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domingo, 13 de março de 2016

O Melhor e o Pior da Semana (6 à 12/03)




  O MELHOR DA SEMANA  


O TRAUMA DO ASSÉDIO



O assédio é algo que precisa ser persistentemente combatido. E, mesmo sem qualquer obrigação de promover bandeiras, Totalmente Demais tem conseguido retratar esse assunto da melhor forma possível através do drama da mocinha da história. Marina Ruy Barbosa está impecável no papel e Eliza já pode ser considerada seu melhor papel na carreira. A atriz consegue passar muito bem todo o trauma que a sua personagem tem e o medo constante do asqueroso padrasto, Dino (Paulo Rocha). A sequência em que Dino chega ao estúdio e apavora Eliza foi empolgante. Vale elogiar ainda a ótima cena protagonizada por Marina e Leona Cavalli, quando Eliza tentar alertar de novo a mãe sobre Dino e ela ignora, o que abala a relação das duas. Infelizmente, é o que mais acontece na vida real. Muitas mães preferem acreditar no marido assediador do que na filha assediada, já que "homem tem suas necessidades", mulher não pode "ficar provocando", enfim. Os autores vêm conduzindo toda esse drama com habilidade, mostrando que é possível inserir temas sérios em um folhetim das sete que prima pela leveza e bom humor. Pena ter sido ofuscada pelo interminável/chato concurso.


P.S.: Amei a volta da maravilhosa Glória Menezes na trama. Stelinha estava fazendo falta e já voltou proferindo várias pérolas. Ela e Reginaldo Faria estão formando uma deliciosa dobradinha

  O PIOR DA SEMANA  


MARA É FELIZ COMO SUBCELEBRIDADE?



Eu adoro a Mara Maravilha. Sou fã e torci muito pra ela na Fazenda. Mas foi vergonhoso ver a Mara vestida de Xuxa no programa da Eliana. Que confusão! Mara teve sua importância quando foi apresentadora infantil nos anos 80/90, minha gente, não precisava pagar esse mico gigantesco...

FINAL DE A REGRA DO JOGO


A Regra do Jogo foi uma novela ousada, criativa e original. Essencialmente masculina, com uma narrativa em formato de série americana, priorizando a ação em detrimento ao romance, trabalhou o tempo todo com a dualidade do ser humano, discutindo a ética e o limite entre o certo e o errado, entre o que é perdoável ou não, entre o bem e o mal, não teve pena ao matar personagens que pareciam ser essenciais à trama, retratou o funcionamento de um esquema mafioso entranhado em todas as camadas da nossa sociedade, colocou um milionário elitista como o grande chefão de uma facção criminosa que visava criar uma milícia privada para erguer uma nova ordem no país, traçou um paralelo assustadoramente real com a atual situação do nosso país (confira aqui), foi repleta de segredos, mistérios, reviravoltas... Ufa! Por tudo isso, chegou a ser decepcionante a sua derradeira semana: sem muitas novidades, repleta de clichês e com situações forçadas ou mal explicadas.


O confronto que abriu o último capítulo, com o embate mortal entre Zé Maria, Juliano, Romero e Atena, foi muito bem desenvolvido e impactante. Ficamos por quase dez minutos sem respirar. Poucos autores conseguem fazer isso com o telespectador e, justiça seja feita, João Emanuel Carneiro sabe fazer isso como ninguém. Como já era de se esperar, Romero não teve coragem de seguir a ordem de Zé Maria para matar Juliano. O lutador ficou lá, fazendo uma espécie de "terapia de grupo" com os dois vilões, convencendo Romero de que ele era bom, não devia puxar o gatilho. No meio disso tudo, foi revelado um dos grandes mistérios da trama que havia caído no esquecimento: quem matou Djanira foi Zé Maria. Os minutos foram passando, até que deu tempo do capanga da facção Noé chegar. Zé Maria se irritou e ordenou que ele matasse o próprio filho. Romero atirou no capanga para salvar o lutador. Atena tomou um susto e atirou no Zé, que, por sua vez, atirou em Romero.

Romero dançando (Foto: Gshow)

Matar o protagonista não é mais novidade na televisão. Ainda mais se ele for interpretado pelo Alexandre Nero (na próxima, já pode pedir música no Fantástico!). Mas a cena da morte de Romero (muito bem dirigida, ágil e com uma atuação esplendorosa do Alexandre Nero) foi memorável e teve seus momentos de surpresa, como quando ele dança ao som de Trouble do Elvis Presley antes de cair duro no chão. Genial! Já se tornou uma das mortes mais icônicas da teledramaturgia. Tony Ramos, Cauã Reymond, Giovanna Antonelli e Tonico Pereira também brilharam na mais impactante sequência da noite e nos desdobramentos que culminaram nesse embate mortal. Lindo e emocionante o casamento simbólico celebrado por Ascânio entre Atena e Romero, assim como o momento em que Atena chora copiosamente sobre o corpo do amado e lhe dá um último beijo. O enfrentamento entre Zé Maria e Juliano e a prisão do bandidão foram arrepiantes. Aliás, Tony ocupou o posto de grande vilão da trama nos instantes finais e esteve sublime, comprovando porque é o maior ator desse país.

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Entretanto, o repetitivo e batido "quem matou?" fez com que toda a inventividade do JEC com a trama da facção rolasse escada a baixo. É verdade que toda a sequencia dos instantes finais de Gibson, no qual ele aterroriza a própria família mantendo-a refém e acaba sendo misteriosamente assassinado, foi sensacional. José de Abreu saiu de cena em grande estilo. Mas esperava-se mais criatividade de Carneiro. Até porque o recurso nem sequer prendeu a curiosidade do público como deveria de tão avulso e desnecessário que foi. Só serviu para encher linguiça. Um dos piores "quem matou?" da história da teledramaturgia. Ao menos, a revelação do assassinato foi menos frustrante: Kiki matou Gibson. Coerente e compreensível, depois de tudo que ela passou nas mãos do vilão. Um prêmio ao trabalho da Deborah Evelyn, que entrou na metade e não saiu do tom em momento algum.


Vanessa Giácomo ficou completamente esquecida no final. Tóia passou a última semana inteira na cadeia e só foi libertada no último capítulo, aparecendo pouquíssimo. Mas poderia nem ter dado o ar de sua graça. Ficou sem função no fim. No restante do grand finale, um blá-blá-blá sem graça e sem importância, comprovando tudo aquilo que foi A Regra do Jogo: um sanduíche intragável de tramas paralelas. Aliás, todo o núcleo do Morro da Macaca foi resolvido em uma única cena. Destaque para Juca, que nem sequer apareceu e foi apenas mencionado. Estou reclamando? Claro que não! Quero que se explodam! O ritmo frenético só voltou a dar o ar de sua graça quando Atena e Ascânio apareceram na Itália continuando dando golpes. Quando a estelionatária chamou por Romerito, cheguei a levar um susto, mas era apenas o filhinho do casal. A imagem dela segurando a criança emocionada, ao som de Photopraph (Ed Sheeran), foi lindinha, encerrando a história dignamente.


Um final com poucas surpresas e previsível demais para uma trama que se desenvolveu de forma tão ousada, como bem disse no início da matéria. Isso sem falar em alguns furos e esquecimentos. Se Romero sempre amou verdadeiramente e incondicionalmente a Atena, como pareceu ser nos dois últimos capítulos, porque passou a trama inteira dando um "chute na bunda" dela e correndo atrás da Tóia? Por que Belisa demorou três anos para colocar Nelita, Kiki e Nora contra a parede para esclarecer o assassinato de Gibson? Como o filho de Atena com Romero (que nasceu beeeem depois) é bem mais novo que a filha de Tóia com Romero? Zé Maria resolveu tomar o lugar de Gibson na fação porque ele tinha ordenado a morte de Juliano... E, depois que toma, resolve que o filho irá morrer na sua frente?! Tóia não sofreu nenhum processo por tentativa de homicídio a Romero? Só porque ele estava vivo, ela não deixou de ter tentado matá-lo. Aliás, porque ela homenageou o homem que tanto odiou e destruiu sua vida colocando o nome do hospital de Romero Rômulo? Em depoimento, Kiki disse que descobriu que Gibson era o Pai da facção após escutar uma conversa dele com Romero. Mas com isso é possível se Romero só foi descobrir que Gibson era bandido dez anos depois? Problema de memória? Que fim levou a facção? Foi desbaratada? Se reorganizou? Da mesma forma que a morte de Gibson não foi suficiente para acabar com a facção (eles elegeram um novo Pai e continuaram com os trabalhos), a prisão de Zé também não deve ter sido. Para uma novela que veio mostrando o tempo inteiro que o crime está entranhado em todas as camadas da nossa sociedade, o desfecho da facção acabou ficando em segundo planoo. Não foi o pior final de novela que já vi, mas deixou a desejar. 


P.S.: Vocês já perceberam que os finais das novelas do JEC são sempre os mesmos? Todo gancho final para o último capítulo é alguém apontando a arma para alguém. São sempre três variações: 1 - o vilão fazendo os mocinhos de refém com uma arma (A Favorita); 2 - o vilão fazendo os mocinhos de refém com uma arma e obrigando um outro vilão a matá-los, mas ele não mata e salva os mocinhos (Da Cor do Pecado, Avenida Brasil, A Regra do Jogo); 3 - o vilão coagindo o filho a matá-lo com um tiro, mas ele se recusa e o vilão é preso (A Favorita e A Regra do Jogo). Muita criatividade, não é mesmo?


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