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quarta-feira, 10 de janeiro de 2018

Os maiores destaques negativos da TV aberta brasileira em 2017



Depois de listar os maiores destaques positivos (relembre AQUI), eis a segunda parte da retrospectiva 2017 do Eu Critico Tu Criticas com tudo que teve de pior na programação do ano que já se foi. A lista é elaborada baseada unicamente na opinião deste que vos escreve e, portanto, é sujeita a injustiças e esquecimentos. Acompanhem e depois deixem sua opinião nos comentários!

17º lugar: Vade Retro

Quem esperava encontrar um novo Os Normais deu com a cara numa reedição de O Dentista Mascarado com toques de terror a la Zé do Caixão. Nem Tony Ramos e toda sua genialidade para dar vida ao próprio diabo conseguiu salvar a série, supostamente, de humor. O grande problema de Vade Retro foi na construção do texto. O maior trunfo da dupla Alexandre Young e Fernanda Machado em seus grandes trabalhos na TV eram os diálogos rápidos e cheios de ironia e humor corrosivo. Já em Vade Retro, para brincarem com o sobrenatural, usando da linguagem dos filmes de terror, os autores foram um tanto didáticos para explicar as situações absurdas do roteiro. E isso soou forçado. Piada precisa de ritmo, de timing. Lentas e de conteúdo pouco inspirado, as falas passaram longe da esgrima verbal que se espera de uma comédia.

16º lugar: Fim do Legendários

A Record não foi feliz em grande parte de suas decisões acerca de sua linha de shows em 2017. A principal delas ocorreu no início do ano, quando a emissora passou o Legendários das noites de sábado para a sexta-feira. O programa de Marcos Mion saiu de um horário consolidado para se aventurar num novo dia e se deu mal. A atração, no ar há sete anos, acabou cancelada. Uma perda tremenda para o público e para a própria Record. Besteirol espirituoso de primeira linha, o programa se assumiu como entretenimento puro e fez muito bem o que se propôs, sendo uma das pouquíssimas atrações da Record sem estar com o pé atolado no sensacionalismo e no dramalhão para ganhar audiência.

15º lugar: Amor e Sexo

Pelos temas que apresenta desde quando estreou, lá em 2009, Amor & Sexo sempre teve um pé ancorado no didatismo, mas sempre conseguiu ser um programa muito lúdico e divertido (já o coloquei na lista dos melhores do ano em retrospectivas passadas). Na temporada que estreou no final de janeiro de 2017, porém, a atração optou por uma mudança radical: a de dar lições de moral sérias sobre temas essenciais. Acabou caindo na chatice e virou um verdadeiro telecurso ao tratar de temas como feminismo, machismo, ideologia de gênero, entre outros. Por ser, acima de tudo, um programa de entretenimento, a temporada derrapou rude no didatismo, além de dificultar o debate de diferentes visões sobre um mesmo assunto.

14º lugar: Sophia Abrahão apresentadora

Ela é um fenômeno na internet e mobiliza milhares de fãs, que sobem hashtags a cada passo da moça e votam em prêmios populares. Mas será que "tudo" isso é o bastante para Sophia encarar o desafio de um programa ao vivo e ser efetivada como apresentadora na bancada do Vídeo Show? Definitivamente, não. Que os "tirulipos" me desculpem, mas a mulher é ruim demais! Sem experiência, nem conhecimento de TV, Sophia não acrescenta em nada na dinâmica do Vídeo Show e não consegue conversar com convidados com mais quilometragem de carreira. A presença dela ali é apenas uma prova de que qualquer pessoa pode cumprir exatamente a mesma posição. O grande atrativo de um programa ao vivo é poder improvisar, pirar, brincar e Sophia não tem o menor carisma para ser esse tipo de apresentadora. Nem pra ler o teleprompter direito ela serve. Sem jogo de cintura, a artista (que também atua e canta e, incrivelmente, também manda mal nas duas coisas) soa pouco natural lendo o texto do teleprompter e, quase sempre, se perde quando tenta fugir do roteiro, fazendo cara de paisagem.

13º lugar: O Rico e Lázaro

A Record conseguiu desgastar o formato de novela bíblica. Há dois anos que a emissora exibe no mesmo horário tramas com cenários e figurinos muito parecidos, dando a impressão de que é sempre a mesma novela. Não sei vocês, mas eu já estou cansado de ver tanta areia, figurinos suntuosos de reinos antigos, homens barbudos e cabeludos, falas empostadas e nomes esquisitos. É preciso diversificar. A trama em si também não foi livre de críticas, já que a história se revelou uma verdadeira "salada de chuchu sem tempero", enrolando seus trunfos por longos e longos meses para só "acontecer" nos momentos finais.

12º lugar: Belaventura

Mais um exemplo que prova que a Record, definitivamente, foi infeliz em sua dramaturgia em 2017. A trama de Belaventura não passa de uma colcha de retalhos de clichês de histórias medievais e de capa e espada. Isso não seria um problema, não fossem as limitações nos cenários, que acabam por limitar também o roteiro. Parece que a Record e a Casablanca (a produtora parceira) economizaram para as novelas bíblicas. Além disso, adota uma direção teatral – uma temeridade em se tratando de um elenco tão inexpressivo, onde somente poucos conseguem dar dignidade ao texto de Gustavo Reiz e não repetem as falas empostadamente.

11º lugar: A Fazenda - Nova Chance

A ideia de reunir ex-participantes de reality shows em A Fazenda foi muito interessante. Entretanto, na prática, a reunião de ex-realities não funcionou. A Fazenda – Nova Chance tentou fazer uma mistura explosiva, trazendo vários participantes polêmicos. Mas montar um cast de um reality show é quase como uma "alquimia" e nem sempre a mistura aparentemente a prova de erros vai funcionar. E foi o caso. Juntos, os participantes de A Fazenda – Nova Chance não renderam muito, o que tornou a competição modorrenta e opaca. Boa parte deles teimaram em repetir os mesmos erros de suas participações anteriores em seus respectivos realities. A outra parte, não renderam nem em seus realities anteriores, nem nessa. E ainda tivemos que suportar, logo após o fim do BBB17, a presença nefasta de Marcos Harter, que, ainda por cima, recebia uma proteção visível de Roberto Justus. O "período sabático" não foi suficiente para o público sentir saudades da atração e prestigiar esta nova temporada. O programa já vinha numa curva decrescente de interesse e esta curva se tornou ainda mais acentuada na nova fase.

10º lugar: Os Dias Eram Assim

Foi a primeira novela das onze a receber a esquisita nomenclatura de "supersérie". Contudo, ela não teve nada de "super", nem de "série". Foi, na verdade, uma autêntica novela, com todos os maiores clichês do gênero. O que não seria uma crítica por si só, caso fosse um enredo bem conduzido. Mas não foi o que aconteceu. O texto raso e arrastado e o pano de fundo tendencioso e maniqueísta do período militar (propositalmente ou não, as autoras não conseguiram traduzir a complexidade do período que retrataram) cansou o público, apesar de sua boa audiência. Ficou bastante claro que ela não tinha sustentação para durar 88 capítulos, enrolando sua trama principal até não poder mais (consequentemente, criando a famosa "barriga").

09º lugar: Cidade Proibida

Nada se salvou na série. Vladimir Brichta viveu um protagonista, o detetive Zózimo Barbosa, extremamente caricato. Usando sempre da mesma expressão (e olha que o ator já provou ter muitas), ele viveu um personagem raso. Mas o pecado maior estava no texto proibitivo de Cidade proibida. E sem um texto à altura, não há Vladimir que faça milagre. Os diálogos eram carregados de frases feitas e, pior, retratavam um modo de pensar que poderia até ser aceito socialmente em 1950. Falar, sem tom de ironia, sentenças que tratam a mulher como um mero objeto de prazer masculino soa, no mínimo, antiquado ou apenas datado. A narração do próprio Zózimo também atrapalhou o andamento e mais aborreceu do que divertiu.

08º lugar: Adnight Show

Com a fraca repercussão da primeira temporada de Adnight, a Globo reformulou a atração e a rebatizou como Adnight Show. Pois o programa de Marcelo Adnet não só continuou sem graça, como ainda ficou sem propósito e sem identidade. Sem foco, ele atira para todas as direções: é programa de auditório, de humor, de esquetes, mas, ao mesmo tempo, não se deixa aprofundar por nenhuma destas porções. No ar, parecia mistura de nada com coisa nenhuma. O humorista, que é bom de serviço, continua dando murro em ponta de faca em seus voos solos na Globo, que insiste em dar a ele, um improvisador de primeira, um programa ensaiadinho.

07º lugar: A Casa

Definitivamente, 2017 não foi um bom ano para o Marcos Mion. Além de perder seu Legendários, apresentou um dos piores reality shows de todos os tempos. A Casa é uma espécie de "Big Brother hard", no qual os participantes se submeteram a praticamente uma tortura física e psicológica em busca de um bom prêmio em dinheiro e, talvez, uns minutinhos de fama. Não conseguiram nem uma coisa, nem outra. 100 pessoas foram confinadas numa casa projetada apenas para 4 indivíduos, onde o prêmio de um milhão de reais era gasto ao longo das semanas para repor mantimentos e manter a casa. Não tinha a menor condição de acompanhar tanta gente em um mesmo ambiente (chegava a dar nervoso) e mal dava para decorar cinco nomes. A baixaria dos integrantes também ia tornando a competição insustentável e a audiência foi pífia.

06º lugar: Pega Pega

Eleita pelos nossos leitores a pior novela do ano de 2017 no Prêmio Eu Critico Tu Criticas (relembre AQUI). Com um humor infantiloide e bobo, o texto da autora foi por diversas vezes confuso. Sem deixar claro o que queria, Pega Pega jogava tramas na cara do público aleatoriamente, mas não aprofundava. Quando desenvolvia, desenvolvia mal. Parece que Claudia Souto só reparou que o roubo do Carioca Palace não dava uma novela com centenas de capítulos quando Pega Pega já estava no ar. Apesar dos seus robustos números de audiência, é uma das piores e mais enfadonhas novelas que já deu as caras no horário das sete. Já foi tarde!

05º lugar: Novos Trapalhões

Diferente do revival do Sai de Baixo ou do remake da Escolinha do Professor Raimundo, mesmo apesar de indiscutíveis boas atuações de Gui Santana, Mumuzinho e Lucas Veloso, a nova versão de Os Trapalhões não funcionou. Faltou o primordial para um programa de humor: fazer rir! Além disso, Nego do Borel esteve bem distante do hilário e saudoso Tião Macalé e Bruno Gissoni fez jus às críticas totalmente negativas que recebeu (falando sério, ele não devia nem tá ali, né?). Mesmo bem feitinha visualmente falando, os novos Trapalhões não funciona para seres humanos com idade mental superior a 14 anos. É bem infantil e mais próxima de A Turma do Didi, que, não por acaso, saiu do ar após perder público ao longo de seus últimos anos no ar.

04º lugar: Sem Volta

A Record tentou, mas não foi desta vez. Sem Volta prometeu, entrou com fôlego em seu primeiro capítulo no roteiro e em outros aspectos, mas tropeçou e não empolgou. Com overdose de violência nos episódios, flashbacks fracos e confusos, distribuídos em um enredo parado em poucas ambientações (o que não deu ideia de movimento) e subestimando o público com didatismo e obviedade, a série cansou o telespectador que se lançou a ver os 13 episódios. Isso sem falar em Dois Irmãos, que roubou a cena e ofuscou qualquer tentativa de brilho da concorrência. De modo geral, Sem Volta perdeu seu potencial e passou despercebida.

03º lugar: BBB17

Após uma aparente boa seleção de participantes, priorizando a diversidade, o reality se mostrou tedioso e repleto de pessoas sem carisma, atitude e lealdade alguma. Para culminar, a apresentação de Tiago Leifert se mostrou inconstante e a edição ultrapassou todos os limites da parcialidade, beneficiando claramente alguns jogadores – o casalzinho Marcos e Emilly (o Doutor Machista e a Serpemilly) –, influenciando o telespectador de forma descarada. E vários outros problemas foram detectados ao longo das semanas, como novos quadros que não surtiram o efeito desejado e tentativas fracassadas de movimentar um jogo morto. A décima sétima temporada do Big Brother Brasil pode ser definida em duas palavras: catastrófica e esquecível.

02º lugar: A Lei do Amor

Nem de longe lembrou outras novelas assinadas por Maria Adelaide Amaral e Vicente Villari, como Sangue Bom e TiTiTi, elogiadas por terem textos inteligentes com ótimas sacadas. A Lei do Amor estreou com potencial para ser um verdadeiro thriller na televisão, mas a audiência capengou e as mudanças não demoraram a aparecer. E foi aí que o que já era ruim ficou ainda pior. Descaracterizada e sem rumo, o folhetim testou a paciência do público com tramas chatas, bobas e repetitivas, situações pra lá de inverossímeis e conduções equivocadas no roteiro, além de personagens pouco cativantes que sofriam transformações esdrúxulas de personalidade quando era convencional ao roteiro. Foi A Lei do Horror, isso sim!

01º lugar: Lazinho com Você

O novo programa de Lázaro Ramos acabou ficando de fora da seleção do Prêmio Eu Critico Tu Criticas 2017, mas não poderia esquecer de colocá-lo nessa retrospectiva. O Lazinho com Você é o mais novo relicário dos vícios que condenaram o domingo televisivo à prisão perpétua das lágrimas e do assistencialismo. Muito simpático, Lázaro passa o programa inteiro nas ruas do Brasil. Seu papel é glorificar a pobreza do povo, mostrando que o esgoto a céu aberto pode ser compensado com capoeira, abraços e sorrisos amarelos. Tudo em Lazinho com Você é colaborativo. Das vinhetas às coreografias, nada escapa da sanha contemporânea do todos-somos-um-e-juntos-não-existe-mal-nenhum. Com a informalidade forçada do Esquenta, da Regina Casé, em resumo, é um textão do facebook patrocinado pela Globo. Tedioso, foi um ótimo convite para se tirar aquele cochilo gostoso após o almoço em família de domingo.

Um comentário:

  1. Faz um texto sobre " A próxima vítima " é minha novela favorita!!!

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