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domingo, 31 de janeiro de 2016

O Melhor e o Pior da Semana (24 à 30/01)




O MELHOR DA SEMANA


A virada de Dante



Já falei inúmeras vezes (leia aqui) sobre a patetice de Dante (Marco Pigossi). Além de ser ridículo o fato dele ficar falando sobre todas as operações secretas da polícia para todos os seus familiares e aí, do nada, as informações vazavam, seu pai Romero (Alexandre Nero) e seu avô Gibson (José de Abreu) são os integrantes da facção que o policial tanto quer desbaratar e ele nunca desconfiou de nada. Tudo bem que Dante realmente não poderia descobrir tudo rapidamente, caso contrário, a novela acabaria, mas o autor João Emanuel Carneiro tinha que ter dado um tratamento melhor ao personagem. Do jeito que ficou, o policial virou um grande bobão, alheio a todos os acontecimentos da novela. 

Nessa semana, finalmente, rolou a grande virada na vida do policial, que descobriu que o pai é um bandido. O título do capítulo, aliás, foi um ótimo trocadilho: "O inferno de Dante". Marco Pigossi confirmou o bom ator que é demonstrando com brilhantismo toda a perplexidade de Dante ao ver Romero fazendo o símbolo de "Vitória na guerra" durante uma conversa com o Tio (Jackson Antunes). Foi impossível não ter sentido pena do personagem ao vê-lo desabando e chorando compulsivamente ao constatar que foi um idiota passando a vida inteira idolatrando um pai herói que não vale nada. Outra grande cena foi quando o policial segurou sua imensa raiva quando Romero colocou a mão em seu ombro, falando com o filho sem nem imaginar que ele já sabe sobre sua ligação com o crime. O olhar de ódio lançado pelo ator fez toda a diferença na cena, que marcou o recomeço da trajetória do personagem. Só que não precisava ser assim, né? Dante poderia ter sido ludibriado com mais esperteza. Agora que o policial já sabe de (quase) toda a verdade, JEC tem a missão de apagar esse lado ruim de Dante e torná-lo um herói de verdade. Deve isso ao público e, principalmente, ao ator.


Além de Pigossi, merece menção as atuações de Deborah Evelyn, Bárbara Paz, José de Abreu e Renata Sorrah nas excelentes sequências em que Nelita constata que Kiki está viva e as duas se abraçam, em choque; quando Kiki se volta contra o Pai, dando-lhe um tapa, após ele ironizá-la; e na qual Nelita surta após Gibson fazer uma verdadeira lavagem cerebral nela, deixando Nora desesperada e fazendo-a se revoltar contra o marido pela péssima maneira como trata a filha. Ah, também não posso me esquecer da pequena Letícia Braga, que faz a Aninha, filha de Kiki e Zé Maria (Tony Ramos). Ela também arrebentou. Aliás, A Regra do Jogo melhorou absurdamente. Prova disso é que o soooooooooooool da audiência finalmente brilhou e há de brilhar mais uma vez (leia aqui). Até as tramas paralelas se tornaram menos enfadonhas, principalmente depois que os núcleos da Adisabeba (Suzana Vieira) e da família do Feliciano (Marcos Caruso) se juntaram. Está um novelão! Imperdível!

Vivianne Pasmanter



Não teve pra ninguém. Vivianne Pasmanter dominou a semana em Totalmente Demais. Contida na medida certa e completamente segura na pele de Lili, a atriz foi totalmente demais nas sequências em que humilha Carolina (Juliana Paes) e termina tudo com Germano (Humberto Martins) após receber um vídeo dele dançando com Carolina, evidenciando todo o descontrole e a fragilidade emocional de sua personagem. Enquanto Lili sofria, Vivianne mostrou a baita atriz que é. E o que foi ela afogando as mágoas caindo no pagode e bebendo caipirinha? Impagável! Interessante que, apesar de amargurada e extremamente ciumenta, Lili sempre se mantém solar e briga pelo marido com dignidade, sem nunca descer do salto. Depois de anos sendo subaproveitada, Vivianne ganhou um papel de extrema complexidade e importância na novela das sete e está tendo o destaque que merece.


P.S.: Muito linda e fofa a cena protagonizada por Juliane Trevisol e Jéssica Ellen, quando Adele se declara para Lu, mas não é correspondida. Achei divertida essa trama da Lu com o aplicativo Sapeka e gostei da forma sensível como Totalmente Demais apresentou a história da Adele ser lésbica.

A Família Buscapé



Que Eta Mundo Bom! é uma delícia, isso ninguém pode negar. Mas a novela fica mil vezes melhor quando o foco da história sai da cidade e vai para o campo, onde vive a família à la buscapé de CUnegundes (Elizabeth Savalla). As situações inusitadas do núcleo (que é o melhor da trama) somadas as boas interpretações dos atores envolvidos, garantem cenas hilárias. O destaque dessa semana vai para a visita de Anastácia (Eliani Giardini) e Sandra (Flávia Alessandra) à fazenda em busca do paradeiro de Candinho (Sergio Guizé), deixando Cunegundes e toda a família apavorados. Era impossível não soltar uma longa gargalhada diante de toda a divertidíssima sequência.

Série especial sobre o câncer do JN



Nesta semana, o Jornal Nacional exibiu uma série de reportagens especiais sobre o câncer. A série não foca na doença em si ou na prevenção dela, mas na dificuldade de pacientes pobres que dependem do SUS para o tratamento da doença no Brasil. Os repórteres Graziela Azevedo e Ronaldo de Sousa entregam um trabalho bem pontuado e primoroso, sem apelar para o sentimentalismo ou exagero, dando espaço até para o governo apresentar sua defesa, expondo os dois lados do fato. Um ótimo trabalho que não poderia deixar passar despercebido e que merece sim muitos elogios.

Obrigado, Claudinha!



Com a entrada de Ivete Sangalo no The Voice Kids, as comparações com Claudia Leitte, jurada do The Voice Brasil, são inevitáveis. Uma é completamente diferente da outra e ambas têm seus fãs. Agora confundir uma com a outra é uma coisa quase imperdoável. Só que aconteceu na edição do domingo passado (24/01). Quem fez a gafe foi a candidata Larissa Carvalho. Ivete foi a única jurada que virou a cadeira para ela e, como é de praxe, rolou uma conversa entre as duas. Porém, no final, Larissa mandou um "Obrigado, Claudinha". Minha filha, onde já se viu comparar a diva com a piriga? A reação de Ivete foi bastante engraçada. A cantora levou na brincadeira e até chamou a Larissa de Gal Costa. Como eu disse na semana retrasada (leia aqui), Veveta voltou a mostrar porque é uma das melhores e mais carismáticas artistas brasileiras. Foi divertido e já entrou para a história dos melhores gafes da TV brasileira. De resto, o The Voice Kids segue sendo uma ótima atração.

Popstar do Spoiler



Há quem odeie spoiler, mas, acredite, há também quem ame. E o humorístico Tá no Ar resolveu brincar com este polêmico assunto. O Marcelo Adnet fez um videoclipe paródia da música Royals, da Lorde, interpretando um popstar fascinado por spoiler. O vídeo conta spoiler de tudo o que você puder imaginar. Tem Game of Thrones, Homeland, Psicose, Titanic, Harry Potter, House of Cards, O Sexto Sentido, Chaves, Chapolin, Lost, Betty, a Feia, Tieta, o reality show RuPaul's Drag Race e até mesmo Star Wars - O Despertar da Força e o final de Breaking Bad! Criativo e divertidíssimo!

O PIOR DA SEMANA


Humilhação de Atena



Giovanna Antonelli deu um show na sequência em que todas as suas vítimas se vingam da estelionatária? Sim! Foi uma cena densa e de tirar o fôlego? Sim! Mas eu achei exagerado e desnecessário todo esse acerto de contas. Atena foi vendada e amordaçada, xingada, levou tapa na cara, teve o cabelo cortado, levou cusparada, teve todo o seu dinheiro roubado e dividido entre as vítimas que prejudicou no passado, foi levada por um ex-marido para uma casa miserável, sendo obrigada a lavar um banheiro imundo em troca de água para beber e ficou amarrada numa coleira de cachorro. Ufa! Nem a Carminha (Adriana Esteves), que aprontou bem mais, sofreu tanto com a Nina (Debora Falabella)! Atena foi humilhada ao extremo desmerecidamente. Ok, ela já prejudicou muita gente, mas os golpes que Atena deu não representam nada perto da canalhice de Romero (Alexandre Nero). Ele sim merecia um castigo desses. Me falem que depois de toda essa humilhação a Atena vai fazer o Romero pagar caro por tê-la traído e virar a grande vilãzona da novela, por favor!

TV Fama e o cúmulo do ridículo



Estava eu mudando de canal essa semana quando me deparei com o TV Fama mostrando uma matéria sobre o dia da atriz Yasmin Brunet na praia. Até aí, tudo bem. Um flagra normal para um programa de fofocas. Mas o que era a narração em off disso? Reproduzo integralmente: "Olha Yasmin se bronzeando. (silêncio) Agora, ela virou para o outro lado. (nova pausa) Ela mudou de posição novamente. (nova pausa) Olha, agora ela está falando com a amiga. (nova pausa) Nesse momento, Yasmin está mostrando suas curvas". Sério? WTF?!! E a narração demorou uns três minutos, hein. Quanto tempo será que o cara que fez essa matéria demorou para se formar na faculdade?

Propaganda enganosa, excessiva e repetitiva da Record


Uma frase absurda foi dita durante o Hoje em Dia na quarta-feira (27/01) para divulgar Os Dez Mandamentos - O Filme, que estreou nessa quinta (28/01). "Completamente diferente da novela", essa foi a afirmação feita após a exibição de uma reportagem com astros da emissora de Edir Macedo que estiveram na pré-estreia da produção e teceram inúmeros elogios ao que viram. Ora, se a versão para as telonas nada mais é que um compacto do que fora mostrado na TV, com o diferencial de ter algumas sequências inéditas, como pode o longa ser "completamente diferente" da TV? Outro dia, na coluna da Patrícia Kogut, foi perguntado se, por acaso, a Record estava pensando em criar novos mandamentos. Diante de tantos absurdos, o que inclui inclusive uma bizarra "segunda temporada" da obra, é possível que sim. Fora essa questão, está simplesmente impossível assistir a Record nesses últimos dias. Diariamente, são matérias longas e repetitivas exibidas a exaustão em todos os intervalos e programas da casa com vídeos de várias celebridades, subcelebridades e longe-de-ser-celebridades tecendo elogios ao filme e quase obrigando o telespectador a comprar o ingresso, da Record se gabando dos números de bilheteria, de filas enormes do público indo assistir o filme nos cinemas... Eu sei que a propaganda é a alma do negócio, mas tudo tem que ter bom senso, né? Nem a Globo, com todo seu poder, se prestaria ao ridículo! Fora isso, ainda tem toda aquela história dos pastores da Igreja Universal fazerem campanha maciça para que os fiéis assistam ao filme e rolou até arrecadação de ofertas para que os frequentadores mais humildes das igrejas ganhassem suas entradas. Ou seja, para a Record conseguir que Os Dez Mandamentos bata todos os recordes de bilheteria nacional e (pausa para risos) mundial, vale tudo, até mentir para atrair o público. Pena que os pastores não avisaram aos fiéis que eles tinham que ir ao cinema na hora marcada no tíquete, porque até o número de curtidas do blog é maior do que o de pessoas assistindo o filme no cinema (veja aqui). Será que as cadeiras vazias nas sessões esgotadas estavam com problema de encosto?


sábado, 30 de janeiro de 2016

A Regra do Jogo é a cara do Brasil

Assaltar um banco é perdoável? E roubar o local onde trabalha para pagar o tratamento de saúde da sua mãe? E furar uma fila? E comprar produtos sem pagar impostos? E matar para sobreviver? Qual o limite entre o certo e o errado? Até que ponto um crime pode ser perdoável? Existe um livre arbítrio? Podemos mudar o destino que está reservado para gente? Antes de responder todas essas perguntas, é importante refletir sobre o que define o caráter de uma pessoa. Em A Regra do Jogo, os personagens criam as suas próprias regras no jogo de acordo com o que acham certo ou não e colocam à prova questões que envolvem a ética, os valores e os limites de cada ser humano na nossa sociedade.

Se eu pudesse descrever A Regra do Jogo em uma só palavra, ela seria ambiguidade. Nesta história, o improvável conduz o desenrolar da trama e nem tudo é o que parece ser. Há os personagens que não são aquilo que dizem ser e outros que se comportam e tomam atitudes inesperadas, cujas explicações estão em um passado cercado de mistérios. É normal que os personagens mudem de lado, trilhem caminhos bem diferentes a cada situação ou, até mesmo, enganem o público por vários capítulos. A regra desse jogo é a sobrevivência, por isso, é difícil saber quem são os mocinhos e vilões dessa história e a todo momento as posições podem se inverter, o que já virou uma marca registrada do autor, João Emanuel Carneiro.

Zé Maria (Tony Ramos) é um desses personagens que enganou muita gente lá no início da trama, inclusive o próprio filho, Juliano (Cauã Reymond). Quem o considerava uma vítima da facção levou um susto ao descobrir que ele era um dos piores bandidos da quadrilha, responsável pelo famoso "Massacre da Seropédica". Entretanto, apesar de ser um assassino frio, Zé Maria tinha um ponto fraco: a família. O amor verdadeiro pelo filho, por Kiki (Deborah Evely) e pela pequena Aninha fizeram com que o bandido virasse uma espécie de herói vingador e se voltasse contra a facção com o objetivo de destruí-la. Para tanto, simulou a própria morte, mudou de aparência e assumiu uma nova identidade, Pedro Vargas. Mas será que um homem que já sequestrou tanta gente, matou dezenas de inocentes, colocou o próprio filho Juliano na cadeia, entre outras atrocidades, é mesmo capaz de mudar?


E o que dizer de Romero Rômulo (Alexandre Nero), o protagonista mais complexo e ambíguo da história das telenovelas brasileiras? JEC conseguiu apresentar com maestria o caráter dúbio do ex-vereador. Até hoje não sei quem ele é e o que ele quer de verdade. Confesso que não sei dizer se ele ama a Tóia (Vanessa Giácommo) ou a Atena (Giovanna Antonelli). Afinal de contas, em que time o Romero joga? Seria um lobo em pele de cordeiro ou um cordeiro em pele de lobo? Mesmo que ele tenha feito algumas coisas boas na vida e tenha salvado a vida de muita gente, não podemos esquecer que o ongueiro foi responsável indiretamente pelo "Massacre da Seropédica", foi capaz de simular vários assaltos e engana todas as pessoas que mais lhe amam. Os ongueiros de morro na vida real e os defensores dos direitos humanos podem ficar meio puto com as ações do moço. Acontece. Tem ONG séria, mas todos nós sabemos que existem sim muitas ONGs de fachada e existem sim defensores que usam dos direitos humanos para protegerem bandidos. Romero até tentou se regenerar, mas vários fatores o empurraram de volta para o mau caminho: a tentação de ganhar muito dinheiro, a pressão de Atena e as ameaças da facção. Será que ainda resta uma esperança para a alma do pilantra?


Que Dante (Marco Pigosi) é o policial mais incompetente da história da teledramaturgia brasileira, disso eu já estou cansado de falar (relembre aqui). Mas será que JEC não quis representar na figura do ingênuo policial a inoperância da polícia brasileira devido aos altos índices de violência registrados em todo o país e uma crítica a violência policial na relação entre ele e Juliano (Cauã Reymond), vítima do abuso de autoridade do policial lá no início da trama, quando eram rivais? A Regra do Jogo apresentou uma série de situações criadas e deixadas pelo caminho, sem muita explicação (relembre aqui), como os assassinatos de Djanira (Cassia Kiss), do delegado Faustini (Ricardo Pereira), do jornalista Dário (Alcemar Vieira), entre outros, que foram totalmente esquecidos. Pode ser um furo no roteiro do autor, mas não deixa de revelar uma realidade do Brasil: a do "ninguém sabe, ninguém viu". Diariamente, ocorrem vários crimes e que demoram anos para serem descobertos (quando são descobertos!) e os culpados serem punidos (quando são punidos!).

E nem as tramas paralelas da novela escapam. A família do Feliciano (Marcos Caruso), por exemplo, tem um pé muito forte na realidade que o povo brasileiro enfrenta todos os dias no sentido dos personagens envolvidos estarem sempre vivendo em crise. O Breno (Otávio Müller) perdeu o emprego e tenta se virar como pode, o Vavá (Marcelo Novaes) não consegue ser um personal com muitos clientes, a manicure Janete (Suzana Pires) idem, a empregada Dinorah (Carla Cristina) não recebe salário... É a personificação do famoso "jeitinho brasileiro". Para o bem ou para o mal.


Atena e Ascânio (Tonico Pereira) protagonizam algumas das melhores cenas cômicas da novela, ainda que esse não seja o propósito principal da dupla. Entretanto, não podemos esquecer que ambos fazem parte da facção e não valem nada. Atena é uma estelionatária que já enganou meio mundo e trambiqueira de mão cheia e Ascânio trazia menores de idade para a facção (inclusive, foi ele que levou Romero para o mundo do crime) e chegou até a matar uma personagem a mando da facção, a Sueli (Paula Burlamaqui), amiga de Atena. Ou ele matava ou a facção matava ele. Podemos dizer que Ascânio matou para sobreviver, então foi perdoável a sua atitude, né? Ou não?

Até o centésimo capítulo, Gibson (José de Abreu) não fazia a menor diferença na trama. Mas JEC estava preparando uma surpresa para os telespectadores. Revelado como o Pai da facção, Gibson cresceu e tornou-se um malvadão digno de entrar para a galeria dos grandes vilões do horário nobre, pois já mostrou que é capaz de qualquer crueldade, inclusive contra a própria família. Tudo, segundo ele, em nome de uma "causa" maior que ele julga certa, como se os fins justificassem os meios. E justificam? As falas reacionárias de Gibson em cena podem ser um choque para o público, mas são como a que ouvimos na vida real de muitos outros elitistas. Além disso, Gibson ser o Pai da facção toca em uma ferida aberta da sociedade: a justiça com as próprias mãos. Isso porque o "coxinha" resolveu criar a facção depois de sofrer um grande trauma no passado, durante um assalto, quando sua casa foi invadida por marginais, que torturaram sua família. Após presenciar o momento de terror, ele resolveu sentenciar os bandidos e contratou Zé Maria para assassiná-los. Ele, por sua vez, arrumou mais capangas, nascendo, assim, a facção. Gibson possui sonhos elitistas de grandeza, como se quisesse dominar todo o país, e criou esse "exército" para tirar toda a "corja" que está no poder. Em um momento de crise política e de puro desencanto da população com o governo corrupto do nosso país, A Regra do Jogo se tornou a cara do Brasil atual.



"É só uma novela", é o que muitos devem estar dizendo. Eu sei. Mas é inevitável traçar um paralelo com o Brasil atual. Até porque novela não é só entretenimento, mas também uma faísca para despertar reflexão no público. O que não chega a ser nenhuma novidade nas obras de JEC. Avenida Brasil, por exemplo, aproveitou bem a situação socioeconômica do Brasil de 2012 para refletir na tela um retrato pitoresco de nossa realidade contemporânea. O fictício bairro do Divino era, na verdade, um microcosmo do Brasil e foi responsável por todo o mega sucesso da novela, que levou diariamente milhões de brasileiros à frente da TV e que repercutiu nas ruas e na Internet. Como em poucos exemplos em nossa teledramaturgia, o brasileiro se viu refletido na trama.

A chamada "nova classe C" retratada na trama fisgou todas as classes. Como em um jogo de certo ou errado, o autor brincou com as nuances simbólicas de ricos e pobres, elaborando uma crítica social muito pertinente, seja através da grã-fina da Zona Sul que fazia pouco caso da figura do suburbano ou no velho-pobre novo-rico que zombava do velho elitismo. Avenida Brasil, além de ter tido uma ótimo história, é claro, retratou a classe média brasileira de forma eficiente e refletiu mudanças na sociedade, afastando-se dos personagens e bairros ricos que geralmente estão no centro das tramas, diferente do novo rico do passado, que queria parecer quem não era e tinha vergonha de falar de onde vinha. Prova disso era a Família Tufão (Murilo Benício), que enriqueceu, mas continuava com o jeito suburbano de ser e construiu uma mansão no Divino só para não se mudarem da zona norte.

Dessa vez, JEC vem retratando o funcionamento de um esquema mafioso entranhado nas camadas da nossa sociedade com a sensibilidade que o jornalismo não alcança ou se recusa a encarar. A similaridade com a realidade atual do nosso país assusta muito. Muitos se sentem instigados em acompanhar, outros ficam incomodados. Estamos vivendo um momento de insegurança, decepção e desesperança com o Brasil. Por isso, talvez seja custoso para a maioria ver o mal se sobrepor tão acintosamente na hora que a mente pede distração. Invariavelmente, A Regra do Jogo só mostra um único final: a cidade literalmente se transformar em uma Gotham City, onde somente um super-herói poderá salvá-la, já que 99% dos personagens não possuem qualquer tipo de princípio.




quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

Ainda há esperança para a Xuxa na Record?


Desde que Xuxa foi embora da Globo após mais de trinta anos e mudou-se para a Record, a cara da apresentadora não sai mais das chamadas dos sites de TV. As notícias eram especulações sobre como seria a estreia da atração, quem seriam os convidados, quais os quadros apresentados para entreter os telespectadores, quem a Globo tinha vetado de participar do programa e de comentar nas redes sociais sobre o novo desafio da ex-colega, que ela teria liberdade para falar e fazer seu programa do jeito que quisesse e blá blá blá. Entretanto, em menos de um ano após a maior contratação da história da emissora, a chama entre Xuxa e Record está em níveis altíssimos não de paixão, mas sim de tensão.


A Record esperava que o programa da Xuxa rendesse números de audiência na casa dos dois dígitos, mas a atração passou longe, bem longe, lá pelas terras de Tão Tão Distante de ser um XU-XEX-XO! Até a vice-liderança ela perdeu. Toda segunda-feira, a Rainha dos Baixinhos leva uma surra no Ibope do Programa do Ratinho e do Máquina da Fama. Goooooool da Alemanha, quer dizer, do SBT! É bom lembrar que os últimos anos da Xuxa na Globo não foram nenhum pouco gloriosos. Ou vocês não se lembram que ela chegou a perder a liderança no Ibope para o desenho animado do Pica Pau?

Enquanto isso, do outro lado, Xuxa esperava ter total liberdade em sua nova casa. E não é bem isso que ela vem tendo. Após a constante baixa audiência e opiniões ácidas, a atração da loira passou de ao vivo para o modo gravado. A equipe dela foi demitida pela Record e recontratada pela Casablanca, produtora terceirizada que está alugando o RecNov. Muitos dos novos contratos foram por valores menores. Nesta semana, quem também se desligou da emissora foi o diretor de Xuxa, Mariozinho Vaz. A apresentadora também passou a sofrer edições de uma pessoa ligada à Igreja Universal do Reino de Deus, que anda censurando tudo o que a Xuxa fala e tentando fazer dela uma pessoa menos vulgar. Até uma possível redução de salário e uma eventual rescisão do contrato da loira já foi pensada. Ô, coitada!

Deixando o quesito audiencia de lado, verdade seja dita, o Xuxa Meneghel é muito ruim. Tanto é que ficou em 07º lugar na nossa lista dos Piores Programas de TV em 2015 (relembre aqui). O programa já começou sem identidade e parecendo uma cópia mal feita do americano The Ellen DeGeneres Show, tanto no cenário, na identidade visual, no figurino da apresentadora (como bem disse Silvio Santos, "Xuxa virou um rapaz americano") e até no conteúdo principal, baseado em entrevistas. Xuxa, não precisa ficar imitando nenhuma apresentadora americana, nem ficar evocando a Hebe Camargo. Seja apenas você mesma! Xuxa até pode se inspirar, mas, acima de tudo, precisa encontrar uma personalidade própria.


O formato inicial não caiu no gosto do público e, devido as constantes derrotas no Ibope para o Ratinho, começaram as mudanças. Sob a curta direção de Mariozinho Vaz, as entrevistas na atração perderam a força e entraram concursos variados, que iam de talentos garimpados da internet, de crianças e até de escolha de uma atriz para atuar na novela A Terra Prometida. E foi aí que o que estava ruim, ficou ainda pior! O Xuxa Meneghel virou uma espécie de programa frankenstein, cheio de maus remendos. Sinceramente, até hoje eu não sei do que realmente se trata a atração.

Sem uma identidade definida, o programa ainda pecou ao insistir em dois quadros que o acompanham desde a estreia: o 'Conto de Fadas' (sobre sexo) e o 'Toc Toc', no qual Xuxa visita seus fãs. O primeiro é uma das coisas mais bobas e constrangedoras que eu já vi na TV. Uma mulher de 52 anos agindo como se fosse um pré-adolescente que se masturbou pela primeira vez na vida. Acho que já passou da hora de ficar fazendo piadinhas infantiloides sobre sexo, né? Já este outro quadro é extremamente cansativo e desinteressante, cujo objetivo parece ser enaltecer a imagem de Rainha dos Baixinhos da apresentadora. Quem aguenta toda semana ver algum velho fã da Xuxa gritando ao vê-la na porta de casa com tamanha rasgação de seda? É um tal de "Xuxa, eu te amo" pra cá, "Xuxa Rainha" pra lá, uma choradeira sem fim... Além disso, a Xuxa tem que parar de ser tão egocêntrica e querer ser sempre o foco da atração. Já pensou se a Marília Gabriela falasse só sobre ela em todas as entrevistas no finado De Frente com Gabi? Pois é isso que a Xuxa faz em seu programa. A loira fica sempre lembrando a toda hora quem é, o que já fez, do que gosta ou não gosta, o que pensa sobre todos os assuntos... Se você recebe convidados no auditório, é pra saber da vida do convidado e sobre coisas que o público ainda não sabe sobre ele, não é mesmo? Xuxa precisa falar menos e ouvir mais!


Vale lembrar que Mariozinho Vaz foi o diretor do TV Xuxa entre os anos de 2008 a 2011. E essa foi a melhor fase do último programa de Xuxa na Toda Poderosa. Exibido nas manhãs de sábado, o programa seguia aquele formato de "colcha de retalhos", mas com uma sucessão de quadros que divertiam bastante: 'Show de Babá', 'Meninos X Meninas', 'Papo X', 'Tempo de Baixinho', 'Estilista Revelação'... A atração só perdeu força quando saiu das manhãs e se mudou para as tardes do sábado. O formato vitorioso matinal não funcionou à tarde. Obviamente, as noites de segunda também pedem um formato diferente do que era o programa de Xuxa aos sábados de manhã, mas a boa fase deste período mostra que Mariozinho Vaz foi sim um bom diretor para Xuxa no passado.

Caberá agora a Ignácio Coqueiro, novo diretor-geral do Xuxa Meneghel, reinventar a loira mais uma vez. Em seu currículo, estão o Caldeirão do Hulck, na Globo, e a transformação do O Melhor do Brasil em Hora do Faro, na própria Record. O caso é que há quem diga que Xuxa é bastante participativa na condução do programa e nem sempre aceita sugestões da direção. E isso é um problema. Como já foi dito aqui, Xuxa precisa falar menos e ouvir mais. Precisa ser receptiva às mudanças e sugestões.

Em meio a tudo isso, surgiram rumores de que o caminho que a apresentadora poderia seguir é o SBT. Eu, particularmente, sempre achei que a Xuxa tem muito mais a cara do SBT do que da Record. Na emissora de Silvio Santos, ela teria a seu dispor o elenco da emissora dos Marinhos, uma vez que a relação entre SBT e Globo é mais que amigável. Deixo bem claro que isso é apenas boato, uma possibilidade que pode vir a acontecer ou não. Provavelmente, não. Na Globo, ela não bota os pés nunca mais. Então, se o seu futuro na Record não der certo, só lhe resta se aposentar da TV brasileira de uma vez por todas. Ou então continuar sendo enfiada na nossa goela abaixo. Afinal, se ainda existe espaço para "bombas" como Faustão, João Kléber e Daniela Albuquerque, porque excluir a Xuxa?


E você, caro leitor? Tem alguma solução para a Xuxa sair do limbo?


quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

Tudo o que rolou na primeira semana do BBB16


Começaram os jogos! E agora é pra valer! Eu já tava achando que ia demorar pra ter um barraquinho nessa edição, mas fui trouxa pensando que o clima de "boas-vindas ao BBB16" ia durar muito tempo. Já tá rolando bafão e já tem gente botando as asinhas de fora. Eu Critico Tu Criticas traz para vocês um resumão completo com tudo de mais importante que rolou de bom (ou não) na primeira semana da décima sexta edição do reality mais detestado do Brasil, mas que todo mundo assiste.


O programa já começou estranho, com participantes que mais pareciam aquele grupo de whatsapp de família que mistura tia, sobrinho, primos, primos de segundo grau, primos de terceiro grau, de quarto grau, vó, enfim, saindo tudo de contêiners no jardim. Não tinha jeito melhor de desovar essa gente?

Ana Paula do BBB16 faz quadradinho e Adélia treme o bumbum (Foto: Gshow)

Os brothers já chegaram tendo que rebolar (literalmente!) para ganhar a tão sonhada e desejada liderança numa prova de resistência de dança. Se tivesse tocado Calypson, eu teria desistido na hora! Depois de quase 13 horas de prova, Alan, Daniel, Ronan e Tamiel acabaram sendo os últimos a deixar a prova e ganharam a primeira liderança do BBB16. O filósofo Alan chamou minha atenção porque o "dançar" dele era ficar parado fingindo que tá tocando guitar hero. Pode isso, produção?!

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Pelo menos, eles não dançam tão constrangedoramente como essa aqui:



Falando em momentos constrangedores, alguém precisa tirar imediatamente a tal Carol Paixão do ar. Até que eu gosto desse ator que faz a Valéria Vasques (aquela do "Ai, como eu tô bandida"), mas essa tentativa desesperadora de trazer graça pro BBB, PELAMORDEDEUS, para que tá feio! Não tem graça, é chato, é forçado, parece o finado e entediante Zorra Total, mas sem parecer a Valéria.



Mas o que chamou mesmo a atenção na prova do líder foi a pinta que o Renan deu.

Renan, participante do BBB16 (Foto: Reprodução )

Pinta não... Ele vem dando é um 101 Dálmatas!

Renan malha de legging (Foto: Gshow/BBB)

Afinal de contas, o que tanto a Renanzinha fica olhando para a cueca dos amiguinhos?

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Meu Gaydar apitando em 3, 2, 1...


Carnaval chegando e a Renanzinha já tem até música: "Olha a cabeleira do Renan, será que ele é, será que ele é? Será que ele é bossa nova? Será que ele é Maomé. Parece que é transviado, mas isso eu não sei se ele é. Corta o cabelo dele! Corta o cabelo dele! Corta o cabelo dele! Corta o cabelo dele!".

Para o bem ou para o mal, o BBB16 já começou na boca do povo com uma polêmica. Alguém que não gosta de BBB entrou no site oficial do reality show procurando algum motivo para boicotar o programa e criar textão no facebook. E conseguiram! Em uma das matérias do site, mostrava a decoração da casa, que está toda "rústica e moderna". Tudo ok, se não fosse pelo tal boneco-esponja.


Sempre associado a "bombril", quem tem cabelo crespo se sentiu ofendido, logo, dá-lhe textão acusando a Globo de racismo. Certamente, eles não viram essas outras versões da esponja.

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Caso não saibam, isso faz parte de um conjunto. Tem várias outros tipos. Mas usaram a do Jackson Five, opa, aí não pode! O melhor era ter colocado aquela esponja amarela mesmo e fim do mimimi.

Surpreendeu que, em vez de 12 participantes, nós tivemos 15. O 13º foi o cabelo da Adélia...

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...O 14º foram os seus cílios postiços...

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...E o 15º foi a bunda de silicone da própria.


E para o recalque de plantão, saiba que tem um motivo especial para Adélia aparecer todo dia montada assim: ela tem dinheiro, ela pagou, ela pode usar... Você não! #AceitaQueDoiMenos



Além do cabelo, dos cílios e da bunda de Adélia (o que torna a concorrência desleal), entraram mais outros quatro participantes. Entretanto, apenas dois deles (um homem e uma mulher) entrariam na competição. Confinados em um segundo andar, os quatro ficaram lá convivendo por dois dias. Somente no sábado (23/01), eles desceram para o primeiro andar e conheceram a casa e os brothers.

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Nossos corações já estavam conquistados pelo carisma e espontaneidade da Dona Geralda Palmirinha e do Mr. Catra William, então os outros dois novinhos começaram a apelar pra ficar no jogo.

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A Ana Hickmann Pobre apelou para o nude, mas de nada adiantou mostrar o bico da teta: com 63% dos votos, quem entrou para o jogo foi a Dona Geralda! Uhu! O mutirão da terceira idade deu certo!


Já Matheus apelou pro sensacionalismo barato e até pra casalzinho. Além de ter prometido ajudar sua cidade-natal, Mariana (MG), aquela que sofreu o maior desastre ambiental da história do país, se vencer o programa e de ter sido carinhoso com Geralda, a quem tratou como uma avó, ainda ficou com a Cacau, a mais carente e ingênua (trouxa!) da casa. E não é que o Brasil comprou seu teatrinho e ele continuou no jogo com 61% dos votos? Já vi esse tipo antes... E ele ficou 8 anos no governo!

Depois de ter conseguido o que queria, Matheus fez com Cacau o mesmo que a gente faz com um caroço de azeitona: dá uma chupadinha e depois joga fora. O boy, claro, fez a linha tranquilão, sossegado, tô bem solteiro, pra não dizer "não estou a fim de você". Cacau tentou fazer a linha de superior e bem resolvida quando, na verdade, tava morrendo de vontade de cair de boca (literalmente!) nessa relação. Miga, também não é pra tanto. Se bobear, deve ser uns 15cm e olhe lá.


Como falta de amor próprio, Cacau ainda pediu (leia-se: implorou) pela amizade do cafajeste. Miga, assim não tem como te defender! Já prevejo ela sendo a nova Amanda das Olheiras correndo atrás de macho e, se fizer isso, invado aquela casa e dou três tapas na cara dela pra deixar de ser trouxa. Entretanto, fica aquele pensamento: ela pode tá sendo enganada, mas pelo menos tá pegando um gostoso. Já aqui fora, no mundo real, a gente é enganada por coisa muito pior que isso, não é mesmo?

Pensando pelo lado dos barracos, das intrigas e do jogo, até que foi lucro o Matheus ter ficado. Afinal, ele acabou despertando a ira de Ronan, que tava querendo dar uns pegas na Cacau antes.


Aliás, que virada de 180º graus foi essa que o Ronan teve no jogo, hein? Ele foi apresentado como a personificação viva do espírito de superação. Pobre, excluído, menino de rua, trabalhador incansável, um lutador que busca vencer através da cultura e do esforço... Sem falar que carrega duas cotas na bagagem: é negro e obeso. O Ronan não está no BBB16 a passeio. O que ele quer é vencer no jogo. Ponto. Mas o "como vencer" dele o tem aproximado mais do perfil de vilão do que de mocinho. O rapaz é manipulador, influencia as pessoas, influencia votos, olha com maus olhos os que entram depois dele no programa, se sente incomodado com todo mundo que se destaca ou chama mais a atenção do que ele, é agressivamente incisivo, chegando ao ponto de insinuar querer mandar pro paredão a moça que o rejeitou pra ficar com outro... Se isso fosse uma novela, diria que Ronan é quase uma Flora (Patrícia Pillar), que começou como a coitadinha e se revelou uma diaba em A Favorita!


E não foi só o perfil de Ronan que mudou em apenas uma semana, mas a configuração inteira da casa. Aquele discurso do Bial de que esta seria a edição que promoveria o encontro de gerações ficou para escanteio e agora passou para algo mais próximo de uma guerra dos sexos. O quarteto de líderes, composto por Daniel, Ronan, Tamiel e Alan, foi o início da união de um grupo com voto combinado, que tinha a intenção de formar um paredão composto apenas por mulheres. Laércio Barba Azul jogou em ambos os times e chegou a avisar Munik de que ela seria alvo de Ronan para sair da casa. Ela, então, se uniu a Ana Paula, Adélia e Juliana contra os homens em um voto dado "de vingança". União das mulheres: melhor coisa que poderia ter acontecido! Elas juntas são poderosíssimas!


Acabou que Harumi é quem foi a escolhida pelo grupo de líderes para ir ao paredão, com aquela velha justificativa de que ela é uma jogadora forte... Gente, eu queria entender da onde esse povo tira essas ideias. Não tem nem uma semana de jogo e já conseguem identificar a ameaça? O grande barato da primeira formação de paredão foi a enrolação de Geralda na hora de votar. Ela tentou votar no Daniel, aí Bial disse que o moço tava imune, daí ela se lembrou do Laércio e votou nele. Depois o Bial disse que ela tentou votar no Tamiel e não Daniel... Pra que selecionar pessoas com o nome parecido assim, né? Gente idosa se confunde com essas coisas... Detalhe que a Gegê achou que estava numa urna eletrônica e quis "apertar" um botão pra votar. Preciso comentar algo? #GeraldaMelhorPessoa



Teve a maior panelinha na casa toda e chegou um momento que eu me senti a Geralda: não tava entendendo mais nada. As mulheres justificaram que votaram no Daniel para se protegerem, ou seja, panelinha. Mas reclamaram que os homens fizeram panelinha também, então é aquilo: faça o que eu digo, não faça o que eu falo. Harumi, disputando o paredão contra Daniel, acabou sendo eliminada, o que significa que veremos os mais novos inimigos de infância em ação: Ronan e Daniel.



Daniel prometeu causar se ficasse. Quero só ver se vai ser homem suficiente para honrar o que tem no meio das pernas. Até porque o que ele tem no meio das pernas não é pouca coisa não, viu...


Não tenho muito o que comentar sobre a eliminada porque ela não movimentou o jogo tanto assim e foi, praticamente, uma "planta". Assim que Harumi botou os pés na casa, cheguei a pensar que ela seria toda prafrentex e deixaria um estrago por onde passasse, ia pagar o maior mico nas festas, daria em cima dos boys mais novos, dançaria loucamente, beberia até cair, seria loucona, alucicrazy mesmo, mas não. Harumi se mostrou com classe, totalmente centrada, equilibrada, fina, educada, elegante e de fala mansa no jogo. E o Brasil ainda não está pronto para uma pessoa com o intelecto tão alto quanto o dela. O negócio do povo é votar como se tivesse em um concurso de miss.

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Agora eu quero ver o circo pegar fogo com a permanência de Daniel na casa. Sim, porque Ronan causou, fofocou, planejou e manipulou todo mundo e o Daniel foi na aba dele porque quis. Não tem nada de injustiçado! Apoiou o vilão e agora tá se fazendo de coitadinho, de sensível, fazendo carinha de fofo e tentando encarnar o herói vingador virando o opositor do Ronan. A cara de pau é gigantesca! Claro que isso não passa de uma estratégia, o que é até válido, afinal, estamos falando de uma disputa e cada um tem que usar as armas que tem. Agora ficar vendo um marmanjão daquele chorando o tempo todo é simplesmente patético. O pior foi ver ele chorando copiosamente, indo até a parte de fora e berrando "Mãããããeeee! ôôô mããããeeee". Foi ridículo! Foi vergonhoso! Foi desnecessário!



De qualquer forma, a próxima semana do BBB promete. Eu quero ver barraco!!! Eu quero ver babado, confusão e gritaria!!! Não assinei pay per view pra ver gente feliz, pra isso eu vejo Peppa Pig!

domingo, 24 de janeiro de 2016

O Melhor e o Pior da Semana (17 à 23/01)




O MELHOR DA SEMANA



Eta Estreia Boa!


Desde que Walcyr Carrasco anunciou que escreveria novamente para o horário das seis, previ que viria mais um sucesso por aí. E não foi diferente do que havia imaginado. Eta Mundo Bom! se mostrou despretensiosa, divertida e leve. Está ali com uma única função: entreter. A aceitação de cara do público e a audiência robusta (a maior do horário nos últimos cinco anos) não foi à toa. A novela é muito agradável. Da trilha sonora caipira ao charme da época, tudo conspira a seu favor. O autor conseguiu criar um enredo em que quem assiste entra naquele universo com muita facilidade. A direção de Jorge Fernando, acostumado a este tipo de trama, também ajuda muito.


No mais, a primeira semana da novela foi marcada sobretudo pela agilidade. Em apenas um bloco do primeiro capítulo, Eta Mundo Bom! concluiu sua primeira fase, que serviu para contextualizar a história de Anastácia (Nathalia Dill/Eliane Giardini), obrigada pela família a abrir mão do filho recém-nascido. A situação folhetinesca, usada à exaustão nas novelas, guiará a busca da trama: o reencontro de Candinho com a mãe. Já no primeiro capítulo, o protagonista foi expulso da fazenda e foi em busca da sua mãe na cidade grande, abandonando seu grande amor, Filomena (Débora Nascimento), que, por sua vez, caiu nas garras do sedutor e cafajeste Ernesto (Eriberto Leão). O casal protagonista mal se separou e já se reencontrou na cidade grande logo na primeira semana, assim como Anastácia também já encontrou pistas sobre o paradeiro do filho. Enrolação é para os fracos!

Contudo, Elizabeth Savalla está exageradamente um tom acima que os outros colegas. Chega a dar dor nos ouvidos quando a Cunegundes começa a berrar em cena com um sotaque caipira puxadíssimo. O lado bom é que como a novela ainda tem meses pela frente, a atriz tem a chance de corrigir esse tropeço inicial. Me incomodou também o filtro exageradamente amarelado da novela que saturam a imagem de tal forma que faz doer as vistas de quem vê. Assim também como a abertura, cuja música é ótima (O Sanfoneiro Só Tocava Isso, clássico das festas juninas cantada pela banda Suricato, com ótimos arranjos modernos), porém, não ornou com as colagens exibidas na abertura.

Preparem-se para nove meses de muitos banhos no chiqueiro e torta na cara. Não teve tortada no primeiro capítulo porque não deu tempo para a sobremesa, mas oportunidade é o que não vai faltar!

BBB16 promete ser a melhor edição do reality dos últimos tempos



Se nas edições anteriores priorizava-se peitos, bundas, músculos e beleza dos participantes, o que acabou gerando certo cansaço e desgaste do público, esta nova edição do Big Brother Brasil deu uma renovada e já começou com um grande acerto: a escolha dos brothers. Desta vez, o padrão é quebrado por completo e um misto de gerações compõe a nave. Dentro da casa tem gente novinha a idosa, pouca gente com muita beleza e muita gente desprovida de atrativos físicos. Tem até gente madura, culta e inteligente. Que progresso, não? O maior triunfo do reality está nas características internas de cada participante, que vem sendo reveladas com o passar dos dias. De fato, Bial não estava mentindo quando disse que nós íamos conhecer "pessoas comuns" nas chamadas do BBB. Cada um dos brothers tem algo a oferecer. Boas histórias e relações humanas mais sólidas e menos caricatas com certeza serão o destaque desta edição. Pedro Bial, o eterno e insubstituível apresentador, dessa vez se mostra bem empolgado com a nova proposta sociológica do reality e nem de longe lembra aquele carrancudo das outras edições. Outro destaque é a produção e qualidade na edição de imagens. Um show a parte. Espero não estar enganado, mas o BBB16 tem tudo para se tornar a melhor edição dos últimos tempos.

Tá no Ar volta com tudo!



Mantendo o frescor das outras edições (e, principalmente, o humor inteligente e debochado), a terceira temporada do Tá no Ar voltou com tudo e fez uma estreia divertidíssima. Os hilários quadros do Jardim Urgente e do Militante Revoltado voltaram ainda mais inusitados. O Te Prendi na TV, que satiriza o programa do João Kléber, foi uma ótima novidade. Corajoso, ainda cutucou os programas de pastores evangélicos no Quarteto Fanático, uma esquete no qual quatro fieis de uma igreja se tornam super-heróis "contra qualquer tipo de vício, a favor da família tradicional e pelo fim das seitas do diabo". Impagável! O musical final da carteirada e do "jeitinho brasileiro" foi uma bela homenagem e, ao mesmo tempo, um "tapa na cara" da nossa sociedade. O Tá no Ar manteve sua essência e continua acertando na proposta de mexer com a concorrência, na autocrítica e no uso de metalinguagem. Tudo é muito bem encaixado e fragmentado, numa zapeada frenética por diversos canais. As esquetes são de fácil entendimento e ao mesmo tempo estimula o pensamento crítico. Com exceção de algumas tiradas que exigem um pouco de esforço, bom entendedores captarão a mensagem de primeira. Os preguiçosos acharão sem graça e sem sentido. Eu adoro! Pena que é tão rápido, né?

Amor & Sexo & Muita Diversão


João Miguel Junior/TV Globo

Tirem a família tradicional brasileira da sala nos sábados a noite, porque o Amor & Sexo voltou ainda mais picante! A atração deixou para trás um tipo de iconoclastia: a busca de romper tabus relacionados aos temas indicados por seu título. O amor e o sexo agora são só pretextos para outro show. A guinada, positiva, vai ser a marca dessa temporada, que veio para abraçar de vez a causa da diversidade e a comunidade LGBT. Não que o programa fosse ruim antes, pelo contrário. Mas esse era um pulo do gato necessário para evitar o esgotamento. Amor & Sexo continua surpreendendo. Mas faz isso desviando da tentação de repetir expedientes do passado. Só na estreia teve beijo gay, beijo lésbico, show de transformistas e André Marques se atracando com uma garota. Mas a atenção, na verdade, esteve o tempo todo concentrada no elenco que atua como júri. O time é bem escalado e cada um ocupa um lugar-chave ali. As intervenções poéticas, inteligentes e espirituosas cabem a Xico Sá; Otaviano Costa faz humor, assim como os ótimos Mariana Santos e José Loreto. E ainda tem a presença da especialista Regina Navarro Lins, que explica e informa sem parecer cansativa ou didática. Além disso, Fernanda Lima é uma excelente apresentadora. Conquistou com muito mérito o bom lugar que tem hoje na televisão. Amor & Sexo soube se renovar e merece a sua atenção. 


O PIOR DA SEMANA 



Repetição de roupa no Kids



Eu sei que as seletivas do The Voice Kids foram todas gravadas em um único dia, já que os jurados tem muitos compromissos e já precisariam estar ao vivo diversos domingos na Globo para as outras fases do programa. Mas nada impediria que o elenco do dominical trocasse de roupa para cada programa, né? Nem mesmo o apresentador Tiago Leifert se deu a esse trabalho. Quem mais chama a atenção mesmo é a Ivete Sangalo, talvez pela cor escolhida para o figurino. Já faz três semanas que Veveta tá usando o mesmo terno roxo! Já pode pedir música no Fantástico! Será que custa muito parar as gravações por uns dez minutinhos para os técnicos trocarem de roupa e voltarem a gravar só pra fingir que as audições foram feitas em dias diferentes? Ou será que é preguiça mesmo da Rede Globo?

Caldeirão da Apelação



Geraldo Luís e Gugu que se cuidem! Luciano Huck está quase chegando ao topo na escala da apelação de histórias tristes pela audiência. O Caldeirão do Huck, atração que é marca registrada nas tardes de sábado da Globo, em nada lembra o formato divertido dos anos 2000. Só a nareba do Luciano é o mesmo! De uns tempos para cá, ele tem apostado em "contar boas histórias" através do quadro Herói Por Um Dia, série baseada em "flagrantes" realizados por câmeras de vídeo pelo mundo todo buscando reconhecer heróis anônimos, para os quais o programa presta uma homenagem e ainda premia com uma medalha simbólica. Proposta bacana e interessante. Infelizmente, com aquele "pé" no sensacionalismo barato que chega a causar constrangimento em quem assiste. Acompanhado por uma recriação do caso e com atores e música melosa para tocar o coração do telespectador, a pieguice toma conta da tela. A diferença é que o Caldeirão tem glamour e melhor acabamento nas suas simulações, mas por pouco pensei que estava assistindo a algum programa da Record.

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