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domingo, 7 de janeiro de 2018

Os maiores destaques positivos da TV aberta brasileira em 2017



Pensaram que não ia ter retrospectiva? Nananinanaão! Demorou, mas saiu! A primeira parte da retrospectiva 2017 do Eu Critico Tu Criticas lista os maiores destaques positivos da programação do ano que já se foi. A lista é elaborada baseada unicamente na opinião deste que vos escreve e, portanto, é sujeita a injustiças e esquecimentos. Acompanhem e depois deixem sua opinião nos comentários!

14º lugar: Power Couple Brasil

Tão boa quanto a primeira, a segunda temporada do Power Couple ofereceu bom entretenimento e diversão para aqueles que procuram apenas passar o tempo em frente a TV. Os casais desta edição foram escolhidos de um modo bem certeiro, com aqueles tradicionais perfis, que iam desde o casal bonitinho e fofo, o casal polêmico (Rafael Ilha sempre), o casal representando uma vibe mais alternativa e os famosos ex-famosos. A edição do programa também foi esperta, ágil e mostrou um pouco de tudo: intriga (mas sem forçar ao extremo), romance (que aqui fica restrito aos casais mesmos), diversão e muitas conversas, além de, claro, as provas físicas e de relacionamento. Roberto Justus continua sendo um nome que não combina tanto com o programa, mas, ainda assim, não prejudica muito o resultado final. O Power Couple Brasil se consolidou como um dos bons e divertidos realitys da TV dos últimos anos.

13º lugar: Popstar

Bem-sucedida missão de substituir o malfadado SuperStar. Alardeado como um "formato original", mais pareceu uma mistura de The Voice, SuperStar e Dança dos Famosos, com artistas conhecidos da Globo tendo a chance de mostrar à audiência que sabem cantar (alguns apenas tentaram). De qualquer forma, foi um programa divertido de se acompanhar. Popstar acertou ao mostrar os famosos fora de sua zona de conforto, mobilizando torcidas de modo que o público passou a torcer pelo seu ídolo. O elenco foi bem escolhido pela direção do programa, que apostou num time de forte apelo, carisma e muito talento. Fernanda Lima como apresentadora esteve ótima, muito mais solta e descontraída que nos tempos de SuperStar. Sua segunda temporada, já confirmada para meados desse ano, será muito bem-vinda.

12º lugar: Pesadelo na Cozinha

A Band foi feliz ao entregar a versão nacional do Kitchen Nightmares ao carismático Erick Jacquin, do (já cansativo) MasterChef. Em novo reality show, o francês aprontava poucas e boas ao orquestrar verdadeiras operações de guerra na tentativa de salvar restaurantes à beira da falência. Duro em suas análises dos pratos (foi comum vê-lo dizendo na cara dos participantes que sua criação era "muito ruim" ou "horrível"), mas terno em momentos estratégicos (tornando-o, assim, uma espécie de ogro simpático), a presença de Jacquin fez toda a diferença e tornou o programa um entretenimento da melhor qualidade.

11º lugar: Tamanho Família

Repetindo a boa impressão causada em 2016, sua segunda temporada serviu como um respiro na programação dominial dominada por sensacionalismo e apelação. A maior qualidade do semanal de Marcio Garcia (que é um poço de carisma no palco) é justamente essa: conseguir promover gincanas divertidas com famosos (ou seja, entreter) e, ao mesmo tempo, com os mesmos convidados causar emoção neles, nos familiares, plateia, no apresentador e em quem acompanha de casa, contagiando todo mundo. Mas não o tipo de emoção provocada pelos concorrentes de Garcia, às custas de desgraça alheia: as lágrimas vêm depois de lindas apresentações de pessoas queridas dos famosos. O único ponto negativo vai para a Globo: o Tamanho Família merecia temporadas maiores.

10º lugar: Carinha de Anjo

Desde que voltou a investir no filão de novelas infantis, o SBT só colheu bons resultados. E, a cada nova produção, percebe-se uma evolução, tanto técnica quanto criativa. Por isso mesmo, não é nenhum exagero afirmar que Carinha de Anjo é a melhor novela dentre todas já exibidas desde que a faixa foi criada. A saga de Dulce Maria (Lorena Queiroz) se mostra sempre encantadora e irresistível. As peripécias da menina realmente divertem e todos os personagens que orbitam em torno dela têm história para contar. O amor envolvendo seu pai, Gustavo (Carlo Porto), e a ex-freira Cecília (Bia Arantes), é do mais básico folhetim e, por isso, atrai tanto as crianças quanto os pais delas. Carinha de Anjo, assim, é um produto mais familiar, que agrada a todas as idades, além de ser cheia de tipos coadjuvantes carismáticos (como a Irmã Fabiana da eterna Rouge Karin Hills e a Tia Perucas da Priscila Sol). Sem nenhum sinal de cansaço e ainda cheia de fôlego, a versão nacional, mesmo com as gravações já encerradas, se mostra capaz de ir ainda mais longe.

09º lugar: Talk shows das madrugadas

Em meio a tantos talk shows engraçadinhos que surgiram nos últimos anos, apenas dois seguiram na briga diária pela audiência das madrugadas: o The Noite, do SBT, e o Programa do Porchat, da Record. Com um humor afiado e muitas vezes maroto, ambos os programas fecham o dia do telespectador com chave de ouro, entretendo com maestria. Danilo é massacrado por muitos por seu humor e suas opiniões, mas atualmente estamos vivendo em uma era em que todo mundo se leva a sério. Esse é o segredo dele: não se levar a sério e mostrar realmente o que ele acha. Não vive para agradar ninguém. Sem dúvida nenhuma, Danilo é o melhor antídoto contra a caretice que estamos vivendo. Embora seu The Noite tenha mais tempo de estrada e seja líder de audiência, Porchat não fica por baixo. Como entrevistador, não tem qualquer ambição de fazer entrevistas aprofundadas, mas consegue arrancar boas respostas de seus convidados ao usar o humor para desarmá-los. Nessa guerra entre os dois pela audiência, quem ganha somos nós em qualidade.

08º lugar: Bake Off Brasil

Sua terceira temporada demorou um pouco para estrear em 2017, porém, a espera não foi à toa, pois o programa realmente mostrou a que veio e se tornou o melhor reality culinários da TV atualmente na opinião desse que vos escreve. Quando foi anunciado que Carol Fiorentino iria substituir Ticiana Villas Boas após as polêmicas envolvendo o marido de Tici, muitos, inclusive eu, ficaram receosos quanto à isso, mas ela se mostrou um grande acerto, conseguindo comandar super bem o programa. Destaque também para os jurados Fabrizio Fasano Jr e Beca Milano: a química dos dois ficou perfeita. Vale destacar aqui também a qualidade do programa, a fotografia, a edição, o cenário, tudo absolutamente lindo, de encantar os olhos. Isso prova que quando o SBT quer e investe, faz sim bons programas.

07º lugar: Dois Irmãos

Uma verdadeira obra de arte na TV. Luiz Fernando Carvalho manteve intacta a sua assinatura, mas se mostrou mais acessível e menos lúdica e exótica que as suas produções anteriores, aumentando o pé na realidade. O tom barroco permaneceu, mas dialogou perfeitamente com a época e a trama em si. Deixando a plástica sempre eficiente da equipe do diretor de lado, Dois Irmãos também teve o mérito do texto afiado. A trama, apesar do ritmo lento, foi intensa, inquietante. A saga dos gêmeos Omar e Yaqub foi um forte drama familiar e humano cheio de camadas, impossível de se manter indiferente. Também não deu para ficar alheio com tantos bons atores em cena e tão entregues ao enredo. Aliás, também faz parte da assinatura do diretor o intenso trabalho de preparação de atores, arrancando de todos o seu melhor. Matheus Abreu, Antonio Fagundes, Eliane Giardini, Juliana Paes, Irandhir Santos, Antonio Calloni, Cauã Reymond... Todos plenos, viscerais e donos de grandes momentos.

06º lugar: Malhação - Viva A Diferença

Ela não reinventou a roda, longe disso. Os clichês do folhetim estão lá. Mas a sensibilidade e ousadia feita por Cao Hamburguer e toda a equipe é inédito se tratando de Malhação e deu um novo fôlego para a novelinha teen. Com as limitações que o horário tem, mas com criatividade, pela primeira vez o jovem se vê de verdade numa temporada de Malhação, que sempre retratou o universo jovem de maneira caricata, negando dilemas reais e experimentações que, de fato, todos nós vivemos quando somos adolescentes. A trama dinâmica e o texto muito bom de Cao reforçam isso. Além disso, poucas vezes um elenco jovem foi tão bem escalado. As cinco protagonistas dão um show particular diariamente no fim de tarde da Globo. Não dá pra falar que uma em si se destaca mais. Todas vão muito bem. O elenco coadjuvante também vai bem. A safra de novos talentos com potencial e carisma está bem grande. Definitivamente, Viva a Diferença é a melhor temporada da Malhação em muitos anos.

05º lugar: Novo Mundo

Revelando mais dois novos autores de novelas, Thereza Falcão e Alessandro Marso, com um texto maduro, inteligente e cheio de boas sacadas, fizeram de Novo Mundo uma grata surpresa. Dirigida com competência por Vinícius Coimbra, primou pelo capricho estético do primeiro ao último capítulo, mesclando contextos históricos com o folhetim tradicional, havendo espaço ainda para momentos de pura fantasia, remetendo a clássicos como Piratas do Caribe. Os autores conseguiram juntar perfis históricos que realmente existiram (como Dom Pedro/Caio Castro, sua primeira esposa Leopoldina/Letícia Colin e sua amante Domitila/Agatha Moreira) a outros meramente ficcionais com maestria, presenteando o telespectador com personagens bem construídos e, acima de tudo, carismáticos e com conflitos convidativos, sem poupar história. Isso porque a novela não teve barriga (período de enrolação, onde nada de relevante acontece), expondo a criatividade dos autores na elaboração de ótimas viradas ao longo do enredo (com alguns leves deslizes). Eles ainda foram felizes ao usar a temática histórica para fazer um paralelo com o Brasil atual.

04º lugar: Rock Story

Outra grata surpresa de uma estreante em novelas, Maria Helena Nascimento. Apostando menos na comédia infantil que vinha se tornando uma constante no horário (o que deu um respiro interessante à faixa) e mais dramática que suas antecessoras, a história mostrou que há um público para isso às sete da noite. Rock Story se destacou pelo enredo muito bem construído, no qual a autora criou diversas situações que funcionaram como uma espécie de "curinga", uma carta na manga que ela tinha para utilizar no momento certo. Assim, a novela não caiu no marasmo não economizando trama e foi propondo novos acontecimentos ao longo de toda a sua trajetória. Por isso mesmo, chegou ao final já sem um conflito grande, pois todos eles foram sendo resolvidos aos poucos, nas semanas derradeiras. Não é um demérito: é um sinal de que a trama funcionou. Tanto que não perdeu fôlego e nem audiência. Outra grande qualidade da história foi o desenvolvimento de personagens complexos, que foram muito além das caricaturas convencionais do "mocinho" e "vilão". Ninguém ali, dos protagonistas aos coadjuvantes, foi 100% bom ou 100% ruim, o que tornou as relações entre eles cheias de camadas e muito mais interessantes de se acompanhar.

03º lugar: Dancing Brasil

2017 não foi um ano bom para a Record. A emissora fez escolhas equivocadas, promoveu mudanças que não surtiram efeito e, ainda, passou meses fora do ar na TV paga, sendo o canal mais prejudicado no imbróglio envolvendo a joint venture Simba. Um de seus poucos destaques foi o talent show Dancing Brasil, sobretudo, pela qualidade de sua produção. A atração, semelhante à Dança dos Famosos da Globo, driblou as inevitáveis comparações ao oferecer grandes espetáculos de dança, numa estrutura que chamava a atenção pelo investimento e capricho. Cenários suntuosos, takes de câmera ousados, bom ritmo e jurados técnicos que (ao contrário dos do quadro do Faustão) realmente faziam críticas ácidas e certeiras aos "famosos" imprimiram um entretenimento da melhor qualidade nas noites de segunda-feira do canal. A grande audiência esperada, contudo, não veio. Mas, ao menos, serviu para apagar a má impressão do extinto Xuxa Meneghel. Mesmo com um excesso de texto que reduzia sua naturalidade, Xuxa esteve muito bem à frente do formato e colecionou elogios, ao contrário da repercussão de sua atração anterior.

02º lugar: Sob Pressão

2017 não foi lá um ano muito bom na produção de séries e minisséries da Globo. A única que ainda chamou atenção tanto de crítica, público e audiência foi Sob Pressão. Merecidamente, é claro. Derivada do filme de Andrucha Waddington, a série mostrou, com competência e alta voltagem dramática, o cotidiano de profissionais da saúde num centro hospitalar onde falta todo tipo de recurso. Apostando num segmento amplamente explorado pela TV estadunidense, o drama hospitalar, Sob Pressão o fez em consonância com a realidade nacional. Assim, não estava apenas bem servida de dramas humanos dos mais envolventes, como também serviu de plataforma para uma importante denúncia acerca do descaso dispensado à saúde do Brasil como um todo. A direção (Andrucha Waddington e Mini Kerti) impressionou. Toda a angústia da impotência dos médicos diante da precariedade de recursos para trabalhar foi expressa com sutileza e sensibilidade. A ação muitas vezes se desenrolou acertadamente lenta. Cenas longas serviram para agravar a sensação de que era preciso pressa para salvar vidas. Foi muito bom. O elenco também merece as melhores palavras, com um desfile de participações luxuosas a cada episódio. A segunda temporada será muito bem-vinda!

01º lugar: A Força do Querer

A redenção de Glória Perez após o samba do crioulo chamado Salve Jorge. Muitos foram os trunfos de A Força do Querer, que devolveu ao público o prazer de acompanhar a fio uma trama das nove. O folhetim foi feliz na abordagem sensível de vários assuntos espinhosos, na construção humana da relação dos personagens, no elenco muito bem escalado e na direção criativa de Rogério Gomes e Pedro Vasconcelos, que conseguiu fugir do lugar-comum, ao mesmo tempo em que mantiveram as características do gênero. A agilidade deu o tom destes 173 capítulos, em que a autora mostrou todo o seu poder de fogo e conhecimento acerca dos temas trabalhados. Todos aqueles diálogos eram extremamente próximos da realidade e do dia a dia dos telespectadores. O principal produto da Globo veio de forma clara para discutir sem rodeios todos os aspectos do mundo contemporâneo. Por tantos acertos, nada mais justo que A Força do Querer tenha se tornado um fenômeno de público, crítica, audiência e repercussão desde Avenida Brasil. A trama trouxe qualidades que mexeram com o público e mostrou que a novela, enquanto entretenimento e agente social, ainda tem uma força bastante duradoura.



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