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quarta-feira, 10 de janeiro de 2018

Os maiores destaques negativos da TV aberta brasileira em 2017



Depois de listar os maiores destaques positivos (relembre AQUI), eis a segunda parte da retrospectiva 2017 do Eu Critico Tu Criticas com tudo que teve de pior na programação do ano que já se foi. A lista é elaborada baseada unicamente na opinião deste que vos escreve e, portanto, é sujeita a injustiças e esquecimentos. Acompanhem e depois deixem sua opinião nos comentários!

17º lugar: Vade Retro

Quem esperava encontrar um novo Os Normais deu com a cara numa reedição de O Dentista Mascarado com toques de terror a la Zé do Caixão. Nem Tony Ramos e toda sua genialidade para dar vida ao próprio diabo conseguiu salvar a série, supostamente, de humor. O grande problema de Vade Retro foi na construção do texto. O maior trunfo da dupla Alexandre Young e Fernanda Machado em seus grandes trabalhos na TV eram os diálogos rápidos e cheios de ironia e humor corrosivo. Já em Vade Retro, para brincarem com o sobrenatural, usando da linguagem dos filmes de terror, os autores foram um tanto didáticos para explicar as situações absurdas do roteiro. E isso soou forçado. Piada precisa de ritmo, de timing. Lentas e de conteúdo pouco inspirado, as falas passaram longe da esgrima verbal que se espera de uma comédia.

16º lugar: Fim do Legendários

A Record não foi feliz em grande parte de suas decisões acerca de sua linha de shows em 2017. A principal delas ocorreu no início do ano, quando a emissora passou o Legendários das noites de sábado para a sexta-feira. O programa de Marcos Mion saiu de um horário consolidado para se aventurar num novo dia e se deu mal. A atração, no ar há sete anos, acabou cancelada. Uma perda tremenda para o público e para a própria Record. Besteirol espirituoso de primeira linha, o programa se assumiu como entretenimento puro e fez muito bem o que se propôs, sendo uma das pouquíssimas atrações da Record sem estar com o pé atolado no sensacionalismo e no dramalhão para ganhar audiência.

15º lugar: Amor e Sexo

Pelos temas que apresenta desde quando estreou, lá em 2009, Amor & Sexo sempre teve um pé ancorado no didatismo, mas sempre conseguiu ser um programa muito lúdico e divertido (já o coloquei na lista dos melhores do ano em retrospectivas passadas). Na temporada que estreou no final de janeiro de 2017, porém, a atração optou por uma mudança radical: a de dar lições de moral sérias sobre temas essenciais. Acabou caindo na chatice e virou um verdadeiro telecurso ao tratar de temas como feminismo, machismo, ideologia de gênero, entre outros. Por ser, acima de tudo, um programa de entretenimento, a temporada derrapou rude no didatismo, além de dificultar o debate de diferentes visões sobre um mesmo assunto.

14º lugar: Sophia Abrahão apresentadora

Ela é um fenômeno na internet e mobiliza milhares de fãs, que sobem hashtags a cada passo da moça e votam em prêmios populares. Mas será que "tudo" isso é o bastante para Sophia encarar o desafio de um programa ao vivo e ser efetivada como apresentadora na bancada do Vídeo Show? Definitivamente, não. Que os "tirulipos" me desculpem, mas a mulher é ruim demais! Sem experiência, nem conhecimento de TV, Sophia não acrescenta em nada na dinâmica do Vídeo Show e não consegue conversar com convidados com mais quilometragem de carreira. A presença dela ali é apenas uma prova de que qualquer pessoa pode cumprir exatamente a mesma posição. O grande atrativo de um programa ao vivo é poder improvisar, pirar, brincar e Sophia não tem o menor carisma para ser esse tipo de apresentadora. Nem pra ler o teleprompter direito ela serve. Sem jogo de cintura, a artista (que também atua e canta e, incrivelmente, também manda mal nas duas coisas) soa pouco natural lendo o texto do teleprompter e, quase sempre, se perde quando tenta fugir do roteiro, fazendo cara de paisagem.

13º lugar: O Rico e Lázaro

A Record conseguiu desgastar o formato de novela bíblica. Há dois anos que a emissora exibe no mesmo horário tramas com cenários e figurinos muito parecidos, dando a impressão de que é sempre a mesma novela. Não sei vocês, mas eu já estou cansado de ver tanta areia, figurinos suntuosos de reinos antigos, homens barbudos e cabeludos, falas empostadas e nomes esquisitos. É preciso diversificar. A trama em si também não foi livre de críticas, já que a história se revelou uma verdadeira "salada de chuchu sem tempero", enrolando seus trunfos por longos e longos meses para só "acontecer" nos momentos finais.

12º lugar: Belaventura

Mais um exemplo que prova que a Record, definitivamente, foi infeliz em sua dramaturgia em 2017. A trama de Belaventura não passa de uma colcha de retalhos de clichês de histórias medievais e de capa e espada. Isso não seria um problema, não fossem as limitações nos cenários, que acabam por limitar também o roteiro. Parece que a Record e a Casablanca (a produtora parceira) economizaram para as novelas bíblicas. Além disso, adota uma direção teatral – uma temeridade em se tratando de um elenco tão inexpressivo, onde somente poucos conseguem dar dignidade ao texto de Gustavo Reiz e não repetem as falas empostadamente.

11º lugar: A Fazenda - Nova Chance

A ideia de reunir ex-participantes de reality shows em A Fazenda foi muito interessante. Entretanto, na prática, a reunião de ex-realities não funcionou. A Fazenda – Nova Chance tentou fazer uma mistura explosiva, trazendo vários participantes polêmicos. Mas montar um cast de um reality show é quase como uma "alquimia" e nem sempre a mistura aparentemente a prova de erros vai funcionar. E foi o caso. Juntos, os participantes de A Fazenda – Nova Chance não renderam muito, o que tornou a competição modorrenta e opaca. Boa parte deles teimaram em repetir os mesmos erros de suas participações anteriores em seus respectivos realities. A outra parte, não renderam nem em seus realities anteriores, nem nessa. E ainda tivemos que suportar, logo após o fim do BBB17, a presença nefasta de Marcos Harter, que, ainda por cima, recebia uma proteção visível de Roberto Justus. O "período sabático" não foi suficiente para o público sentir saudades da atração e prestigiar esta nova temporada. O programa já vinha numa curva decrescente de interesse e esta curva se tornou ainda mais acentuada na nova fase.

10º lugar: Os Dias Eram Assim

Foi a primeira novela das onze a receber a esquisita nomenclatura de "supersérie". Contudo, ela não teve nada de "super", nem de "série". Foi, na verdade, uma autêntica novela, com todos os maiores clichês do gênero. O que não seria uma crítica por si só, caso fosse um enredo bem conduzido. Mas não foi o que aconteceu. O texto raso e arrastado e o pano de fundo tendencioso e maniqueísta do período militar (propositalmente ou não, as autoras não conseguiram traduzir a complexidade do período que retrataram) cansou o público, apesar de sua boa audiência. Ficou bastante claro que ela não tinha sustentação para durar 88 capítulos, enrolando sua trama principal até não poder mais (consequentemente, criando a famosa "barriga").

09º lugar: Cidade Proibida

Nada se salvou na série. Vladimir Brichta viveu um protagonista, o detetive Zózimo Barbosa, extremamente caricato. Usando sempre da mesma expressão (e olha que o ator já provou ter muitas), ele viveu um personagem raso. Mas o pecado maior estava no texto proibitivo de Cidade proibida. E sem um texto à altura, não há Vladimir que faça milagre. Os diálogos eram carregados de frases feitas e, pior, retratavam um modo de pensar que poderia até ser aceito socialmente em 1950. Falar, sem tom de ironia, sentenças que tratam a mulher como um mero objeto de prazer masculino soa, no mínimo, antiquado ou apenas datado. A narração do próprio Zózimo também atrapalhou o andamento e mais aborreceu do que divertiu.

08º lugar: Adnight Show

Com a fraca repercussão da primeira temporada de Adnight, a Globo reformulou a atração e a rebatizou como Adnight Show. Pois o programa de Marcelo Adnet não só continuou sem graça, como ainda ficou sem propósito e sem identidade. Sem foco, ele atira para todas as direções: é programa de auditório, de humor, de esquetes, mas, ao mesmo tempo, não se deixa aprofundar por nenhuma destas porções. No ar, parecia mistura de nada com coisa nenhuma. O humorista, que é bom de serviço, continua dando murro em ponta de faca em seus voos solos na Globo, que insiste em dar a ele, um improvisador de primeira, um programa ensaiadinho.

07º lugar: A Casa

Definitivamente, 2017 não foi um bom ano para o Marcos Mion. Além de perder seu Legendários, apresentou um dos piores reality shows de todos os tempos. A Casa é uma espécie de "Big Brother hard", no qual os participantes se submeteram a praticamente uma tortura física e psicológica em busca de um bom prêmio em dinheiro e, talvez, uns minutinhos de fama. Não conseguiram nem uma coisa, nem outra. 100 pessoas foram confinadas numa casa projetada apenas para 4 indivíduos, onde o prêmio de um milhão de reais era gasto ao longo das semanas para repor mantimentos e manter a casa. Não tinha a menor condição de acompanhar tanta gente em um mesmo ambiente (chegava a dar nervoso) e mal dava para decorar cinco nomes. A baixaria dos integrantes também ia tornando a competição insustentável e a audiência foi pífia.

06º lugar: Pega Pega

Eleita pelos nossos leitores a pior novela do ano de 2017 no Prêmio Eu Critico Tu Criticas (relembre AQUI). Com um humor infantiloide e bobo, o texto da autora foi por diversas vezes confuso. Sem deixar claro o que queria, Pega Pega jogava tramas na cara do público aleatoriamente, mas não aprofundava. Quando desenvolvia, desenvolvia mal. Parece que Claudia Souto só reparou que o roubo do Carioca Palace não dava uma novela com centenas de capítulos quando Pega Pega já estava no ar. Apesar dos seus robustos números de audiência, é uma das piores e mais enfadonhas novelas que já deu as caras no horário das sete. Já foi tarde!

05º lugar: Novos Trapalhões

Diferente do revival do Sai de Baixo ou do remake da Escolinha do Professor Raimundo, mesmo apesar de indiscutíveis boas atuações de Gui Santana, Mumuzinho e Lucas Veloso, a nova versão de Os Trapalhões não funcionou. Faltou o primordial para um programa de humor: fazer rir! Além disso, Nego do Borel esteve bem distante do hilário e saudoso Tião Macalé e Bruno Gissoni fez jus às críticas totalmente negativas que recebeu (falando sério, ele não devia nem tá ali, né?). Mesmo bem feitinha visualmente falando, os novos Trapalhões não funciona para seres humanos com idade mental superior a 14 anos. É bem infantil e mais próxima de A Turma do Didi, que, não por acaso, saiu do ar após perder público ao longo de seus últimos anos no ar.

04º lugar: Sem Volta

A Record tentou, mas não foi desta vez. Sem Volta prometeu, entrou com fôlego em seu primeiro capítulo no roteiro e em outros aspectos, mas tropeçou e não empolgou. Com overdose de violência nos episódios, flashbacks fracos e confusos, distribuídos em um enredo parado em poucas ambientações (o que não deu ideia de movimento) e subestimando o público com didatismo e obviedade, a série cansou o telespectador que se lançou a ver os 13 episódios. Isso sem falar em Dois Irmãos, que roubou a cena e ofuscou qualquer tentativa de brilho da concorrência. De modo geral, Sem Volta perdeu seu potencial e passou despercebida.

03º lugar: BBB17

Após uma aparente boa seleção de participantes, priorizando a diversidade, o reality se mostrou tedioso e repleto de pessoas sem carisma, atitude e lealdade alguma. Para culminar, a apresentação de Tiago Leifert se mostrou inconstante e a edição ultrapassou todos os limites da parcialidade, beneficiando claramente alguns jogadores – o casalzinho Marcos e Emilly (o Doutor Machista e a Serpemilly) –, influenciando o telespectador de forma descarada. E vários outros problemas foram detectados ao longo das semanas, como novos quadros que não surtiram o efeito desejado e tentativas fracassadas de movimentar um jogo morto. A décima sétima temporada do Big Brother Brasil pode ser definida em duas palavras: catastrófica e esquecível.

02º lugar: A Lei do Amor

Nem de longe lembrou outras novelas assinadas por Maria Adelaide Amaral e Vicente Villari, como Sangue Bom e TiTiTi, elogiadas por terem textos inteligentes com ótimas sacadas. A Lei do Amor estreou com potencial para ser um verdadeiro thriller na televisão, mas a audiência capengou e as mudanças não demoraram a aparecer. E foi aí que o que já era ruim ficou ainda pior. Descaracterizada e sem rumo, o folhetim testou a paciência do público com tramas chatas, bobas e repetitivas, situações pra lá de inverossímeis e conduções equivocadas no roteiro, além de personagens pouco cativantes que sofriam transformações esdrúxulas de personalidade quando era convencional ao roteiro. Foi A Lei do Horror, isso sim!

01º lugar: Lazinho com Você

O novo programa de Lázaro Ramos acabou ficando de fora da seleção do Prêmio Eu Critico Tu Criticas 2017, mas não poderia esquecer de colocá-lo nessa retrospectiva. O Lazinho com Você é o mais novo relicário dos vícios que condenaram o domingo televisivo à prisão perpétua das lágrimas e do assistencialismo. Muito simpático, Lázaro passa o programa inteiro nas ruas do Brasil. Seu papel é glorificar a pobreza do povo, mostrando que o esgoto a céu aberto pode ser compensado com capoeira, abraços e sorrisos amarelos. Tudo em Lazinho com Você é colaborativo. Das vinhetas às coreografias, nada escapa da sanha contemporânea do todos-somos-um-e-juntos-não-existe-mal-nenhum. Com a informalidade forçada do Esquenta, da Regina Casé, em resumo, é um textão do facebook patrocinado pela Globo. Tedioso, foi um ótimo convite para se tirar aquele cochilo gostoso após o almoço em família de domingo.

segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

O Melhor e o Pior da Semana (15 à 28/1)



   O MELHOR DA SEMANA   


Dois Irmãos


Apesar de o estilo de Luiz Fernando Carvalho dividir opiniões (para seus amantes, um defensor da arte; para seus detratores, exagerado e repetitivo), o diretor soube produzir uma adaptação fiel à obra original de Dois Irmãos. Diminuiu-se o tom lúdico e os figurinos excessivamente exóticos e aumentou o pé na realidade, visto na constituição da Manaus entre os anos 1920 e 1980, traduzida em belos cenários e fotografia deslumbrante. O tom barroco permaneceu, mas dialogou perfeitamente com a época e a trama em si. Com isso, não afugentou o público um tanto avesso às novidades e sem precisar abrir mão da qualidade para isso. Não há dúvidas de que Dois Irmãos foi uma verdadeira obra de arte na TV.

Dois Irmãos também teve o mérito do texto afiado. A trama, adaptação de Maria Camargo da obra de Milton Hatoum, foi intensa, inquietante, cheia de elementos capazes de fisgar o público. A saga dos gêmeos Omar e Yaqub traduziu a eterna luta do bem e do mal e a dicotomia das relações humanas. Trata-se de uma saga bíblica, desde Caim e Abel, colocando irmãos em pontos opostos, vértices de uma disputa eterna. Aqui, a distância entre Omar e Yaqub pode ter sido construída ainda na infância, com a escolha meio inexplicável da mãe entre um e outro. Zana cuidou de Omar, o protegeu e o escolheu para ficar ao seu lado quando precisou separar os irmãos, mandando Yaqub para o Líbano. O tempo e a distância, no entanto, não fizeram diminuir a rivalidade entre ambos, muito pelo contrário, gerando novos conflitos e tragédias. Ou seja, um drama familiar e humano cheio de camadas, e é impossível o público ficar indiferente.

Houve quem acusasse Dois Irmãos de ser lenta, arrastada ou enfadonha. Concordo com o lenta, mas discordo veementemente do arrastada e enfadonha. Dois Irmãos andou ao seu próprio ritmo, com pausas e sinalizações herdadas da literatura, mas que destoam do ritmo veloz da TV de hoje, daí a estranheza. No entanto, tais pausas e contemplações foram fundamentais para que o público criasse seus laços com os personagens e as situações, compreendendo seus movimentos. Neste contexto, Dois Irmãos mandou um recado claro para a audiência: não importa se o ritmo é lento ou veloz, desde que haja uma história e um motivo claro para determinar qual o melhor tom da velocidade. Precisamos ir além da atual máxima que prega que apenas obras com ritmo de YouTube ou de séries americanas fazem sucesso nos dias de hoje.

Isso sem falar no incrível trabalho dos atores, sendo impossível apontar quem foi melhor. Antonio Fagundes (Halim), Eliane Giardini (Zana), Juliana Paes (Zana), Irandhir Santos (Nael), Antonio Calonni (Halim), todos tão plenos, viscerais e entregues ao enredo e donos de grandes momentos. O jovem Matheus Abreu foi uma grata revelação. E Cauã Reymond, surpreendentemente, mesmo com uma imagem um tanto saturada depois de tantos trabalhos repetitivos seguidos, mostrou seu melhor momento na TV. Omar e Yaqub eram distintos e o trabalho do ator deixou isso bem claro ao público. Os momentos finais da minissérie foram todos de Fagundes (principalmente na excelente e emocionante sequência da morte de Halim), Cauã (se destacando no repulsivo momento em que Omar agrediu e xingou o pai morto) e Eliane (interpretando com precisão toda a decadência de Zana após a morte do marido e seu processo de agravamento da loucura). Como toda regra sempre tem uma exceção, Bárbara Evans (Lívia) já é uma forte candidata ao título de pior atriz do ano. Sua única cena revelante em toda a minissérie foi quando fez sexo com o personagem do Cauã. Também achei surreal o Irandhir Santos ser filho do Cauã Reymond. Poderiam ter envelhecido o Cauã com uma boa maquiagem ou então terem chamado um ator mais novo para viver Nael. Mas o talento do Irandhir compensou tamanho erro de escalação na passagem de tempo. De qualquer forma, Dois Irmãos encerrou sua trajetória abrindo a programação 2017 da Globo com chave de ouro.

Pesadelo na Cozinha


Nesta semana, a Band estreou Pesadelo na Cozinha, sob comando de Erick Jacquin, onde o jurado do MasterChef agora enfrenta as agruras dos donos de restaurantes que vão de mal a pior. Nesta estreia, o chef conheceu o escondidinho da Amada. Porém, o maior problema não residia no estabelecimento comercial em si, mas em Fernando, o marido de Amada. Jacquin encarna a figura de Supernanny dos restaurantes. Ele observa o movimento, percebe os pontos fracos e, em um receituário, passa sugestões para o incremento do local. Cris Poli fazia o mesmo com os pais das crianças. E, em muitas oportunidades, os filhos não eram o real problema, mas sim os pais que escreveram para o programa do SBT. E isso aconteceu no Pesadelo da Cozinha. A convivência nada pacífica de marido e esposa no ambiente de trabalho prejudicava todo o resto. E, nos momentos finais, um final feliz apareceu. Restaurante reformado. Novo menu. Amada e Fernando em clima de respeito mútuo. O programa apresentou um bom ritmo. Jacquin comanda com sobriedade sem humilhar os socorridos (ao contrário do que rola no MasterChef).

Tardes de domingo da Globo


Em sua segunda temporada, o ótimo The Voice Kids agora conta com o comando de André Marques no lugar do Tiago Leifert. André atinge o objetivo de entrelaçar o show do palco com a tensão dos bastidores. A substituição não prejudicou o ritmo do talent show. Thalita Rebouças também é outra novidade. Ela cumpre a função de assistente no programa. E muito bem, por sinal. O júri é a grande base para a competição. Ivete Sangalo, Carlinhos Brown e a dupla Victor e Leo formam uma boa bancada (apesar de já não aturar mais ver a cara do Carlinhos nos dois realities). Eles têm a preocupação de passar incentivo até para aqueles eliminados da disputa. O telespectador fica encantado com o show das crianças e jovens. The Voice Kids tem o mérito de valorizar o cancioneiro nacional. É rara a aparição de músicas em inglês ou espanhol. Menos de 20% do repertório. Os jurados claramente escolhem uma voz "kid". Eliminam de supetão os(as) candidatos(as) que cantam como adultos. E isso é certíssimo. A Globo acertou na grade de programação. A divertidíssima Nova Escolinha do Professor Raimundo e o The Voice Kids formam uma boa dupla para se assistir durante o almoço nas tardes de domingo da Globo. Ótima opção para quem procura QUALIDADE e não apelação.

Volta do Tá no Ar - A TV na TV


E o Tá no Ar  voltou com tudo, mostrando que Marcelo Adnet, Marcius Melhem e companhia estão cada vez melhores na função de transformar o efeito zapping numa divertida e esperta paródia do cotidiano nacional. Seja emulando programas conhecidos, parodiando comerciais ou simplesmente exercitando o melhor do besteirol, Tá no Ar segue como o melhor programa de humor da televisão brasileira na atualidade. No atual contexto político nacional, o que não faltam são assuntos que podem ser tratados de maneira crítica, irônica e, ao mesmo tempo, engraçada. Isso pôde ser visto nesta estreia com a chamada do filme "A Dama da Delação", atração do "canal Brasília". No enredo, muita sacanagem, ou seja, esquema de corrupção, tudo sendo gravado por uma moça, digamos, saliente. Ótima sacada! Outra esquete divertida parodiava o comercial de um supermercado do Rio de Janeiro, onde um animado garoto-propaganda anunciava demissões em massa num momento de crise ("Recessão, não tem contratação!"). E a atração colocou o dedo na ferida de maneira contundente ao parodiar o comercial do Banco do Brasil, com o slogan "Branco no Brasil: há mais de 500 anos levando vantagem". Bingo!

Tá no Ar atira para todos os lados e não perdoa grupo nenhum, como foi visto na esquete "Crentes", uma brincadeira com o seriado Friends, mas formado por um grupo de evangélicos. No canal ao lado, Silvio Santos segue com seus "greatest hits" e canta sua própria versão de "Bem que se Quis", cuja letra comemorava o fato de ele ter dito Jequiti na Globo sem ser notado. Impagável! Outra qualidade do Tá no Ar é saber manter quadros fixos sem cansar. Estão de volta sucessos como o "Jardim Urgente", sempre denunciando conflitos provocados por crianças (e o indefectível "Foca em mim!", besteirol que parece não perder a validade), ou o militante esquerdista, personagem de Marcelo Adnet que repete as mais variadas teorias da conspiração contra "a réde Glóbo de televisão". Novidade da última temporada, o Te Prendi na TV, paródia de programas de João Kleber, segue no ar, desta vez tentando descobrir quem é a celebridade oculta. "Será o Celso Portiolli?", perguntou o apresentador à sua animada plateia. Ver a Sandy relembrando os velhos tempos da série Sandy e Júnior e falando um monte de palavrões não teve preço!

Se continuar tão inspirado assim, Tá no Ar terá vida longa. Sorte a nossa!


     O PIOR DA SEMANA     


Tom didático do Amor e Sexo



A maior qualidade do Amor e Sexo é justamente conseguir tocar em assuntos importantes de uma maneira leve, divertida e para desmistificar alguns temas. Porém, infelizmente, na estreia da sua décima temporada, o programa pesou a mão. O tom adotado para debater feminismo e a questão de gêneros, por exemplo, foi de um tremendo didatismo. O entretenimento ficou em segundo plano (quiçá, em terceiro). Não adianta pensar que o formato de programa de auditório é capaz de popularizar discussões mais sérias e aprofundadas. Não funciona. Os melhores momentos do programa foi, justamente, quando deixou de lado o tom pseudo-educativo e partiu para as brincadeiras e opiniões aleatórias e para a galhofa. Fica muito mais divertido. Fernanda Lima é linda, simpática, divertida e comanda muito bem o Amor e Sexo. Espero que o programa volte a equilibrar entretenimento e informação nos próximos episódios, como sempre fez tão bem.

Descaso do JN com a morte de Russo


Tudo bem que o Russo nos últimos tempos estava brigado com a Globo, mas o Jornal Nacional ignorar a sua morte na edição deste sábado (28) foi algo grotesco. Não estou falando nem de fazerem uma homenagem, mas a questão é que não houve nenhum comentário sequer a respeito, nada. O Russo é só o maior e mais famoso assistente de palco da história da TV brasileira, já tendo trabalhado com Chacrinha, Angélica, Xuxa, Faustão e Luciano Huck. Não merecia esse descaso. Atitude lamentável e desrespeitosa!

Nova temporada de Cidade dos Homens


Para quem acompanhou a série que marcou os anos 2000 na TV, foi decepcionante essa sua reeleitura. Na prática, a nova temporada de Cidade dos Homens (que mostrou que rumo tomaram as vidas de Acerola/Douglas Silva e Laranjinha/Darlan Cunha dez anos após a conclusão da série original) nada mais foi do que um prato requentado, com passagens das temporadas anteriores sendo relembradas ao longo dos três episódios iniciais, onde apenas o quarto e último teve uma história totalmente inédita. Sem falar também que deixaram de lado todo o (ótimo) tom documental em mostrar a realidade da favela, marca registrada da série, para dar lugar a uma trama pra lá de melodramática: uma enorme quantia de dinheiro do traficante do morro é encontrada, levando ao dilema de devolver ou não, já que o dinheiro salvaria a vida do filho de Laranjinha, que tem uma doença grave e precisava ser operado urgentemente. Esperava mais...

Sem Volta


A Record tentou, mas não foi desta vez. Sem Volta prometeu, entrou com fôlego em seu primeiros capítulos no roteiro e em outros aspectos, mas tropeçou e não empolgou. Com overdose de violência nos episódios, cenas de ação que pareciam terem sido criadas só para enrolar e não levavam a história para lugar nenhum, flashbacks fracos e confusos, distribuídos em um enredo parado em poucas ambientações (o que não deu ideia de movimento), Sem Volta se mostrou cansativo na maior parte dos seus 13 episódios. De modo geral, Sem Volta perdeu seu potencial, passou despercebida e deve fazer jus ao nome, talvez até para produções similares.

A Lei da Incoerência e do Dramalhão


Sabe uma velha senhora chamada coerência? Ela anda passando bem longe de A Lei do Amor, que parece ter aderido de vez ao mantra de Glória Perez em Salve Jorge: "vamos voar!". Além da eliminação sem controle de alguns personagens que mereciam ficar na trama e a chegada de outros que inexplicavelmente brotam do nada na história, um dos últimos absurdos se centraliza na volta da Isabela (Alice Weigmann), que, dada como morta depois de ser jogada de uma lancha no mar, reaparece vingativa como Marina. Até ai, ok. O problema é o fato de vários personagens que conviveram com a Isabela sequer acharem a Marina parecida com ela, com exceção de Tião (José Mayer), o único ser que mostrou ter mais de dois neurônios. Jura que bastou pintar o cabelo da menina de preto, tirarem a franjinha característica, enfiarem um óculos de grau E NINGUÉM RECONHECEU ELA?! Tá, né...

E tudo só piorou no capítulo da última terça (24). Magnólia (Vera Holtz) foi desmascarada diante de todos, tendo seu caso de mais de 20 anos como o genro Ciro (Thiago Lacerda) exposto durante uma exposição. A vilã foi xingada, humilhada, estapeada pela filha, jogada no chão pelo Fausto (que, mesmo doente, sabe-se lá como encontrou tanta força para derrubá-la, mas tudo bem) e ainda levou um soco de Tião. Ufa! Lembra daquelas grandes sequências de revelações bombásticas em família ou em festas na fase de ouro das novelas do Manoel Carlos (como quando Clara revelou pra todo mundo que Capitu era prostituta em Laços de Família)? Então... Não chegou nem perto! Do início ao fim, o exagero deu o tom do capítulo. A fraca direção, o texto pra lá de mexicanizado e os cortes que iam acontecendo deixou tudo muito anticlímax: começou intensa e, de tanto enrolar, terminou morna e bem fraquinha. Mas o pior ainda estava por vir. No final do capítulo, Fausto teve algum tipo de ataque que atingiu todos os índices da cafonice. A cena continua com ele moribundo, deitado na cama, já próximo da morte, com toda a sua família em volta. Fraco, o personagem tem tempo de se despedir de um por um. E enquanto isso acontece, ninguém teve a brilhante ideia de chamar um médico ou uma ambulância para tentar salvar a vida do homem. Ficaram lá, esperando a Dona Morte levá-lo. Afinal, Fausto estava superbem há apenas alguns instantes e, repentinamente, sofreu um problema. Como diria uma certa pensadora contemporânea, gente velha é um perigo, morre por qualquer coisinha... E assim encerra-se a participação de Tarcísio Meira em A Lei do Amor. Ele, que passou a maior parte do tempo deitado numa cama e vinha formando uma dupla até que divertida com Grazi Massafera (Luciane), quando finalmente deu a volta por cima, morre. Enquanto isso, Chatícia, Mileide, Sansão, Padre Paulo, Edu, Olavo e aqueles frentistas seguem firmes e fortes.


Dudu Camargo fazendo strip-tease no SBT Notícias




Preciso nem comentar, né? Está cada vez mais difícil levar o jornalismo do SBT a sério...

domingo, 21 de fevereiro de 2016

O Melhor e o Pior da Semana (14 à 20/02)





O MELHOR DA SEMANA


A volta de Kiki à mansão dos Stewarts



Dois atores, em especial, vem suprindo a falta que Cássia Kis faz, desde que Djanira foi assassinada, em A Regra do Jogo: José de Abreu e Deborah Evelyn, que, na minha opinião, são as melhores atuações da trama. Depois de revelado que seu personagem é o Pai da facção, o ator tem tido grandes cenas. Ele foi bem adotado pela diretora Amora Mautner desde Avenida Brasil, quando interpretou o repugnante e, ao mesmo tempo, adorável Nilo, passando por Jóia Rara, como o poderoso Ernest, e comprova isso em A Regra do Jogo como Gibson, que já é um dos melhores e mais detestáveis vilões masculinos dos últimos tempos. Já Deborah, que entrou no meio da trama, também roubou as atenções para si por sua eficiência com uma personagem cheia de dramas e segredos. Ela só protagoniza sequências difíceis e densas. Não houve cena alguma mais ou menos. Toda vez em que Kiki surge, muda os rumos do jogo na novela. Não é a toa que a própria Deborah confessou que esse era seu papel mais difícil que já interpretou na TV. E é mesmo. Me arrisco a dizer que é o melhor papel da sua carreira. Se você não acredita, então é porque não assistiu A Regra do Jogo durante essa semana. Ela dominou o capítulo em que Kiki volta para sua família depois de passar anos desaparecida pelo sequestro arquitetado pelo próprio pai, em mais uma ótima virada da novela.

A sequência foi longa, tocante e exigiu uma carga dramática intensa dos atores envolvidos. Todos, claro, corresponderam à altura, tornando-a antológica. A entrega incondicional de Renata Sorrah no aguardado momento do reencontro de mãe e filha também fez toda a diferença. Desde a Raposa Loira e Felpuda da Nazaré Tedesco de Senhora do Destino que Renata não ganhava uma personagem à altura do seu talento, tão bem construída e de fundamental importância para o enredo central. Marco Pigossi, no momento necessário, também deu o tom ideal a Dante na mistura de filho se sentindo abandonado pela mãe adotiva e policial que quer entender o que aconteceu. Nem a burrice extrema dele (Kiki jogou um monte de ironias para cima de Gibson e chegou a chamá-lo de Pai mais de nove vezes, mas o policial não captou a mensagem) diminuiu o brilho da cena. E Deborah ainda dividiu os holofotes com Bárbara Paz (igualmente ótima) no reencontro das irmãs Kiki e Nelita. 

Em sua reta final, está quase impossível não perder o fôlego com A Regra do Jogo. Quando bons atores são valorizados e recebem um texto e direção competentes, quem ganha são os telespectadores.

The Voice Kids explode todos os níveis de fofura



O número mais bacana e comovente até agora do The Voice Kids se deu no domingo passado (14/02), com o trio formado por Igor Silveira, Rafa Gomes e Kaliny Rodrigues cantando Superfantástico, um dos hinos do grupo Balão Mágico nos anos 80. Como bem disse o apresentador Thiago Leifert, o começo da fase de batalhas da atração explodiu todos os níveis de fofura. Além da (finalmente) renovação de figurino dos jurados/técnicos, as crianças são demais e o clima entre elas, muito bom. Eis o grande motivo para o sucesso do The Voice Kids: as crianças cantam como crianças. Ao contrário dos adultos, que já chegam se achando demais como se já tivessem dez discos gravados e cinco Grammys na estante e querendo impressionar os jurados na base do berro, as crianças, simplesmente, chegam e cantam com o coração. E encantam por causa disso. Que amor de programa, gente!

Bishow



No ar há algumas semanas, o Amor & Sexo trouxe como frescor o quadro Bishow. No formato, homens héteros se vestem como mulheres, aprendem expressões e gestos utilizados por drag queens e ainda dançam. É bacana, pois, além de tudo, é uma forma de espantar o preconceito e, ao mesmo tempo, divertir. As apresentações são hilárias e os rapazes selecionados são bem prafrentex. Mais uma prova de que sem Amor & Sexo não dá pra viver (e quando digo isso, digo em todos os sentidos, se é que me entendem). O programa ainda tem fôlego para muitas e muitas outras temporadas. Adooooro!

Homofobia em Totalmente Demais



Incrível a habilidade dos autores de Totalmente Demais em abordar temas delicados de forma competente. Depois de apresentar de forma fofa a história da Adele (Jéssica Ellen) ser lésbica, a homofobia foi o tema da vez através de Max (Pablo Sanábio), que é espancado por um grupo de homofóbicos após levar uma pedrada porque estava com outro homem na rua. Por ser um personagem querido, a sequência despertou repulsa e infelizmente refletiu o que existe de pior na sociedade. Pablo protagonizou um momento dramático, após tantas cenas cômicas, e deu um show.

Fatinha tranquila e favorável



Muita gente já reclamou das dancinhas de Fátima Bernardes no programa, principalmente no início. É que era mesmo um pouco estranho ver a apresentadora séria do Jornal Nacional arriscando uns passinhos na frente da TV. Mas, com o passar do tempo, todo mundo se acostumou. E nesta quarta (17/02), Fátima chegou ao seu auge fazendo a coreografia do "Tá Tranquilo, Tá Favorável". Não é que não tenha sido estranho, foi sim (bastante!). Mas sabe quando a sua mãe fica tentando interagir com os seus amigos fazendo a linha descolada? Tipo isso. Ficou engraçado, embora um pouco constrangedor, principalmente por causa da falta daquele molejo amigo. E não foi apenas a apresentadora: todos os convidados e as colegas espectadoras da plateia também caíram na dança criada por Mc Bin Laden. Mais uma pérola para a coleção da Fatinha (confira as outras aqui).


O PIOR DA SEMANA


Otaviano e Joaquim forçam a barra para parecerem engraçados



Não tinha como ser diferente: já deu para sentir o baque no Vídeo Show sem a Monica Iozzi. Otaviano Costa e Joaquim Lopes até que tentaram segurar a onda, mas não foi possível. Juro que não é implicância ou má vontade minha, mas os dois são muito sem graça. No programa de terça (16/02), por exemplo, eles começaram a pular no programa, tentando imitar a queda que Beyoncé fez em um show e depois começaram a rir como se fosse algo engraçado. Mas, na verdade, não passou de mais um momento constrangedor. As dancinhas e piadas mil soam pura forçação de barra. Monica era a grande pilastra do programa por seu jeito irreverente e espontâneo e tinha química com o Otaviano, tornando-o menos insuportável. Agora que ela saiu, ficou um vazio. Prova disso é a perda de Ibope. Na primeira semana sem a Iozzi, o Vídeo Show já registra duas derrotas para o Balanço Geral.

Joaquim não é, até o momento, o substituto oficial de Monica e está lá para quebrar um galho. Não precisa nem dizer que ele não tem a mesma verve e esperteza que a coleguinha que resolveu ser atriz, né? A Globo ainda busca uma substituta, que deve ser mulher. Possivelmente, será Maíra Charken (quem??? quem???). Uma pena. Dani Calabresa, Mariana Santos e Tatá Werneck, que chegaram a ser cogitadas ao posto, seriam opções bem melhores. Fato é que Monica é, nesse momento, insubstituível e foi mesmo uma burrada dela ter deixado o Vídeo Show. Burrada também da Globo. Monica perdeu a chance de ser única no programa e preferiu virar mais uma atriz da casa. Cada um faz suas escolhas, mas ela trocou o certo pelo duvidosíssimo. Vai ser complicado substituí-la. #VOLTAMONICA

BBQ Brasil dá sono



Nova aposta do SBT no segmento dos reality shows gastronômicos, o BBQ Brasil: Churrasco na Brasa vai precisar rebolar muito para reinventar o churrasco se não quiser cair na mesmice. Cada episódio do programa é composto por três provas práticas: a criativa (individual), a classificatória (grupal) e a eliminatória (com os piores da equipe derrotada no desafio anterior). Mesmo com o livro de receitas de Bela Gil à mão, fica difícil imaginar desafios suficientes para os próximos 12 episódios que virão nessa primeira temporada. Se a dinâmica da competição levanta suspeitas, a informalidade dos competidores é outro problema. Todos preenchem o estereótipo de churrasqueiro amador, não levam para o lado pessoal os comentários dos jurados (Carlos Bertolazzi e Rogério deBetti) e conversam animadamente com a apresentadora Ticiana Villas Boas. Não há conflitos internos, como no MasterChef ou no Hell's Kitchen. É tudo muito desinteressante. Chega a dar sono. O programa precisa ser menos informal. Ter em estrutura o espírito dos protagonistas e antagonistas da atração. Versão do britânico "BBQ: Champ", o BBQ Brasil: Churrasco na Brasa está longe do ponto perfeito.

Trama de César é inverossímil e chata demais



Tudo bem que é novela, que a gente tem que relevar algumas coisas e embarcar na história, mas a trama da Domingas (Maeve Jinkings) é muito surreal. Sua personagem começou A Regra do Jogo como uma mulher que apanhava em silêncio do marido, no que parecia ser um momento da trama que fazia denúncias contra a violência doméstica. Mas a coisa deu uma descambada e o que era para ser um alerta acabou virando piada. Daí, finalmente ela tomou coragem e se separou do espancador. É quando entra na história o misterioso César (Carmo Dalla Vecchia), que surge do nada, não fala nada, entra na casa da moça, se deita em sua cama e fica ali. Assim mesmo, sem explicação nenhuma. E ela deixa! E passam a viver como marido e mulher! E ninguém acha isso estranho! A situação foi ficando cada vez mais bizarra. Domingas descobriu várias informações sobre o passado de César: casado com Gisela (Larissa Bracher) e desmemoriado, ele se sentia culpado por ter matado os filhos em um acidente de carro e, por conta disso, fugiu de casa e apareceu na vida de Domingas. Agora, César vive meio que um triângulo amoroso e não sabe se quer ficar com a esposa ou com Domingas.

Além de ser uma trama sem pé nem cabeça, feita apenas para encher linguiça, as atuações do núcleo são lamentáveis. Maeve, coitada, estreou nas novelas justamente com um papel insuportável. Sobre o Carmo, então, prefiro nem comentar. Parece até o Tonho da Lua (aquele de Mulheres de Areia). Só que sem o mesmo carisma e extremamente chato. Pra piorar de vez, enfiaram uma atriz apática no núcleo. Sinceramente, apesar dos pesares, preferia mil vezes a trama sobre violência doméstica entre Domingas e Juca (Osvaldo Mili, que, inclusive, quase não aparece mais). Era bem mais crível.

Que tal seguir o conselhos dos tuiteiros: reservar os momentos das tramas paralelas da novela para tomar uma água, fazer xixi e ir recuperando o fôlego perdido com a trama central, hein?

Horário do BBB nas quartas


Todos vocês sabem que eu adoro a atual edição do Big Brother Brasil, que, para o ódio dos haters, é sim um ótimo e divertidíssimo entretenimento. A seleção dos participantes é a mais certeira em anos. Só um porém: por que exibi-lo tão tarde às quartas-feiras? Na quarta passada (17/02), só veio começar depois do filme, que, por sua vez, começou depois do futebol. A edição desse dia é tão curtinha, deveriam inverter a ordem dos fatores. Ou exibi-lo depois de A Regra do Jogo mesmo.

Pedro Bial acha que telespectador é burro



Continuando no BBB, quem viu a prova de resistência que começou nessa quinta (18/02) e foi até a manhã de sexta (19) sabe que a coisa toda deu o que falar. O problema maior é que alguns participantes dormiram durante a disputa, o que, como todo mundo sabe, não pode acontecer. Afinal de contas, estamos falando de uma prova de resistência, como bem diz o nome. Assim, quem não resiste ou dorme deve ser, consequentemente, eliminado. E vários dos participantes dormiram, tanto os que tinham de apertar os botões quanto os outros que estavam na plataforma. Assim, todos os telespectadores que acompanharam a prova em tempo real pelo pay per view estavam esperando a edição ao vivo do BBB na noite da sexta. Todos acreditando, claro, que haveria eliminação. E qual não foi a surpresa geral quando Pedro Bial surgiu na tela e, no maior estilo "tô nem aí", dispara: "O que não digo que não pode, pode". O que é, claro, uma desculpa mais do que esfarrapada. Nunca houve isso antes e agora, do nada, sem aviso prévio, muda-se a regra. O resultado: o apresentador confirmou a liderança dupla de Renan e Tamiel, sendo que ambos cochilaram. Além de ter insultado a inteligência do público, foi uma falha absurda do reality, o que compromete sua credibilidade.

domingo, 24 de janeiro de 2016

O Melhor e o Pior da Semana (17 à 23/01)




O MELHOR DA SEMANA



Eta Estreia Boa!


Desde que Walcyr Carrasco anunciou que escreveria novamente para o horário das seis, previ que viria mais um sucesso por aí. E não foi diferente do que havia imaginado. Eta Mundo Bom! se mostrou despretensiosa, divertida e leve. Está ali com uma única função: entreter. A aceitação de cara do público e a audiência robusta (a maior do horário nos últimos cinco anos) não foi à toa. A novela é muito agradável. Da trilha sonora caipira ao charme da época, tudo conspira a seu favor. O autor conseguiu criar um enredo em que quem assiste entra naquele universo com muita facilidade. A direção de Jorge Fernando, acostumado a este tipo de trama, também ajuda muito.


No mais, a primeira semana da novela foi marcada sobretudo pela agilidade. Em apenas um bloco do primeiro capítulo, Eta Mundo Bom! concluiu sua primeira fase, que serviu para contextualizar a história de Anastácia (Nathalia Dill/Eliane Giardini), obrigada pela família a abrir mão do filho recém-nascido. A situação folhetinesca, usada à exaustão nas novelas, guiará a busca da trama: o reencontro de Candinho com a mãe. Já no primeiro capítulo, o protagonista foi expulso da fazenda e foi em busca da sua mãe na cidade grande, abandonando seu grande amor, Filomena (Débora Nascimento), que, por sua vez, caiu nas garras do sedutor e cafajeste Ernesto (Eriberto Leão). O casal protagonista mal se separou e já se reencontrou na cidade grande logo na primeira semana, assim como Anastácia também já encontrou pistas sobre o paradeiro do filho. Enrolação é para os fracos!

Contudo, Elizabeth Savalla está exageradamente um tom acima que os outros colegas. Chega a dar dor nos ouvidos quando a Cunegundes começa a berrar em cena com um sotaque caipira puxadíssimo. O lado bom é que como a novela ainda tem meses pela frente, a atriz tem a chance de corrigir esse tropeço inicial. Me incomodou também o filtro exageradamente amarelado da novela que saturam a imagem de tal forma que faz doer as vistas de quem vê. Assim também como a abertura, cuja música é ótima (O Sanfoneiro Só Tocava Isso, clássico das festas juninas cantada pela banda Suricato, com ótimos arranjos modernos), porém, não ornou com as colagens exibidas na abertura.

Preparem-se para nove meses de muitos banhos no chiqueiro e torta na cara. Não teve tortada no primeiro capítulo porque não deu tempo para a sobremesa, mas oportunidade é o que não vai faltar!

BBB16 promete ser a melhor edição do reality dos últimos tempos



Se nas edições anteriores priorizava-se peitos, bundas, músculos e beleza dos participantes, o que acabou gerando certo cansaço e desgaste do público, esta nova edição do Big Brother Brasil deu uma renovada e já começou com um grande acerto: a escolha dos brothers. Desta vez, o padrão é quebrado por completo e um misto de gerações compõe a nave. Dentro da casa tem gente novinha a idosa, pouca gente com muita beleza e muita gente desprovida de atrativos físicos. Tem até gente madura, culta e inteligente. Que progresso, não? O maior triunfo do reality está nas características internas de cada participante, que vem sendo reveladas com o passar dos dias. De fato, Bial não estava mentindo quando disse que nós íamos conhecer "pessoas comuns" nas chamadas do BBB. Cada um dos brothers tem algo a oferecer. Boas histórias e relações humanas mais sólidas e menos caricatas com certeza serão o destaque desta edição. Pedro Bial, o eterno e insubstituível apresentador, dessa vez se mostra bem empolgado com a nova proposta sociológica do reality e nem de longe lembra aquele carrancudo das outras edições. Outro destaque é a produção e qualidade na edição de imagens. Um show a parte. Espero não estar enganado, mas o BBB16 tem tudo para se tornar a melhor edição dos últimos tempos.

Tá no Ar volta com tudo!



Mantendo o frescor das outras edições (e, principalmente, o humor inteligente e debochado), a terceira temporada do Tá no Ar voltou com tudo e fez uma estreia divertidíssima. Os hilários quadros do Jardim Urgente e do Militante Revoltado voltaram ainda mais inusitados. O Te Prendi na TV, que satiriza o programa do João Kléber, foi uma ótima novidade. Corajoso, ainda cutucou os programas de pastores evangélicos no Quarteto Fanático, uma esquete no qual quatro fieis de uma igreja se tornam super-heróis "contra qualquer tipo de vício, a favor da família tradicional e pelo fim das seitas do diabo". Impagável! O musical final da carteirada e do "jeitinho brasileiro" foi uma bela homenagem e, ao mesmo tempo, um "tapa na cara" da nossa sociedade. O Tá no Ar manteve sua essência e continua acertando na proposta de mexer com a concorrência, na autocrítica e no uso de metalinguagem. Tudo é muito bem encaixado e fragmentado, numa zapeada frenética por diversos canais. As esquetes são de fácil entendimento e ao mesmo tempo estimula o pensamento crítico. Com exceção de algumas tiradas que exigem um pouco de esforço, bom entendedores captarão a mensagem de primeira. Os preguiçosos acharão sem graça e sem sentido. Eu adoro! Pena que é tão rápido, né?

Amor & Sexo & Muita Diversão


João Miguel Junior/TV Globo

Tirem a família tradicional brasileira da sala nos sábados a noite, porque o Amor & Sexo voltou ainda mais picante! A atração deixou para trás um tipo de iconoclastia: a busca de romper tabus relacionados aos temas indicados por seu título. O amor e o sexo agora são só pretextos para outro show. A guinada, positiva, vai ser a marca dessa temporada, que veio para abraçar de vez a causa da diversidade e a comunidade LGBT. Não que o programa fosse ruim antes, pelo contrário. Mas esse era um pulo do gato necessário para evitar o esgotamento. Amor & Sexo continua surpreendendo. Mas faz isso desviando da tentação de repetir expedientes do passado. Só na estreia teve beijo gay, beijo lésbico, show de transformistas e André Marques se atracando com uma garota. Mas a atenção, na verdade, esteve o tempo todo concentrada no elenco que atua como júri. O time é bem escalado e cada um ocupa um lugar-chave ali. As intervenções poéticas, inteligentes e espirituosas cabem a Xico Sá; Otaviano Costa faz humor, assim como os ótimos Mariana Santos e José Loreto. E ainda tem a presença da especialista Regina Navarro Lins, que explica e informa sem parecer cansativa ou didática. Além disso, Fernanda Lima é uma excelente apresentadora. Conquistou com muito mérito o bom lugar que tem hoje na televisão. Amor & Sexo soube se renovar e merece a sua atenção. 


O PIOR DA SEMANA 



Repetição de roupa no Kids



Eu sei que as seletivas do The Voice Kids foram todas gravadas em um único dia, já que os jurados tem muitos compromissos e já precisariam estar ao vivo diversos domingos na Globo para as outras fases do programa. Mas nada impediria que o elenco do dominical trocasse de roupa para cada programa, né? Nem mesmo o apresentador Tiago Leifert se deu a esse trabalho. Quem mais chama a atenção mesmo é a Ivete Sangalo, talvez pela cor escolhida para o figurino. Já faz três semanas que Veveta tá usando o mesmo terno roxo! Já pode pedir música no Fantástico! Será que custa muito parar as gravações por uns dez minutinhos para os técnicos trocarem de roupa e voltarem a gravar só pra fingir que as audições foram feitas em dias diferentes? Ou será que é preguiça mesmo da Rede Globo?

Caldeirão da Apelação



Geraldo Luís e Gugu que se cuidem! Luciano Huck está quase chegando ao topo na escala da apelação de histórias tristes pela audiência. O Caldeirão do Huck, atração que é marca registrada nas tardes de sábado da Globo, em nada lembra o formato divertido dos anos 2000. Só a nareba do Luciano é o mesmo! De uns tempos para cá, ele tem apostado em "contar boas histórias" através do quadro Herói Por Um Dia, série baseada em "flagrantes" realizados por câmeras de vídeo pelo mundo todo buscando reconhecer heróis anônimos, para os quais o programa presta uma homenagem e ainda premia com uma medalha simbólica. Proposta bacana e interessante. Infelizmente, com aquele "pé" no sensacionalismo barato que chega a causar constrangimento em quem assiste. Acompanhado por uma recriação do caso e com atores e música melosa para tocar o coração do telespectador, a pieguice toma conta da tela. A diferença é que o Caldeirão tem glamour e melhor acabamento nas suas simulações, mas por pouco pensei que estava assistindo a algum programa da Record.

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