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segunda-feira, 28 de março de 2016

O Melhor e o Pior da Semana (20 à 26/03)




   O MELHOR DA SEMANA   


O assassinato do Capitão Rosa



Emoção à flor da pele em Velho Chico. O capítulo de terça-feira (22) arrancou lágrimas, emocionou e mostrou uma união perfeita entre atores, texto e direção como poucas vezes já se viu na TV brasileira. Foi uma noite de virada. Uma noite de surgimento de um novo coronel, tradições populares, colocar Encarnação (Selma Egrei) em seu lugar, morte do capitão e de casamento. Algumas sequências merecem destaque. A primeira delas é a que termina com a Roda de Dança para São Gonçalo, marcada por diálogos fortes que contaram um pouco da história de Dona Encarnação e do que virá pela frente na relação entre mãe e filho. Depois, os quase cinco minutos de uma linda vida de Eulália e Capitão Rosa. Os dois pressentem a chegada da morte e deixam o amor conduzir a conversa, a caminhada e a dança. O último de tudo. E. para encerrar o capítulo, o contraste entre o casamento de Leonor e Afrânio com a morte encomendada do Capitão, que se rende diante do inevitável.



Difícil apontar quem brilhou mais num capítulo como o de terça-feira, mas impossível não aplaudir Fabiula Nascimento, que achou o tom certo e a postura correta para cada cena exibida na tal noite: de mulher apaixonada, a que admira seu marido, a que deseja o homem de sua vida e a que se desespera com a morte de seu amor. A forma como a atriz brilha e se reinventa a cada papel é fascinante.

O "cegonho" de Romeu


Cunegundes não acredita em Romeu (Foto: Pedro Carrilho/Gshow)

Enquanto a história de Candinho (Sérgio Guizé) chega a ser meio sonolenta, a agitação fica por conta do povo da fazenda Dom Pedro II. As confusões da família de Cunegundes (Elizabeth Savalla) são diversão garantida em Eta Mundo Bom, como já havia falado várias vezes atrás (relembre aqui).



Quem roubou a cena essa semana foi o corpão do Klebber Toledo. Na ânsia de reconquistar Mafalda, Romeu apareceu até pelado em cena. E o público adorou os nudes do bonitão, tanto que o assunto repercutiu bastante nas redes sociais. O melhor de tudo foi a reação de Mafalda, que ficou até com uma "quentura" depois de ver o "cegonho" do amado. Camila Queiroz divertidíssima. A espertinha deu uma conferida no rapaz enquanto ele tomava banho no rio e depois roubou as roupas do ex-noivo e o fez andar pelado pela fazenda diante de todos. Hilário! Outros dois momentos impagáveis: Romeu jogando dinheiro para a família de Cunegundes e ela apanhando de Eponina (Rosi Campos).

Boca de Fogo parte para cima do filho (Foto: TV Globo)

Jeniffer Nascimento e Dhu Moraes, que já estavam arrasando, cresceram ainda mais na trama essa semana com o anúncio de que Dita está "prenha" de Quincas (Miguel Rômulo). Manuela exigiu que os dois se casassem, para o desespero da Dona Boca de Fogo, que não quer ter um neto "torradinho". Ver Dita batendo de frente com Cunegundes e empurrando a futura sogra no chiqueiro não teve preço. Um presente para as duas atrizes e para nós, telespectadores, que continuaremos nos divertindo.

Até quem faz rir, sabe fazer chorar em TD+



Totalmente Demais é um exemplo claro de novela onde tudo funciona, com drama e humor na medida certa. Os núcleos cômicos fazem rir e os núcleos sérios passam emoção. E até mesmo quem é do núcleo cômico consegue passar emoção. Malu Galli, Ailton Graça e Aline Fanju estão se saindo muito bem nas cenas de drama. Se Rosângela, Florisval e Maristela já faziam rir, nesta nova fase, devido ao grave acidente que deixou Wesley em coma, emocionam o telespectador.

Tudo começa quando Débora explode com a irmã (Foto: TV Globo)

O mesmo vale para a maluquete e impagável Cassandra. Juliana Paiva brilhou ao lado de Olívia Torres na emocionante cena em que Débora abre o jogo com Cassandra e vomita tudo o que estava engasgado contra a irmã; e brilhou também ao lado de Daniel Blanco, na linda e divertida cena em que Cassandra termina tudo com Fabinho, deixando o rapaz livre para Débora e ainda mais acirrada a disputa entre os fãs dos shippers Debinho vs Cassinho nas redes sociais. Como eu já havia dito (leia aqui), Totalmente Demais é eficaz na construção de casais/triângulos amorosos. Shippamos todos e ficamos dividido. E um mesmo personagem chega a fazer dois ou mais triângulos amorosos. O bom disso é que, independente de quem fique com quem no final, vamos amar do mesmo jeito, porque todos eles tem química e uma história bem desenvolvida. Que novela totalmente demais!

Chico Buarque de Orlando




Na edição desta semana do Tá no Ar, Marcelo Adnet protagonizou um dos melhores momentos desta temporada num clipe com os "sucessos de Chico Buarque de Orlando", representantes da música popular de direita. Ao ritmo de "A Banda", ele cantou "Fui protestar na Paulista e alguém interveio e falou". A versão de "Calice" foi cantada como "pai, parcela pra mim esse Nike, parcela pra mim essa Calvin Klein". O ator fez o que sempre faz brilhantemente. Ele conseguiu criticar através do humor, foi leve e contundente, pegou a batida exata para cada letra e brincou com um fato que está tão em evidência, afinal, domingo que vem será de passeatas para protestar contra o governo Dilma Roussef. Muitos "coxinhas" das manifestações devem ter se sentido homenageados com a paródia...


   O PIOR DA SEMANA   



Globo devia salvar o Bem Estar e torná-lo semanal




O Bem Estar, diário, já deu o que tinha que dar. O formato é excelente, os apresentadores e consultores são ótimos, mas o programa está repetitivo demais. Algumas pautas já foram abordadas duas, três... quatro vezes! Já não sei em quantas ocasiões ouvi a doutora Márcia falando que basta apenas um banho por dia e insistindo para não usarmos esponjas. Só nessa semana houve várias abordagens diariamente sobre o mesmo assunto: dietas. E, nesse quesito, já estão até revisitando a do Fernando Rocha em razão da falta de assunto. Diante deste cenário, somado ainda ao fato da atração ser a pior audiência matinal da Globo, o melhor caminho seria torná-lo semanal. #FicaADica

O que tem de especial nas atrações da Record aos sábados?



Faz tempo que queria fazer essa pergunta. Oh, dúvida cruel! Fala Brasil Especial, Cidade Alerta Especial, Jornal da Record... Especial, é claro! Se nos dois primeiros casos ainda existissem reportagens diferenciadas, como as séries que os jornalísticos sempre fazem, daí sim poderiam serem chamadas de especiais, mas não. É o mesmo do restante da semana. Pior ainda é pensar no que existe de especial aos sábados no Cidade Alerta. Luiz Bacci? Fabiola Gadelha? É cada uma que aparece...

Barriga de Leonor sai do lugar em Velho Chico



Eu sabia que, mais cedo ou mais tarde, a direção primorosa de Luiz Fernando Carvalho iria cometer algum furo ou um deslize qualquer. Tava tudo perfeito demais. E aconteceu no capítulo de sexta (25). Geeente, olha só onde foi parar a barriga da Leonor. Agora tá explicado porque ela morreu na hora do parto: o bebê nasceu entre os seios! Será que a Falsa Grávida de Taubaté emprestou a bola do Kiko pra Globo usar na cena? Muito mal feito! Foi um errinho bobo, mas mostra que ninguém é 100% perfeito.

Mico?! Bruno de Luca paga King Kong no Faustão!



Até agora não entendi direito qual foi a função do Bruno de Luca no Domingão do Faustão retrasado (20). Ele pagou um mico atrás do outro. Primeiro, parecia que Bruno era animador de auditório. Ficou no palco fazendo gracinhas ao lado do apresentador e das bailarinas, mas quase ninguém ria. Depois, veio o grande vexame da noite: ele apareceu... cheirando... axilas!!! Essa tarefa agradável fez parte de uma reportagem de Bruno com um homem que fabrica desodorantes, em Recife. Para finalizar o mico do dia, Bruno de Luca ajudou Faustão a comentar as videocassetadas. E ficou pior do que a Gloria Pires comentando o Oscar... Sem saber o que dizer, Luca se limitou a brincar com as cenas e rir de todas as piadas manjadas de Faustão. Constrangedor. Se o programa em si já é uma tortura, a participação do Bruno só confirmou porque o domingo é o pior dia da semana na TV aberta.


P.S.: Perdoem pelo atraso do Melhor e Pior da Semana. Motivos de

força maior não me permitiram postar a nossa seção semanal ontem.




sábado, 26 de março de 2016

As 5 novas versões de Os Dez Mandamentos que a Record poderia produzir (se bobear, é capaz de produzir mesmo)




Já dizia a minha vozinha: quem nunca comeu melado, quando come se lambuza. É isso que anda acontecendo com a Record, que não sabe mais o que fazer para espremer até a última gota e continuar bebendo do sucesso de Os Dez Mandamentos, um dos maiores fenômenos dos últimos tempos.

A primeira ideia maluca foi fazer uma segunda temporada ainda quando a novela estava no ar e depois de ter prolongado ao máximo as dez pragas do Egito. Como a Record não teve planejamento nem competência para emendar a primeira temporada na segunda, tacaram-lhe reprises e mais reprises de velhas minisséries bíblicas da emissora no horário. Nesse meio tempo, a Record lançou um filme de Os Dez Mandamentos, sucesso de bilheteria. E agora, para "comemorar" a páscoa, a emissora exibiu nesta quinta (24) uma "nova versão" do filme, só que com quatro minutos a mais de cenas que não apareceram no cinema e vão aparecer na segunda temporada da novela, que entrará no ar em abril, dia 4. Uma confusão! E se você acha que parou por aqui, está profundamente enganado. A segunda temporada ainda nem estreou, mas a Record já anunciou que o material será reeditado para caber em um novo longa-metragem e a estreia nos cinemas deve acontecer no final de 2016.

A Record já está exagerando com tantas versões de Os Dez Mandamentos. Ainda tem como prolongar ainda mais o seu sucesso? O que mais vem por aí? O Eu Critico Tu Criticas pensou nisso. Confira:



1. Os Dez Mandamentinhos: a reprise da minissérie Sansão E Dalila fez a Record perder a vice-liderança isolada no horário das 20h30 para Cúmplices de um Resgate. Seguindo a tendência da concorrente e mirando no sucesso de programas adaptados para o público infantil (como o The Voice Kids), a Record poderia lançar uma versão só para os baixinhos de Os Dez Mandamentos.



Aos tradicionais "Não matarás", "Não furtarás", etc, mandamentos mais modernos seriam acrescidos de acordo com o universo infantil, como "Não chorar sem motivo" e "Não ser fã da Galinha Pintadinha". E ainda teríamos a participação especial da Xuxa cantando Ilariê em hebraico.

Meu mundo caaaaiiiiiiiiuuuuuuuuuuuuuuuu...

2. Os Dez Mandamentos - O Musical: se a novela já foi para as telonas do cinema, pode muito bem ir para os palcos do teatro também, né? A Miriã (eterna Maysa) já sabe cantar mesmo...



3. Malhação ODM: Já que dos 95 atores da novela bíblica, 30 já fizeram parte de Malhação, a Record podia pegar esses ex-Malhação e fazer uma versão teen da novela, né? No roteiro adaptado, os hebreus adolescentes fugirão da escola, Moisés abrirá o wi-fi com senha do vizinho e as dez pragas serão: espinhas, cravos, friendzone, poucos likes no Instragam, Kefera, ENEM, ser visualizado e não respondido no WhatsApp, falsianes, não ser correspondida pelo crush e diferenciar "mas" de "mais". E, dessa vez, com o Cabeção como Moisés! Ainda poderia incluir na trama outras histórias, como a do jovem Judas, que sofre bullying na escola e é sempre perseguido por um grupo de 12 garotos que só andam juntos, liderados pelo poderoso Jesus. (CUIDADO: spoiler a partir daqui) Numa grande virada da trama, lá pelo capítulo 58 (mas também pode ser adiado para o 62, 65 ou 78), Judas, de repente, fica mau e Jesus bom. Até que Judas trairá Jesus por uma novinha e em troca de um Iphone 6s Plus.



4. Os Dez Mandamentos em Desenho Animado: o SBT, outra emissora que adora explorar um sucesso até não poder mais, transformou a novela Carrossel em desenho animado. Se a emissora de Silvio Santos fez isso com seu maior sucesso dos últimos tempos, a de Edir Macedo também pode. Já imaginou os atores de Os Dez Mandamentos transformados em desenho? De um coisa, eu tenho certeza: o desenho do Sergio Marone atuaria melhor e menos canastrão do que o próprio ator.


5. Os Dez Mandamentos - O Reality: 12 participantes, divididos em dois grupos (hebreus e egípcios), são largados no deserto e precisam enfrentar testes de resistência física e mental, além da convivência diária com os colegas. A cada semana, um participante ia sendo eliminado. Quem conseguisse passar por todas as pragas do Egito sem desrespeitar os dez mandamentos, venceria e ganharia como prêmio um cajado de ouro que vira serpente. O reality teria participação do público para escolher através de telefone, SMS e pela internet (todas mensagens por todos os meios custarão simbólicos R$ 100,00 sendo 20% para a igreja) que decidiria quais as novas pragas que os participantes teriam que enfrentar e quais mandamentos seriam selecionados para constar na próxima versão da Bíblia, que já está em planejamento. Ia ser um estouro de audiência. O deserto mais vigiado do Brasil!

Alguém tem mais sugestões?

sexta-feira, 25 de março de 2016

Se a Filó cair, quem poderia assumir o posto de mocinha em Eta Mundo Bom?


O papel mais ingrato de qualquer novela é, sem dúvida nenhuma, o da mocinha. Já se foi o tempo em que aquela heroína ingênua e sofredora que derramava litros e mais litros de lágrimas ganhava a simpatia do público. Hoje, pelo contrário, quanto mais esperta for a protagonista, melhor. Em alguns casos, o papel é bem-desenvolvido pelo autor, mas a atuação fraca da atriz compromete o resultado. Em outros casos, é o inverso: a atriz se entrega completamente em todas as cenas, mas a personagem não ajuda de tão chata que é. Mas e quando a mocinha é mal-desenvolvida e mal-interpretada ao mesmo tempo? Esse é o caso de Filomena (Débora Nascimento), a mocinha de Eta Mundo Bom.


Filha de Cunegundes (Elizabeth Savalla), Filó se apaixonou à primeira vista por Candinho (Sérgio Guizé), agregado da família. Porém, contrária ao romance, a fazendeira rapidamente separou os dois ao expulsar Candinho de casa. Nesse meio tempo, Filó se deixou levar pela lábia de Ernesto (Eriberto Leão), um sedutor cafajeste que prometeu se casar com ela. Enganada, perdeu a virgindade e foi obrigada a trabalhar como dançarina para sustentar o malandro, que vive se metendo em confusão. E ainda passou a desprezar o antigo amor de infância, convencida de que Ernesto era um bom sujeito. 

Aparentemente, um bom entrecho folhetinesco. Porém, Débora Nascimento, que interpreta a dançarina, não convence no papel e passa a sensação de uma interpretação robótica. O seu sotaque caipira também soava extremamente falso, o que só piorou o resultado (o sotaque caipira de Filó sumiu misteriosamente num passe de mágica), além da personagem em si ser cansativa e insuportável por se deixar levar demais pela lábia do vilão (neste caso, o erro é do autor Walcyr Carrasco).

Pra piorar de vez, Filó não possui química alguma com Candinho, que só não foi ainda mais prejudicado pela fraqueza da intérprete de Filó porque Sérgio Guinzé está muitíssimo bem no papel e por conta do drama no qual está envolvido (a busca de Anastácia por seu paradeiro). O problema é que os rumos dessa história são lentos e entediantes, mas disso eu deixo pra falar em outra ocasião.

Como estamos em um momento político turbulento onde todo mundo (ou quase todo mundo) quer tirar a Dilma do poder, fiquei aqui pensando: e se pedíssemos também o impeachment da Filó? Se ela cair, que outra personagem de Eta Mundo Bom poderia assumir o posto de mocinha na novela?


Duas coadjuvantes que acabaram ganhando bastante espaço e correspondendo a altura em detrimento da trama central estão no páreo. É o caso de Maria (Bianca Bin), que já carrega no nome o histórico de mocinha sofredora nata. Grávida e viúva, ela foi posta para fora de casa pelo próprio pai e passou a viver sob a guarda da rica Anastácia (Eliane Giardini), tendo que aguentar as provocações e armações de Sandra (Flavia Alessandra), enciumada por conta da relação da empregada com a tia, e as investidas de Celso (Ranier Cadete), incapaz de admitir que a ama e por isso a trata mal. Como desgraça pouca é bobagem, a mãe de Maria faleceu e ela teve de passar a cuidar da irmã caçula.

Experiente, Bianca Bin mostra-se segura e verdadeira em cena, o que imediatamente convence o público da história a que dá vida. Mesmo tendo que enfrentar uma série de situações repetitivas e um parceiro de cena canastríssimo (Rainer Cadete), ela emociona e desperta torcida. Estou torcendo para que Filó e Celso vão para o quinto dos infernos e Maria e Candinho sejam o novo casal protagonista da história. Neste momento, com a ajuda de Sandra e Celso, Ernesto está se passando por Candinho e conseguiu enganar Anastácia fazendo-a acreditar que ele é seu filho. Maria, porém, não engoliu muito bem essa história e certamente irá atrás de descobrir toda a verdade. Quem sabe, quando ela descobrir quem é o verdadeiro filho de Anastácia não nasça aí um amor entre Maria e Candinho, né?

Outra que está na mesma situação é Camila Queiroz. Depois de ter saído de um trabalho tão recente e pesado como a Angel em Verdades Secretas, a atriz volta a surpreender em cena. Carismática, Camila deixou para trás a sensualidade de sua personagem anterior e encontrou um tom cândido para Mafalda, fato raro em uma atriz com pouca experiência e em tão pouco tempo entre as duas novelas.


Embora siga a linha de humor e esteja completamente afastada da história central (ao contrário de Maria e Filó), Mafalda poderia muito bem ter mais destaque do que a mocinha, que vem ser a sua irmã. Até porque ela é, de certa forma, a mocinha do núcleo caipira, que funciona como uma outra novela dentro da novela e, curiosamente, é a melhor parte de Eta Mundo Bom. Ingênua, a caipirinha caiu na lábia do malandro Romeu (Klebber Toledo), que se passava por rico e disse que queria comprar a fazenda, e foi abandonada. Pra piorar, ainda descobriu que ele foi preso após dar um golpe em São Paulo. E tudo isso aconteceu sem que a pobrezinha tivesse visto o "cegonho" do amado.

Ainda que as situações em que se mete sejam recorrentes em outras tramas de Walcyr Carrasco (casamentos desfeitos à beira do altar, personagens no chiqueiro, humor pastelão, etc), a ingenuidade extrema da moça, ao invés de despertar a nossa antipatia, cria forte identificação com o público. Hilário quando ela ficou com uma "quentura" entre as pernas após ver o "cegonho" de Romeu, as conversas dela com a mãe Cunegundes e a tia Eponina (Rosi Campos) sobre sexo ("Antes de casar é do pescoço pra cima, depois de casar é do pescoço pra baixo"), quando ela saia perguntando para os homens se eles eram solteiros, a porquinha de estimação dela... Enfim, Mafalda é uma graça! E ainda consegue fazer a gente ficar dividido entre seu romance com Romeu (que a ama de verdade e mudou para recuperar seu amor) e o amor platônico que desperta em Zé dos Porcos (Anderson Di Rizzi).



Débora Nascimento ainda não conseguiu (e parece que não vai conseguir) passar verdade em sua interpretação, o que só reforça a impressão de que a mocinha da história pode vir a ser outra. Maria e Mafalda são concorrentes bem melhores e que poderiam tomar seu lugar na novela com facilidade. Que Walcyr Carrasco ouça nossas preses e o mandato de Filó como mocinha seja cassado. #ForaFilo

quarta-feira, 23 de março de 2016

BBB16 | Entrada de Laham + Matheus (O Político)




Com a saída de Ana Paula, o pessoal do BBB tem de se virar para manter o interesse do público. O programa mergulhou num grande tédio sem o seu gênio irascível para as confusões que ela causava e sua vocação fascinante para irritar os rivais. O reality foi caminhando bem capenga sem a Ana, até que a saída de Renan acabou de vez com uma das poucas diversões que tinha sobrado no BBB16: ir eliminando os inimigos da Loira Louca um por um. A Revenge já chegou ao fim com o extermínio do finado Esquadrão da Meditação. Oh, e agora quem poderá salvar o reality e tirá-lo do tédio?


A estratégia mais recente foi colocar Laham, um ator de origem libanesa, dentro da casa. Ele entrou dizendo que tinha uma missão a cumprir e os participantes do reality não sabiam que ele era um ator, claro. O truque foi bem manjado. Já é a terceira vez que o BBB usa este expediente e, mesmo assim, todos os participantes caíram feito uns patinhos na lábia do ator (com exceção de Ronan, o único que tem cérebro e desconfiou que ele era um ator infiltrado). Mas tal truque funcionou muitíssimo bem e ajudou a quebrar a pasmaceira da casa com algumas confusões e umas tantas coisas divertidas.


Munik se encantou e deu uns beijos em Laham. Os dois chegaram a fazer juras e mais juras de amor. Cacau igualmente se encantou e passou a disputá-lo, criando uma cena de ciúmes com Munik. Até Geralda ficou embevecida pela carne nova no pedaço. Assim como Matheus, que gastou toda a sua simpatia e atenção com ele. Vimos o desgoverno emocional de Ronan, que deu o maior vexame e surtou ao ser preterido pelas mulheres da casa (em especial, Munik) pelo Laham. Assim como também vimos o rompimento total entre a vovó Geralda e seu netinho Matheus. Os dois brigam feio e até se xingaram na festa. O anúncio, na noite de domingo, antes da formação do paredão, de que Laham era um ator proporcionou outras ótimas cenas: a surpresa de Cacau, a felicidade de Ronan e, principalmente, a decepção de Munik com o micão que pagou. Para a nossa mais culposa diversão!


Diante de todo o caos na política atual do nosso país, ainda que se trate de algo incomparavelmente menos relevante para a vida da população (o BBB é apenas um reality show), é curioso observar que há um paralelo bem similar entre a trajetória de Matheus (o eliminado de ontem) no programa com a de um c.e.r.t.o político. Todos sabem que a conquista de um mandato político obtido por meio do voto é uma verdadeira guerra e que só pode entrar nessa batalha quem tiver perfil próprio para tal ou, em outras palavras, quem tem jogo de cintura; fazer acordos políticos para governar bem e, principalmente, fazer promessas, muitas vezes até milagrosas, para conquistar o voto do eleitor.

Sobrevivente de Mariana (região devastada por um desastre ambiental de proporção mundial), Matheus entrou no BBB prometendo que ajudaria a cidade e dividiria o prêmio com os mais prejudicados do desastre. Não demorou para o herói do povo fazer amizade com a velhinha engraçada que também passava pelo momento de "pré-confinamento" com ele no segundo andar da casa. Ali formou um importante elo vó-e-neto com Geralda (a Palmirinha e o Guinho). Parecia ser o neto perfeito que toda vozinha queria ter. Quando conseguiu entrar oficialmente no BBB16, tratou logo de ficar com Cacau (casalzinho engaja torcida nas redes sociais, todo mundo sabe). E com ela procurou manter-se alheio às tramoias da casa dividida em dois lados (PT versus PSDB?), pois seguir o coração e não combinar voto era o seu lema. Já vi esse filme... E ele já ficou oito anos no governo!


O problema é que Matheus fez tudo de maneira tão forçada que ninguém foi capaz de acreditar em nada do que ele dizia ou fazia. O clichê de "menino bão batalhador bonitinho" não convenceu. Se fosse em outras edições, Matheus já teria ganhado essa eleição e se tornado presidente. Mas não em uma edição tão diferente como a de 2016, com a presença magnética de Ana Paula (nossa anti-heroína mais amada e odiada do Brasil) e com um elenco tão dúbio, sem vilões nem mocinhos aparentes.

O telespectador logo descobriu o que Matheus escondia em seu tríplex moral. E ele não tardou em exibir a fraqueza de seus sentimentos por Cacau (a impressão que dava era que ele ficava com a moça por três motivos básicos: necessidade fisiológica, pena ou estratégia), um indisfarçável interesse por Munik e um grande gosto por fofocas. Foi capaz de qualquer negociata para continuar longe dos holofotes da opinião pública. Para fugir do paredão, o brother seria capaz até de se tornar ministro!



 Mas a máscara de herói do povo, netinho perfeito e príncipe encantado caíram por terra. Os escândalos vieram à tona. Matheus já não tinha mais onde esconder os pedalinhos de seu caráter. Mesmo aliados próximos como Munik e Renan (seu "amigão") se deram conta de que ele, na verdade, era um Romero Rômulo. E bastou cair no confrontamento com o público que Matheus foi julgado e condenado. Pena: eliminação. Quem dera se na vida real todos os políticos corruptos também fossem condenados, né? Pelo menos, assim, Matheus terá uma desculpa para não ajudar Mariana...


Se Cacau não ganhar a liderança dessa semana (que valerá imunidade), está mais do que óbvio que #Geronik estará na final (a força do fã-clube do trio, graças aos fãs de Ana Paula, está poderosíssimo). Com um jogo altamente previsível e desinteressante, o BBB16 chegará ao fim agonizando até o dia 5 de abril. Que morte horrível para uma edição que começou tão porreta....

domingo, 20 de março de 2016

O Melhor e o Pior da Semana (13 à 19/03)




  O MELHOR DA SEMANA  


Velho Chico traz um alívio ficcional certo na hora certa


Depois de meses de tensão crescente em um jogo enigmático, truncado e cheio de cartas na manga criado por João Emanuel Carneiro, chegou a hora de relaxar e mergulhar nas águas do Velho Chico, um rio que tem muita história pra contar. Nesse mergulho, o público sabe exatamente onde pisar, sem riscos de perder o fôlego. É a nostalgia de volta à telinha, com direito a coronéis, capatazes, amores proibidos, enfim, o jeito antigo de fazer novela. É claro que muita gente pode estranhar a nova trama. Depois de uma sequência no horário nobre de novelas realistas e urbanas (no eixo Rio-São Paulo) desde 2002, o fluxo lento e rural de Velho Chico assusta. Por que tanta cantoria, paisagens e cenas longas sem diálogo nenhum? Porque esse é o estilo de Benedito Ruy Barbosa, um autor das antigas, incompreensível para as novas gerações, mas marcante para a história da teledramaturgia.


Há uma semana no ar, ainda é cedo para dizer se Velho Chico repetirá o mesmo sucesso de clássicos do Benedito como Renascer, Pantanal e O Rei do Gado. Até porque a história de Velho Chico ainda não disse a que veio. Afinal, o que está no ar é uma espécie de prólogo da história que ainda será contada, mostrando a origem da rivalidade entre as famílias Rosa e os de Sá Ribeiro, que vai atravessar gerações até os dias de hoje, e o início da trajetória como coronel do personagem que, daqui a algumas semanas, passará a ser defendido por Antonio Fagundes. O texto está sendo um mero adorno nessa primeira fase. Se não tivesse, não faria falta. Está tudo focado na expressão corporal e imagens. Por enquanto, é a direção artística de Luiz Fernando Carvalho o grande trunfo/destaque da novela.


Com referências às obras como Vidas Secas, Morte e Vida Severina e Meu Pedacinho de Chão (segunda versão), o primeiro ato de Velho Chico tem sido (tecnicamente) impecável/perfeito. A novela parece uma pintura de tão linda que é. Dava para emoldurar e colocar na parede facilmente. Quanto a isso, não tem o que botar defeito. Tomadas de encher os olhos, paisagens deslumbrantes, fotografia belíssima, ângulos de câmera cinematográficos, figurinos, a ótima edição, a beleza plástica (destaque para as cenas rodadas na seca), a luz, a trilha sonora marcante e que exala brasilidade regional (tem Caetano Veloso, Gal Costa, Alceu Valença, Xangai), a estética lúdica e aquela atuação visceral que apenas o Luiz Fernando Carvalho consegue extrair dos seus dirigidos. #SintoCheiroDeEmmy


Rodrigo Santoro é o ponto alto do elenco como o protagonista Afrânio, sujeito antagônico, que carrega muito da cultura coronelista regionalista e é um tipo capaz de despertar amores e ódios no público. Além de ser um profissional maduro e seletivo, Santoro ainda tem a pinta de bonitão que encantou a mulherada quando estourou em Pátria Minha. Só espero que ele não demore mais 13 anos para dar o ar de sua graça. A gente não merece. Em uma participação especialíssima no primeiro capítulo, Tarcísio Meira (Coronel Jacinto) nos lembrou porque é um dos monstros sagrados da teledramaturgia. Chico Diaz (Belmiro) e Cyria Coentro (Piedade) possuem poucas falas, mas nem precisa: eles atuam apenas com o olhar e o corpo. E arrasam. Julio Machado (Capataz Clemente), Selma Egrei (Encarnação), Rodrigo Lombardi (Ernesto Rosa) e Carol Castro (Iolanda) também estão impecáveis.


Mas, apesar das inovações visuais, a trama tem um indisfarçável sabor de déjà vu. É mais uma história sobre coronéis que disputam poder, sobre o filho pródigo que volta para a casa quando o pai morre para assumir os negócios do pai, sobre a rivalidade entre duas famílias que vai durar por muitos e muitos anos, sobre um amor proibido dos descendentes dessas duas famílias inimigas... Adeus, ambiguidade de A Regra do Jogo: aqui a gente sabe de cara quem é quem e qual a história que o autor quer nos contar. Uma história que já vimos ser contada inúmeras vezes pelo Benedito Ruy Barbosa e com aquele velho jeito de fazer novela: cenas arrastadas, diálogos longos e ritmo lento. Um folhetim clássico. Bem anos 70/80 mesmo. Embora devagar, mergulhar nas águas do Velho Chico é muito mais tranquilo e prazeroso do que o mar de lama que circunda a catastrófica realidade do nosso país. É o alívio ficcional certo na hora certa! Resta ter história suficiente para isso...

Semana de grandes viradas em Totalmente Demais




Totalmente Demais tem feito algo que poucas conseguem: elevar e muuuuito a audiência. Para se ter uma ideia, TODOS os dias desta semana a novela teve médias acima dos 30 pontos (tirando sábado, que deu 26, mas isso já está muito bom também). Nas duas semanas anteriores, idem. A novela já bateu Velho Chico nesta quinta-feira (17/03) no Ibope (30.4 contra 30.1) e vem registrando números altíssimos que o horário das sete não via desde 2012, após o fim da tão maravilhosa quanto Cheias de Charme. E sabem o que é mais incrível? Ainda faltam oito semanas para o final da novela, ou seja, não é um aumento repentino de reta final. Totalmente Demais é um fenômeno. Merecidamente, diga-se de passagem. Essa semana, em especial, onde bateu seu próprio recorde (33 pontos), foi também a melhor semana, até então, da trama, com grandes viradas de tirar o fôlego em todos os núcleos.



A mocinha Eliza (Marina Ruy Barbosa) foi do céu ao inferno em apenas uma semana: começou sendo anunciada a grande vencedora do concurso Garota Totalmente Demais e terminou a semana sendo presa. Embora previsível, o capítulo da finalização do concurso e o anúncio da vitória de Eliza foram emocionantes. O bom é que agora esse tedioso lengalenga do concurso, finalmente, chegou ao fim e a trama iniciará um novo ciclo a partir de agora. Quer dizer, já iniciou. Com o novo enfrentamento entre Dino e Eliza, implicando na prisão injusta da mocinha. Marina Ruy Barbosa impecável.


Quem também foi do céu ao inferno essa semana foi Carolina (Juliana Paes). Lembram que ela tinha apostado seu cargo de editora-chefe da revista Totalmente Demais e Arthur sua agência de modelos? Se ela ganhasse, ele passaria a agência para o seu nome. Mas se ele ganhasse e, de fato, conseguisse fazer a Eliza ganhar o concurso, Carol iria largar a revista e trabalharia com ele na agência. Eliza ganhou, logo, como diria Maysa, o mundo da Carolina caiuuuuu... Além de ter perdido a aposta, levou um tapão bem dado de Lili e foi humilhada por Germano, que declarou guerra por ela ter traído sua confiança e revelado à Lili que Eliza era sua filha (na intenção de que Lili desclassificasse a vitória de Eliza no concurso). Duas sequências fantásticas. O enfrentamento entre Germano e Lili após a revelação do segredo também. Humberto Martins, Vivianne Pasmanter e Juliana Paes sempre ótimos.


Por fim, o núcleo de Curicica (que, até então, era de humor e não estava muito envolvido com a trama central) ganhou ares dramáticos e também sofreu uma grande reviravolta. Muito bem feita a cena da surra que Cascudo (Felipe Silcler), que é constantemente intimidado pelo tio violento e criminoso, tomou do tio. A sequência do atropelamento de Wesley também foi excelente e muito bem feita. Destaque para o grito desesperado de Florisval e o desespero de Rosângela. Spoilers dão conta de que Wesley ficará paraplégico. Pelo visto, Totalmente Demais ficará ainda mais totalmente demais!


  O PIOR DA SEMANA  



MasterChef estreia com gosto de prato requentado


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É assim que se começa a estragar um programa. MasterChef é um sucesso, tem boa audiência, vai muitíssimo bem nas redes sociais, enfim, gera conversa entre as pessoas, discussões e tal. Daí, na estreia desta nova temporada (a terceira), a Band já começa a pisar na bola. Primeiro que nem esperou o BBB acabar, o que foi um erro. Tanto que a audiência de estreia foi a pior da história do reality. Para piorar, este primeiro episódio chegou bem no dia de paredão do programa da Globo. Duplo tiro no pé. Daí, outro erro da Band: MasterChef terá cinco meses de duração. É muito tempo. Ninguém aguenta um reality tanto tempo assim. As pessoas já reclamam da duração dos episódios do programa, que chegam a quase três horas. Imagina aguentar episódios longos durante uma temporada mais longa ainda. Cinco meses é muita coisa. Sério. Além disso, o programa continua o mesmo de sempre, sem nenhuma grande novidade em relação as outras duas temporadas. O trio de jurados, então, voltou do mesmo jeito: bipolar. Nesta fase inicial, aparentam ser adoráveis e melosos com quem vão com a cara ou são extremamente rudes e antipáticos com os candidatos ruins. Paolla, Erick e Henrique viraram uma caricatura exagerada deles próprios na primeira temporada, quando eram mais espontâneos e engraçados. Desse jeito, o MasterChef vai acabar se desgastando...

Vídeo Show: duas estreias, duas decepções



Finalmente rolou a esperada mudança de apresentadora do Vídeo Show, com Maíra Charken (quem?) ao lado de Otaviano Costa no lugar da Mônica Iozzi. Foram feitos trocentos testes para encontrarem alguém que conseguisse se segurar no improviso assim como a antiga apresentadora e Maíra foi eleita. Confesso que sempre torci o nariz para ela. Numa emissora que tem Tatá Werneck, Ingrid Guimarães, Dani Calabresa, Fabiana Karla, entre outras "divas" do humor/improviso, porque causa, motivo, razão ou circunstancias escolher justo a Delegada Vera (quem?) do trambolho Babilônia? Como já previa, a estreia de Maíra foi desastrosa. A impressão que ficou é que ela fica o tempo todo querendo imitar a Iozzi. Uma das coisas que eu curtia na Mônica era sua cara de desconforto eterna, algo do tipo "eu não queria estar aqui e estou odiando estar ao seu lado, Otaviano" e Maíra passa longe disso. Ou seja, imitar a antiga apresentadora deixa tudo meio estranho. Sem falar nas tiradas nada espontâneas e situações armadas que eram para ser engraçadas, mas foi pura vergonha alheia. Isso quer dizer que tô aqui ligando para o partido da oposição e exigindo um impeachment da Maíra? Claro que não. Acredito que ela vai se ajeitar com o tempo e até vejo um potencial de boa apresentadora nela. Só precisa ser mais ela mesma e parar de querer imitar a Iozzi.


Outra novidade que se tornou uma decepção no Vídeo Show essa semana foi a estreia de Ana Paula como repórter. E o seu desempenho foi próximo do lamentável. Ela entrevistou Anamara, a saudosa maloca Maroca do BBB10 e do BBB13, e quem ficou com cara de desconforto fui eu mesmo. Todo mundo que acompanha o blog sabe que eu torci muuuuito pela Ana Paula no BBB, mas depois que saiu da casa ela tem se tornado uma celebridade muito inconveniente na televisão, se forçando para virar o personagem que as pessoas diziam que ela era. Ou seja, ela fica o tempo inteiro gritando "Olha elaaaaaaaaa" e fingindo ser uma pessoa descontrolada. Um bom apresentador tem que dar espaço para o entrevistado e não constantemente puxar a atenção para si. Mas como, ao contrário da Suzana Vieira, eu tenho paciência para quem tá começando, creio que ela também irá se ajeitar com o tempo.

quinta-feira, 17 de março de 2016

E se o pessoal da Operação Lava Jato fossem personagens de A Regra do Jogo?




A Regra do Jogo chegou ao fim na semana passada, mas, com todo esse escândalo da Operação Lava Jato, nem parece que a novela acabou. Eu já tinha comentado com vocês que a similaridade com a realidade atual do nosso país fez A Regra do Jogo se tornar a cara do Brasil (leia aqui). E, de fato, a cada dia que passa, fico cada vez mais espantado com as semelhanças entre a novela e o que está acontecendo com o nosso governo. Tudo meio que bate, sabe? Não acredita? Então vamos comparar:


Lula é Zé Maria: tentou sair da facção, mas a facção nunca saiu dele; e sua posse como ministro da Casa Civil foi tão ou mais curta quanto a posse de Zé Maria como o novo Pai da facção.

Dilma é Adisabeba: parece ser a Toda Poderosa, mas, no fundo, não passa de uma
"mandada"; defende Lula/Zé Maria com unhas e dentes e faz de tudo para protegê-lo.

Eduardo Cunha é o Tio: deu uma sumidinha, mas também faz parte da facção.

Japonês da Federal é Dante: só aparece em cena na hora de algemar e prender o acusado.

Juiz Sérgio Moro é Juliano: o mocinho e herói justiceiro que quer acabar com a facção.


Aécio é Romero: se faz de bonzinho e herói do povo, mas é bandido também.

Os eleitores do PT são a Djanira: defendem Lula/Zé Maria com unhas e dentes
e acham Aécio/Romero um bandido, mas são tudo farinha do mesmo saco.

FHC é uma mistura de Gibson com Ascânio: elitista, conservador, mestre da
direita "coxinha" e papis de Aécio/Romero, ensinou tudo o que sabe ao "filho".

Delcídio é Kiki: sabe de todo o esquema e dedurou tudo pra polícia.

Povo brasileiro é a Tóia: cai na conversa de todo mundo, é enganado, só se ferra e ainda acaba preso, porque nesse país "quando um pobre rouba vai preso, mas quando um rico rouba vira ministro".


Apenas aguardando o momento em que, tal como na novela, os bandidos serão punidos e o sol, finalmente, há de brilhar mais uma vez para o povo brasileiro. Não, não virei um site sobre política. Continuo falando sobre novelas. Mas não dá para fechar os olhos diante de tudo que anda acontecendo. E o dinheiro que tava aqui? A Gata Comeu! Por que? Porque Vale Tudo nesse grande O Rebu que é o Brasil, o país do Cambalacho. Oh, e agora, quem poderá nos defender? A Senhora do Destino? O Rei do Gado? O Salvador da Pátria? Que Deus nos Acuda! Vitória na guerra, Brasil!

quarta-feira, 16 de março de 2016

BBB16 | E a Revenge chegou ao fim


Quando tudo o que você ama é tirado de você, alguém tem que pagar. E Renan pagou. Ana Paula foi expulsa do BBB16 pelos dois tapas que deu nele. E o terceiro tapa quem deu foi o público. The End!


Humilhado, Renan deveria recorrer à Bíblia para aguardar algum momento de exaltação. Ou alguma proposta de posar nu. O galã do BBB16 só fez papelão no reality e teve algumas atitudes bem covardes em relação a três mulheres da casa. Foi traíra com Juliana, depois de uma noite de carinhos e juras de outros carinhos. Fez ainda pior com Munik, depois de beijá-la e rejeitá-la sem justificativas muito convincentes. E só foi capaz de expor toda a antipatia que sentia de Ana Paula após a falsa eliminação dela, virando seu opositor (em discussões calorosas onde atacava o modo de vida dela e ela colocava em xeque a masculinidade dele) e encarnando (pifiamente) o clichê de herói vingador da edição.

É bem possível que Renan tenha achado que se deu bem depois da eliminação de sua rival. Renan valorizou bastante o tapinha que ela lhe deu e Ana acabou expulsa. Do jeito que estava jogando, a impressão que se tem é que Renan achou que já estaria, pelo menos, entre os três finalistas. Ele também ganhou um super poder onde ficou observando no andar de cima todos os outros participantes e o que diziam e, quando retornou para o convívio normal, quis até dar uma de Ana Paula. Tentou clonar algumas ações, mas não teve habilidade para tal. E, para seu azar, Ana estava atuando forte aqui do lado de fora, especialmente nas redes sociais. Ela pediu a ajuda de seu monte de seguidores para eliminar o moço e foi exatamente isso o que aconteceu. Ana mostrou mais uma vez que, falem bem ou falem mal, é a rainha absoluta do BBB16. Esse foi o tapa que pegou em cheio.


Ostentar um famigerado dente falso ou ter recebido comentários maldosos a respeito da sua sexualidade foram questões menores quando focamos no verdadeiro problema de Renan: a ausência de torcida. Não só ele, mas todo o pessoal do já finado Esquadrão da Meditação (Laércio, Daniel, Juliana e Adélia). A galera que vota no BBB esse ano se dividiu apenas em dois grupos: os fãs e os haters de Ana Paula. A primeira turma tem sido bem mais ruidosa. Aliás, a situação de Ana lembra muito a de Dourado (vencedor do BBB10) e Alemão (vencedor do BBB7). Eles também eram amados e odiados pelo público na mesma medida, mas não possuíam um oponente forte que estivesse a sua altura e que reunisse em torno de si a ferramenta necessária para derrotá-los: carisma.


Sinceramente, não entendo essas pessoas que assistem o BBB para aprender valores como educação, humildade, honestidade e blá blá blá. Isso se aprende em casa. Reality show é entretenimento, não um concurso para premiar o melhor discípulo da Madre Tereza de Calcutá. Incrível como o brasileiro sempre precisa de mocinhos. Ama enaltecer as virtudes e o mérito de alguém, projetando-se em alguma figura mítica que o encha de admiração, orgulho e desejo utópico. A direção do BBB bem sabe disto. O brasileiro precisa de vilões também. Alguém em quem pode expiar seus ódios incontidos pelas decepções da vida. A direção do BBB também bem sabe disto: o brasileiro também ama odiar. Mas e quando o estereótipo de herói se quebra e o mocinho vira vilão e o vilão vira mocinho?

Além dos fãs fervorosos da Ana Paula, é claro, creio que um dos principais motivos para a extinção do Esquadrão da Meditação foi o fato de terem se autointitulado o grupinho do bem, os mocinhos da edição, os modelos exemplares de seres humanos, senhores da razão, da moral e dos bons costumes. Mas caíram nos mesmos erros que qualquer outro participante: o de ser um mero participante. Se esqueceram que apenas um elemento pode julgar neste jogo: o público. E o público decidiu que eles mereciam sair. E foram saindo um por um. E mesmo depois de eliminados, continuaram fazendo o papel de bons moços injustiçados. Em vez de se perguntarem onde foi que erraram, para eles, nenhum deles errou. Se recusam a compreender que foram rejeitados e tombados pelo público.


Qual a diferença entre um vilão declarado ou um vilão que se finge de mocinho? Nenhuma, exceto que o que finge dá nos nervos. Tudo o que o Esquadrão da Meditação julgavam nos outros, faziam. De forma velada, mas faziam. Só que o público não é idiota. Ainda mais nesse caso, onde os participantes estão sendo filmados 24 horas por dias. Ana Paula era a pior pessoa do mundo por querer botar dois amigos no paredão, mas o grupinho fazer o mesmo não tinha problema, afinal, era apenas casualidade do jogo. Eram os primeiros a fazer jogo, mas não aceitavam que os outros assumissem a mesma postura. Se Ronan planejava e arquitetava votos, era tachado de ruim, mas eles, os bonzinhos, coincidentemente, também planejavam e arquitetavam de votar na mesma pessoa apenas por questão de defesa. Para eles, Ana Paula e Ronan jogavam sujo, mas armar de provocá-la nas festas até ela bater em Renan e ser expulsa por agressão foi o que então?! E assim vai, uma longa lista de contradições escancaradas. Em um jogo de máscaras, vence quem melhor interpreta o papel de si mesmo. Ninguém ali foi vítima. Todos foram anti-heróis e tiveram atitudes condenáveis. Uma luta de cobras. E foi isso que tornou esse BBB interessante, sem mocinhos e bandidos aparentes.



Com a aniquilação do Esquadrão da Meditação, a saga da nossa Emily Thorne dos reality shows que ressurgiu das cinzas para cortar o mal pela raiz no BBB16 e conseguiu se vingar de todos os seus inimigos até mesmo depois de "morta" finalmente chegou ao fim. Mas ainda pode rolar um spin-off aqui do lado de fora: Os Tombados, onde a vingança trocará de mãos e Laércio, Daniel, Juliana, Tamiel, Adélia e Renan se juntarão para acabar com Ana Paula. Que os jogos recomecem!



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