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domingo, 29 de novembro de 2015

O Melhor e o Pior da Semana (23 à 29/11)




      GOSTEI: RACISMO EM 'ALEM DO TEMPO'     


Interessante a questão do racismo abordado em Além do Tempo, onde o personagem Bento (Luís Vasconcellos) foi preso após ofender Raul (Val Perré) de  "negro safado". Bem conduzido, Perré estava muito bem, imponente em cena. O que mais chamou a atenção é que, diferentemente de outros casos apresentados nas novelas, essa foi uma situação, digamos, mais "alto astral" e menos didática, onde o negro não foi colocado como coitadinho. Aliás, na primeira fase da novela, uma cena bem parecida tinha acontecido entre os dois personagens. Quase 150 anos depois, percebe-se que, infelizmente, o racismo continua numa crescente assustadora. Basta ver o que aconteceu recentemente com a atriz Taís Araújo e a jornalista Maria Júlia Coutinho, a Maju. Mas hoje o racismo é crime e deve ser abominável. Não estamos mais no século XIX!


           LINDO DEMAIS: ROMERO E ATENA           


Em meu texto de ontem sobre A Regra do Jogo, havia comentado que a relação entre Romero (Alexandre Nero), Tóia (Vanessa Giácomo) e Atena (Giovanna Antonelli) havia apresentado nítidos sinais de desgaste. Felizmente, após mais de duas semanas apresentando situações repetitivas, o triângulo amoroso finalmente andou. Antonelli e Nero transbordaram química e sex apeall em cena quando Atena veio comemorar o aniversário dele e lhe proporcionou uma bela noite de amor. Todo confuso em relação aos seus sentimentos, Romero ficou mais uma vez dividido entre duas propostas tentadoras: seguir em frente seu namoro com Tóia e passear com ela de barco ou viajar com Atena para Nova Iorque. E, para a tristeza dos fãs do casal Romena, ele preferiu ficar com Tóia e salvá-la da morte, já que Zé Maria (Tony Ramos) está disposto a matá-la após descobrir toda a origem da jovem. Foi dilacerante a cena de Atena chorando arrasada no aeroporto por ter sido abandonada pelo amado. Atena pode não ser aquela vilãzona toda que esperávamos, mas é a vilã que aprendemos a amar do mesmo jeito. Revoltada ao saber que Romero preferiu viajar com Tóia, a trambiqueira se vinga entregando de bandeja a "cabeça" do ex-vereador para Zé Maria. Como diria a música, "muito mais perigosa que bala perdida, é mulher traída"... Será que agora, Atena despertará a diaba que existe dentro dela e será uma vilã de verdade?  


    DESTAQUE: BELISA VIRA 'PROTAGONISTA'    


Continuando em A Regra do Jogo, Belisa (Bruna Linzmeyer) foi a personagem que mais cresceu na novela. Ela descobriu que Orlando (Eduardo Moscovis) é um bandido, ganhou uma nova aliada em sua luta para desmascará-lo, fugiu de uma clínica psiquiátrica duas vezes e, de quebra, ficou com Juliano (Cauã Reymond). Parece até protagonista! E das boas! Aliás, a boa sintonia entre os dois fez com que o casal despertasse uma grande torcida nas redes sociais. Bem mais do que quando Juliano estava com Tóia.


         PESSIMO: 'ODM' TERMINA SEM FINAL        


Nesta segunda-feira (23/11), a Record exibiu o último capítulo de Os Dez Mandamentos, o seu maior sucesso em toda a história da emissora. Quer dizer, último capítulo é só modo de falar, né? A trama simplesmente não teve uma conclusão. A emissora já vinha anunciando que a novela terá uma segunda temporada com cerca de 60 capítulos em março do ano que vem e, por isso, optou por deixar um gancho para a nova safra. Ao descer do Monte Sinai com as tábuas dos dez mandamentos, Moisés (Guilherme Winter) encontra seu povo adorando um bezerro de ouro e, irado, destrói as tábuas. E aí surge na tela "continua..." e a novela termina assim. Ou seja, teremos que esperar até março de 2016 para assistir a continuação da cena. Achei desrespeitoso com o público que acompanhou a "primeira temporada" não ter tido o direito de assistir uma conclusão mais efetiva da história. Sabíamos que a próxima novela bíblica da Record, A Terra Prometida, seria uma continuação direta de Os Dez Mandamentos, mas a atual novela deveria, ao menos, terminar o ciclo "os dez mandamentos", que, afinal, deram título à trama. E nem venham querer comparar com as séries americanas, pois todas elas terminam e recomeçam um clico de uma temporada para outra. Teria sido bem melhor se Os Dez Mandamentos tivesse terminado com a abertura do Mar Vermelho. Assim, ela fecharia o ciclo no Egito e iniciaria outro em março com a luta dos hebreus no deserto para chegarem à Terra Prometida. Além disso, é questionável a decisão da emissora de fazer uma segunda temporada da obra. Fica parecendo que a Record não quer abrir mão de seu sucesso e trata de espremê-lo de todas as formas possíveis, até ficar apenas o bagaço. A emissora fez o mesmo com Caminhos do Coração e deu no que deu. Mesmo assim, vai fazer de novo. Pelo visto, não aprendeu nada com seus erros...


sábado, 28 de novembro de 2015

'A Regra do Jogo' precisa urgentemente de uma grande virada


A Regra do Jogo estreou cercada de expectativas. Ainda mais pelo sucesso que o autor João Emanuel Carneiro alcançou com o fenômeno Avenida Brasil. Mas, quase três meses depois, nem mesmo o peso de ser escrita pelo mesmo autor do último grande novelão das nove e um elenco estelar com excelentes atuações fizeram a obra decolar. É um equívoco considerá-la um fracasso, como Babilônia, sua antecessora. Mas a história ainda não pegou e a audiência continua bem modesta mesmo sem a concorrência de Os Dez Mandamentos. E agora? De quem é a culpa?


Eu acredito que o grande problema seja o fato das tramas andarem em círculos. Primeiro, Djanira (Cássia Kis) descobriu que Zé Maria (Tony Ramos) e Romero (Alexandre Nero) eram bandidos. Houve todo aquele período de negação, o blablablá dos dois negando o óbvio, a dúvida dela novamente e aí a professora foi assassinada. Depois, foi a vez de Juliano (Cauã Reymond) passar pelas mesmas situações. E ainda faltam Tóia (Vanessa Giácomo) e Dante (Marco Pigossi). Já prevejo eles repetindo os mesmos diálogos de Djanira e do lutador... Aliás, desde que se dispôs a colocar seu pai na cadeia e decretar o fim da facção, Juliano se tornou um personagem extremamente insuportável. Toda a sua luta contra seu pai e os artifícios adotados têm soado forçados e insistentes. Infelizmente, o pior aconteceu: A Regra do Jogo criou "barriga".

Para quem não sabe, "barriga" é um termo usado quando o roteiro estica demais uma parte do enredo, como se não tivesse assunto para contar. Dentro das obras do Carneiro, devido aos ganchos sempre fortes e o ritmo alucinante, elas acabam sendo suavizadas. No caso da atual trama das nove, a história começou a dar voltas, a patinar, a enrolar o público. Antes disso, porém, o telespectador voltou à estaca zero com a morte de Faustini (Ricardo Pereira). Quando o público achava que aconteceria alguma coisa nova, o delegado gostoso morreu e levou com ele todas as descobertas sobre Romero, Orlando (Eduardo Moscovis) e cia. Essa não é uma característica nova do Carneiro. Quem não se lembra da enrolação envolvendo Nina (Débora Falabella) com as fotos comprometedoras de Carminha (Adriana Esteves) que ela nunca usava para desmascarar a vilã? Lembro também que, em A Favorita, eu ficava todo agoniado com o DVD que incriminava Flora (Patricia Pillar) passando de mão e mão, sem chegar na polícia.


E essa não é a única situação repetitiva em A Regra do Jogo. A relação envolvendo Romero, Tóia e a vilã apaixonada Atena (Giovanna Antonelli) começou a apresentar nítidos sinais de desgaste. É sempre a mesma coisa: Romero se declara para Tóia, a moça fica balançada e, quando vai dar uma resposta positiva, volta atrás ao flagrá-lo com Atena, que consegue seduzir Romero, que tem uma recaída e promete ficar com ela, mas aí desiste e recomeça tudo de novo. Reparem que essa situação anda se repetindo a cada semana. Aliás, Tóia e Atena deixam muito a desejar, respectivamente, como mocinha e vilã. A primeira perdeu a força desde a estréia. Ela começou a trama muito bem, mostrando que não era tão certinha ao roubar o dinheiro da boate de Adisabeba (Susana Vieira), mas depois ficou chata e irritante, indo da esperteza para a burrice em poucos capítulos. Talvez seja o momento de uma virada na vida da mocinha, alguma atitude que faça com que o público volte a torcer por ela. Seria interessante, por exemplo, vê-la se voltar contra Romero e se unir a Juliano na guerra contra a facção. Já Atena, apesar de ser queridinha nas redes sociais, é a vilã que foi sem nunca ter sido. Além de ter enveredado para um lado cômico que pode ser tão fatal quanto o que aconteceu com a Cora (Drica Moraes) de Império, agora ela virou uma bobona apaixonada que vive correndo atrás do Romero. Assim não tem como te defender, Carneiro!


A Regra do Jogo tem uma trama central das mais interessantes, mas parece economizar história. Verdade seja dita, a trama anda morna e necessita urgentemente de uma grande virada. Se há alguma virada já prevista para a novela, ela deve ocorrer por volta do centésimo capítulo (que deve ir ao ar em plena época de natal) com o retorno de Kiki (Deborah Evelyn), ex-mulher de Romero que foi dada como morta. E, claro, a revelação de quem é o 'Pai' da facção. Vamos aguardar...


quinta-feira, 26 de novembro de 2015

10 talifãs que piraram com 'Os Dez Mandamentos'


Os Dez Mandamentos terminou nessa segunda-feira (23/11) e, com o seu fim, deixamos de assistir também um outro espetáculo à parte: os talifãs da novela. O termo "talifãs" foi criado pelo humorista Bruno Mazzeo para se referir às fãs do cantor Luan Santana, que, após uma brincadeira feita pelo humorista no Twitter, cometeram os mais absurdos exageros na defesa do cantor. Como pode-se observar, talifã é uma junção de outras duas palavras (talibã + fã), que se refere ao grupo altamente conservador e autoritário que dominava o poder no Afeganistão algum tempo atrás. 

A ampla utilização do termo acabou ampliando sua utilização para se referir a todo e qualquer fã que não aceite nenhum tipo de brincadeira ou crítica referente ao seu ídolo. Enfim, acabou se tornando um sinônimo de fã intransigente e que não consegue entender ou interpretar o significado de uma simples brincadeira ou crítica e acaba se enraivecendo e se manifestando negativamente, muitas vezes de forma bastante exagerada, mal educada e até agressiva. Nesse caso, me refiro aos talifãs de Os Dez Mandamentos, que, quanto mais o Ibope da novela crescia, mais os ataques nas redes sociais aumentavam se alguém falasse um único "ai" da novela. Como não podemos combatê-los, a única arma possível contra os defensores mais radicais é rir deles. Nós reunimos 10 comentários de pessoas que piraram com Os Dez Mandamentos. Confira e dê muita risada:



Quando um extintor de incêndio vazou em uma das cenas da novela...


Quando o colunista Maurício Stycer disse que a novela está 'arrastada'...


Quando Moisés (Guilherme Winter) abriu o Mar Vermelho...


Quando o capítulo do Mar Vermelho venceu a Globo na audiência com 28 pontos...


Quando 'Verdades Secretas' foi eleita a Melhor Novela de 2015 no 'Prêmio Extra'


Quando saiu a notícia de que a novela vai virar filme em 2016...


POR FAVOR, TALIFÃS DE 'OS DEZ MANDAMENTOS':
NÃO ME ODEIE, NÃO ME XINGUE, NEM DÊ DISLIKE, TÁ?



segunda-feira, 23 de novembro de 2015

O Melhor e o Pior de 'Os Dez Mandamentos'


Desde Vidas em Jogo (2011), a Record nunca mais conseguiu repetir grandes êxitos com seus folhetins. O fracasso retumbante de Máscaras (2012), seguido por outras tramas de fraca repercussão (como Balacobaco, Dona Xepa, Pecado Mortal e Vitória), fez com que a emissora deixasse de valorizar sua produção dramatúrgica. Neste cenário pouco acolhedor, Os Dez Mandamentos veio para operar um verdadeiro milagre na produção de folhetins da emissora de Edir Macedo. E conseguiu! Com média de 16 pontos, a saga de Moisés (Guilherme Winter) é a maior audiência da Record desde Os Mutantes (2007/08). Além de ter conseguido botar a dramaturgia da emissora nos eixos e ter reconquistado a vice-liderança no horário das 20h30, perdida para as tramas infantis do SBT, a trama ainda chegou a vencer a Globo em vários momentos, num horário em que a "Vênus Platinada" sempre foi líder absoluta. Por ter abalado a hegemonia da Globo, Os Dez Mandamentos entra para a história da teledramaturgia brasileira!


A trama adaptada por Vivian de Oliveira foi fruto de um trabalho que começou a alguns anos, quando a Record passou a apostar no nicho das minisséries bíblicas. Desde A História de Ester (2010), a emissora fez constantes melhorias nestas produções, alcançando know-how suficiente para que uma novela nestes moldes fosse possível. A cada nova minissérie, a produção evoluía a olhos vistos: Sansão e Dalila (2011) já apresentou qualidade superior; que foi superada por Rei Davi (2012); e que chegou a novo patamar com José do Egito (2013); que se tornou inferior se comparada à Milagres de Jesus (2014). Certamente, isso contribuiu para a formação de um público fiel. Os Dez Mandamentos veio nesta esteira e apresentou ao público uma produção ainda mais caprichada. A novela também foi ajudada pela rejeição colossal da novela das nove, Babilônia, que afugentou o público mais conservador, mas Os Dez Mandamentos teve seus méritos que também explicam seu sucesso. Confira abaixo alguns pontos positivos e negativos da trama:


O MELHOR: Não é documentário

Longe de ter sido tão conservadora como dizem, a novela teve traições, racismo, prostituição, tentativa de estupro, mortes e violência, mas tudo dentro de contextos que não subestimaram a inteligência do telespectador. Mais do que em qualquer outra produção bíblica, em 'Os Dez Mandamentos', a autora Vivian de Oliveira se permitiu total liberdade de criação, seja em relação à linguagem quanto ao texto, e não teve pudor algum em inventar personagens e histórias sem qualquer relação com a Bíblia. Grande exemplo disso foi a vilã Yunet, que serviu de óleo para fazer a engrenagem da novela rodar durante grande parte da trama. A personagem nunca existiu. Foi fruto da criatividade da autora. E você há de concordar comigo que sem a Yunet, a novela não teria a mesma graça, né? Isso deu um tom rejuvenescedor para a história, já tão contada e conhecida há séculos em várias outras produções. Felizmente, a novela ficou longe de ser um documentário da história de Moisés e marcou um golaço ao ser uma "obra baseada/inspirada".

O PIOR: Elenco irregular

A grande maioria dos atores de 'Os Dez Mandamentos' deixaram a desejar. O problema é que duas das atuações mais fracas da novela foram de Guilherme Winter e Sérgio Marone, que viveram, respectivamente, o grande protagonista e vilão da trama. O primeiro, com sua inexpressividade, foi ofuscado pelos vilões da trama e fez com que muitas cenas cruciais para a história tivessem seu resultado comprometido. Já o Marone, apesar de ter conseguido se sobressair mais que o próprio protagonista, foi um verdadeiro canastrão, cheio de caras e bocas exageradas e caricato. Salvo apenas alguns poucos bons atores que conseguiram brilhar em meio a um elenco tão irregular: Paulo Gorgulho (Anrão), Heitor Martinez (Apuki), Vera Zimmermann (Henutmire), Denise Del Vecchio (Joquebede), Camila Rodrigues (Nefertari), Larissa Maciel (Miriã), Giuseppe Oristanio (Paser), Zé Carlos Machado (Faraó Setti) e, principalmente, Adriana Garambone (a melhor atuação da novela), que fez de Yunet a grande vilã do ano e uma das melhores dos últimos tempos.

O MELHOR: História simples

'Os Dez Mandamentos' é uma novela que não exige muita reflexão do público. A história, além de já ser conhecida, é desenvolvida de forma linear, sem sutileza ou ambiguidade alguma. Tudo é muito bem explicado e claro, deixando o telespectador ciente da história que está acompanhando, o que deixou as reviravoltas da trama ainda mais envolventes. Para quem gosta de tramas despretensiosas, foi um prato cheio. Vivian de Oliveira ainda caprichou no drama, nos romances e amores impossíveis. Excluindo a natureza bíblica da história, muita vezes, Os Dez Mandamentos parecia apenas um melodrama açucarado, como muitas outras novelas.

O PIOR: Catequese

O ponto mais sofrível da novela é o seu texto. Formal demais, reverencial demais, teatral demais... Não é porque o texto base é a Bíblia que precisamos manter aquele tom tão empostado. Sem contar toda aquela abordagem bíblica. Ok, é baseado na Bíblia, mas poderia ter uma veia mais histórica e menos panfletária. A Record já é um canal que aposta no público religioso. Explicitar isso é complicado quando se tem pessoas que não são tão religiosas assim assistindo à trama. Era como se a gente estivesse sendo catequizado a cada capítulo.

O MELHOR: Produção caprichada

Com a direção sempre competente de Alexandre Avancini, a Record desenvolveu o talento necessário e investiu recursos abundantes para conferir qualidade à sua produção. Ainda que tenha causado estranhamento em parte do público pelos figurinos e maquiagem deslocados da realidade, o alto investimento da Record valeu muito a pena, uma vez que o bom resultado pôde ser apreciado em quase todas as cenas. A sétima praga (com a chuva de fogo e granizo), por exemplo, foi a que proporcionou as melhores cenas da novela e os efeitos especiais mais caprichados.

O PIOR: Cenas arrastadas e muita enrolação

Nada mais natural do que esticar um produto que traz retorno financeiro e prestígio para prolongar o sucesso. Foi exatamente isso o que a Record fez com 'Os Dez Mandamentos', mas exagerou na dose. Em sua fase de maior sucesso e repercussão, a emissora esticou ao máximo as dez pragas do Egito para que a novela ficasse mais tempo no ar. A autora havia planejado apenas duas semanas com todas as pragas, mas o negócio saiu do controle e começou a dar picos enormes de audiência. Para se ter uma ideia, a primeira praga começou em agosto e só terminou em novembro. Aja enrolação, né?! Na cena da abertura do Mar Vermelho, por exemplo, que fez com a história atingisse seu recorde de audiência e deixasse a Globo afogando no Ibope, a demora para mostrar as águas se dividindo e a caminhada do povo hebreu foi tamanha que daria tempo de abrir um oceano inteiro. Para isso, a Record apelou para várias mecanismos, em uma clara tentativa de enrolar o público de casa: com cenas arrastadas, criando diálogos desnecessariamente longos, explorando ao máximo as despedidas entre os personagens quando alguém estava prestes a morrer, mostrando os personagens derramando um oceano de lágrimas uns sobre os outros, dedicando longos minutos exibindo flashbacks, abusando do 'slow motion' (câmera lenta), exibindo caminhadas longas de um lugar para outro, mostrando conservas desnecessárias entre os personagens secundários sobre a vida dos outros, colocando mais de dez minutos dedicados a "cenas do capítulo anterior" e "cenas do capítulo de amanhã"... A falta de acontecimentos da história foi tão grande que, após a travessia do Mar Vermelho, a produção passou a respirar com a ajuda de aparelhos. Na boa, precisava de tanta enrolação? É o famoso "me engana que eu gosto".

os dez mandamentos 3

Só fica a dúvida se Os Dez Mandamentos será um sucesso momentâneo da Record e, principalmente, sobre a durabilidade deste seguimento de novelas bíblicas que a emissora fará a partir de agora no horário das 20h30. Claro que a Bíblia ainda é uma fonte rica de grandes histórias, mas até quando o público se mostrará interessado nisso? Afinal, da mesma forma que a audiência parece se mostrar cansada do realismo das novelas das nove atuais, pode ser que a temática bíblica se esgote daqui a algum tempo. É algo que o canal precisa se manter atento para não perder a mão. Mas, por ora, os bons resultados de Os Dez Mandamentos mostram que a Record ainda tem potencial para marcar seu nome no rol da teledramaturgia brasileira com grandes produções e que existe sim boa dramaturgia fora da Globo. Esse é o lado bom da livre concorrência. Desperta a vontade em cada emissora de melhorar para agradar a clientela e, consequentemente, conseguir uma fatia maior nesse grande bolo chamado audiência. 



A minha nota para 'Os Dez Mandamentos' é 6. E a sua?




domingo, 22 de novembro de 2015

O Melhor e o Pior da Semana (16 à 22/11)





    ESTRANHO: PASSIVIDADE DE RUI    


Não demorou muito para que o caso de Tina (Monique Alfradique) e Oziel (Fábio Lago) viesse à tona. Depois do casal ter sido flagrado por Indira (Cris Vianna), agora foi a vez de Rui (Bruno Mazzeo) ver a esposa se atracando com o vizinho e seu melhor amigo. O que me estranhou nessa cena foi a total falta de reação de Rui diante da dupla traição da esposa com o melhor amigo de infância. Qualquer um iria gritar, xingar, fazer barraco (igual a Indira fez) ou ficaria, pelo menos, indignado. Mas o Rui não. Com cara de paisagem e totalmente inexpressivo, ele apenas ficou conformado e ainda pediu perdão a Tina. Não sei se a culpa é do roteiro de A Regra do Jogo ou da atuação fraca do Bruno Mazzeo mesmo. Ou as duas coisas, né?


     CHATO: NUCLEO DOS ATIVISTAS     


Totalmente Demais é bem escrita, divertida e com um elenco competente. Entretanto, há uma coisa que incomoda (e muito!) na nova novela das sete: o núcleo dos ativistas. É, por enquanto, o único núcleo chato da trama, daqueles de fazer a gente trocar de canal. Ainda mais pelo personagem Fabinho (Daniel Blanco), um rebelde sem causa que banca o ativista só pra chamar a atenção do pai, mas não abre mão da grana do Germano (Humberto Martins). Odeio esse tipo "revoltadinho mimado"!


    GENIAL: ENCERRAMENTO DOS CAPÍTULOS DE 'ALEM DO TEMPO'    


Não é de hoje que os arranjos musicais que tocam entre uma cena e outra de Além do Tempo são muito oportunos e dão o tom de suspense certo à história. Mas, de uns tempos para cá, a novela vem ganhando narração em off de falas dos personagens ao encerramento de cada capítulo. Não sei de quem foi essa ideia, mas só tenho uma coisa a dizer: genial! Os ganchos em áudio dos flashbacks no encerramento da novela das seis dão uma sensação incrível de arrepio e mistério.


     EMOCIONANTE: IRENE RAVACHE     


Se na primeira fase de Além do tempo, Irene Ravache dava raiva no público por causa da arrogância e inescrupulosidade da Condessa Vitória, agora a atriz tem provocado piedade no público. Ninguém queria estar no lugar da viúva. Além de ser uma personagem muito bem escrita por Elizabeth Jhin, Vitória é a prova de que a atriz samba na cara da sociedade com seu talento. Ela conseguiu dar uma outra cara à megera nos dias atuais. Maravilhosa!




    MAL FEITO: BATALHA DE 'OS DEZ MANDAMENTOS'    


Uma grande tragédia atingiu a família de Arão (Petrônio Gontijo): sua esposa foi ferida pela espada de um amalequita e, após perder muito sangue, Eliseba (Gabriela Durlo) não resistiu e morreu nos braços do marido. E o que não faltaram foi caras e bocas na sequência, o que só exacerba o caráter melodramático da novela. O dramalhão se estendeu com cenas longuíssimas em que personagens derramavam um oceano de lágrimas uns sobre os outros. Isso tudo só mostra o quanto Os Dez Mandamentos se tornou uma trama arrastada e sem fôlego em sua reta final. Cenas da batalha dos hebreus contra os amalequitas em câmera lenta deram o tom exato da necessidade de se esticar uma história que está "agonizando". Isso sem falar que toda a sequencia da batalha foi muito mal feita. Uma batalha toda sem uma gota de sangue nas espadas e nos homens mortos? TÁ SERTO!!! Será que gastaram todo o orçamento nos efeitos especiais da fase das pragas e da abertura do Mar Vermelho e faltou para comprar o sangue?


sábado, 21 de novembro de 2015

The Oscars Os Dez Mandamentos


E os vencedores de Os Dez Mandamentos do nosso THE OSCARS são...



SELO 'OS MUTANTES DE QUALIDADE':
Água virando tinta guache vermelha


TROFÉU 'SÓ CONSIGO ESCREVER SEU NOME VENDO NO GOOGLE':
Amenhotep

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VILÃ DO ANO:
Yunet (Adriana Garambone)


SELO 'CIGANO IGOR DE QUALIDADE':
Sérgio Canastrone


TROFÉU 'AS EGÍPCIA PIRA':
Ikeni (Victor Pecoraro)


TROFÉU 'AS HEBREIA PIRA':
Nadabe (Marco Antonio Gimenez)

Outro escravo hebreu gato é o Nadabe.

SELO 'MALHAÇÃO DE QUALIDADE':
Elenco de 'Os Dez Mandamentos'

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Vocês já perceberam que 80% do elenco da novela já fez 'Malhação'?

REENCARNAÇÃO:
Zé Carlos Machado

O Faraó Setti morreu na novela da Record e reencarnou na novela das seis

SELO 'CENOURA E BRONZE DE QUALIDADE':
Hebreus

O pessoal vive no deserto, com um sol de 50 graus na cabeça, e
na novela eram todos brancos cor de leite. Aja protetor solar, né? 

MISTÉRIO DO ANO:
O caso do extintor de incêndio que se teletransportou
do século XXI e foi parar no Egito Antigo


TROFÉU 'ESQUECERAM DE MIM':
Produtor de 'Os Dez Mandamentos'


SELO 'CICATRICURE DE QUALIDADE':
Nefertari (Camila Rodrigues)

Vinte anos se passaram da segunda para a terceira fase e a Camila Rodrigues
continuou a mesma, sem nenhuma maquiagem de envelhecimento. TÁ SERTO!!!

TROFÉU 'NOSSA CRISE TÁ PIOR DO QUE O GOVERNO DILMA NO BRASIL':
Governo Ramsés (Sérgio Marone) no Egito Antigo


CANTORA DO ANO:
Maísa Miriã (Larissa Maciel)

Meu mundo caaaaaaaiiiiuuuuuuuu...

MAIOR FEITO DE 'OS DEZ MANDAMENTOS':
Deu um choque de monstro no monopólio da Globo

No dia da abertura do Mar Vermelho, 'Os Dez Mandamentos' foi o programa mais assistido do
dia na TV brasileira, dando 28 pontos de audiência contra apenas 26 da novela das nove


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