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quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

As Melhores e Piores Atrizes em 2016



Chega o final do ano e vem aquele tempo gostoso em que a gente faz uma retrospectiva de tudo o que passou e promete voltar para academia, parar de ser trouxa e tantas outras promessas que não vamos conseguir cumprir. Pensando nisso, a partir de hoje, começa aqui no blog as matérias de retrospectiva onde listarei o que amei e o que odiei no ano na nossa TV, começando pelas atuações femininas. Confira!

   AS MELHORES ATRIZES NA TV EM 2016   



20º lugar: Miriam Freeland — A Terra Prometida ousou e acertou ao trazer para o centro de uma história bíblica uma prostituta, Raabe, que roubou a cena e virou o grande destaque. A personagem é forte, tem o melhor enredo e virou a mocinha moral da história (já que Aruna/Thaís Melchior é insossa demais).

19º lugar: Marina Ruy Barbosa — A história da menina pobre que sobe na vida não é novidade alguma, mas foi exatamente nesse mote batido e, principalmente, na atuação segura de Marina (que é, sem dúvidas, uma das melhores atrizes jovens da nova geração) que Totalmente Demais teve o seu trunfo maior. Além da Elisa, a atriz ainda fez uma participação (pra lá de visceral) como Isabela na série Justiça.

18º lugar: Grace Gianoukas — Figura rara nas novelas e na própria televisão, pois sempre se dedicou mais ao teatro, e dona de uma interpretação bastante peculiar e exagerada, Grace se destacou do início ao fim em Haja Coração e protagonizou os momentos mais hilários da trama na pele da arrogante Teodora.

17º lugar: Carol Castro — Carol pareceu de um jeito surpreendente em Velho Chico. Diferente de tudo que já fez, ela não só esbanjou boa forma em cenas de nudez e interpretou com bastante emoção Iolanda na primeira fase da trama, como cantou e encantou Afrânio (Rodrigo Santoro) e todo o público.

16º lugar: Fernanda Vasconcellos — Apesar das incoerências e do fraco desenvolvimento do roteiro que envolvia o triângulo Camila-Giovanni-Bruna em Haja Coração, à medida que ia crescendo na trama, Fernanda impressionou pela versatilidade vivendo uma vilã psicopata após várias mocinhas seguidas.


15º lugar: Andreia Horta — Apesar de ter sido prejudicada pela trajetória irregular da sua personagem, a Rosa/Joaquina, Andreia honrou com maestria o protagonismo de Liberdade Liberdade, esbanjando química com Bruno Ferrari e protagonizando ótimas cenas com Lília Cabral e Mateus Solano.

14º lugar: Fabiula Nascimento — Com uma interpretação grandiosa como a forte Eulália, foi um dos maiores destaques da primeira fase de Velho Chico. Emoção pura a cada cena, a cada fala, a cada olhar.

13º lugar: Elizabeth Savala — Ela foi muito criticada inicialmente pelo excesso de exagero, mas uma atriz do quilate da Elizabeth sabe como poucas driblar críticas e se manter digna a um trabalho. Não deu nem um mês e o tom acima da Cunegundes acabou virando a marca registrada da personagem e lhe deu um charme peculiar, o que lhe transformou num dos tipos mais queridos de Eta Mundo Bom, mesmo sendo uma espécie de vilã interesseira. Hilário os momentos em que ela gritava "O meu nome é CU-ne-gun-des".

12º lugar: Camila Pitanga — A vida da atriz não foi nada fácil em 2015. Protagonista da horrenda Babilônia, a atriz foi rejeitada (com razão) por causa da Regina (que ganhou, inclusive, a categoria de "Chatonilda do Ano" na nossa premiação anual). Com Maria Tereza, de Velho Chico, porém, a atriz fez as pazes com o público e deu a volta por cima, protagonizando momentos de enorme carga dramática.

11º lugar: Bruna Marquezine — Dando vida à Beatriz, uma dançarina de boate alçada à fama como estrela de telenovela, em Nada Será Como Antes, Bruna esbanjou sensualidade, mas, principalmente, talento, mostrando uma grande evolução na carreira e maturidade ao optar pela sutileza em cena, ao invés de muitos tons acima. Assim como Marina, também é uma das melhores atrizes da nova geração.


10º lugar: Deborah Evelyn — Ela entrou em A Regra do Jogo no finalzinho de dezembro de 2015 e roubou as atenções para si por sua eficiência com uma personagem cheia de dramas e segredos. Deborah só protagonizou sequências difíceis e densas. Não houve cena alguma mais ou menos. Toda vez em que Kiki surgia, mudava os rumos da novela. Não é a toa que a própria Deborah confessou que esse era seu papel mais difícil que já interpretou na TV. E foi. Me arrisco a dizer que é o melhor da sua carreira.

09º lugar: Thaís Fersoza — Deliciosamente diabólica no papel da vilã-mor de Escrava Mãe e com um tom frio e debochado, Thaís exorcizou de vez a fama de boa moça vivendo a terrível Maria Isabel.

08º lugar: Patrícia Pillar — Patrícia é uma das melhores atrizes do país e tem um domínio cênico invejável. Isabel, sedutora e cruel mulher de Ligações Perigosas que tinha o prazer em enganar e manipular as pessoas, foi a sua quarta vilã seguida e, por mais incrível que possa parecer, ela conseguiu diferenciá-la das três anteriores que viveu (a psicopata Flora, em A Favorita, sua personagem mais marcante; seguida da arrogante Constância de Lado A Lado e da fria Angela Mahler de O Rebu). Trabalho impecável!

07º lugar: Marjorie Estiano — A autora Manuela Dias contou com o talento de Marjorie esse ano em duas ocasiões: quando lhe deu a religiosa Mariana na microssérie Ligações Perigosas e depois em Justiça, onde viveu Beatriz, uma bailarina que fica paraplégica e prefere a eutanásia. Ambas as personagens foram bem fortes e dramáticas e Marjorie impactou pelo realismo de sua interpretação nos dois momentos.

06º lugar: Leandra Leal — A atriz se apropriou da cafetina Kellen (um verdadeiro furacão em forma de mulher) de forma impressionante e, inclusive, das expressões pernambucanas, soando como uma recifense nata, sem exageros e caricatura. Leandra merecia uma Kellen faz tempo. Estigmatizada por quase sempre viver aquelas mocinhas choronas politicamente corretas, sua personagem em Justiça foi um divisor de águas na carreira de Leandra Leal, conseguindo ser má, divertida e sexy, tudo ao mesmo tempo.


05º lugar: Nathalia Dill — Nathalia brilhou absoluta como a vilã Branca, que, em meio ao clima soturno e violento de Liberdade Liberdade, foi responsável pelos momentos mais cômicos (ou tragicômicos). A atriz apostou num sotaque mineiro carregado que acabou divertindo e deu o tom perfeito para a exagerada e voluntariosa vilã, cuja loucura e impropérios foram sendo explorados gradativamente.

04º lugar: Débora Bloch — Protagonista da história mais pesada e impactante da série Justiça, Débora Bloch desempenhou brilhantemente bem todo o dilema moral de sua Elisa. Como pode a mãe se envolver com o assassino da filha? Essa pergunta foi proferida com um tom de indignação por qualquer telespectador; porém, a atriz é tão talentosa que conseguiu dar credibilidade a esse controverso sentimento e sua obsessão em vingar a filha, Isabela (Marina Ruy Barbosa), morta por Vicente (Jesuíta Barbosa). Toda essa história foi muito bem estruturada por Manuela Dias e Débora conseguiu aproveitar todas as oportunidades desse rico enredo para brilhar, em um grau de entrega impressionante.

03º lugar: Adriana Esteves — A saga de Fátima, a humilde empregada doméstica pernambucana que foi presa injustamente por sete anos e só queria reerguer sua vida ao lado dos filhos, comoveu os telespectadores que assistiram Justiça sem precisar necessariamente do famigerado tema "Hallelujah" e foi, sem dúvidas, a melhor história da trama. Principalmente, porque Fátima fez justiça ao talento de Adriana Esteves. Um papel digno de quem conquistou todo o público com a maldosa, porém, querida Carminha, de Avenida Brasil; e a melhor forma de fazer a atriz se desvencilhar da grande vilã com uma mocinha convincente que despertou a torcida do público, algo raro para as heroínas de hoje em dia.

02º lugar: Lucy Alves — É pouco comum ver atores estreantes em novelas com um papel de destaque, principalmente aqueles capazes de movimentar a história como um todo. Lucy Alves fugiu à regra e, mesmo com um papel difícil, driblou todas as desconfianças e conseguiu ser melhor do que muita atriz veterena em Velho Chico por sua interpretação visceral da, não menos visceral, Luzia. Ora louca, ora passional, nos acostumamos a amar a Luzia e até perdoar algumas maldadezinhas que ela fez no decorrer da novela. Dona de frases de efeito e bordões, como as expressões "catraia" e "cutruvia", que caíram na boca do povo, dispensou caras e bocas e atuou com naturalidade. Maior revelação da TV dos últimos anos, Lucy é um grande talento que a Globo descobriu, lapidou e certamente saberá usar em produções futuras.

01º lugar: Selma Egrei — Presente em todas as fases da trama, a personagem de Selma tinha tudo para virar uma espécie de caricatura, uma bruxa rancorosa de desenho animado. Entretanto, a atuação impecável da atriz e o excelente texto fizeram da centenária Encarnação uma das personagens mais interessantes, complexas e cativantes de Velho Chico. Fico imaginando o que seria da novela sem os seus tremiliques e suas frases de efeitos. Claro que a Encarnação teve toda aquela perfeita e pesada maquiagem de envelhecimento que ajudou na construção da centenária, mas sem o talento da Selma Egrei, de nada adiantaria, conseguindo imprimir em sua personagem todo o rancor e firmeza que ela precisava, ao mesmo tempo garantindo que ela esboçasse muita humanidade. É digna de Oscar! Ou de Emmy (#FicaADica)...

Menções Honrosas: Lilia Cabral (Liberdade Liberdade), Giullia Buscacio (Velho Chico), Zezita Matos (Velho Chico), Mariene de Castro (Velho Chico), Luci Pereira (Velho Chico), Julia Dalavia (Velho Chico e Justiça), Cyria Coentro (Velho Chico), Juliana Paes (Totalmente Demais), Viviane Pasmanter (Totalmente Demais), Juliana Paiva (Totalmente Demais), Giovanna Rispoli (Totalmente Demais), Sabrina Petraglia (Haja Coração), Chandelly Braz (Haja Coração), Ellen Roche (Haja Coração), Cristina Pereira (Haja Coração), Flávia Alessandra (Eta Mundo Bom), Camila Queiroz (Eta Mundo Bom), Eliane Giardini (Eta Mundo Bom), Bianca Bin (Eta Mundo Bom), Rosi Campos (Eta Mundo Bom), Amanda de Godoi Bárbara França (Malhação - Pro Dia Nascer Feliz), Larissa Manoela (Cúmplices de um Resgate), Lidi Lisboa (Escrava Mãe), Jussara Freire (Escrava Mãe), Juliana Silveira (A Terra Prometida), Camila Márdila (Justiça), Luisa Arraes (Justiça), Cássia Kis e Débora Falabella (Nada Será Como Antes), Jéssica Ellen (Justiça), Drica Moraes (Justiça) e Taís Araújo (Mister Brau).

      AS PIORES ATRIZES NA TV EM 2016      



05º lugar: Priscila Steinman — Foi muito bizarro a volta da Sofia à trama de Totalmente Demais. A novela, que tinha um estilo leve de conto de fadas moderno, acabou descaracterizada com a volta da personagem e a revelação de que ela era uma psicopata incontrolável. Se a atriz que a interpretou ainda fosse boa, seria mais fácil de digerir, mas nem isso aconteceu. Nos instantes em que a vilã dissimulava ser bondosa e desmemoriada para a família, por exemplo, Priscila atingia doses altíssimas de canastrice.

04º lugar: Daniela Escobar — A Garota da Moto, apesar da boa iniciativa do SBT em sair da mesmice e investir em novos conteúdos, foi uma série difícil de engolir. E um dos principais motivos foi a atuação de Daniela, cuja vilã Bernarda, de tão maniqueísta, parecia saída de uma novela mexicana ruim dos anos 80. Esqueci de colocá-la para votação como "Pior Atriz" na nossa premiação, então aqui fica o registro.

03º lugar: Giovanna Grigio — Saindo de Chiquititas, onde fez sucesso com a protagonista Mili, e caindo direto numa novela global em um papel relativamente importante, a jovem e inexperiente atriz não fez jus à sorte grande que teve e foi infeliz na interpretação de Gerusa, garota doente mais inexpressiva das novelas, em Eta Mundo Bom. Uma pena que o Walcyr só decidiu matá-la perto de acabar a novela.

02º lugar: Luiza Brunet — Em sua participação especial em Velho Chico como Madá, dona de um bordel, Luiza apareceu com uma peruca bem da esquisita que mirou na Marilyn Monroe, mas acertou em cheio na drag queen Salete Campari. A questão maior, porém, foi o sotaque nordestino que Luiza teve de fazer. Estava totalmente estranho, forçado e com uma entonação que, por vezes, lembrava a voz de uma criança. Bizarro. Agora entendo porque sua carreira como atriz nunca decolou: ela não nasceu para isso!

01º lugar: Débora Nascimento — Além do sotaque interiorano artificial demais (que acabou sumindo), Filomena (que já pode ser considerada uma das piores mocinhas de todos os tempos) era extremamente cansativa e insuportável. Pra piorar, não teve química alguma com Candinho, que só não foi prejudicado pela fraqueza da intérprete de Filó porque Sérgio Guinzé estava muitíssimo bem no papel. Em certos momentos, ficou esquecida e sem função alguma em Eta Mundo Bom. Não deu outra: foi ofuscada pelo brilho da Bianca Bin e a Maria acabou virando a mocinha oficial da história! Débora não aguentou o rojão de ser protagonista e ainda precisa se esforçar muito antes de protagonizar uma próxima trama.

Menções Nada Honrosas: Adriana Birolli (Totalmente Demais), Guilhermina Guinle (Eta Mundo Bom), Yara Charry (Velho Chico), Maria Pinna (Cúmplices de Resgate) e Carol Nakamura (Sol Nascente).


Obviamente, a lista é baseada unicamente na opinião desse humilde redator que vos escreve. Portanto, está sujeita a injustiças e esquecimentos. Cabe a cada um dos leitores concordar ou não, dar a sua opinião, completar a lista, me esculhambar nos comentários...


quinta-feira, 12 de maio de 2016

As piores coisas que aconteceram na TV durante o governo Dilma



Lembram do nosso Paredão no Planalto - Big Brother Brasília, onde a gente contou toda a história do impeachment da presidente Dilma numa linguagem bigbrotheriana (leia aqui)? De lá pra cá, aconteceu tanta reviravolta na nossa política de causar inveja na série americana House Of Cards. Prometo fazer um resumão em breve de todo esse rebuceteio. Eduardo Cunha foi afastado, aí o Maranhão assumiu a presidência da Câmara e anulou o impeachment da Dilma.

 

A esperança, porém, durou pouco para Dilma. Maranhão voltou atrás na sua decisão e, por 55 a 22, o Senado votou e decidiu pelo afastamento da presidente. A partir de agora, ela está afastada até 180 dias e quem assume oficialmente o governo não é o Aécio, mas sim o vice Michel Temer, cuja esposa bela, recatada e do lar se tornará a mais nova primeira-dama do país.


Sim, Dilma só foi afastada temporariamente. Ainda faltam longos meses para ela ser finalmente condenada pelo Senado. Mas por mais zona que esteja sendo o Brasil, nenhuma reviravolta política ou paredão fake conseguirá salvá-la mais de ser impichada. Dilma já está eliminada antes mesmo da grande final. Não tem mais jeito... Acabou... Boa sorte... Tchau, querida! Até logo! Até mais ver! Bon voyage! Arrivederci! Até mais! Adeus! Boa viagem! Vá em paz! Que a porta bata onde o sol não bate! Não volte mais aqui! Hasta la vista, baby! Escafeda-se! Saia logo daqui!


Até a crise política parar o Brasil, de 2013 pra cá (culminando em manifestações gigantescas contra a Dilma por todo o país), os supostos malfeitos do seu governo eram intangíveis para o cidadão comum. Mas já naquele período, era possível entender que alguma coisa não estava funcionando bem. Contra o aumento das passagens do transporte público? Contra os gastos da Copa do Mundo? Contra a corrupção? Por causa das pedaladas fiscais? Não. Não foi nada disso que levou ao seu impeachment. Confira a seguir alguns dos maiores reveses deste país durante o governo Dilma, em mais uma reportagem exclusiva do Eu Critico Tu Criticas.

Babilônia



A novela que fez questionar o gosto do brasileiro por novela. A novela que conseguiu arruinar o horário nobre da Globo para todo o sempre. A novela que aposentou Gilberto Braga. A novela que manchou a carreira da Camila Pitanga irreversivelmente. De fato, Babilônia foi um verdadeiro marco da dramaturgia nacional (ainda que por motivos tão negativos e eloquentes).

O cancelamento do Você na TV



Onde nesse mundo encontraremos um programa onde o namorado revela para namorada que gosta de chulé e quer que ela fique sem lavar os pés, onde uma filha é viciada em comer maquiagem para ficar bonita por dentro, onde uma mulher descobre que está grávida de um ET, onde acompanhamos o drama de uma mulher cujo namorado invisível sumiu? Nós brasileiros precisamos da dose extra de escapismo dos casos surreais, sem pé nem cabeça, que João Kleber apresentava com toda a empolgação para suportar continuar vivendo nesse mundo cão.

A decadência de Manoel Carlos



Se em governos anteriores, Manoel Carlos vinha numa sequência de novelas maravilhosas (Felicidade, História de Amor, Por Amor, Laços de Família, Mulheres Apaixonadas), o autor chegou ao fim de sua carreira novelística com chave de ouro falso e aquele gostinho de "já foi tarde" com a sonífera Em Família. Em 2014. Durante o governo Dilma. Hum... Coincidência?

A morte do Comendador



Virilidade, autoconfiança, senso de justiça, afetuosidade e capacidade de superação estão entre os principais atributos que fizeram de José Alfredo de Medeiros um personagem inesquecível, amado e querido em todo o país (e de Alexandre Nero, um divisor de águas na carreira), arrancando gritos e suspiros de fãs como se fosse um líder de boy band. E o que o Aguinaldo Silva faz? Mata o Homem de Preto com um tiro nas costas dado pelo próprio filho mesmo diante do apelo de milhões de brasileiros. Cadê o respeito pela democracia? Isso sim é golpe! Até hoje essa morte dói nos corações de quem shippava loucamente o casal Malfred...

O fim do mito JEC, aquele que nunca flopa e só faz novelão


Entre 2011 e 2014, a presidente Dilma tinha grande popularidade e cumpriu o desafio de manter o Brasil no rumo do desenvolvimento econômico e da redução da desigualdade. Um grande feito nesse período: o fenômeno Avenida Brasil, cujo último capítulo fez a Dilminha adiar até um comício. Em seu segundo mandato, porém, a coisa degringolou. A popularidade de Dilma foi caindo na mesma proporção que a de João Emanuel Carneiro. Dilma prometeu mundos e fundos e não cumpriu. A Regra do Jogo prometeu ser melhor que Avenida Brasil e, ehr, bem...


Xuxa na Record




Quando na vida que a gente poderia imaginar que um dia a nossa eterna Rainha dos Baixinhos mandaria "Beijinho, beijinho, tchau, tchau" para a Globo e se mudaria para a prima pobre da Globo? Nunca, né? Mas aconteceu. Xuxa na Record, estoque de vento, saudação à mandioca, cachorros ocultos atrás de crianças, mulheres sapiens... Isso só acontece no governo Dilma!

BBB pós-Ana Paula



Ana, A Louca. Veja em que situação me colocou. Após a sua expulsão, percebi que fiquei lendo com raro afã sobre a Lava-Jato, muito mais por conta da ausência de boas manchetes a respeito do BBB16 do que por qualquer convicção política. E a culpa é toda dela. Por que fez isso, Ana Paula? Depois de passar semanas acostumando o Brasil aos benefícios do entretenimento de alta octanagem, você simplesmente nos deixou sozinhos. Aqueles tapas não fizeram nem cócegas no Renan. Mas ainda dói demais no povo. Uma pena que tenha saído pela porta do confessionário e não em uma gloriosa noite de terça-feira em 5 de abril.


Isso posto, fica difícil defender um governo que não conseguiu barrar nenhuma dessas tragédias que machucaram de maneira catastrófica e irreversível o ego do povo brasileiro. P.S.: Esse post é todo trabalhado na zuera e qualquer tentativa de levá-lo a sério não será uma boa ideia.


quinta-feira, 17 de março de 2016

E se o pessoal da Operação Lava Jato fossem personagens de A Regra do Jogo?




A Regra do Jogo chegou ao fim na semana passada, mas, com todo esse escândalo da Operação Lava Jato, nem parece que a novela acabou. Eu já tinha comentado com vocês que a similaridade com a realidade atual do nosso país fez A Regra do Jogo se tornar a cara do Brasil (leia aqui). E, de fato, a cada dia que passa, fico cada vez mais espantado com as semelhanças entre a novela e o que está acontecendo com o nosso governo. Tudo meio que bate, sabe? Não acredita? Então vamos comparar:


Lula é Zé Maria: tentou sair da facção, mas a facção nunca saiu dele; e sua posse como ministro da Casa Civil foi tão ou mais curta quanto a posse de Zé Maria como o novo Pai da facção.

Dilma é Adisabeba: parece ser a Toda Poderosa, mas, no fundo, não passa de uma
"mandada"; defende Lula/Zé Maria com unhas e dentes e faz de tudo para protegê-lo.

Eduardo Cunha é o Tio: deu uma sumidinha, mas também faz parte da facção.

Japonês da Federal é Dante: só aparece em cena na hora de algemar e prender o acusado.

Juiz Sérgio Moro é Juliano: o mocinho e herói justiceiro que quer acabar com a facção.


Aécio é Romero: se faz de bonzinho e herói do povo, mas é bandido também.

Os eleitores do PT são a Djanira: defendem Lula/Zé Maria com unhas e dentes
e acham Aécio/Romero um bandido, mas são tudo farinha do mesmo saco.

FHC é uma mistura de Gibson com Ascânio: elitista, conservador, mestre da
direita "coxinha" e papis de Aécio/Romero, ensinou tudo o que sabe ao "filho".

Delcídio é Kiki: sabe de todo o esquema e dedurou tudo pra polícia.

Povo brasileiro é a Tóia: cai na conversa de todo mundo, é enganado, só se ferra e ainda acaba preso, porque nesse país "quando um pobre rouba vai preso, mas quando um rico rouba vira ministro".


Apenas aguardando o momento em que, tal como na novela, os bandidos serão punidos e o sol, finalmente, há de brilhar mais uma vez para o povo brasileiro. Não, não virei um site sobre política. Continuo falando sobre novelas. Mas não dá para fechar os olhos diante de tudo que anda acontecendo. E o dinheiro que tava aqui? A Gata Comeu! Por que? Porque Vale Tudo nesse grande O Rebu que é o Brasil, o país do Cambalacho. Oh, e agora, quem poderá nos defender? A Senhora do Destino? O Rei do Gado? O Salvador da Pátria? Que Deus nos Acuda! Vitória na guerra, Brasil!

domingo, 13 de março de 2016

O Melhor e o Pior da Semana (6 à 12/03)




  O MELHOR DA SEMANA  


O TRAUMA DO ASSÉDIO



O assédio é algo que precisa ser persistentemente combatido. E, mesmo sem qualquer obrigação de promover bandeiras, Totalmente Demais tem conseguido retratar esse assunto da melhor forma possível através do drama da mocinha da história. Marina Ruy Barbosa está impecável no papel e Eliza já pode ser considerada seu melhor papel na carreira. A atriz consegue passar muito bem todo o trauma que a sua personagem tem e o medo constante do asqueroso padrasto, Dino (Paulo Rocha). A sequência em que Dino chega ao estúdio e apavora Eliza foi empolgante. Vale elogiar ainda a ótima cena protagonizada por Marina e Leona Cavalli, quando Eliza tentar alertar de novo a mãe sobre Dino e ela ignora, o que abala a relação das duas. Infelizmente, é o que mais acontece na vida real. Muitas mães preferem acreditar no marido assediador do que na filha assediada, já que "homem tem suas necessidades", mulher não pode "ficar provocando", enfim. Os autores vêm conduzindo toda esse drama com habilidade, mostrando que é possível inserir temas sérios em um folhetim das sete que prima pela leveza e bom humor. Pena ter sido ofuscada pelo interminável/chato concurso.


P.S.: Amei a volta da maravilhosa Glória Menezes na trama. Stelinha estava fazendo falta e já voltou proferindo várias pérolas. Ela e Reginaldo Faria estão formando uma deliciosa dobradinha

  O PIOR DA SEMANA  


MARA É FELIZ COMO SUBCELEBRIDADE?



Eu adoro a Mara Maravilha. Sou fã e torci muito pra ela na Fazenda. Mas foi vergonhoso ver a Mara vestida de Xuxa no programa da Eliana. Que confusão! Mara teve sua importância quando foi apresentadora infantil nos anos 80/90, minha gente, não precisava pagar esse mico gigantesco...

FINAL DE A REGRA DO JOGO


A Regra do Jogo foi uma novela ousada, criativa e original. Essencialmente masculina, com uma narrativa em formato de série americana, priorizando a ação em detrimento ao romance, trabalhou o tempo todo com a dualidade do ser humano, discutindo a ética e o limite entre o certo e o errado, entre o que é perdoável ou não, entre o bem e o mal, não teve pena ao matar personagens que pareciam ser essenciais à trama, retratou o funcionamento de um esquema mafioso entranhado em todas as camadas da nossa sociedade, colocou um milionário elitista como o grande chefão de uma facção criminosa que visava criar uma milícia privada para erguer uma nova ordem no país, traçou um paralelo assustadoramente real com a atual situação do nosso país (confira aqui), foi repleta de segredos, mistérios, reviravoltas... Ufa! Por tudo isso, chegou a ser decepcionante a sua derradeira semana: sem muitas novidades, repleta de clichês e com situações forçadas ou mal explicadas.


O confronto que abriu o último capítulo, com o embate mortal entre Zé Maria, Juliano, Romero e Atena, foi muito bem desenvolvido e impactante. Ficamos por quase dez minutos sem respirar. Poucos autores conseguem fazer isso com o telespectador e, justiça seja feita, João Emanuel Carneiro sabe fazer isso como ninguém. Como já era de se esperar, Romero não teve coragem de seguir a ordem de Zé Maria para matar Juliano. O lutador ficou lá, fazendo uma espécie de "terapia de grupo" com os dois vilões, convencendo Romero de que ele era bom, não devia puxar o gatilho. No meio disso tudo, foi revelado um dos grandes mistérios da trama que havia caído no esquecimento: quem matou Djanira foi Zé Maria. Os minutos foram passando, até que deu tempo do capanga da facção Noé chegar. Zé Maria se irritou e ordenou que ele matasse o próprio filho. Romero atirou no capanga para salvar o lutador. Atena tomou um susto e atirou no Zé, que, por sua vez, atirou em Romero.

Romero dançando (Foto: Gshow)

Matar o protagonista não é mais novidade na televisão. Ainda mais se ele for interpretado pelo Alexandre Nero (na próxima, já pode pedir música no Fantástico!). Mas a cena da morte de Romero (muito bem dirigida, ágil e com uma atuação esplendorosa do Alexandre Nero) foi memorável e teve seus momentos de surpresa, como quando ele dança ao som de Trouble do Elvis Presley antes de cair duro no chão. Genial! Já se tornou uma das mortes mais icônicas da teledramaturgia. Tony Ramos, Cauã Reymond, Giovanna Antonelli e Tonico Pereira também brilharam na mais impactante sequência da noite e nos desdobramentos que culminaram nesse embate mortal. Lindo e emocionante o casamento simbólico celebrado por Ascânio entre Atena e Romero, assim como o momento em que Atena chora copiosamente sobre o corpo do amado e lhe dá um último beijo. O enfrentamento entre Zé Maria e Juliano e a prisão do bandidão foram arrepiantes. Aliás, Tony ocupou o posto de grande vilão da trama nos instantes finais e esteve sublime, comprovando porque é o maior ator desse país.

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Entretanto, o repetitivo e batido "quem matou?" fez com que toda a inventividade do JEC com a trama da facção rolasse escada a baixo. É verdade que toda a sequencia dos instantes finais de Gibson, no qual ele aterroriza a própria família mantendo-a refém e acaba sendo misteriosamente assassinado, foi sensacional. José de Abreu saiu de cena em grande estilo. Mas esperava-se mais criatividade de Carneiro. Até porque o recurso nem sequer prendeu a curiosidade do público como deveria de tão avulso e desnecessário que foi. Só serviu para encher linguiça. Um dos piores "quem matou?" da história da teledramaturgia. Ao menos, a revelação do assassinato foi menos frustrante: Kiki matou Gibson. Coerente e compreensível, depois de tudo que ela passou nas mãos do vilão. Um prêmio ao trabalho da Deborah Evelyn, que entrou na metade e não saiu do tom em momento algum.


Vanessa Giácomo ficou completamente esquecida no final. Tóia passou a última semana inteira na cadeia e só foi libertada no último capítulo, aparecendo pouquíssimo. Mas poderia nem ter dado o ar de sua graça. Ficou sem função no fim. No restante do grand finale, um blá-blá-blá sem graça e sem importância, comprovando tudo aquilo que foi A Regra do Jogo: um sanduíche intragável de tramas paralelas. Aliás, todo o núcleo do Morro da Macaca foi resolvido em uma única cena. Destaque para Juca, que nem sequer apareceu e foi apenas mencionado. Estou reclamando? Claro que não! Quero que se explodam! O ritmo frenético só voltou a dar o ar de sua graça quando Atena e Ascânio apareceram na Itália continuando dando golpes. Quando a estelionatária chamou por Romerito, cheguei a levar um susto, mas era apenas o filhinho do casal. A imagem dela segurando a criança emocionada, ao som de Photopraph (Ed Sheeran), foi lindinha, encerrando a história dignamente.


Um final com poucas surpresas e previsível demais para uma trama que se desenvolveu de forma tão ousada, como bem disse no início da matéria. Isso sem falar em alguns furos e esquecimentos. Se Romero sempre amou verdadeiramente e incondicionalmente a Atena, como pareceu ser nos dois últimos capítulos, porque passou a trama inteira dando um "chute na bunda" dela e correndo atrás da Tóia? Por que Belisa demorou três anos para colocar Nelita, Kiki e Nora contra a parede para esclarecer o assassinato de Gibson? Como o filho de Atena com Romero (que nasceu beeeem depois) é bem mais novo que a filha de Tóia com Romero? Zé Maria resolveu tomar o lugar de Gibson na fação porque ele tinha ordenado a morte de Juliano... E, depois que toma, resolve que o filho irá morrer na sua frente?! Tóia não sofreu nenhum processo por tentativa de homicídio a Romero? Só porque ele estava vivo, ela não deixou de ter tentado matá-lo. Aliás, porque ela homenageou o homem que tanto odiou e destruiu sua vida colocando o nome do hospital de Romero Rômulo? Em depoimento, Kiki disse que descobriu que Gibson era o Pai da facção após escutar uma conversa dele com Romero. Mas com isso é possível se Romero só foi descobrir que Gibson era bandido dez anos depois? Problema de memória? Que fim levou a facção? Foi desbaratada? Se reorganizou? Da mesma forma que a morte de Gibson não foi suficiente para acabar com a facção (eles elegeram um novo Pai e continuaram com os trabalhos), a prisão de Zé também não deve ter sido. Para uma novela que veio mostrando o tempo inteiro que o crime está entranhado em todas as camadas da nossa sociedade, o desfecho da facção acabou ficando em segundo planoo. Não foi o pior final de novela que já vi, mas deixou a desejar. 


P.S.: Vocês já perceberam que os finais das novelas do JEC são sempre os mesmos? Todo gancho final para o último capítulo é alguém apontando a arma para alguém. São sempre três variações: 1 - o vilão fazendo os mocinhos de refém com uma arma (A Favorita); 2 - o vilão fazendo os mocinhos de refém com uma arma e obrigando um outro vilão a matá-los, mas ele não mata e salva os mocinhos (Da Cor do Pecado, Avenida Brasil, A Regra do Jogo); 3 - o vilão coagindo o filho a matá-lo com um tiro, mas ele se recusa e o vilão é preso (A Favorita e A Regra do Jogo). Muita criatividade, não é mesmo?


sábado, 12 de março de 2016

A Regra do Jogo: uma "novelérie" que não deu certo



Uma novela em forma de série. Ou uma série em forma de novela. A Regra do Jogo foi um produto híbrido, misturando duas formas de narrativa televisiva completamente diferentes. Uma dominante entre nós, no Brasil, e a outra dominante nos Estados Unidos e boa parte do mundo. Uma série é muito mais focada em termos de personagens e tramas. Todas as histórias se tocam, mas não há necessariamente lógica ou entrosamento entre os núcleos, como nos folhetins. O número de personagens é muito menor. Todo episódio tem uma sequência, que deve ser seguida, onde cada episódio interliga o anterior. É necessário assistir todos ou, pelo menos, a maior parte dos episódios, na sequência correta para poder entendê-la, tendo sua conclusão apenas no ultimo episódio.

Essencialmente masculina, com personagens centrais homens (Gibson, Romero, Zé Maria, Dante e Juliano) e uma trama principal de narrativa seriada que priorizava a ação e o drama em detrimento ao melodrama folhetinesco e romântico, A Regra do Jogo deixou de lado o tom folhetinesco, próprio do gênero. Prova disso são os seus capítulos, que emulavam os episódios de séries americanas com títulos diferentes a cada dia. Entretanto, para atender a demanda novelística, João Emanuel Carneiro teve a necessidade de criar tramas paralelas com alívios cômicos e românticos, ausentes na história central. Servindo para atender o público que está acostumado a consumir novela neste horário, não série, e para encher linguiça, já que cada capítulo tem mais de uma hora de duração e a novela precisa ficar, ao menos, seis meses no ar. A trama central sozinha não renderia uma novela longa.



E foi justamente nesta mistura, sendo duas em uma, que A Regra do Jogo se perdeu. De um lado, a série: os núcleos que cercam os personagens Romero, Tóia e Juliano, mais a família de Gibson e a facção criminosa. Do outro, a novela: a família de Feliciano e os personagens coadjuvantes do Morro da Macaca. Eu fico com a série. Ou seja, enxugaria todas as tramas secundárias e focaria apenas na história da facção, que, por mais inverosímel que fosse, por mais furos que teve, é uma trama envolvente, bem delineada, que prende a atenção com ótimos personagens e um elenco de primeira.

É verdade que as tramas paralelas sempre foram o "calcanhar de aquiles" do JEC até mesmo nas suas produções de maior sucesso (veja aqui). Mas o autor pesou a mão dessa vez. A Favorita era uma novela toda "cinza", sem alívio cômico. Avenida Brasil, por sua vez, era uma novela "colorida". Mesmo com todo o clima de tensão na trama central, o humor estava presente em todo canto. Já A Regra do Jogo tem um núcleo central todo "cinza", mas "colorida" nos núcleos paralelos, que são completamente alheios à história central. Se ainda fossem divertidos, mas não. E isso quebra o ritmo de série de A Regra do Jogo, prejudicando o seu clímax e jogando um balde de água fria no telespectador.


Basicamente, os capítulos do folhetim tem apenas o primeiro e o último bloco dedicados à trama principal, ao passo que a parte do meio fica restrito às paralelas e núcleos cômicos. Dessa maneira, as histórias secundárias ficam ainda mais avulsas dentro da novela e ocupam quase a integralidade do capítulo, tornando-o enfadonho e massante. É quase um abismo quando pula da facção para o Morro da Macaca. Por isso que é bom acompanhar A Regra do Jogo pelo Globo Play ou pelo site da novela após a exibição do capítulo na televisão, com a possibilidade de pular o que não interessa.

Fosse um seriado, seria possível dizer que assistimos a quatro temporadas de A Regra do Jogo. A primeira (a melhor e mais empolgante) durou os 43 capítulos iniciais. Tal como numa série, era necessário acompanhá-la diariamente para não perder o fio da meada. JEC foi entregando sua história aos poucos. Complexa, exigia paciência e atenção. Mas fazia a gente ficar intrigado, curioso e sedento por novas revelações a respeito dos mistérios da trama e do caráter e do passado dos personagens. Entretanto, ao contrário do que se esperava, isso afugentou o público. A novela já começou de pé esquerdo ao herdar a péssima audiência de sua antecessora, Babilônia, e demorou a engatar no Ibope. Ainda mais pela concorrência de Os Dez Mandamentos, que chegou a derrotá-la na audiência por várias vezes. Precisou Moisés abrir o Mar Vermelho e sair de cena para grande parte do público lembrar que A Regra do Jogo existia e a audiência da Globo, finalmente, voltar aos eixos.


A segunda temporada (a mais chata) se arrastou por cerca de 60 capítulos e deu-se início após a morte de Djanira. Ao contrário do esperado, tal acontecimento acabou atrasando ainda mais o andamento do núcleo principal. Como prejuízo, a mocinha Tóia tornou-se frágil e manipulável, Romero teve seu caminho aberto e muitos mistérios envolvendo a origem dos personagens ficaram sem explicação. Afinal, quem era o pai do Romero? Quem é a mãe de Juliano? Por que Adisabeba odiava tanto o Romero? Até o assassinato misterioso de Djanira caiu no desinteresse. A história começou a dar voltas, a patinar, a enrolar o público. Por diversas vezes, quase todos os personagens se viram às voltas com situações parecidas em um ciclo vicioso. Quando o público achava que aconteceria alguma coisa nova, voltava a estaca zero. A Regra do Jogo necessitava urgentemente de uma grande virada.

E essa grande virada só aconteceu na terceira temporada, por volta do centésimo capítulo. A chegada de Kiki e a revelação de que Gibson era o Pai da facção criminosa da história trouxeram luz ao jogo maniqueísta e repleto de camadas proposto pelo autor. Foi a partir desse momento, que a novela finalmente caiu nas graças do público e viu sua audiência crescer gradativamente. O problema é que a coerência é o mínimo que se espera de uma trama policial. E A Regra do Jogo começou a subestimar a inteligência do público com pontos mal explicados. Crimes esquecidos, situações forçadas e mal explicadas, uma polícia totalmente ineficiente que nunca enxergava nada a sua frente, uma facção frouxa demais, com bandidos bem pangarés, enfim... Tendo à disposição tantas séries policiais de qualidade na TV, foi difícil para o telespectador engolir uma trama tão mal costurada.


A quarta, e última, foi a mais curta e mais maluca de todas. Curiosamente, a de maior sucesso. Nas últimas três semanas, apesar do ritmo intenso, A Regra do Jogo virou um novelão mexicano, repleto de golpes baixos do autor, se permitindo cair no clichê da mocinha que é sequestrada pelo vilão que possui uma paixão obsessiva por ela ou do vilão que consegue fugir de um comboio policial de uma forma simples e típica de novelas e até um batido e desnecessário "quem matou?". Virou uma montanha russa de emoções que atropelou demais o caráter de cada personagem. Três, em especial: Romero, Zé Maria e Gibson. Romero era louco por Tóia porque ela despertava o seu lado bom. Mas que lado bom, se virou sequestrador da própria e deixou que ela fosse para a cadeia pelo seu falso assassinato que ele próprio armou? Do nada, Romero passou a amar incondicionalmente a Atena. Mas se amava tanto a golpista, porque passou a trama inteira correndo atrás da Tóia? Zé Maria era bonzinho, virou vilão, voltou a ser bonzinho e, no final, virou vilão de novo. Gibson, um psicopata frio, calculista e meticuloso, surtou do nada e passou a agir como um bandidinho pé de chinelo.

Espero uma quinta temporada onde descobriremos que fim levou a facção e a esclerose múltipla de Romero, entre muitos outros pontos soltos que foram esquecidos ou deixados de lado.


Com um elenco estelar, as peças desse grande tabuleiro de jogo de xadrez foram o ponto alto da produção. Destaque absoluto para Alexandre Nero (Romero), Tony Ramos (Zé Maria), Cassia Kis (Djanira), Deborah Evelyn (Kiki), Tonico Pereira (Ascânio) e José de Abreu (Gibson), que, sem dúvida nenhuma, dominaram a novela com atuações marcantes e memoráveis. Marco Pigossi (Dante, o policial mais burro da história das telenovelas) e Vanessa Giácomo (Tóia, a Chatóia que virou Idiotóia) também deram um show, mas foram prejudicados pela ingenuidade excessiva dos seus personagens. Renata Sorrah (Nora), Cauã Reymond (Juliano) e Barbara Paz (Nelita) também merecem menção.

Suzana Vieira e Giovanna Antonelli defenderam bem seus personagens, mas Adisabeba e Atena decepcionaram. Adisabeba foi anunciada como a Rainha do Morro da Macaca, mas viveu situações patéticas que não combinam com uma dona do morro e dignas de uma coadjuvante qualquer não de uma senhora que não tem paciência pra quem tá começando. E Atena, apesar de ter sido muito carismática e a queridinha nas redes sociais, não chegou nem a 1% de ser uma nova Carminha. De promessa de grande vilã, virou uma boboca apaixonada pelo Romero. A sua sorte (e a nossa também) é que Antonelli e Nero, mais uma vez, mostraram uma química fora do normal e roubaram a cena com o casal Romena, assim como Atena e Ascânio formaram uma dupla tragicômica genial.

O problema é quando se tem muita estrela e elas não brilham como deveriam. Volta e meia, certos personagens sumiam, enquanto outros núcleos eram explorados a exaustão até a última gota, assim como o número de papéis que não fariam falta nenhuma se não existissem e de grandes atores desperdiçados. O que foi a grande maioria. Quem não era do núcleo central, ficou "apagado".



A Regra do Jogo encerra sua trajetória em alta, elevando a audiência em três pontos em sua média geral (28 contra 25 da antecessora, embora esta média seja a segunda pior da história da faixa). A história prometeu uma instigante e forte trama central, norteada pela dubiedade e pelos dilemas morais do bem e do mal. Porém, embora tenha ganhado força com a revelação de peças-chave em sua segunda metade, foi prejudicada por situações forçadas e mal-explicadas, furos e pelo excesso de núcleos paralelos desinteressantes, além de desperdiçar talentosos atores em personagens que prometiam, mas ficaram só na promessa e histórias que pouco ou nada acrescentavam.


João Emanuel Carneiro é um dos mais talentosos novelistas do Brasil, porém, a atual trama pode ser considerada o seu primeiro deslize. No saldo geral, não é tão desastrosa como suas cinco antecessoras. Sim, eu considero sim A Regra do Jogo a melhor novela (ou a menos pior, depende do ponto de vista) desde Avenida Brasil. Não possui os erros crassos de roteiro e direção de Salve Jorge, não possuiu o texto pobre de Amor A Vida, é infinitamente superior à Em Família e Babilônia e possui uma trama central mais forte e envolvente que a de Império. Porém, fica a sensação de que poderia ter sido bem mais do que foi. Que o autor tenha melhor sorte na próxima trama. Vitória na guerra, JEC!


MINHA NOTA: 7. E VOCÊ? QUE NOTA DÁ PARA A REGRA DO JOGO?


quinta-feira, 10 de março de 2016

Os 20 Melhores Vilões da Teledramaturgia



A dramaturgia nacional não é lá muito favorável às figuras masculinas como dotadas de grande maldade. Pare e pense: você se lembra em quantas novelas o vilão central era um homem? São raros os exemplos. Durante anos, a telenovela carregou o ranço de ser uma atração exclusivamente feminina, estigma que só foi perdendo a partir dos anos 70, com Irmãos Coragem, de Janete Clair, que trouxe, pela primeira vez, os homens para a frente da TV por causa de sua trama masculina que misturava faroeste e futebol. Embora já não seja mais exclusividade há décadas, ainda sim, as mulheres são, na maioria absoluta das vezes, o papel mais fundamental de toda trama. As histórias, claro, independem do gênero, mas são elas o centro da história. Principalmente, no quesito vilania. Carminha (Adriana Esteves), Flora (Patrícia Pillar), Nazaré (Renata Sorrah) e Odete Roitman (Beatriz Segall) que o digam. Por isso, quando surge um ator encarnando um vilão, ele tem uma chance única e enorme de brilhar. Vem comigo e acompanhe os 20 melhores vilões da dramaturgia nacional.

20º lugar: Conde Vlad de Vamp



De figura diabólica que faz um pacto com Natasha (Cláudia Ohana) a transformando em estrela do rock, o Conde Vladimir Polanski (Ney Latorraca) foi, aos poucos, ganhando traços cômicos seguindo o estilo de chanchada que foi tomando conta de Vamp. Sucesso entre o público infanto-juvenil, o vampiro-chefe da novela nutria um amor obsessivo de vidas passadas com Natasha. Acabou derrotado por Jonas (Reginaldo Faria), após invadir a Baía dos Anjos. Um dos personagens mais carismáticos dos anos 90, Vlad prometeu que um dia voltaria. Continuamos esperando…

19º lugar: Delegado Nogueira de Vidas Opostas



Antes de ser possuído pelo espírito do Crô, Marcelo Serrado já fazia sucesso muito antes de ir para a Globo como o perverso delegado Dênis Nogueira, perigoso psicopata que se escondia atrás de uma máscara de homem de bem e culto. Cruel com a esposa, a corrupção no trabalho era seu forte.

18º lugar: Filinto Guerra de Amor e Revolução



Não é só de remakes de novelas infantis baseadas em roteiros mexicanos que vive o SBT. Quer dizer, não há alguns anos atrás, quando produziu uma novela adulta 100% original: Amor e Revolução, que, apesar de ter sido um fracasso, abordou o nebuloso período da ditadura militar do nosso país de forma primorosa. E o grande destaque da novela foi o vilão Filinto Guerra (Nico Puig). Sociopata, sádico, abusivo e de péssimo caráter, ele era um dos representantes principais das trocentas cenas de tortura na novela. Uma das suas maldades marcantes foi quando ele supostamente matou sua própria mulher, Olívia (Patricia de Sabrit), que não morreu e voltou como Violeta para se vingar.

17º lugar: Ravengar de Que Rei Sou Eu?



O sinistro Ravengar (Antonio Abujamra) era o feiticeiro da corte da Rainha Valentine (Tereza Rachel). Era ele o idealizador dos planos nefastos para destruir Jean Piérre (Edson Celulari), o verdadeiro herdeiro da coroa, e impedir que o mesmo assumisse o trono. Obcecado por Madeleine (Marieta Severo), foi capaz de hipnotizá-la e a possuir sem sua vontade. Com o falso Rei Pichot (Tatu Gabus) morto e Jean Piérre coroado, no último capítulo, retornou a Avilan com nova identidade para destruir os rebeldes. Ravengar fez parte dos pesadelos de muita gente que cresceu nos anos 90.

16º lugar: Dom Jerônimo Taveira de A Muralha



Fanático religioso hipócrita na vila de São Paulo do século XVII, Dom Jerônimo Taveira era a personificação de sadismo e crueldade. Entre as vítimas do seu abuso, estavam Ana (Letícia Sabatella), uma jovem obrigada a se casar com o vilão, e a índia Motira (Maria Maya), que sofria nas mãos também do braço direto do tirano, Leonor (Ada Cheovov). Tomado pela loucura crescente, Jerônimo perseguia e condenava a morte na fogueira qualquer um que fosse contra suas ordens. Acabou por se suicidar ao se jogar em uma fogueira, após ser esfaqueado por Dom Guilherme (Alexandre Borges). Graças a excelente atuação de Tarcísio Meira, é um dos vilões mais asquerosos de todos os tempos.

15º lugar: Zé Maria de A Regra do Jogo



Tal qual a Flora (Patrícia Pillar) de A Favorita, Zé Maria enganou o público com sua cara de bom moço e seu discurso de inocente injustiçado, revelando-se um bandido impiedoso, capaz de sequestrar e matar friamente pessoas inocentes. Definido pelo próprio ator como um psicopata, Zé Maria é do tipo que não precisa berrar para botar medo. Tony Ramos, finalmente, deixou de lado a fama de bom moço que sempre o acompanhou em sua carreira durante anos e emplacou como um vilão de marca maior. Atena (Giovanna Antonelli) pode ter sido uma decepção, mas os homens não deixaram a desejar em A Regra do Jogo no quesito vilania e marcaram presença na nossa lista.

14º lugar: Donato Menezes de As Noivas de Copacabana



Com uma sexualidade controversa, o bem-sucedido Donato Menezes usava sua fachada de bom moço para seduzir mulheres e matá-las estranguladas na hora do ato sexual seguindo sempre um meticuloso ritual: vestidas de noiva. Ato em decorrência de um trauma do passado, por ter sido abandonado pela noiva. A minissérie fora baseada no caso real de Heraldo Madureira. Em ótima atuação, Miguel Falabella compôs com frieza Donato, o seu melhor momento como ator na televisão. Após ser preso e fugir do manicômio judiciário, Donato termina a série caçando uma nova vítima.

13º lugar: Edu de Dupla Identidade



O serial killer costuma ser o tipo de personagem dos sonhos de qualquer ator: rico em composição, imprevisível e, com sorte, sedutor o suficiente para assustar e conquistar a plateia ao mesmo tempo. Não é uma figura frequente na nossa teledramaturgia, mas com seu Eduardo Borges, Bruno Gagliasso, ator dos mais dedicados de sua geração, conseguiu inscrever na TV brasileira o tipo que mata por matar a granel, fazendo dos seus encantadores olhos azuis dois espelhos embaçados pela maldade. Entre assustador e sexy, Edu causava arrepios. E Bruno, novamente, deu um show como vilão.

12º lugar: Jackson de Vidas Opostas



Olha o Rei do Torto aí, geeeente! Heitor Martinez viveu seu melhor momento na carreira como Jackson, um bandidão temido que sai da prisão e volta ao morro onde morava liderando uma quadrilha de traficantes e toma numa batalha a boca de fumo do local, transformando-se o novo todo poderoso do Morro do Torto. Jackson mandava e desmandava e quem não obedecia suas ordens, "ia conversar com o capeta". Ele também queria ter Joana de qualquer jeito, para que ela more com ele e seja a Rainha do Torto. Mas, obviamente, Joana não quer essa vida, pois é a mocinha da novela. Um tipo tragicômico, Martinez assustava só com o olhar em sua atuação como o chefe do tráfico. M-E-D-A!

11º lugar: Félix de Amor À Vida



Um dos vilões mais cômicos da nossa lista, Félix ganhou o público com suas tiradas sarcásticas, frases de efeito e um bordão que foi ganhando inúmeras variações ao longo da trama. Além de "salgar a santa ceia", Félix (Matheus Solanno) jogou a sobrinha no lixo e fez de tudo para alcançar a presidência do hospital da família, tendo chegado até a conseguir a internação de Paloma (Paolla Oliveira), sua irmã, num manicômio, com direito a eletrochoque. Gay enrustido, ele começou a novela com um casamento de fachada, mas depois de ser desmascarado, perder tudo e se tornar vendedor de hot dog, assume a homossexualidade e engata um romance com Niko (Thiago Fragoso). Alcança a redenção no final da história e junto com Niko protagonizou o primeiro beijo gay da TV Globo, no último capítulo. Irônico, carismático e manipulador, Félix não podia ficar de fora dessa lista. Não é, meu doce?

10º lugar: Marco Aurélio de Vale Tudo



Canalha simpático, um tipo irresistível em novelas, ambicioso e corrupto, Marco Aurélio administrava o grupo empresarial de Odete Roitman (Beatriz Segall). Por conta de negociatas, reuniu uma grande fortuna guardada fora do Brasil. Criado por Gilberto Braga, o vilão muito bem defendido por Reginaldo Faria terminou numa boa, fugindo e mandando uma "banana" para o país.

09º lugar: Mario Liberato de Roda de Fogo



Intérprete de vilões memoráveis como Alex Kundera (de Top Model) e Adalberto Vasconcellos (de A Próxima Vítima), foi com Mário Liberato que Cecil Thiré conquistou seu espaço na galeria de grandes vilões da televisão. Advogado com meios pouco ortodoxos, sádico e corrupto, Mário servia aos interesses de Renato Villar (Tarcísio Meira). Sempre acompanhado por seu mordomo e amante Jacinto (Cláudio Curi), Liberato não media esforços para conseguir o poder, incluindo bater de frente com Villar, que era um protagonista "torto". Criado por Lauro Cesar Muniz, Mário Liberato foi o primeiro vilão homossexual da dramaturgia brasileira. O que causou grande polêmica na época.

08º lugar: Alexandre de A Viagem



Mesmo depois de morto e no além, Alexandre foi muito mais vilão do que muitos vivos. A Viagem tinha como tema central a vida após a morte. O personagem que conduzia as tramas era Alexandre (Guilherme Fontes, um delinquente que se mata na cadeia após ser condenado por roubo seguido de homicídio e, no Vale dos Suicidas, passa a infernizar a vida de todos que julgava responsáveis por seu trágico destino. No final, Alexandre se arrepende de todo mal que fez e passa para o lado branco da força, tornando-se um espírito de luz. Guilherme Fontes é lembrado até hoje por esse trabalho.

07º lugar: Renato Mendes de Celebridade



Curiosamente, os maiores vilões das novelas foram criados por Gilberto Braga, o único autor a investir em homens como protagonistas e antagonistas. Em Celebridade, não foi diferente. Egocêntrico editor da revista de fofocas Fama, o jornalista Renato Mendes (Fábio Assunção) não poupava esforços para assumir o comando do poderoso Grupo Vasconcelos, de seu tio Lineu (Hugo Carvana). Renato aprontou tanto que acabou caindo nas garras da cachorrona Laura (Cláudia Abreu) e, principalmente, no carinho do público. Acabou preso após matar a vilã e o michê dela, Marcos (Márcio Garcia).

06º lugar: Gibson Stewart de A Regra do Jogo



Ele só foi revelado vilão no capítulo 100 da trama. Mas se Gibson já causava náuseas no público por ser extremamente reacionário, "coxinha", conservador e militarista, dizendo em alto e bom som não gostar de pobres, negros e gays, depois que foi revelado que ele era o Pai da facção, aí mesmo que nossa antipatia pelo milionário só aumentou. O personagem de José de Abreu já é um dos melhores e mais detestáveis vilões masculinos dos últimos tempos, sendo capaz de qualquer tipo de crueldade para manter sua organização criminosa e para que seus crimes não fossem descobertos, inclusive contra a própria família, chegando a internar a filha Nelita (Barbara Paz) num hospício e faze-la parecer louca e manter a outra filha Kiki (Deborah Evelyn) presa num cativeiro durante anos. Tudo, segundo ele, em nome de uma "causa" maior que julgava certa. Acabou assassinado misteriosamente com um tiro no peito após surtar e manter toda a família em refém. Derrota na guerra, Pai!

05º lugar: Marcos de Mulheres Apaixonadas



De todos da lista, Marcos é o que mais foge da linha clássica de um vilão e, talvez por isso, o torne absurdamente assustador. Marcos não elaborava planos maquiavélicos para conquistar seus objetivos ambiciosos. Ao contrário, ele era gente como a gente, aparentemente tranquilo, pacato, como muitos que se vê por aí. No entanto, sua esposa Raquel (Helena Ranaldi) sentia na pele o que os olhos dos outros não viam. Ciumento, possessivo e levemente psicótico, Marcos conseguiu lembrança devido a uma irrepreensível atuação de Dan Stulbach, o Tom Hanks brasileiro. Em uma das mais marcantes e chocantes cenas da novela, Marcos agredia a esposa com uma raquete de tênis. As fortes cenas de agressão da novela fizeram a sociedade discutir o problema da violência doméstica, principalmente contra a mulher. Saudades da época de grande momento de inspiração criativa do Maneco...

04º lugar: Felipe Barreto de O Dono do Mundo



Arrogante, mesquinho, debochado, egoísta, sexista e inescrupuloso, são algumas das "qualidades" do cirurgião plástico Felipe Barreto, cuja falta de ética, na época, irritou diversos cirurgiões, que chegaram a protestar junto a Globo. No entanto, o carisma de seu intérprete, Antonio Fagundes, fez com que o público não acreditasse que a mocinha Márcia, de Malu Mader, iria se vingar dele. As maldades de Felipe foram inúmeras: apostou que tiraria a virgindade de Márcia, noiva de um de seus funcionários, antes da lua-de-mel; conseguiu a proeza e causou o suicídio do marido traído. Durante boa parte da novela, se fez de santo para conquistar de vez a jovem. Ao menos nisso, não teve sucesso. No final da trama, tentou seduzir uma moça mais nova ainda e, claro, debochando da cara do público que tinha acreditado em sua regeneração ressaltando que a esposa era virgem. Ou seja, um canalha.

03º lugar: Olavo de Paraíso Tropical



Wagner Moura é um dos atores mais proeminentes da geração atual e encontrou no ótimo texto de Gilberto Braga a chance ideal para brilhar ainda mais. Sua atuação histriônica conquistou o público e a crítica, fazendo do vilão Olavo um dos mais amados pelos telespectadores. Entre suas maldades, tentou de todas as formas manchar a reputação do bom-moço Daniel (Fábio Assunção) para conquistar seu cargo no Grupo Cavalcanti. Além das tramoias contra o mocinho da trama, Olavo é lembrado pelo tórrido romance com Bebel (Camila Pitanga), uma prostituta cheia de "catiguria". A química entre os dois era tanta que o casal se destacou mais que os insossos protagonistas.

02º lugar: Barão de Montserrat de Direito de Amar



Poderoso banqueiro no Rio de Janeiro do início do século 20, o Barão de Montserrat controlava tudo e todos por conta de seu poder. Entre as maldades do vilão, estão manter a esposa trancada num quarto de sua mansão para fingir ser viúvo e exigir a jovem Rosália (Gloria Pires) como pagamento de uma dívida. Montserrat é, sem dúvida, o maior papel da carreira de Carlos Vereza e o mais importante dos vilões do autor Walter Negrão, que teve como base a radionovela de Janete Clair, A Noiva das Trevas.

01º lugar: Leôncio de A Escrava Isaura



Os novinhos que acompanharam a versão da Record para o clássico escrito por Bernardo Guimarães podem achar o Leôncio de Leopoldo Pacheco um cara mau. Isso porque muitos não presenciaram a força imagética produzida pela presença de Rubens de Falco em cena. Para ter uma ideia, o simples nome de Falco em uma novela se esperava um personagem carrasco. Rubens de Falco era sinônimo de horror puro. E tudo isso se deve a Leôncio Almeida, na versão escrita por Gilberto Braga. Inescrupuloso e cruel, o fazendeiro era completamente apaixonado pela escrava branca Isaura (Lucélia Santos). Antes de morrer, a mãe de Isaura deixou pra filha uma carta de alforria, mas o vilão escondeu o documento para manter a jovem consigo. Inconformado com a rejeição da doce Isaura, Leôncio atormentou a moça, a obrigando a trabalhar na fazenda e chegou a amarrá-la no tronco. Depois de tantas maldades, ele teve um triste fim: falido e sem o amor de Isaura, se matou. Saiu da vida e entrou para a história como o maior vilão da nossa teledramaturgia de todos os tempos.

Qual o seu vilão masculino favorito? Esqueci de mais algum? Diz aí!


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