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quarta-feira, 29 de março de 2017

Mesmo com imagem escura e sotaques variados, Novo Mundo impressiona


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Depois das altas doses de sonífero proporcionadas por Sol Nascente, a estreia de Novo Mundo serviu como um agradável despertar. Claro, estreia de novela costuma investir muito para prender a atenção do telespectador. Se irá manter tal fôlego, só o tempo vai dizer. Mas, até aqui, Novo Mundo trouxe uma boa e interessante impressão, com jeito de aventura clássica e apostando em personagens históricos.

Claro, como se trata de uma novela das seis, o folhetim há de imperar. Em Novo Mundo, temos o casal Anna (Isabelle Drummond) e Joaquim (Chay Suede), que traz os jovens atores repetindo a vitoriosa parceria da primeira fase de A Lei do Amor. Ela é a professora de português da princesa Maria Leopoldina (Letícia Colin) e ruma com a nobre para a colônia portuguesa para que esta conheça seu futuro marido, Dom Pedro I (Caio Castro). E Joaquim é um ator que se mete numa enrascada justamente na festa da princesa, de onde sai fugido com a esposa, Elvira (Ingrid Guimarães). Anna e Joaquim, claro, vão parar no mesmo navio e se apaixonam, mas terão Elvira como a pedra no sapato. E não apenas ela, já que Anna despertou a atenção do oficial inglês Thomas Johnson (Gabriel Braga Nunes), esse sim o vilãozão.

Com direção artística de Vinícius Coimbra, o nome por trás das igualmente belas Ligações Perigosas e Liberdade Liberdade, Novo Mundo aposta em cenários suntuosos, fotografia original e takes inusitados. Todas estas qualidades puderam ser observadas nas cenas da fuga de Joaquim, quando descobrem que Elvira pegou para si uma barra de ouro da festa da princesa. A correria, inspirada nas grandes aventuras do cinema, teve direito a saltos incríveis, truques de despiste e até a indefectível corda cortada que solta um lustre do teto. Escondido na embarcação que rumará ao Brasil, Joaquim teve seus dias de pirata.

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Outro ponto positivo é o texto dos autores estreantes Alessandro Marson e Thereza Falcão. A ideia de mesclar o folhetim de aventura com reais passagens históricas mostrou-se acertada, juntando figuras já tão conhecidas, como toda a Família Real Portuguesa, em meio aos personagens ficcionais que ajudarão a contar esta história dos tempos da colônia. O que me incomodou (não só nesta, mas em quase todas as produções de época) são os velhos e repetidos estereótipos. Dom João VI é o comilão de frango. Dom Pedro I é o garanhão. E por aí vai. Dom João VI deveria ser mais valorizado. Foi um líder importante para o Brasil. Suas obras permanecem até hoje, como o Jardim Botânico e a Biblioteca Nacional.

Outro ponto que anda me incomodando é a qualidade da imagem (apesar da riqueza da produção). A direção deveria fugir da coloração escura. Porém, o maior ruído de Novo Mundo recai nos sotaques das personagens. Caio Castro aposta no sotaque português. Já Leticia Colin adota o sotaque austríaco. Gabriel Braga Nunes fala com o atual sotaque brasileiro. Por outro lado, Leopoldo Pacheco fala com sotaque inglês ao interpretar o pirata Fred Sem Alma. É uma miscelânea que compromete o desenvolvimento da novela.

Agora é torcer para que Novo Mundo recoloque o horário das seis na boa trajetória que a faixa vinha nos últimos tempos, sobretudo com a trinca Sete Vidas, Além do Tempo e Eta Mundo Bom.

sábado, 25 de março de 2017

O Rico e Lázaro e a sensação de déjà-vu


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Não há dúvidas de que a Record, finalmente, descobriu a sua vocação na teledramaturgia quando transformou o seu projeto de minisséries bíblicas em novelas bíblicas, o que a diferenciou das tramas da Globo e do SBT e passando a azeitar a fórmula, evoluindo a cada novo trabalho. O Rico e Lázaro estreou na última semana deixando bem claro aos olhos do público a visível evolução. Já começou com uma cena no inferno, mostrando o sofrimento do "rico", enquanto o "lázaro" o observava do céu. A cena, realizada sob um efeito quase animado, parecido com o filme 300, funcionou muito bem. Na sequência, os primeiros personagens da novela foram apresentados aos baldes, dando a chance do público de conferir o figurino caprichado, os bons cenários e a grandiosidade da produção. Chamou a atenção as cenas de batalhas, todas ostentando uma direção criativa (de Edgard Miranda e equipe) e até uma violência num tom mais acentuado que nas tramas antecessoras, com muitas gargantas cortadas, sangue espirrando na tela e uma duplicação de imagem por computador que fez o exército de poucos figurantes parecer realmente dez vezes maior.


Entretanto, com relação à trama, O Rico e Lázaro ainda não disse muito a que veio. Sabe-se que a trama principal é baseada na parábola de Jesus, que conta a história de dois homens que morrem no mesmo dia, mas um vai para o céu e o outro direto para o inferno. E sabe-se também que os personagens-título são Asher (Rafael Gevú/Dudu Azevedo) e Zac (Vinícius Scribel/Igor Rickli), amigos de infância que disputarão o amor da mesma mulher, Joana (Maitê Padilha/Milena Toscano). Ainda não se sabe quem é o "rico" e quem é o "lázaro" e a trama vai girar em torno da escolha destes dois personagens fictícios que os levarão em caminhos diferentes. Afinal, qual deles vai para o inferno e para o céu? Só aguardando para saber.

Pela primeira vez, uma novela bíblica da Record tem personagens fictícios como protagonistas e não figuras importantes da Bíblia Sagrada, como Moisés (Guilherme Winter), em Os Dez Mandamentos, e Josué (Sidney Sampaio), em A Terra Prometida. As figuras bíblicas e históricas ocupam as tramas paralelas, como o Profeta Jeremias (Victor Hugo) e o rei Nabucodonosor (Heitor Martinez), o grande vilão da trama. A trama de Paula Richard, assim, tem uma proposta interessante para a diferenciar das sagas anteriores.

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No entanto, até o momento, essa é uma das poucas diferenças entre O Rico e Lázaro e suas antecessoras. No geral, todas estas novelas formam uma única saga, já que a atual segue a linha do tempo da saga do povo hebreu. A nova novela mostra que após a morte de Josué, o povo hebreu começa a "seguir seu próprio caminho", dando as costas para Deus e começando a adorar deuses pagãos. O profeta Jeremias tenta alertá-los das terríveis consequências deste caminho, mas seu próprio povo tenta o apedrejar. Sua profecia se cumpre com a chegada de Rei Nabucodonosor e de sua esposa Rainha Amitis (Adriana Garambone).

Outra diferença é o texto um tanto mais recheado de acontecimentos e situações e do excesso de teor evangelizador nos diálogos. Os Dez Mandamentos e A Terra Prometida, mesmo tendo seus momentos de pregação, se colocavam mais no propósito de contar uma história. Moisés e Josué traziam a palavra de Deus, mas também viviam situações folhetinescas típicas, dando a cara de novela necessária à narrativa. Talvez por não ter os profetas como protagonistas, O Rico e Lázaro os coloca como pregadores mais incisivos. Além disso, outros personagens também recitam ensinamentos bíblicos em praticamente todos os diálogos. A nova trama se coloca mais firme no propósito evangelizador, ao menos neste início.

Mas é só. De resto, o público vai encontrar cenários e figurinos bastante semelhantes às produções anteriores, imprimindo a sensação de que acompanhamos, ainda, a mesmíssima novela iniciada lá em 2015, com Os Dez Mandamentos. Com isso, a Record corre o sério risco de saturar a temática, já que a sensação de déjà-vu é bem forte. Felizmente, a produção que substituirá O Rico e Lázaro será O Apocalipse, (ansiosíssimo!) de Vivian de Oliveira, que se passará num futuro próximo. Ou seja, sairão os figurinos suntuosos dos reinos antigos e as areias do deserto e entrará uma trama com cara contemporânea, que pode dar um necessário respiro à faixa. Caso contrário, o cansaço seria inevitável (se é que já não está cansando, haja visto que a audiência de O Rico e Lázaro está muito aquém do esperado).

quarta-feira, 22 de março de 2017

Sol Nascente: uma salada de chuchu sem tempero que só causou indiferença


ACABOU!!! ACABOU!!! NOSSA TORTURA DIÁRIA ÀS 18HRS ACABOU!!! ALELUIA, IRMÃOS!!!

Dando continuidade à nova (e péssima) política de encerrar uma novela no dia em que lhe dá na telha, a Globo exibiu o último capítulo de Sol Nascente em plena terça-feira (21). Numericamente falando, a trama sai de cena vitoriosa: estreou um pouco em baixa, mas viu seus índices subirem no desenrolar do enredo e terminou com a melhor média do horário das seis (21 pontos) desde 2013 —  desconsiderando a trama do Candinho, é claro. No entanto, mesmo com a curva ascendente, fato é que a novela das seis não disse a que veio e foi inversamente proporcional à tramas espetaculares como Lado a Lado, Sete Vidas e Além do Tempo  —  que marcaram bem menos  —, provando que audiência não reflete em qualidade.


A trama começou sonolenta, baseada numa desinteressante história de amor envolvendo dois amigos de infância, Alice (Giovanna Antonelli) e Mário (Bruno Gagliasso), e com um vilão a tiracolo de olho na mocinha, César (Rafael Cardoso). Em meio ao triângulo, a união de duas famílias, uma italiana e uma japonesa, cujos patriarcas Gaetano (Francisco Cuoco) e Tanaka (Luis Mello) nutriam uma forte amizade. No entanto, até mesmo a boa intenção de se homenagear imigrantes que fizeram o Brasil ficou pelo caminho: primeiro, pelo equívoco na escalação de atores ocidentais para viverem os orientais; e depois pelos clichês amplamente explorados. Não há dúvidas de que Luis Melo tirou leite de pedra na pele do Tanaka e até fez o público se acostumar com ele com o tempo. Mas a Globo perdeu uma grande oportunidade de fazer com que orientais se sentissem legitimamente representados. Quase não há orientais em novelas, fato grave.

Sobre a trama em si, nada chamou muito a atenção e tudo se desenvolveu em banho-maria. Em meio a tanto marasmo, a magistral Laura Cardoso esbanjou vitalidade como a Dona Sinhá. Após acumular vovozinhas simpáticas ou velhinhas carolas rabugentas, Laura finalmente voltou ao elenco principal de uma novela vivendo uma inusitada vovó do mal. Sinhá se fazia de velhinha simpática, que contava histórias e fazia doces, enquanto planejava artimanhas e assassinatos para colocar em prática uma vingança contra Tanaka. No meio de uma novela insípida, Sinhá foi um sopro de criatividade e que encantou.


Laura Cardoso precisou se ausentar por vários capítulos em razão de problemas de saúde e Sol Nascente perdeu seu principal trunfo. Seguiu em banho-maria, com a história de amor sem graça de Alice e Mário e as armações sem muita inspiração do vilão César. Entretanto, quando Sinhá retornou, Sol Nascente conseguiu sair da inércia e até que se tornou menos insuportável. Além de ela assumir de vez as vilanias da novela, a história acabou ganhando mais reforço e agilidade nas tramas paralelas. Destacou-se, principalmente, a trama envolvendo Lenita (Letícia Spiller), Vittorio (Marcello Novaes) e Loretta (Claudia Ohana). Sol Nascente ganhou mais ritmo, mas a história, mesmo assim, não trouxe lá grandes emoções. A trama foi tanto pelo caminho mais óbvio que terminou, até, no indefectível sequestro de último capítulo, quando César carregou Alice mar adentro, e Mário tratou de salvar a mocinha indefesa. Que soninho...

Sol Nascente, assim, foi uma novela que já foi tarde até demais. Foi uma trama de uma única personagem, tamanha a força da vilã Sinhá. No mais, a velha trama "mais do mesmo", com praia e boas paisagens, que Walther Negrão costuma oferecer sempre, com aqueles mesmos clichês seus que já cansamos de assistir. Enquanto Eta Mundo Bom foi um feijão com arroz requentado que deliciamos como um manjar dos deuses, Sol Nascente foi uma salada de chuchu sem tempero que só causou indiferença do público. Que venha Novo Mundo resgatar o nosso prazer perdido de assistir uma novela das seis boa e envolvente.

terça-feira, 21 de março de 2017

Tardes da Globo se tornaram mais interessantes que o horário "nobre"


A teledramaturgia brasileira vive uma fase cinzenta (em especial, a Globo). Não há uma novela que possa ser considerada grande sucesso de audiência e repercussão – seja no boca a boca do povo ou nas redes sociais. Em todas as emissoras, o índice das tramas no Ibope está apenas ok, nada mais do que isso. Falta empolgação popular. Há ausência de expectativa em relação aos desfechos.

Sempre que a TV aberta registra uma fase assim, e isso é mesmo cíclico, surge a hipótese do fim das novelas. "O telespectador teria se cansado do gênero?".

Não, não se cansou. Mas está cada vez menos interessado em enredos monótonos e repetitivos. A maioria das pessoas tem cada vez menos paciência para ficar uma hora diante da TV a fim de acompanhar um capítulo inteiro. Para dar prioridade à televisão, o público exige uma novela arrebatadora, que seja mais interessante do que o infindável menu dos canais pagos e as opções igualmente infinitas na internet. Se a trama vacilar, a atenção é desviada para um filme, uma série, uma transmissão ao vivo no Facebook, a timeline do Instagram, a interação ágil no Twitter, um vídeo besteirol qualquer do Youtube...

Fenômenos de audiência e mobilização virtual de outrora são cada vez mais necessários às emissoras, porém, difíceis de serem reproduzidos. Talvez, por isso, se explique o verdadeiro "Vale A Pena Ver de Novo" que virou a reexibição de Avenida Brasil (último grande sucesso que reuniu todas as tribos em frente a TV às 21hrs na Globo e última novela realmente boa do horário) no quadro Novelão do Vídeo Show. O quadro pega apenas a história principal da novela, conta tudo com uma narradora simpaticona e ilustra com uma ou outra cena da própria trama. Acontece que a edição ficou um poucããããão diferente no Novelão da saga de Nina e Carminha, pois a novela foi exibida quase na íntegra. Longas cenas que não faziam a história avançar foram exibidas, o texto da narração foi bem minimalista e exibiram até as tramas dos núcleos secundários. Foi quase uma exibição pro Vale a Pena Ver de Novo, só que dentro do Vídeo Show, demorando mais de um mês para o seu fim (quando deveria ter sido, no máximo, umas duas semanas).

DESAPEGA-AVENIDA-BRASIL

Falando no Vale a Pena Ver de Novo, se antes a faixa de reprises era visto como um tapa-buraco na programação, hoje possui importante relevância na média diária de audiência da Globo. Frequentemente, atrai três vezes mais público do que Record e SBT no mesmo horário. A reprise da deliciosa Cheias de Charme, que termina hoje (21) e foi outro fenômeno de 2012 junto com Carminha e cia, chega ao fim com média geral de 17 pontos. Um verdadeiro sucesso, tendo marcado em alguns capítulos mais de 20 pontos.


Para esticar a boa fase da faixa de reprises, a Globo escalou Senhora do Destino, a novela mais assistida dos anos 2000 e última trama realmente decente escrita pelo Aguinaldo Silva. A primeira reexibição na faixa vespertina, em 2009, alcançou média de 21 pontos, com alguns capítulos quase chegando aos 30. Basta uma pesquisa básica para constatar que as empreguetes e Nazaré Tedesco dominam os assuntos mais comentados e geram mais euforia nas redes sociais do que todas as novelas inéditas que estão no ar.

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Esse ótimo desempenho ressalta tanto o saudosismo dos noveleiros por tramas envolventes e carismáticas quanto a dificuldade das produções atuais em atender essa demanda básica. Nos últimos anos, o consumidor de teledramaturgia se mostrou mais exigente, enquanto as novelas parecem ter ficado menos interessantes. O formato não precisa ser reinventado. Basta deixar de ser previsível, entediante ou excessivamente inverossímil. E, acima de tudo, mostrar eficiência na pretensão de entreter, ao invés de irritar (cofcofALeiDoAmorcofcof) ou provocar nossa indiferença (cofcofSolNascentecofcof).

domingo, 12 de março de 2017

O Melhor e o Pior da Semana (5 à 11/3)




   O MELHOR DA SEMANA   


Rock Story (pelo conjunto da obra)


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Essa semana a TV foi de Rock Story, a melhor novela inédita em exibição atualmente. A trama chegou em seu centésimo capítulo e resolveu dar uma boa acelerada nos acontecimentos. Finalmente, a Lorena, a irmã gêmea da Julia, ambas vividas pela Nathalia Dill, chegou ao Brasil e o encontro das duas rendeu picos de audiência a novela. Mas é claro que essa chegada da Lorena, agora de vez dentro de Rock Story, não vai ser em vão. Basta lembrar que ela é a gêmea má da trama. Outro entrecho que movimentou a novela esta semana foi a divulgação das fotos íntimas da Diana (Alinne Moraes) por Léo Régis (Rafael Vitti) para se vingar da ex-noiva. Com uma ótima abordagem, a história é uma mescla de várias outras que realmente aconteceram e sendo mostrada assim numa trama voltada para o público jovem não deixa de ser uma forma de educar esse público para o mundo digital que a cada dia anda mais perigoso. Ironia genial toda essa situação ter sido exibida em plena semana do Dia Internacional da Mulher. Programaram muito bem! E o mais importante é que esteve em sintonia total com a trama, sem didatismo ou incoerência.

Volta do MasterChef


Concorrentes fazem com que MasterChef Brasil siga instigante e sem sofrer desgaste

Desde a primeira exibição do MasterChef Brasil, todo mundo aposta no desgaste do formato, já que, além do original, a Band lançou versões com crianças, profissionais e até especial de final de ano. A questão é que o público não dá qualquer sinal de desinteresse pelo reality show. Os concorrentes e os ótimos jurados fazem com que o MasterChef siga instigante. Diante do modorrento BBB17, a gente agradece!


     O PIOR DA SEMANA     


Sophia Abrahão no Vídeo Show


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É fato que desde a saída de Monica Iozzi, o Vídeo Show não consegue fixar uma companhia a altura para Otaviano Costa na bancada. Após promover um rodízio de repórteres e até apelar à Susana Vieira às quintas-feiras, o programa manteve Joaquim Lopes ao lado de Ota e foi levando como pôde. Para cobrir as férias do Otaviano, a direção da atração foi buscar alguém de fora e a escolhida foi a atriz Sophia Abrahão. Dona de muitos seguidores e fãs nas redes sociais, Sophia conseguiu fazer certo barulho e mobilizar sua grande rede, mas deixou a desejar (e muito) na bancada. Totalmente apática e inexperiente, ela não transmitiu naturalidade, não transmitiu carisma, nem maior conhecimento sobre a história da TV.

P.S.: O Vídeo Show, há muito tempo, vem carecendo de um conteúdo mais criativo e dinâmico. Atualmente, suas pautas são todas feitas no piloto automático e, hoje, só se salvam os quadros Memória Nacional e Meu Vídeo É um Show. De resto, nada chama a atenção. Incluindo aí o quadro Novelão, que antes resumia novelas em uma ou duas semanas e agora virou mais um Vale a Pena Ver de Novo com o repeteco prolongadíssimo de Avenida Brasil. Não é assim que o Vídeo Show vai sair do buraco onde está enfiado.

Mais do mesmo


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O Bom Dia e Cia, tradicionalíssimo infantil do SBT mudou de cenário e, finalmente, passou a ser realizado em HD. Agora, os greens, seres verdes que há anos protagonizam as vinhetas dos infantis do canal, ganharam uma espécie de vila onde vivem e o cenário do programa reproduz isso. Além de novos cenários e novas vinhetas, há também novas provas que os telespectadores podem participar por telefone e concorrer a prêmios. Quer dizer, "novas", mas nem tanto, pois nada mais são que as mesmas provas de sempre, com novos painéis e até novos nomes, mas sem grandes novidades. O programa explora o mesmo formato sem grandes investimentos desde 2007, quando passou a ser exibido ao vivo. Ou seja, a atual fórmula do programa já completa 10 anos no infantil, que estreou em 1993 com apresentação de Eliana e forte conteúdo didático. São outros tempos, sem dúvidas. A atração poderia aproveitar o embalo de estreia de "nova temporada" para dar uma boa renovada em sua seleção de desenhos. Salvo uma ou outra mudança, o Bom Dia e Cia exibe praticamente os mesmos desenhos (com os mesmos episódios) há mais de 15 anos. Seria do bom grado também se tirassem a Silvia Abravanel, totalmente dispensável. Com uma voz forçada (parecida com aquela que fazemos quando estamos conversando com um bebê), ela decepciona na espontaneidade. Apática, suas brincadeiras com as crianças soam falsas. Pobre geração Nutella...

Traição de Pedro


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A Lei do Amor nem de longe lembra outras novelas assinadas por Maria Adelaide Amaral, como Sangue Bom e TiTiTi, que eram elogiadas por terem textos inteligentes e ótimas sacadas. O que sobra no atual enredo das 21h são situações pra lá de confusas. A última envolve Pedro (Reynaldo Gianecchini): não faz o menor sentido o personagem trair Helô (Claudia Abreu) nessa altura do campeonato, com a trama chegando ao fim. Além disso, não condiz com a postura do velejador, sempre apresentado como um mocinho justo, gentil e de bom caráter que lutou para ficar com Helô. Pior ainda: repetindo uma cena que aconteceu no início do folhetim. Mas repeteco pouco é bobagem, afinal, Helô novamente esconde do amado que espera um filho dele. Justo Pedro, que também não sabia da existência de Stelinha. A autora está sem criatividade? Sim ou com certeza? Não posso deixar de comentar também todo o teor machista que rodeou essa situação. Afinal, a impressão que ficou foi que a culpa do Pedro ter traído Helô não foi dele, mas sim dela por ter sido tão ciumenta (com o detalhe de que toda essa insegurança da personagem é meio ilógico pelo fato dela ter sempre se mostrado uma mulher de mente aberta e a própria ter escondido de Pedro também que tinha uma filha dele). Sinceramente, A Lei do Amor não tem mais salvação...

quinta-feira, 2 de março de 2017

BBB17 | Afinal de contas, devemos julgar por nível de entretenimento ou moral?



Foi com esse discurso que vocês podem conferir no vídeo acima que Tiago Leifert anunciou a eliminação de Elis do BBB17. Para um bom entendedor, meias palavras bastavam. Leifert praticamente implorou aos candidatos que se permitissem jogar e agitassem a casa. Ou seja, que fizessem tudo aquilo que Elis fazia.

Elis não é nenhum exemplo a ser seguido. Ela não teve um pingo de vergonha na cara ao destilar seu veneno e suas artimanhas e picuinhas como se milhões de pessoas não estivessem assistindo tudinho pelo pay per view. Com um dom de muitos políticos de se esquivar das acusações, ela adotou uma estratégia suicida e, ao mesmo tempo, hilária que envolvia escapar do paredão contando todas as histórias possíveis e sempre tentando angariar o colar do anjo. Para isso, a agente do caos escolhia um alvo e plantava a discórdia na cabeça do povo, fazendo toda casa votar no desinfeliz que ela havia jogado na cruz. Como uma verdadeira agente secreta, Elis acendia o fósforo, jogava e saia correndo, deixando toda casa pegar fogo. E, enquanto todos se matavam, ela escapava ilesa toda sorridente, já planejando quem iria fazer a casa colocar no próximo paredão. Obviamente, não demorou para ser desmascarada pela casa, sendo eliminada com um índice expressivo de rejeição para um paredão triplo: 80%. Creio que seu maior erro foi não ter escancarado para o público suas ideias de jogo e nos tornado seu cúmplice, ao invés de agir sempre sorrateiramente.

Confesso que teria receio de ser vizinho dela, mas me é muito agradável a distância, assistindo-a no conforto do lar. Como o próprio Leifert disse, Elis saiu por cima porque honrou a oportunidade que teve, aproveitando, se jogando, vivendo. Afinal, ninguém quer assistir perfeição no BBB e sim o mais descompromissado entretenimento. Quem assiste o reality com esses olhos, como se esperasse assistir a uma vitrine de virtudes, está se enganando. Ali dentro o que se espera ver são pessoas comuns agindo como pessoas comuns: errando, acertando, amando, mentindo, possuindo defeitos, qualidades, manias... O BBB, na minha opinião, está mais para uma sessão de psicanálise coletiva e invertida, onde deveríamos enxergar nossas próprias virtudes e vícios através daquelas pessoas confinadas. Esqueçam essa história de heróis e vilões. A disputa na casa é por carisma. Quanto mais entrosamento, espontaneidade e diversão, melhor (vide o sucesso que foi o BBB16 graças ao furacão Ana Paula). E a única participante dessa edição que, para o bem ou para o mal, chegou o mais perto de reunir todas essas qualidades foi a Elis.


A agente do caos se tornou uma peça indispensável para fazer a casa girar. Com a sua saída, o que resta agora? Emilly, atualmente, é a personagem principal da casa, catalisando tanto o amor incondicional quanto a antipatia em excesso aqui fora da casa (eu faço parte do segundo grupo). Porém, produz um entretenimento chato e clichê. O BBB17 se resumiu unicamente ao casalzinho fake Dolly e suas DRs e transas. Se eu quiser ver uma ninfeta pedindo gozada na boca de um quarentão eu acesso o xvídeos!

Quem mais tem produzido entretenimento? Roberta, a mentirosa que "murchou" depois que viu que tinha feito burrada atrás de burrada? Tiago Leifert, que tem interferido no game? Marcos, que a todo momento diz não precisar do prêmio e só parece estar interessado em converter todos a bondade e em dar uns pegas na Miss Boquete? Rômulo, o diplomata que usa critério "procedimental" para votar e que se acha o paladino da moral e da razão? Marinalva, aquela que vota pra eliminar alguém dizendo que espera que ela faça muito sucesso aqui fora ou votando no que vai ser menos votado? Daniel, que usa como justificativa condição financeira? Alguém mais? Falta carisma! Falta um bom enredo! Falta se expor! Falta disposição para jogar! E falta disposição do público para entender que, pelo bem do entretenimento, quem movimenta o jogo não pode ser preterido para dar vez a "plantas". Pelo visto, o BBB17 morreu e só esqueceram de enterrar.


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