistá-lo. Mas o feitiço passa e ela decide preparar outro, mas acaba enfeitiçando o irmão de Aramis, Porthos (Maurício Mattar), que fica apaixonado por ela. Quando Jean Pierre (Luiz Fernando Guimarães) conhece Tina, eles se apaixonam e passam a viver um romance divertidíssimo.


Exibida em 1986 (com uma reprise no Vale a Pena Ver de Novo em 1991), Cambalacho foi um daqueles momentos felizes de nossa televisão, onde tudo atingiu a tônica certa: uma mistura certeira de dramalhão folhetinesco com a comédia mais rasgada que Silvio Abreu fazia tão bem no horário das sete naqueles tempos. O autor também pôde discutir a moral do país e criticou o comportamento condescendente frente a falcatruas e à corrupção, uma maneira de combater a ideia de que se pode levar vantagem em tudo. Agora, para quem quer rever ou não viu Cambalacho pela primeira vez, chegou a oportunidade perfeita para conhecer esse grande novelão. Basta ligar sua TV no Viva hoje às 14h30. Se você não tem TV Paga, chora queridinho...


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