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quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

Trilogia das Novelas Espíritas de Elizabeth Jhin


Desde que assistiu ao filme Asas do Desejo, em 1987, Elizabeth Jhin não conseguiu mais tirá-lo da cabeça. A história do anjo que cai de amores por uma trapezista na Berlim do pós-guerra encantou a então estudante de Teatro da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNI-RIO) a ponto dela prometer a si mesma que, um dia, ainda escreveria uma história de amor parecida com a do filme de Win Wenders. Duas décadas depois, a autora finalmente cumpriu a promessa. E ficou tão satisfeita com o resultado que entregou à direção da Globo o projeto de uma trilogia de novelas espíritas sobre vidas passadas. Em Escrito nas Estrelas (2010), Elizabeth narrou a história de um espírito que não conseguia fazer a passagem porque estava apaixonado. Já em Amor Eterno Amor (2012), contou a saga de um homem que buscava sua alma gêmea. Por fim, em Além do Tempo (2015), falou sobre reencarnação mostrando duas vidas distintas de um mesmo grupo de almas. Mas qual das três foi a melhor novela dessa trilogia espírita?


Escrito nas Estrelas



A história trazia um homem em busca da mulher ideal para gerar uma criança a partir do sêmen congelado de seu filho morto, além das implicações disso na esfera espiritual. Pai, filho e a jovem escolhida para se submeter à inseminação artificial têm uma forte ligação que vem de vidas passadas.

O viúvo Ricardo Aguillar (Humberto Martins) é um médico conceituado, dono de uma Clínica de Reprodução Assistida e tem verdadeira adoração pelo único filho, Daniel (Jayme Matarazzo), que é estudante de Medicina. Os dois se amam profundamente, mas possuem visões diferentes sobre a profissão e temperamentos completamente opostos, o que causa atrito entre pai e filho. Até que uma tragédia abala as convicções de Ricardo: Daniel morre prematuramente num acidente de carro.

Após algum tempo, o médico descobre que seu filho havia congelado o sêmen antes de morrer. A partir daí, Ricardo inicia uma busca incansável pela "mulher ideal", digna de ser inseminada e tornar-se a mãe de seu neto. Beatriz (Débora Falabella) e Sofia (Zezé Polessa), mãe e filha, unem-se para convencer Ricardo de que Beatriz, namorada de Daniel (os dois tinham um relacionamento amoroso desde quando eram adolescentes, mas ele nunca levou isso muito a sério), é a mulher ideal para gerar seu neto. Ambas são fúteis e gananciosas e armam mil planos para atingir esse objetivo.


Mas, apesar das tramoias da dupla, a jovem escolhida para se submeter à inseminação artificial é a humilde e batalhadora Viviane (Nathália Dill), que conhecera Daniel pouco tempo antes dele morrer. Os dois viveram uma rápida, porém, profunda paixão e o rapaz ainda encanta Viviane e a envolve nos sonhos em que aparece para ela. A jovem, inclusive, estava no mesmo carro que Daniel quando sofreram o acidente. Após dias em coma, ela conhece no hospital o ambicioso Gilmar (Alexandre Nero), secretário e assistente pessoal de Ricardo. Sem confiar nele e temendo ser presa, ela inventa que se chama Vitória. É que, horas antes de sofrer o acidente, a jovem tinha se envolvido numa confusão provocada pelo pai viciado em jogos em que acabou sendo incriminada injustamente de ter roubado as joias de uma loja. Foi por isso que ela entrou no carro de Daniel e acabou conhecendo-o, para fugir da polícia. Gilmar logo descobre a verdade e decide usá-la para dar um golpe no patrão e enriquecer. Seu plano é fazer com que Ricardo escolha Viviane para gerar o filho de Daniel. Para isso, ele chantageia a moça, foragida da polícia, que não vê alternativa a não ser participar da tramoia.

Morando sob o mesmo teto que Ricardo, Viviane, que para os olhos de todos se chama Vitória, é instruída por Gilmar sobre como se portar diante do médico e é intimidada pelo vilão toda vez que o enfrenta. A proximidade com a jovem acaba despertando um novo sentimento em Ricardo, que se descobre perdidamente apaixonado por ela. A partir daí, surge uma situação surpreendente: o espírito de Daniel passa a rondar a família e, apesar de estarem em planos diferentes, pai e filho disputam o amor da mesma mulher. Assim, de forma inesperada, Viviane surgiu na vida de pai de filho, desencadeando uma série de conflitos e um amor que transcende os limites da vida humana.


Com pouquíssimos tropeços e um saldo final pra lá de positivo, Escrito nas Estrelas emocionou e manteve uma audiência cativa e satisfatória. A novela questionou os limites entre o plano físico e o espiritual e apresentou os avanços da ciência genética em seus aspectos médicos e éticos, através de uma história de amor, de forma primorosa. Na época, o cinema nacional levava ao público a biografia de Chico Xavier e o romance espírita Nosso Lar, duas das maiores bilheterias do nosso cinema. Nesta onda espiritualista, Escrito nas Estrelas veio bem a calhar e estreou no momento certo.

O maior trunfo da autora foi ter contado uma boa história sem a pretensão de ser didática. O Espiritismo apareceu apenas como pano de fundo e através de alguns poucos personagens, gerando várias possibilidades dramatúrgicas. Tinha o sensível médico Vicente (Antonio Calloni), amigo fiel de Ricardo, que, ao longo da história, passa a ver espíritos, revelando-se médium. Quem também tinha esse dom era a governanta Antônia (Suzana Faini), que via o espírito de Daniel, que era como um filho para ela, afinal, ajudou a criá-lo desde pequeno. Assim como a Madame Gilda (Jandira Martini), uma mulher meio charlatã que finge ler cartas para ganhar a vida e, com o tempo, começa a ouvir Daniel. Isso sem falar no núcleo dos espíritos "de luz", que, além de Daniel, haviam sua mãe Francisca (Cassia Kiss), seu anjo da guarda Seth (Alexandre Rodrigues) e o Mestre Athael (Carlos Vereza). Mas, acima de tudo, Escrito nas Estrelas era folhetim puro. Mesclando drama e humor com maestria, o que se viu foi uma novela envolvente com uma produção bem cuidada, direção segura de Rogério Gomes (que soube traduzir perfeitamente todo o tom místico da trama) e elenco de primeira.


A escolha de Nathalia Dill como protagonista, feita pela própria autora, foi um acerto. Em seu terceiro trabalho, a atriz novata convenceu na pele da mocinha batalhadora Viviane/Vitória e foi o grande destaque do elenco, construindo uma mocinha cativante que dava gosto de torcer. Humberto Martins se saiu bem mostrando um Ricardo longe dos super-heróis descamisados, no que o ator acabou se especializando. Jayme Matarazzo não comprometeu, mas também não foi lá grande coisa. Alexandre Nero esteve ótimo na pele do vilão sacana Gilmar, um tipo irritadinho e impaciente, cômico às vezes, mas ao mesmo tempo um canalha com as centenas de mulheres que colecionou ao longo da história e cruel como o algoz de Viviane/Vitória. Aliás, a morte do vilão foi uma das melhores e mais criativas de todos os tempos. O grande destaque do humor ficou por conta das vilãs risíveis Sofia e sua cria Beatriz. A química entre Zezé Polessa e Débora Falabella fez toda a diferença e atingiu aquele tom exagerado que levava às gargalhadas. Ainda vale mencionar a atuação genial de Carolina Kasting. Sua desequilibrada vilã Judite, relegada a uma trama paralela, acabou brilhando tanto que ganhou status de núcleo principal. Esse foi o melhor trabalho de toda a carreira da atriz, na minha opinião.


Como nem tudo são flores, Escrito nas Estrelas pecou pelas trocentas tramas paralelas desinteressantes (a única que despertava a atenção era justamente a de Judith, que se recusava a assinar o divórcio com o ex-marido Guilherme/Marcelo Faria e passou a atazanar a vida do médico através dos filhos após ele se apaixonar por Mariana/Carol Castro) e, principalmente, pelo ritmo bastante lento. A procura de Ricardo em achar a mulher perfeita para gerar um filho através do sêmen de Daniel, até ele, finalmente, escolher Viviane durou longos meses. O triangulo amoroso Ricardo-Viviane-Daniel só veio se formar, de fato, lá por volta do terceiro mês. Até lá, eram cenas e mais cenas repetitivas de Daniel não aceitando a sua morte e continuando apegado às coisas da Terra, o que acabou passando a perturbar cada vez mais o espírito do rapaz e o levando para o lado das trevas. Mas, num modo geral, Escritos nas Estrelas foi uma ótima companhia no horário das seis.


Amor Eterno Amor



Uma trama folhetinesca com um discurso filosófico e doutrinário e temas espiritualistas que davam o tom da narrativa. Na verdade, Amor Eterno Amor era um mix de teorias filosóficas recheadas com kardecismo, fenômenos paranormais, crianças índigo (aquelas que apresentam habilidades especiais e uma sensibilidade maior), vidas passadas, sessões de regressão, clarividência, experiência de quase morte, espíritos, anjos (aliás, Elizabeth Jhin trouxe de volta o personagem Seth, interpretado por Alexandre Rodrigues em Escrito nas Estrelas), mantras, rezas e muitos outros assuntos exotéricos.


Aos 10 anos, Carlos (Gabriel Braga Nunes) fugiu do interior de Minas Gerais cansado dos maus tratos do padrasto, Virgílio (Osmar Prado), que explorava seu dom especial de amansar animais com um gesto ou um olhar para ganhar dinheiro. Na fuga, conheceu um caridoso caminhoneiro que o levou para a Ilha de Marajó, no Pará, onde virou um competente domador de búfalos. Conhecido nas redondezas como Barão, por sua inteligência e postura, era respeitado por todos e perseguido pela apaixonada Valéria (Andréia Horta), filha de comerciantes locais, que não se conformava em não ter sua paixão correspondida. É que o coração de Carlos guardava a lembrança de um amor de infância, Elisa. Os dois viveram um inocente amor de criança e prometeram se amar para sempre e se casar um dia, quando forem adultos. Mas o destino separou os dois e, quando se reencontraram, perceberam que muita coisa mudou e que talvez não possam ou não queiram ficar juntos como sonhavam.

No Rio de Janeiro está Verbena Borges (Ana Lúcia Torre), a rica e bondosa viúva de um dos maiores empresários cariocas. Mesmo muito doente, ela não desiste da incessante procura a seu único filho que desapareceu muitos anos atrás, a contragosto de sua invejosa irmã Melissa (Cássia Kiss Magro), do cunhado interesseiro Dimas (Luís Mello) e do sobrinho mau-caráter Fernando (Carmo Dalla Vechia). Na procura pelo seu herdeiro, Verbena conta também com a ajuda das duas filhas do seu médico, Dr. Gabriel (Felipe Camargo): Clara (Klara Castanho), uma menina sensível com um poder telepático e Míriam (Leticia Persiles), uma bela jornalista, noiva de Fernando, que se apaixona por Carlos ao conhecê-lo. Quer dizer, Carlos não, Rodrigo Borges. É ele o filho desaparecido de Verbena.

No passado, quando ainda tinha três anos de idade, Carlos foi vítima de um sequestro orquestrado pelos tios, Melissa e Dimas. Os vilões queriam impedir que o menino Rodrigo tivesse, um dia, direito aos bens da família e desejavam ficar com tudo para si. Por isso, o garoto foi levado para a pequena Arraial de Fora, onde recebeu o nome de Carlos e passou a ser criado com Virgílio, cúmplice do sequestro. Verbena consegue realizar seu sonho de encontrar o filho ainda no começo da novela, pouco antes de morrer. Rodrigo, então, se muda para o Rio e passa a assumir todo o patrimônio que lhe é seu por direito, tornando-se uma pedra no sapato para os planos de Melissa e Dimas, que unem forças para acabar com ele. Além disso, o protagonista enfrenta uma jornada maior em querer descobrir a identidade de sua alma gêmea, Eliza, e acaba se descobrindo apaixonado por Míriam.


Amor Eterno Amor até que teve uma história de amor bem amarrada e até coerente com a proposta da novela. Mas, dessa vez, a Elizabeth Jhin exagerou na dose religiosa, impondo uma doutrina em detrimento à história romântica e levando ao didatismo monótono. Taí a principal diferença entre Amor Eterno Amor com as duas outras novelas de Jhin, Escrito nas Estrelas e Além do Tempo, onde em ambas, ao contrário, a religião serviu apenas de pano de fundo para a trama central.

Com uma trama extremamente lenta e arrastada, a autora levou metade da novela para apresentar a antagonista no amor entre os mocinhos Rodrigo e Míriam. Mas a chegada da falsa Elisa (Mayana Neiva) não significou que a novela tivesse ganhado agilidade. A autora só apressou sua história no último mês de exibição. Não apenas a trama principal, mas a novela como um todo. Os meses que antecederam foram passando e as tramas paralelas (TODAS desinteressantes) patinaram junto com a história central. Aliás, tinha personagem de mais e história de menos para tanta gente.


Cássia Kis, sem dúvida nenhuma, foi o maior destaque no elenco como a pérfida vilã Melissa. A caracterização da personagem chamou a atenção. A inspiração para o figurino veio das editoras de famosas revistas de moda internacionais e iam do clássico às estampas de oncinha, com cintos, bolsas de grife, sapatos plataforma, perucas e óculos chamativos. Também maquiagem pesada, sombra marcando os olhos e batom e esmalte em cores fortes. Mas Melissa não caía no estereótipo da "perua". Apesar de exagerada, a vilã era sofisticada e estilosa. O robe roxo que Melissa usava a fazia lembrar a bruxa Malévola da Disney. A atriz trouxe de uma viagem à Londres a caneca ensanguentada com a qual aparecia quase diariamente em cena. Para complementar o visual, o celular chamativo que ela usava com um pop-phone: um telefone de gancho, daqueles antigos, acoplado ao celular.


Também um ótimo trabalho de Osmar Prado como Virgílio, mais um tipo inusitado na carreira do ator. Ele divertia com seu jeito peculiar de falar, como, por exemplo, a forma de chamar a vilã ("Dona Miliiiiissa") e acabava não despertando ódio pelo seu personagem. Os embates entre Melissa e Virgílio eram ótimos. Carmo Dalla Vechia conduziu a psicopatia de Fernando e sua obsessão por Miriam de forma fantástica. Gabriel Braga Nunes e Letícia Persiles estiveram corretos. Ela, inclusive, fez um ótimo trabalho para uma, até então, iniciante. E ainda teve a Andréia Horta, que brilhou como a "maluquete" Valéria. Entretanto, de um modo geral, Amor Eterno Amor foi fraca demais.


Além do Tempo



Uma novela "duas em uma". Assim foi Além do Tempo, que chegou ao fim na última sexta-feira (15/01). A primeira parte foi ambientada no século XIX, teve 87 capítulos e foi uma história completa, com começo, meio e fim. Um salto de 150 anos marcou o início da segunda parte, com uma nova história, mas com os mesmos personagens do passado (mesmos nomes, inclusive), só que reencarnados na atualidade e em situações diferentes, com outras relações familiares e classes sociais.


Quando a história se passava no século XIX, Felipe (Rafael Cardoso) era membro de uma família nobre e estava prestes a se casar com Melissa (Paolla Oliveira), uma jovem de caráter duvidoso. Lívia (Alinne Moraes), de origem humilde, em breve voltaria para o convento por imposição da mãe, Emília (Ana Beatriz Nogueira). Os dois se encontram em Campobello, no sul do país, região que começa a se desenvolver graças à colonização italiana e ao cultivo de uvas, e se apaixonam à primeira vista.

Entretanto, o casal teve que enfrentar muitos obstáculos e muitas provações. A principal era a Condessa Vitória Castellini (Irene Ravache), tia-avó do rapaz e mãe de Bernardo (Felipe Camargo), o amor do passado de Emília, pai de Lívia. A Condessa nunca aceitou a mulher do filho e tinha um ódio mortal dela. Numa emboscada que Vitória armou para a nora, Bernardo foi a vítima e acabou dado como morto. Na verdade, Vitória o internou num manicômio e sustentou a farsa da morte do filho. Emília, achando que perdeu o marido, tornou-se uma mulher amargurada, e fez de tudo para manter a filha num convento. Enquanto isso, Vitória não descansa enquanto não ver o sobrinho casado com Melissa. Do outro lado, Pedro (Emílio Dantas) faz de tudo para ter o amor de Lívia.


O amor perdura além do tempo. Cerca de 150 anos depois, acontece um novo encontro entre Lívia, Felipe e as pessoas que conviveram com eles no século XIX. Já nos dias atuais, eles não se reconhecem fisicamente e vivem de outra forma. Eles têm nas mãos a oportunidade de se redimir, escrever uma história diferente e acertar as contas com o passado. É a chance de cada um de ter uma nova vida, colhendo o que plantou um dia. Vitória ressurge na atualidade como uma camponesa orgulhosa, dona de uma vinícola falida. Já Emília é uma empresária de sucesso, disposta a comprar a vinícola de Vitória, que, de sogra no passado, agora é sua mãe. O casal de mocinhos também troca de posição social de uma vida para a outra. Lívia é uma empresária que ajuda a família a fazer bons negócios. Felipe é um produtor de vinhos artesanais que luta para que a vinícola não seja comprada pela empresa de Lívia. O quadrilátero amoroso com Melissa e Pedro se repete. E, mais uma vez, Felipe e Lívia tiveram que enfrentar as barreiras sociais e as armações da dupla de vilões.


Além do Tempo encerrou sua primeira parte com saldo positivo, audiência em alta e ótima receptividade do público. A trama de época não trouxe nada de novo além do bom e velho folhetim clássico, com todos os ingredientes indispensáveis para os amantes do gênero: uma história de amor, com mocinhos sofredores e vilões terríveis, em meio a segredos do passado e muitos obstáculos para a felicidade. Entretanto, uma trama muito bem moldada e conduzida pela Elizabeth Jhin. Já a segunda fase não se mostrou tão legal assim quanto a primeira. Não vou me prolongar muito em relação à Além do Tempo porque fiz uma análise completa da novela a pouco tempo (leia clicando aqui).

As qualidades da novela estavam não apenas na trama cativante, mas também na ótima direção de Rogério Gomes, na produção requintada e no elenco, com destaque às interpretações de Irene Ravache, Ana Beatriz Nogueira, Júlia Lemmertz (Dorotéia), Paolla Oliveira, Alinne Moraes, Emílio Dantas, Rafael Cardoso, Nívea Maria (Zilda), Luiz Carlos Vasconcelos (Bento), Luís Mello (Mássimo), Inês Peixoto (Salomé), Juca de Oliveira (Alberto), Mel Maia (Felícia) e Dani Barros (Severa).



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