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quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

Retrospectiva 2015


Finalmente é dia 31 de dezembro e esse ano com tantas coisas boas (outras, nem tanto) está chegando ao fim. Consegue pensar em tudo o que aconteceu em 2015 nesse mágico mundo da TV brasileira? 


Parecia tudo bem com as novelas brasileiras até o fantasma do Comendador (Alexandre Nero) surgir na janela da mansão da família Medeiros em plena sexta-feira 13. "Curuuuzes", diria Téo Pereira (Paulo Betti) se tivesse que fazer uma crítica sobre a vilã Cora rejuvenescer de Drica Moraes para Marjorie Estiano. Império, que começou parecendo uma Avenida Brasil, terminou como um novelão desvairado. Maluca e misteriosa como seu protagonista, a história terminou sombria, mas teve final feliz: saiu vencedora do Emmy Internacional de Melhor Novela de 2015. Não se sabe se José Alfredo jogou uma maldição, mas a partir da sua morte a dramaturgia brasileira não foi mais a mesma.


O cenário era promissor: Carminha (Adriana Esteves) voltaria à TV para o duelo de vilãs histórico com a Maria de Fátima (Glória Pires), mas Babilônia não se entendeu com o telespectador e sobrou até para Fernanda Montenegro. Sim, o ano é 2015, o século é 21, mas Fernandona foi rejeitada apenas por beijar outra mulher na TV. Nem mesmo o Altíssimo, sempre convocado pela conservadora Consuelo (Arlete Salles), conseguiu salvar a catástrofe que foi essa novela. A separação do Calypso, a conversão da Andressa Urach e as reviravoltas políticas entre Dilma, Eduardo Cunha e Michel Temer se revelaram tramas melhores e mais emocionantes que Babilônia. A história que começou dando um choque de monstro na Família Brasileira terminou com o rabinho entre as pernas.


Até que chegou Verdades Secretas para dar o golpe fatality na Família Brasileira. Dizendo "lambe lambe lambe lambe lambe" já na abertura, Verdades Secretas mexeu com a fidelidade geral. Enquanto Alex (Rodrigo Lombardi) pulava a cerca com a enteada Angel (Camila Queiroz), a gente ignorava uns episódios de MasterChef  só para ver os nudes semanais de Angel Demônia, Brunet, Gianechinni, Pedrinho do Sítio do Picapau Amarelo e companhia. Ainda ganhamos uma expressão para chamar de nossa: book rosa. E a oportunidade de reparar a final do BBB5. Grazi Massafera pode não ter ganho R$ 1.5 milhão, mas até um Oscar para a atriz, por seu papel como viciada em crack, a gente pediu.



Definitivamente, 2015 foi o ano dos nudes na telinha. O ano mal tinha começado e um bumbum já "quebrou" a internet. Paolla Oliveira apareceu de costas, andando de fio dental, levando o público à loucura com seu "pandeirão" e deixando todos nós ba-ban-do e Felizes para Sempre!



O que ninguém esperava era que o gigante, quer dizer, a Record iria acordar. E com um golpe do cajado de Moisés (Guilherme Winter), Os Dez Mandamentos se instalou como uma praga do Egito: deu um xeque mate em A Regra do Jogo na audiência e vai estar onipresente em nossas vidas, pelo menos até 2016. O dia da abertura do Mar Vermelho já entrou para a história: fez a Toda Poderosa morrer afogada na audiência. No ano em que comemorou seus 50 anos de existência, a Globo viu sua supremacia ser abalada pelo Egito da concorrência. Que baita presentão, né? Enquanto Carminha e Félix (Mateus Solano) passaram anos afastados para descansarem a imagem, não deu nem sete meses e o imortal Comendador já voltou para a telinha. Mas nem isso foi o suficiente para agradar o grande público. Nem a assinatura do mesmo autor do fenômeno Avenida Brasil!



No universo paralelo, a Band dava uma de Glória Perez e inaugurava uma faixa de tramas turcas de verdade na programação. Ou vai dizer que você nunca ouviu falar de Mil e Uma Noites e Fatmagul? A primeira contava a história de amor de um casal que se apaixonou depois que a moça aceitou fazer um programa para pagar o tratamento de leucemia do filho. Já esta última, conta a história de uma turca que vive uma paixão com um homem que a assistiu sendo estuprada. Histórias bem leves, né? Mas o público (quer dizer, só uns sete ou oito gatos pingados) conseguiu sonhar do mesmo jeito.


Sem paciência para quem está começando, o SBT, canal que mais entende de novelas gringas, levou o conceito de Vale A Pena Ver De Novo ao limite e colocou Maria do Bairro no ar pela sétima vez. 
Podia ter gerado revolta, afinal, sete vezes, só se for gol da Alemanha. Mas a emissora mais feliz do Brasil pensou na Internet e inovou ao usar memes para promover a novela. Luis Fernando virou o boy magia, a vilã Soraya a falsiane e os choros mexicanos "babado, confusão e gritaria". Atire a primeira pedra quem não ficou com vontade de ver pela sétima vez (inclusive, estou vendo)?



Sai a maravilhosa Malhação Sonhos, que nos presenteou com os inesquecíveis casais Perina e Cobrade, e entra a deprimente Malhação - Seu Lugar no Mundo. Sai a ótima Alto Astral e entra a insossa e maluca I Love Paraisópolis. Fomos do céu ao inferno com a Malhação e com o horário de novelas das sete. Ainda bem que veio Totalmente Demais para nos salvar! Os DRs e a poesia diária de Sete Vidas foram a morfina necessária para aliviar as dores severas causadas pela decepção colossal com o famigerado Segredo da Carlota (Giulia Gam) em Boogie Oogie.


Ao contrário de Além do Tempo, que deu um passo ousado ao avançar do século XIX para o tempo atual, parece que a TV brasileira regrediu em 2015. Com I Love Lucy, série da década de 50 do século passado, a emissora de Silvio Santos acrescentou mais um achado à sua programação com cheiro de naftalina. Gugu e Ratinho regrediram aos anos 90 na disputa pela vice-liderança nas noites de terças, quartas e quintas: o primeiro atacou com entrevistas com celebridades presas (como Suzane von Richthofen e o goleiro Bruno), propôs um exame de DNA para um galo, reviveu o famoso quadro da banheira. Já o outro, rebateu com a brincadeira do "rabo quente" e caçou fantasmas em seu estúdio. Assim como o Você na TV e seus segredos chocantes (e bizarros): mulher revelando que foi abduzida e que está grávida de um ET, um homem prevendo o apocalipse zumbi, um outro revelando que era um ET e presenteando o apresentador João Kléber com o planeta Marte...


2015 também foi um ano em que a internet mostrou o que tem de pior. Criminosos se aproveitam do anonimato da internet para ofender e fazer vítimas. As atrizes Taís Araújo, Sheron Menezes e Cris Vianna e a apresentadora Maria Júlia Coutinho sofreram ataques racistas pelas redes sociais. A reação teve o tamanho do Brasil. Além do racismo e da intolerância, o ano também foi marcado por momentos de luto. Infelizmente, o Brasil perdeu muitos artistas queridos da televisão em 2015: Cláudio Marzo, Jorge Loredo (intérprete do inesquecível Zé Bonitinho), Roberto Talma, Elias Gleizer, Luis Carlos Miele, Yoná Magalhães, Betty Lago, Marília Pêra... Tristeza para uns, alegria para outros. Afinal de contas, o que seria do A Tarde é Sua sem a morte do cantor Cristiano Araújo?



A chinesa Jiang Pu, do MasterChef, roubou a atenção e virou queridinha por sua aparência fofa, seu carisma e um português no mínimo peculiar. Assim como a Mara Maravilha na A Fazenda 8, que foi a única razão que nos fez assistir ao reality show da Record. Ambas não ganharam, mas foram as grandes "campeãs morais". Falando no MasterChef, esse ano houve uma verdadeira overdose de programas de culinária: Batalha dos Confeiteiros (Record), duas temporadas de Hell´s Kitchen (SBT), Super Chef (Mais Você, Globo), Bake Off Brasil (SBT), MasterChef Kids (Band).



E o que dizer de Monia Iozzi? Ela brilhou em Alto Astral, salvou o Vídeo Show do fiasco que o Zeca Camargo o transformou (formando uma dupla alegre e debochada ao lado de Otaviano Costa) e deu uma aula de humor e improvisação quando participou do Tomara que Caia, um programa de humor que não tinha a menor graça. Tragam todos os prêmios para a Moniquinha, pessoal!




Como em Além do Tempo, muita gente vai precisar de uma segunda chance na vida para entender o ano de 2015: Xuxa indo pra Record, Silvio Santos e Edir Macedo juntos no Templo de Salomão, Fátima Bernardes dançando Bang com a Anitta, Willian Bonner ficando de pé e andando pelo cenário no Jornal Nacional, extintor de incêndio em pleno Egito Antigo, um Zorra realmente engraçado, a Rainha dos Baixinhos fazendo entrevistas picantes com celebridades num quadro intitulado "Conto de Fodas", Globo atrasando sua novela das nove para as dez só para não bater de frente com o fenômeno bíblico da Record... Será que vamos precisar gastar 150 anos para superar tudo isso?


Acima de tudo, me diverti muito esse ano escrevendo para todos vocês, leitores. Tenho um esforço diário e hercúleo para levar a vocês o melhor (e, principalmente, o pior) do que acontece nesse mágico mundo da TV brasileira. Foram centenas de horas da minha vida que gasto escrevendo apenas porque curto muito assistir novela e escrever sobre ela. Espero que vocês também tenham se divertido com minhas matérias em 2015. Que as luzes do ano novo brilhem e traguem a todos vocês que nos acompanham aqui no blog e no facebook um 2016 de muitas realizações, paz, amor, saúde, sucesso, prosperidade e (claro!) dinheiro no bolso. E que ano que vem seja bem mais iluminado e nos traga mais material para rir e se emocionar com as tramas e programas da televisão. Valeu, pessoal!

quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

Amigo Secreto do Eu Critico Tu Criticas



Uma das brincadeiras mais divertidas (e clichês) do Natal e do Ano Novo é o Amigo Secreto. Todo ano é a mesma coisa: chegam as festas de fim de ano e alguém puxa aquela ideia "E aí, vai ou não vai rolar um amigo secreto?". Na família, entre amigos, na escola ou na firma, a brincadeira pode ser muito divertida... Ou muito constrangedora. Depende de quem se tira. E, principalmente, do que se ganha. Porque dar de presente um iPhone e ganhar de volta um par de meias é a treva, né? Nesse clima de despedida de 2015, o Eu Critico Tu Criticas selecionou alguns personagens das novelas desse ano para participarem do nosso Amigo Secreto. Só que quem vai ter que adivinhar quem é quem são vocês, caros leitores, a partir de algumas dicas que eu vou dar. Preparado para a brincadeira?


terça-feira, 29 de dezembro de 2015

'A Regra do Jogo': uma novela 100sacional ou 100sal?


O capítulo 100 é importante para muitas novelas não só por questões numerológicas, mas porque muitos autores sempre guardam surpresas e grandes reviravoltas para esses capítulos. A Regra do Jogo alcançou essa marca semana passada, mas a comemoração passou em branco aqui no Eu Critico Tu Criticas porque, para o azar de João Emanuel Carneiro, o capítulo foi cair bem na véspera de Natal. E eu que não ia largar minha rabanada para falar de novela, né? Passado a minha ressaca, acho que chegou a hora de analisarmos a trajetória de A Regra do Jogo até o momento. Emplacou? Deu errado?

Com mais três meses pela frente e livre da dura concorrência de Os Dez Mandamentos, A Regra do Jogo vem trilhando uma recuperação sensível e gradual para o horário nobre global em termos de audiência (alcançando médias acima dos 30 pontos). Entretanto, é uma novela muito inconstante (ora, muito boa, ora, muito ruim) e que divide opiniões. Para alguns, a atual trama do JEC foi uma grande decepção e é considerada como o primeiro deslize da carreira do escritor, tido como o Grande Monstro Sagrado da teledramaturgia brasileira atualmente. Para outros, A Regra é sim um novelão e guardou sua melhor parte para a metade final, prometendo fortes emoções, surpreendentes viradas e um final em grande estilo, recuperando a audiência e a fidelidade do telespectador. De qualquer forma, ainda que não seja unânime, é inegável que a trama do JEC apresenta-se como a mais interessante desde Avenida Brasil, também de sua autoria. Mas, apesar de ser uma novela com muitas qualidades, expõe alguns erros pontuais que acabam comprometendo o seu desempenho geral.


A primeira falha de A Regra do Jogo foi ter começado com o bonde andando. A impressão que se teve é de que pegamos o folhetim pela metade. Nas primeiras semanas, foram várias alusões ao Massacre da Seropédica que deu uma reviravolta na vida dos personagens principais, porém era tudo muito nebuloso, difícil de decifrar. Agora está tudo mais claro e palatável para o público quem são os mocinhos e os vilões e pelo que eles se enfrentam. Finalmente, pode-se montar o xadrez humano das primeiras chamadas, com os personagens vestidos de preto ou branco. Mas acredito que se a novela começasse durante o período em que ocorreram as mortes, apresentando os personagens antes do crime e dando ao público a oportunidade de ver e não deduzir o que aconteceu, a novela começaria com o pé direito. Os telespectadores criariam um vínculo muito maior com os personagens. Sei que o autor quis preservar o mistério, mas era sim possível expor a tragédia sem revelar tudo.

Um dos principais fatores responsáveis pela rejeição de Babilônia foi a falta de drama e romance, elementos necessários para atrair o público noveleiro. Os personagens expeliam ódio e ressentimento e não se sabia bem para quem torcer. E A Regra do Jogo repetiu o mesmo erro. A trama é bem armada, instigante e cheia de reviravoltas, mas falta "novela", falta emoção. Tanto que os melhores momentos da trama eram as cenas de Romero (Alexandre Nero) e Djanira (Cássia Kis). Numa novela onde a violência, o ódio e as disputas correm soltos, esses momentos tocantes de carinho entre uma mãe resistente em acreditar no arrependimento do filho, mas louca para se entregar a esse afeto e recebê-lo novamente em seu coração, e um filho, embora desejando vingança, mendigando o amor da mãe que lhe expulsou de casa quando ainda era pequeno foram muito bem-vindos e dilaceradores.


Falando na personagem de Cássia Kis, ela se apresentou como uma das personagens mais interessantes da novela. Mais do que isso, a intérprete de Djanira entregava-se em todas as suas cenas e emocionava o público, o que contribuiu para impulsionar o início de A Regra. Entretanto, antecipada em um mês, a morte dessa personagem-chave da trama trouxe algumas reviravoltas nem tão proveitosas. É de se questionar o motivo dessa antecipação, uma vez que, ao contrário do esperado, essa perda acabou atrasando ainda mais o andamento do núcleo principal. Como prejuízo, a mocinha Tóia (Vanessa Giácomo) tornou-se frágil e manipulável nas mãos de Romero e muitos mistérios envolvendo a sua origem ficaram sem explicação. É curioso o fato que o autor tenha dado tão pouco destaque à morte de Djanira. Ainda que não tenha intenção de promover o famigerado "Quem matou?", o segredo envolvendo o assassinato da personagem foi abordado tão superficialmente que dissipou o interesse do telespectador. Além disso, os personagens, nem mesmo Tóia, sequer lembram do falecimento de Djanira, a despeito de suas ligações com quase todos os componentes do núcleo principal. Parece que o crime virou um "arquivo morto" na novela, desligado de qualquer abordagem. Não só o assassinato de Djanira, mas também o do Delegado Faustini (Ricardo Pereira), que o policial Dante (Marco Pigossi) nem lembra mais que existiu, nem investiga. Espero que o JEC tenha guardado uma carta na manga para explicar esses mistérios. Assim como, também, o sumiço do personagem de Jackson Antunes. O Tio tinha um cargo de confiança na facção, foi preso e, depois disso, ninguém sabe, ninguém viu... Fez um acordo de delação premiada? Fugiu?


Um grande acerto da novela é a Atena (Giovanna Antonelli). Ainda que seja uma vilã muito mais cômica do que cruel, ela encanta com seu charme, humor, leveza e tiradas, sendo a melhor personagem da trama. Não é exagero afirmar que o mérito do sucesso de Atena é  inteiramente de Giovanna Antonelli, que, mais uma vez, rouba a novela pra si, provando que desempenha com brilhantismo qualquer papel que lhe é proposto. O amor bandido entre a sua personagem e Romero é um dos maiores acertos da história, porque oferece ao público, em doses precisas, cenas emocionantes e divertidas. Chega a ser redundante falar que os dois são feitos um para o outro e ressaltar a inegável química entre a Antonelli e o Alexandre Nero, mas nunca é demais reconhecer isso. 

Se, por um lado, o casal Romena é o único que comove o público, convencendo-o a acreditar que os bandidos também amam, é com Ascânio (Tonico Pereira) que Atena forma a melhor dupla da novela. A genialidade, entrosamento e humor dos atores é notório e, com isso, fazem dessa parceria um feliz encontro profissional. Quase sempre interligados, os personagens têm protagonizado as melhores cenas cômicas da novela, ainda que esse não seja o propósito principal do núcleo. Após anos vivendo o mesmo personagem (Mendonça) no seriado A Grande Família, Tonico Pereira agora faz um personagem não tão distante do anterior, mas com uma interpretação original e desponta como uma grata surpresa na novela, sempre ótimo em suas cenas e saindo-se muito bem nessa experiência em novelas. Atena e Ascânio servem de contraponto aos vilões mais barra pesada, como Zé Maria (Tony Ramos), Orlando (Eduardo Moscovis), Gibson (José de Abreu) e todo o núcleo da facção criminosa.


Por falar em facção, essa é a trama mais forte e interessante da novela. Com os ajustes realizados para conferir maior clareza aos olhos do público, hoje já pode-se dizer que é um acerto, ainda que inicialmente tenha causado estranheza dos telespectadores. A propósito, o mérito é do autor, por captar bem a realidade atual, trazendo um tema pertinente e intrigante à tona, transformando a história em uma trama policial bem amarrada e conduzida, com doses certas de ação e suspense. A revelação de que Gibson era o Pai da facção e a entrada de Kiki (Débora Evelyn) deram uma chacoalhada na trama, que finalmente voltou a andar e engrenou de vez. Mas a novela só melhora quando intensifica os dramas pessoais dos personagens em detrimento ao massante joguinho de gato e rato entre a facção e a polícia. Toda hora a polícia arma uma emboscada para prender o Zé Maria, mas ele sempre consegue escapar. A polícia da novela é totalmente ineficiente, pois não consegue enxergar um palmo à frente do nariz. Assim como a facção, que consegue matar todo mundo e já tentou matar a Tóia de todas as maneiras (várias delas bem ridículas), mas nunca conseguiu.

Aqui cabe um puxão de orelha na equipe de edição de A Regra do Jogo, que tem acentuado ainda mais o abismo textual entre o núcleo principal e o Morro da Macaca. As falhas de edição, cortes e mesclas de cenas são evidentes até para um telespectador leigo. Basicamente, os capítulos têm o primeiro e o último bloco dedicados à trama principal, ao passo que a parte do meio fica restrito às tramas paralelas e núcleos cômicos. Dessa maneira, as histórias secundárias ficam ainda mais avulsas dentro da novela e ocupam quase a integralidade do capítulo, tornando-o enfadonho e seus núcleos mal distribuídos. Para piorar, as cenas que merecem destaque, como as sequências de ação e romance, são picotadas pela edição da novela, muitas vezes exibidas em partes, prejudicando o clímax cênico e jogando um balde de água fria no telespectador que tanto aguardou por esses momentos.


É certo que não há como se escrever uma novela com mais de cem capítulos por vários meses baseada apenas na trama central. Entretanto, dessa vez, o JEC não foi nenhum pouco feliz na construção dos personagens voltados para o humor. A história do MC Merlô (Juliano Cazarré) e suas dançarinas não empolga, é boba e repetitiva. As cenas do quadrilátero amoroso Rui (Bruno Mazzeo), Tina (Monique Alfradique), Oziel (Fábio Lago) e Indira (Cris Vianna) também não agradam, são prolongadas e limitam-se ao lugar-comum. O excesso de cenas cômicas, exibidas ininterruptamente, é tão incômodo que nos remete ao antigo Zorra Total. A propósito, é impressionante como a maioria dos núcleos do Morro da Macaca não engrenou. O que dizer da sofrida Domingas (Maeve Jinkings) e do abominável Juca (Osvaldo Mil)? Foi uma reconstrução pífia da história de Catarina (Lília Cabral) e Leonardo (Jackson Antunes), já abordada em A Favorita. Porém, essa "figurinha repetida” não consegue emplacar como anteriormente, pois o texto não tem o mesmo impacto, as atuações não correspondem às expectativas e a própria realidade não é mais a mesma, muito embora, infelizmente, ainda existam muitos casos assim. Embora surreal, a entrada de Carmo Della Vechia vivendo o misterioso César, que invadiu a casa de Domingas e engataram um romance, deu uma melhorada nessa trama. Voltando à comicidade, por fim, está o menos sofrível dentre os núcleos de humor: o "lado B" da família Stewart, encabeçada por Feliciano (Marcos Caruso). Sem dúvida, é mais uma trama completamente deslocada na novela, o que dificulta o telespectador afeiçoar-se àqueles personagens. Entretanto, as atuações individuais salvam a subtrama de um fracasso completo, com destaque para o próprio Caruso, impecável em seu timing, aos disparates de Dalila (Alexandra Richter), às discussões de Mel (Fernanda Souza) e Janete (Suzana Pires) e à pertinência da funcionária Dinorah (Carla Cristina Cardoso).




A Regra do Jogo é uma boa novela, sustentada em uma trama central sólida e próspera, porém, com vários erros pontuais em seu desenvolvimento. Mas é uma novela fora dos padrões convencionais. Tem na receita muito mais suspense e ação do que drama e romance, deixa o público intrigado e sedento por revelações e uma dinâmica inovadora muito parecida com a de seriados americanos. Talvez, se fosse, de fato, uma série ou uma novela das 23h o resultado seria mil vezes melhor. É um trabalho de muita qualidade, porém para o qual o grande público ainda não está preparado. Mas é assim que a evolução da TV acontece, abrindo caminho, ousando, errando e acertando.


segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

'Além do Tempo' chega em reta final "devagar, devagarinho"


Estava eu assistindo TV quando me deparei com o teaser de Além do Tempo que passa nos intervalos comerciais soltando aquela terrível frase: "últimas semanas". As chamadas de Êta Mundo Bom, próxima novela das seis, já estão no ar. A atual acaba dia 16 de janeiro, mas não percebi que estava tão perto assim do fim por um simples motivo: Além do Tempo está sendo cozinhada em fogo brando!

 
A história saiu do século XIX e passou a ser ambientada em 2015 a partir do dia 21 de outubro e, no início, tudo ainda funcionava como uma nova descoberta, mas que não era total, já que já existia certa familiaridade do público com os personagens. Essa era, justamente, a proposta de Elizabeth Jhin: falar sobre uma trama de reencarnação, que começava no passado e atravessaria o tempo, como bem sugere o título, mostrando duas vidas distintas de um mesmo grupo de almas. Com isso, Além do Tempo acabou perdendo o ritmo e até deu uma desacelerada inicial, mas continuou instigante e encantadora porque propôs uma brincadeira ao público de perceber o que mudou neste reencontro, onde estão posicionados os personagens que tanto curtiu em suas vidas anteriores e quais seriam os novos desfechos deles. Entretanto, essa fase de "reinício" da trama durou mais que o desejado. Um mês se passou no novo século e a novela continuava com cara de que tinha acabado de estrear.

Além do Tempo sempre usou e abusou de vários clichês na primeira fase e isso nunca foi motivo de crítica, pois os utilizava com competência. Só que agora, em pleno século XXI, acabou se tornando enfadonha essa temática tão clichê e folhetinesca. Tiro como exemplo a vilã Melissa (Paolla Oliveira), que já fez de tudo para não perder Felipe (Rafael Cardoso) e inferniza-lo: fingiu gravidez, acabou descobrindo que estava realmente grávida, perdeu o bebê, escondeu de todos que perdeu o bebê, fez chantagem emocional, usa o filho para manipular e ameaçar o ex-marido... Dá até pra fazer um bingo com todos esses clichês de mulher rejeitada em novela, né? Eu, particularmente, nunca gostei dessa "recaída" de Melissa. Logo no início da segunda fase, cheguei a simpatizar com ela, parecia uma esposa dedicada que não merecia ser traída. Mas com a volta da sua vilania, Além do Tempo ficou parecendo "mais do mesmo". Ainda que os personagens carreguem algumas características e "contas a acertar" das vidas passadas, ficou tudo previsível e igual demais, sem muitas novidades com relação à primeira fase. Nesse ponto, Elizabeth Jhin errou feio e poderia ter ousado mais. Seria interessante, por exemplo, se ela tivesse deixado o público dividido entre duas "mocinhas" disputando o amor de Felipe, sem essas diferenças tão grandes entre a Lívia (Alinne Moraes) e a Melissa. Tenho certeza que, no último capítulo, Felipe, Lívia, Melissa e Pedro (Emílio Dantas) terão quase o mesmo embate que no final da primeira fase, só que com um desfecho feliz para os mocinhos, querem apostar?
 

Pior do que ver Melissa repetindo que não vai aceitar perder Felipe e que fará da vida dele um inferno, é Anita (Letícia Persiles) se questionando pela milésima vez se deve seguir seu coração e se render pelo amor que tem por Afonso (Caio Paduan) ou ser racional e se render a proposta de ter um filho com Roberto (Rômulo Estrela). Aliás, foi muito óbvio esse lance de Roberto querer ter o filho de Anita que rejeitou na vida passada, né? Até agora estou querendo entender o Cadu Libonati (bem ruinzinho, diga-se de passagem) fazendo a reedição do Jeff de Malhação Sonhos, só que médium. E até a divertidíssima família de Mássimo (Luís Melo), que era um dos pontos altos da primeira fase da trama, perdeu bastante a graça. Salomé (Inês Peixoto), por exemplo, foi uma das personagens que mais perdeu a importância nessa segunda fase, assim como a Zilda (Nívea Maria). Em contrapartida, Dorotéia (Júlia Lemmertz) tem roubado a cena agora com sua boas tiradas, que conseguem divertir e quebrar um pouco a chatice da filha, Melissa. Outros que também cresceram bastante nessa nova fase foram Gema (Louise Cardoso), Raul (Val Perré), Severa (Dani Barros) e Emília (Ana Beatriz Nogueira).
 
A trama mais forte e empolgante (talvez, a única) da segunda fase é o embate entre Emília e Vitória (Irene Ravache), que vem desde a vida passada, quando eram nora e sogra e se detestavam. Só que antes, Vitória era rica e má e Emília a pobre e boa. Agora as posições se inverteram, a relação das duas mudou para mãe e filha e, com a entrada de Juca de Oliveira, a história ficou ainda melhor e mais instigante. Alberto (Juca de Oliveira) nunca perdoou Vitória por tê-lo abandonado quando a filha dos dois ainda era pequena. Pouco tempo depois, ela se arrependeu e quis reatar. Ele se recusou e inventou que a garota tinha morrido. Criou Emília estimulando um ódio profundo pela mãe e um desejo de vingança. Vitória passou anos mandando rezar missas pela filha que acreditava estar morta. Hoje rica, Emília já pisou em Belarrosa despejando a mãe e ocupando a casa dela. Nessa semana, Vitória veio, finalmente, descobrir o motivo de tanta ira por parte de Emília. A mentira de Alberto está vindo à tona. São esses acertos de contas que fazem o clima esquentar e rendem cenas épicas em um show de interpretação para Irene Ravache, Ana Beatriz Nogueira e Juca de Oliveira.
 
 
O problema é que essa trama de vingança parece não ter muita história para contar e render outros desdobramentos. Por isso, a autora vai cozinhando a novela em fogo brando e disfarçando a "barriga" da trama na maneira que pode: usando bons ganchos (o ápice no fim do capítulo), o que causa aquela sensação de que algo aconteceu no capítulo do dia, quando, na realidade, a trama anda "devagar, devagarinho"; os constantes flashbacks do século XIX intercalando com cenas da segunda fase; encerrando a novela com diálogos importantes da fase anterior num fundo musical arrepiante... São esses trunfos da Elizabeth Jhin que salvam Além do Tempo de ser uma espécie de Em Família 2.
 
Agora que estão faltando menos de três semanas para o fim da novela das seis, a julgar pela primeira fase, podemos esperar um final bastante movimentado e de tirar o fôlego, com todos os entrechos sendo resolvidos. Mas bem que a autora poderia ter levado essa trama com mais fervura, né? De qualquer forma, Além do Tempo segue sendo uma boa novela e já entrou para a história da teledramaturgia por sua ousada passagem de tempo em que virou "duas novelas em uma".
 
 

domingo, 27 de dezembro de 2015

O Melhor e o Pior da Semana (20 à 26/12)


Os leitores pediram e o Eu Critico Tu Criticas atendeu. A partir de hoje, a seção O Melhor e o Pior da Semana não terá só novelas, mas também tudo que foi destaque na televisão em geral (programas, reality shows, etc). Então vamos conferir o que rolou de bom e ruim na TV essa semana.



O MELHOR DA SEMANA



Especial 'Roberto Carlos Detalhes'



Foi diferente e bem legal o especial do Roberto Carlos que foi ao ar nesta quarta-feira (23/12). A coisa começou bem com uma homenagem aos 50 anos da Jovem Guarda com Roberto acompanhado do Jota Quest como banda, Carlinhos Brown na percussão e Paulo Ricardo e Rogério Flausino nos backing vocals. Com versões bem roqueirinhas de seus clássicos daquela época, o Rei conseguiu dar uma animada geral no público. O melhor é que não começou com 'Emoções' e nem com sua orquestra tradicional no acompanhamento. Depois, veio ao palco a banda que tocou com Roberto Carlos na gravação de seu mais recente álbum, que foi totalmente gravado nos estúdios Abbey Road, aquele lendário em que os Beatles também registravam suas canções. Surgiram mais uma leva de bons clássicos com arranjos um pouco diferentes do tradicional. Na terceira parte, entrou a banda que toca com o Rei há milênios e, para coroar, ainda teve a (ótima!) participação da cantora Ludmilla, que cantou seu hit 'Hoje' com Roberto e 'Café da Manhã', superclássico do Rei. O especial de 2015, terminou, como acontece há décadas, com 'Jesus Cristo' e a tradicional distribuição de rosas. Mas conseguiu se renovar, dar uma repaginada e tirar o mofo do armário após tantos anos de especial.

O casamento de Nelita em 'A Regra'


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Deu a louca em Nelita (Bárbara Paz) no capítulo de quarta (26/12) de A Regra do Jogo! No dia de seu casamento, ela se transforma na "outra", bebe todas e dá aquele show na frente dos convidados. Tudo isso porque descobre que Lara (Carolina Dieckmann), a suposta prima de Orlando (Eduardo Moscovis), é, na verdade, ex do seu noivo. Além disso, ela pira porque os segredos sobre a paternidade de seus filhos vem à tona na frente de toda sua família por intermédio da empregada Conceição (Séfora Rangel), que revela a todos que Orlando é mau-caráter e que Nonato (Ilha São Paulo) é pai de Belisa (Bruna Liermeyer) e Cesário (Jhonny Massaro). Já no auge da bebida, a morena começa o constrangimento geral e aponta para vários homens dizendo que já dormiu com todos ali. Chocados, os convidados ficam sem reação, até que Nelita, sem limites, inicia o melhor momento da semana: seu strip-tease. Já de sutiã, a eterna Marisol sobe na mesa e começa a dançar loucamente. Esse foi um dos melhores (senão, o melhor) capítulos da novela até agora. Toda a sequência foi sensacional, tensa e (involuntariamente) divertida. Destaque para Renata Sorrah (cuja Nora ficou tão horrorizada com o surto da filha que cheguei a sentir pena daquela mãe), Eduardo Moscóvis, Séfora Rangel e, principalmente, Bárbara Paz (a dona da novela essa semana). João Emanuel Carneiro precisa explorar mais os surtos e a bipolaridade de Nelita. Sempre rende bastante!

Reencontro de Alberto e Vitória em 'Além'



Junte a Irene Ravache e o Juca de Oliveira em uma mesma cena e sabe no que vai dar? Show de interpretação, é claro! O reencontro entre Alberto (Juca de Oliveira) e Vitória (Irene Ravache) foi arrebatador. Emocionado e arrependido da crueldade que fez, ele revela que Emília (Ana Beatriz Nogueira), a pequena Mili, não morreu e que mentiu sobre a morte da menina para se vingar da esposa por tê-lo abandonado. Todos os elogios serão poucos para a grandiosidade de Irene Ravache. Que profissional maravilhosa. Honra o ofício com gosto. Ela e Juca de Oliveira protagonizaram a cena mais forte da segunda fase de Além do Tempo. O melhor é que um bloco inteirinho do capítulo foi todo dedicado ao espetáculo de atuação de ambos, como nas novelas antigas. Sensacional!


O PIOR DA SEMANA



Dona do Morro vira a Trouxa do Morro



Adisabeba (Suzana Vieira) é uma personagem apresentada desde o início como uma mulher poderosa, forte e enigmática, mas, depois que foi revelado que o Gibson é o Pai da facção, do nada, ela passou a ser mostrada como uma completa idiota em relação a Zé Maria (Tony Ramos). As cenas em que a Dona do Morro descobre toda a verdade sobre o amado foram muito boas, diga-se de passagem. Mas não é porque a Adisabeba não é o Pai que ela não pode ter alguma ligação importante com a história principal, né? Estamos falando da Suzana Vieira, João Emanuel Carneiro! Pela primeira vez em toda a minha vida, vejo a Rainha da TV brasileira ser trouxiane em uma novela. Triste, viu...

Quadro absurdo de humor (?) do 'Pânico'


panico2 Em quadro absurdo, integrantes do Pânico andam sobre cacos de vidro

Tem um quadro no Pânico da Band que se chama Dramaturgia Pablo Escobar e ali rola todo tipo de "brincadeira" violenta. Claro, tudo invenção do Bolinha, o especialista da casa em fazer bullying com o elenco. Na edição do domingo passado (20/12), os participantes do "joguinho" tinham que passar por um caminho cheio de cactos e espinhos. Detalhe: só de shorts e descalços. Ali já rolavam uns cortes, batidas e coisas do tipo. Ao sair desse caminho tinha um trecho em que as pessoas andavam sobre muitos cacos de vidros. Como falei acima: descalças. Obviamente que rolaram vários cortes e o Gui Santana, por exemplo, saiu sangrando. Não é possível que o Bolinha ou qualquer outra pessoa ache que isso faça algum sentido e que é uma coisa engraçada. Ninguém ri de algo assim, é apenas algo desesperador e que causa agonia nas pessoas. Não é criativo, não é legal e é simplesmente bobo.

Show de cafonice na final do 'The Voice'


claudianova Claudia Leitte e Carlinhos Brown dão show de vergonha alheia na final do The Voice

Está decretado: Claudia Leitte não pode mais cantar em inglês enquanto não fizer aula de dicção. Não dá para entender o que ela canta quando usa a língua dos ingleses. Realmente fica difícil conseguir uma carreira internacional desse jeito. Claudia cantou duas músicas na final do The Voice Brasil nesta sexta-feira (25/12) e me fez dar uma contorcida no sofá com aquela vergonhazinha alheia. E, para piorar, a segunda canção foi junto com a candidata Nikki, outra que é puro exagero.


E ainda veio o Carlinhos Brown com uma música nova, de Natal, que foi uma coisa simplesmente horrorosa. O negócio foi tão ruim que me fez pedir desculpa por todas as vezes que reclamei da Simone e seu "Então é Nataaaaal e o que você feeeeeeeeeez..." tocando em todos os lugares no final de ano! A final do The Voice, em si, foi chata demais. Tirando o número de Michel Teló, que foi animadinho, os shows dos outros técnicos não empolgaram. Ao menos, como motivo de consolo, a vitória foi justa: venceu o Renato Vianna, que realmente é quem merecia ser o ganhador entre os quatro finalistas. Se algum outro ficasse com o troféu (com exceção do Ayrton Montarroyos) seria totalmente injusto, especialmente se fosse o tal do Junior Lord. Sério, como é que ele chegou à final cantando mal daquele jeito? O programa do Raul Gil já teve candidato melhor que o Lord.


sábado, 26 de dezembro de 2015

Gafes da Cláudia Leitte salvaram 'The Voice 4' do fracasso total



Temporada vai, temporada vem e Claudia Leitte continua lá pronta para chamar a atenção. Nem sempre da maneira certa, diga-se de passagem. Quem acompanha o The Voice Brasil desde a primeira temporada sabe que a cantora gosta mesmo de aparecer mais do que os outros. Nesses três meses de programa, foi difícil não ficar irritado com suas performances. Exagerada, meio sem graça, forçada e pouco espontânea, a moça já poderia ter sido substituída, digamos, ali no terceiro ano. Duas temporadas com Claudia já estariam de bom tamanho. E o pior é que a produção poderia ter tirado Cláudia antes do início deste ano da atração. Os rumores rolaram soltos mas, por algum motivo estranho, decidiram mantê-la. Para quem gosta de dar boas risadas, foi uma ótima decisão, afinal de contas, infelizmente, o grande chamariz da quarta temporada do The Voice Brasil não foram as grandes vozes dos candidatos, e sim os comentários sem noção, gafes e caras e bocas da cantora. 

Não foram poucos os momentos em que Claudia se tornou o centro das atenções. Quem não se lembra daquela vez que ela cantou em espanhol e com a ajuda de playback a música "Corazón" com Daddy Yankee? Foi um show de pura cafonice! O que foi ela cantando em inglês (quer dizer, tentando cantar em inglês) ontem (25/12) na grande final? Meu Deus, alguém pare essa louca de querer emplacar uma carreira internacional a qualquer custo! E quando o candidato Rafael Dias esnobou a cantora com um corte seco e escolheu o Lulu Santos ao invés dela? Foi engraçado ver a sua cara de tacho naquele momento! E quando ela deu uma bola foríssima ao falar que "lupus é uma doença bizarra"? Assim não tem como te defender, miga! Tinha vezes também que o decotão da Claudia e seus figurinos extravagantes conseguia chamar mais atenção do que o programa em si. E pra quê fazer tantas caretas para as câmeras? Lulu Santos e Carlinhos Brown também fazem as suas, mas Claudia bate recorde. É provável que tenha até umas dores musculares depois da gravação. E ela faz careta pra tudo: se gosta, se não gosta, para tentar alcançar com o rosto aquela nota mais alta da canção do momento, enfim... Tal como a Mara Maravilha na A Fazenda 8, para o bem ou para o mal, Claudia Leitte foi um capítulo à parte. Até porque, verdade seja dita, o que seria do programa sem ela?

técnicos e apresentadores (Foto: Isabella Pinheiro/Gshow)

A principal novidade dessa quarta temporada do The Voice Brasil seria a entrada de Michel Teló no lugar de Daniel. No início, pensei ter sido uma boa escolha. Ele parecia mesmo mais preparado para a função do que seu colega de música sertaneja. Mas foi como trocar seis por meia dúzia. O cantor é gente boa e bem simpático e sua atuação não chegou a comprometer o reality, mas pode melhorar. Ele precisava se impor mais em relação aos outros jurados e na hora de avaliar os candidatos. Lulu Santos segue sendo o único mais exigente e com as melhores avaliações e Carlinhos Brown diminuiu bastante os exageros das outras edições e veio mais moderado nessa temporada. Mas o programa precisava sim de uma reformulação geral e, principalmente, de mais mudanças em seu júri. Não me refiro nem a questão de potência vocal. O Teló, por exemplo, canta menos que muitos aspirantes a estrelas do reality, mas têm lá sua história, entende de música, é um bom compositor. A questão é que a renovação desse quadro de jurados seria extremamente benéfica para o fôlego do formato, além de proporcionar para o público novos métodos de análises ou observações. A previsibilidade do atual juri é tanta que algumas vezes a gente até já sabe o que eles vão falar sobre algum candidato.

Chegou a incomodar também o fato das regras do The Voice Brasil mudarem a toda hora. Se o programa fosse do SBT, muita gente estaria reclamando até agora das mudanças no regulamento que acontecem a cada temporada. Nesta atual, por exemplo, teve uma bizarra que era assim: os jurados, na segunda etapa do The Voice, escolhiam de cara quais candidatos deveriam seguir adiante para a próxima sem que houvesse a necessidade de cantar. Quer dizer, teve gente que foi adiante sem ao menos competir. Pra que isso? O programa não é uma competição? Isso é muito chato!

Outro ponto que precisa ser revisto é o modo de votação. Como se sabe, é possível votar desde que o primeiro candidato está cantando. Só que assim, a regra acaba sendo injusta para os que vêm depois. Digamos que você goste muito da primeira apresentação e já saia dando seu voto logo de cara. Isso já deixa os demais concorrentes com uma boa desvantagem, porque mesmo que o espectador ache o segundo concorrente melhor, já terá votado no primeiro. E assim por diante. O último a se apresentar, então, tem grandes chances de se dar mal. Claro, a não ser que a sua torcida esteja votando desde o início. Talvez, o mais correto seria esperar todos os quatro se apresentarem e daí sim liberar o voto para quem está em casa. Dessa maneira, as chances seriam praticamente iguais para todos. Poderiam até exibir um clipe curtinho para relembrar a apresentação no momento da escolha.

Link permanente da imagem incorporada

Soma-se ainda a todas essas questões acima o fato do nível dos participantes selecionados ter caído mais que os índices de audiência da Record após o fim de Os Dez Mandamentos. O principal motivo da existência do The Voice, seja aqui ou no exterior, é revelar bons cantores. Mostrar que eles existem e fazer com que as pessoas os conheçam. Se vão virar alguma coisa no futuro, aí são outros quinhentos (alguém aí lembra o nome da dupla sertaneja vencedora na edição passada?). Mas o fato é que esta temporada, especificamente, não teve nenhum candidato que me saltasse muito aos olhos. Aqui no Brasil, basta a pessoa ser afinadinha ou gritar pra caramba para acharem que são cantores. Não pode! Costumo dizer que todo mundo deveria ser seu primeiro crítico e ter noção de seus talentos e habilidades. Parece que qualquer um que recebe um aplauso na festinha da família acha que está apto a concorrer num reality que se propõe a achar A voz do Brasil. Não é a toa que, praticamente, todos os candidatos entram no palco já se achando demais como se já tivessem dez discos gravados e cinco Grammys na estante. Nem a Cláudia Leitte ganhou um Grammy. Então menos, bem menos!

Link permanente da imagem incorporada

Os candidatos e todas as suas apresentações, com raras exceções, foram ruins demais. É preciso uma reformulação geral na próxima temporada e ser mais exigente na escolha dessas vozes. Ou, então, o The Voice corre o risco de perder sua credibilidade e cair no desgaste. Se é que já não perdeu, né?



E vocês, pessoal? O que acharam da quarta temporada do The Voice Brasil?


sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

Personagens de novela que você não deve chamar pro seu almoço de Natal (a não ser que queira ver o circo pegar fogo!)


 
Almoço de Natal tem sempre muitas chances de rolar treta. As pessoas já estão cansadas de terem se visto na noite anterior, estão comendo comida de sobra, podem se lembrar de coisas meio desagradáveis que aquele tio bêbado falou na noite passada, podem estar ressentidas por terem ganhado meias ou toalhas de banho, enfim... Quem nunca presenciou um barraco estilo Casos de Família no almoço de Natal, que atire a primeira pedra. Já diria minha querida vózinha: onde tem gente, tem problema e onde tem família então, nem se fala. Para não rolar brigas, é sempre bom evitar aquelas pessoas encrenqueiras (a não ser que você queira ver o circo pegar fogo). Pensando nisso, criei uma lista com alguns personagens que seria melhor você não chamar pro seu almoço de Natal se não quiser ver o peru enfiado naquele lugar onde o sol não bate de alguém:

 

Consuelo (Babilônia)

 
 
Eu não chamaria a Consuelo (Arlete Salles) para nenhuma situação social, imagine então para uma festa de família? Sem papas na língua, ela é aquela pessoa que fala na cara quando alguém tá vestindo uma roupa feia ou quando engordou. Sabe aquela típica tia que sempre pergunta sobre as namoradinhas? Pois Consuelo seria aquela que soltaria um "ele nunca trouxe namorada aqui porque é gaaaaay!" ou "ela nunca trouxe namorado aqui porque é sapatona, sua indecente, imoral". Certamente, se você chamasse a Dona Consuelo para o seu almoço de Natal, ela soltaria ofensas para todos os lados em nome da moral da Família Brasileira e a comida teria gosto de indigestão!

 

Nelita (A Regra do Jogo)



Nelita (Bárbara Paz) jogaria no ventilador os podres de todo mundo depois de ficar bêbada e dar muito vexame. É possível imaginar Nelita dançando de maneira erótica e exagerada na presença de familiares e usando roupas e vocabulário que deixariam suas tias crentes escandalizadas.


Stephanie (A Usurpadora)


 
Típica pessoa que deve odiar Natal, papai noel, gente feliz, almoço em família e dar presente. Ia ser aquela sua tia que te dá meia e roupa porque é uma coisa "que usa bastante". Contaria para as crianças que Papai Noel não existe e arrancaria a barriga postiça do tio que se veste de bom velhinho na frente de todo mundo. Além disso, insinuaria que aquela sua tia meio perua trai o seu tio e passaria o almoço toda falando como ela é uma pessoa de bem e o resto do mundo não. Pior escolha pro seu almoço, evite!


Cora (Império)


 
Cora (Drica Moraes) parece muito com aquela sua tia amarga que não aguenta ver ninguém um pouco feliz que já manda uma ofensa. É aquela pessoa que vai comer na casa dos outros e fala mal dos pratos, da comida, da decoração, das outras pessoas, enfim... Cora é torta de climão na certa!
 
 

Leleco (Avenida Brasil)


 
"Olha o pavê, galera. É pra ver ou pra comer?". CORTA DA SUA LISTA JÁ!!!

 

Léo (A Favorita)


 
Pior que o tio do pavê, esse é aquele cara que fica fazendo piadinha de mau gosto na mesa. Machista que só, certamente seria o cara que ficaria dando liçãozinha de moral e de bons costumes enquanto todo mundo almoça. Diria que a filha de não sei quem sai com muita gente, que mulher que não se dá o respeito "não merece respeito", que se a pessoa sai de roupa curta tá pedindo, entre outros desmandes. É o tipo de pessoa que eu não aprovaria na minha casa nunca, muito menos no Natal.


Serginho (Boogie Oogie)


 
Se você não quer que todos os seus segredos mais íntimos sejam revelados na mesa de Natal no meio da família toda, é melhor tirar Serginho (João Vithor Oliveira) da lista dos convidados.
 
 

Giovanna (Verdades Secretas)

 
 
A Giovanna (Agatha Moreira) seria aquela pessoa meio sem controle, que depois que bebe sai pegando aquele cara meio capenga da festa e sai falando verdades secretas pra todo mundo que estiver pela frente. Sempre ácida e irônica, em menos de dois minutos de almoço já estaria abraçada em uma garrafa de espumante flertando com o primeiro homem solteiro que vê pela frente.


Danny Bond (Felizes para Sempre?)


 
Não recomendamos Danny Bond (Paolla Oliveira) na sua lista de convidados porque ela pode deixar todos os homens babando no seu bundão, criando um imenso climão com as mulheres presentes. Pior que isso: ela pode ter ido pra cama com várias pessoas no almoço! Melhor não arriscar.



Pensando bem, acho que eu convidaria todos eles sim pro meu almoço...

 

quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

Qual presente o bom velhinho pode dar para os personagens bonzinhos das novelas em 2015?



Então é natal e o que você fez? O ano termina e nasce outra vez... Hoje é a véspera de Natal e estou muito animado para chegar a noite e encher minha barriga sem qualquer arrependimento, afinal, É A CEIA DE NATAAAAL!!! Perdoem a exaltação, é que amo um chocotone e um peru (sem piadas maliciosas). Quando era criança, a graça da ceia era justamente receber a visita do Papai Noel e ganhar um presente por ter sido um bom menino, então a ideia do nosso especial do Eu Critico Tu Criticas é justamente essa. Considerando apenas os personagens bonzinhos das novelas (sabem como é a meritocracia natalina), vamos pensar em presentes para a galera dos folhetins?



Dante (Marco Pigossi) se mostrou um policial muito competente esse ano falando sobre as operações secretas da polícia contra a facção para todos os seus familiares e aí, do nada, as informações vazavam. É que seu pai Romero (Alexandre Nero) e Orlando (Eduardo Moscóvis), marido da sua tia, são membros da facção e seu avô Gibson (José de Abreu) é o grande chefão da facção que ele tanto quer desbaratar. Ou seja, praticamente, TODA a facção mora debaixo do mesmo teto que Dante e ele nunca soube de nada, nem desconfiou. Por isso, o Papai Noel lhe dará de presente um curso de aulas grátis com o Capitão Nascimento (Wagner Moura) para deixar de ser um policial bundão.


Regina (Camila Pitanga), aquela que batalhou por justiça Babilônia inteira pelo assassinato do pai, cagou em ver Inês (Adriana Esteves) presa por um crime que não cometeu porque já era último capítulo e último capítulo é dia de mocinha batalhadora viver feliz para sempre com o macho, e não se preocupar com os problemas dos outros. Por ter sido egoísta, ganhará do bom velhinho apenas um dicionário para aprimorar seu vocabulário e aprender outras palavras além de "playba".


Juliano (Cauã Reymond) foi outro mocinho injustiçado e justiceiro que sofreu muito esse ano. O cara começou A Regra do Jogo saindo da cadeia após quatro anos preso e, no decorrer da trama, foi preso trocentas vezes. Mas graças ao Papai Noel, na próxima vez que você por preso (e vai ser preso de novo, querem apostar?), terá uma cela toda especial com TV a cabo e wi-fi 4G liberado.


Lívia (Alinne Moraes) e Felipe (Rafael Cardoso) construíram um amor muito bonito na segunda fase de Além do Tempo. Ela, que estava noiva, e ele, casado e pai de família, deram um belo exemplo para a Família Brasileira: se vocês sentirem atração por outra pessoa, podem trair seus parceiros, pois deve ser coisa de outra vida, almas se reencontrando! Se essa moda pega... Chimbinha não teria arrumado essa dor de cabeça toda com a Joelma, né? Mas o Papai Noel gostou do amor de vocês do mesmo jeito e, por isso, fará a novela ser exibida as 23h pra ter muitas cenas de nhanhadas no meio das uvas, afinal de contas, 150 anos se passaram e os dois até agora não transaram no século XXI.


Eliza (Marina Ruy Barbosa) deu um show de elegância e educação nesse fim de ano em Totalmente Demais. Pode ser que pelo constante assédio do padrasto na adolescência e começo da fase adulta, seu comportamento arisco e hostil tenha predominado na relação com outras pessoas, mas a maneira dela de lidar com qualquer outro da novela chega a ser espantoso. Briga, discute e faz cara feia para qualquer um, digam o que for. Só de olhar, já ameaça dar uns bons tapas. Eliza é tão rude que o Bom Velhinho lhe dará uma viagem sem volta para o México para viver com a família Dela Vega e aprender a ter bons modos com a Maria do Bairro, que nem na fase pobre era tão selvagem assim.


Miguel (Domingos Montagner) de Sete Vidas vivia atormentado por um grande trauma no passado que não conseguia superar e entrava e saia da vida da Lígia (Débora Bloch) tantas vezes que quando a gente pensava que vai, não vai. Era sempre assim: ele aparecia, tentava mudar, ganhava a confiança das pessoas e quando surgia algum problema ele resolvia viajar para fugir do problema em vez de encará-lo de frente. De presente de natal, o Papai Noel lhe dará muitos amigos, pois o Miguel deve ter perdido todos os atuais com suas milésimas fugas para a Patagônia.


Pedro (Jayme Matarazzo) também foi muito inconstante esse ano. Apaixonado por Julia (Isabelle Drummond), fez tudo errado desde o primeiro capítulo. Engravidou Taís (Maria Flor) sem nunca contar a ela sobre sua antiga paixão, ficou enrolando Júlia, ficou enganando Taís e brigava com todo mundo se achando no direito de criticar o Miguel e de querer dar lição de moral nos outros. Pedro atirou para todos os lados. Quando Júlia quis ficar com ele, preferiu ficar com Taís. Quando Taís descobriu tudo e lhe deu um belo pontapé na bunda, tentou reconquistá-la e foi pra Fernando de Noronha com ela... Para depois voltar para o Rio de Janeiro e decidir ficar com a Júlia mesmo. A novela já acabou, mas vai que Pedro continua inconstante, né? Por isso, Papai Noel lhe comprará uma passagem de última hora (que na novela não custam 3000 reais como na vida real senão todos os personagens já estariam falidos a essa altura) caso resolver trocar a Júlia por outra mulher.


E o que dizer de Tóia (Vanessa Giácommo)? Essa, então, foi a mocinha que melhor se comportou em 2015. Já começou a novela roubando dinheiro do cofre da boate da Adisabeba (Suzana Vieira) em vez de pedir. Depois, preferiu confiar em Romero, um sujeito que conhecia há pouco tempo, a dar um voto de confiança ao noivo Juliano, com quem conviveu desde a infância e passou quatro anos esperando sair da cadeia. Ter aceitado, então, ter ido para a casa de Romero foi algo absurdo. Sem falar que ela esqueceu completamente de fazer justiça pelo assassinato de Djanira (Cassia Kis) e descobrir quem a matou, como assim tinha prometido em seu leito de morte, e nem lembra mais da mãe. Filha maravilhosa essa, né? Papai Noel precisa te dar uma cota de noção na vida, Tontóia...




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