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domingo, 7 de janeiro de 2018

Os maiores destaques positivos da TV aberta brasileira em 2017



Pensaram que não ia ter retrospectiva? Nananinanaão! Demorou, mas saiu! A primeira parte da retrospectiva 2017 do Eu Critico Tu Criticas lista os maiores destaques positivos da programação do ano que já se foi. A lista é elaborada baseada unicamente na opinião deste que vos escreve e, portanto, é sujeita a injustiças e esquecimentos. Acompanhem e depois deixem sua opinião nos comentários!

14º lugar: Power Couple Brasil

Tão boa quanto a primeira, a segunda temporada do Power Couple ofereceu bom entretenimento e diversão para aqueles que procuram apenas passar o tempo em frente a TV. Os casais desta edição foram escolhidos de um modo bem certeiro, com aqueles tradicionais perfis, que iam desde o casal bonitinho e fofo, o casal polêmico (Rafael Ilha sempre), o casal representando uma vibe mais alternativa e os famosos ex-famosos. A edição do programa também foi esperta, ágil e mostrou um pouco de tudo: intriga (mas sem forçar ao extremo), romance (que aqui fica restrito aos casais mesmos), diversão e muitas conversas, além de, claro, as provas físicas e de relacionamento. Roberto Justus continua sendo um nome que não combina tanto com o programa, mas, ainda assim, não prejudica muito o resultado final. O Power Couple Brasil se consolidou como um dos bons e divertidos realitys da TV dos últimos anos.

13º lugar: Popstar

Bem-sucedida missão de substituir o malfadado SuperStar. Alardeado como um "formato original", mais pareceu uma mistura de The Voice, SuperStar e Dança dos Famosos, com artistas conhecidos da Globo tendo a chance de mostrar à audiência que sabem cantar (alguns apenas tentaram). De qualquer forma, foi um programa divertido de se acompanhar. Popstar acertou ao mostrar os famosos fora de sua zona de conforto, mobilizando torcidas de modo que o público passou a torcer pelo seu ídolo. O elenco foi bem escolhido pela direção do programa, que apostou num time de forte apelo, carisma e muito talento. Fernanda Lima como apresentadora esteve ótima, muito mais solta e descontraída que nos tempos de SuperStar. Sua segunda temporada, já confirmada para meados desse ano, será muito bem-vinda.

12º lugar: Pesadelo na Cozinha

A Band foi feliz ao entregar a versão nacional do Kitchen Nightmares ao carismático Erick Jacquin, do (já cansativo) MasterChef. Em novo reality show, o francês aprontava poucas e boas ao orquestrar verdadeiras operações de guerra na tentativa de salvar restaurantes à beira da falência. Duro em suas análises dos pratos (foi comum vê-lo dizendo na cara dos participantes que sua criação era "muito ruim" ou "horrível"), mas terno em momentos estratégicos (tornando-o, assim, uma espécie de ogro simpático), a presença de Jacquin fez toda a diferença e tornou o programa um entretenimento da melhor qualidade.

11º lugar: Tamanho Família

Repetindo a boa impressão causada em 2016, sua segunda temporada serviu como um respiro na programação dominial dominada por sensacionalismo e apelação. A maior qualidade do semanal de Marcio Garcia (que é um poço de carisma no palco) é justamente essa: conseguir promover gincanas divertidas com famosos (ou seja, entreter) e, ao mesmo tempo, com os mesmos convidados causar emoção neles, nos familiares, plateia, no apresentador e em quem acompanha de casa, contagiando todo mundo. Mas não o tipo de emoção provocada pelos concorrentes de Garcia, às custas de desgraça alheia: as lágrimas vêm depois de lindas apresentações de pessoas queridas dos famosos. O único ponto negativo vai para a Globo: o Tamanho Família merecia temporadas maiores.

10º lugar: Carinha de Anjo

Desde que voltou a investir no filão de novelas infantis, o SBT só colheu bons resultados. E, a cada nova produção, percebe-se uma evolução, tanto técnica quanto criativa. Por isso mesmo, não é nenhum exagero afirmar que Carinha de Anjo é a melhor novela dentre todas já exibidas desde que a faixa foi criada. A saga de Dulce Maria (Lorena Queiroz) se mostra sempre encantadora e irresistível. As peripécias da menina realmente divertem e todos os personagens que orbitam em torno dela têm história para contar. O amor envolvendo seu pai, Gustavo (Carlo Porto), e a ex-freira Cecília (Bia Arantes), é do mais básico folhetim e, por isso, atrai tanto as crianças quanto os pais delas. Carinha de Anjo, assim, é um produto mais familiar, que agrada a todas as idades, além de ser cheia de tipos coadjuvantes carismáticos (como a Irmã Fabiana da eterna Rouge Karin Hills e a Tia Perucas da Priscila Sol). Sem nenhum sinal de cansaço e ainda cheia de fôlego, a versão nacional, mesmo com as gravações já encerradas, se mostra capaz de ir ainda mais longe.

09º lugar: Talk shows das madrugadas

Em meio a tantos talk shows engraçadinhos que surgiram nos últimos anos, apenas dois seguiram na briga diária pela audiência das madrugadas: o The Noite, do SBT, e o Programa do Porchat, da Record. Com um humor afiado e muitas vezes maroto, ambos os programas fecham o dia do telespectador com chave de ouro, entretendo com maestria. Danilo é massacrado por muitos por seu humor e suas opiniões, mas atualmente estamos vivendo em uma era em que todo mundo se leva a sério. Esse é o segredo dele: não se levar a sério e mostrar realmente o que ele acha. Não vive para agradar ninguém. Sem dúvida nenhuma, Danilo é o melhor antídoto contra a caretice que estamos vivendo. Embora seu The Noite tenha mais tempo de estrada e seja líder de audiência, Porchat não fica por baixo. Como entrevistador, não tem qualquer ambição de fazer entrevistas aprofundadas, mas consegue arrancar boas respostas de seus convidados ao usar o humor para desarmá-los. Nessa guerra entre os dois pela audiência, quem ganha somos nós em qualidade.

08º lugar: Bake Off Brasil

Sua terceira temporada demorou um pouco para estrear em 2017, porém, a espera não foi à toa, pois o programa realmente mostrou a que veio e se tornou o melhor reality culinários da TV atualmente na opinião desse que vos escreve. Quando foi anunciado que Carol Fiorentino iria substituir Ticiana Villas Boas após as polêmicas envolvendo o marido de Tici, muitos, inclusive eu, ficaram receosos quanto à isso, mas ela se mostrou um grande acerto, conseguindo comandar super bem o programa. Destaque também para os jurados Fabrizio Fasano Jr e Beca Milano: a química dos dois ficou perfeita. Vale destacar aqui também a qualidade do programa, a fotografia, a edição, o cenário, tudo absolutamente lindo, de encantar os olhos. Isso prova que quando o SBT quer e investe, faz sim bons programas.

07º lugar: Dois Irmãos

Uma verdadeira obra de arte na TV. Luiz Fernando Carvalho manteve intacta a sua assinatura, mas se mostrou mais acessível e menos lúdica e exótica que as suas produções anteriores, aumentando o pé na realidade. O tom barroco permaneceu, mas dialogou perfeitamente com a época e a trama em si. Deixando a plástica sempre eficiente da equipe do diretor de lado, Dois Irmãos também teve o mérito do texto afiado. A trama, apesar do ritmo lento, foi intensa, inquietante. A saga dos gêmeos Omar e Yaqub foi um forte drama familiar e humano cheio de camadas, impossível de se manter indiferente. Também não deu para ficar alheio com tantos bons atores em cena e tão entregues ao enredo. Aliás, também faz parte da assinatura do diretor o intenso trabalho de preparação de atores, arrancando de todos o seu melhor. Matheus Abreu, Antonio Fagundes, Eliane Giardini, Juliana Paes, Irandhir Santos, Antonio Calloni, Cauã Reymond... Todos plenos, viscerais e donos de grandes momentos.

06º lugar: Malhação - Viva A Diferença

Ela não reinventou a roda, longe disso. Os clichês do folhetim estão lá. Mas a sensibilidade e ousadia feita por Cao Hamburguer e toda a equipe é inédito se tratando de Malhação e deu um novo fôlego para a novelinha teen. Com as limitações que o horário tem, mas com criatividade, pela primeira vez o jovem se vê de verdade numa temporada de Malhação, que sempre retratou o universo jovem de maneira caricata, negando dilemas reais e experimentações que, de fato, todos nós vivemos quando somos adolescentes. A trama dinâmica e o texto muito bom de Cao reforçam isso. Além disso, poucas vezes um elenco jovem foi tão bem escalado. As cinco protagonistas dão um show particular diariamente no fim de tarde da Globo. Não dá pra falar que uma em si se destaca mais. Todas vão muito bem. O elenco coadjuvante também vai bem. A safra de novos talentos com potencial e carisma está bem grande. Definitivamente, Viva a Diferença é a melhor temporada da Malhação em muitos anos.

05º lugar: Novo Mundo

Revelando mais dois novos autores de novelas, Thereza Falcão e Alessandro Marso, com um texto maduro, inteligente e cheio de boas sacadas, fizeram de Novo Mundo uma grata surpresa. Dirigida com competência por Vinícius Coimbra, primou pelo capricho estético do primeiro ao último capítulo, mesclando contextos históricos com o folhetim tradicional, havendo espaço ainda para momentos de pura fantasia, remetendo a clássicos como Piratas do Caribe. Os autores conseguiram juntar perfis históricos que realmente existiram (como Dom Pedro/Caio Castro, sua primeira esposa Leopoldina/Letícia Colin e sua amante Domitila/Agatha Moreira) a outros meramente ficcionais com maestria, presenteando o telespectador com personagens bem construídos e, acima de tudo, carismáticos e com conflitos convidativos, sem poupar história. Isso porque a novela não teve barriga (período de enrolação, onde nada de relevante acontece), expondo a criatividade dos autores na elaboração de ótimas viradas ao longo do enredo (com alguns leves deslizes). Eles ainda foram felizes ao usar a temática histórica para fazer um paralelo com o Brasil atual.

04º lugar: Rock Story

Outra grata surpresa de uma estreante em novelas, Maria Helena Nascimento. Apostando menos na comédia infantil que vinha se tornando uma constante no horário (o que deu um respiro interessante à faixa) e mais dramática que suas antecessoras, a história mostrou que há um público para isso às sete da noite. Rock Story se destacou pelo enredo muito bem construído, no qual a autora criou diversas situações que funcionaram como uma espécie de "curinga", uma carta na manga que ela tinha para utilizar no momento certo. Assim, a novela não caiu no marasmo não economizando trama e foi propondo novos acontecimentos ao longo de toda a sua trajetória. Por isso mesmo, chegou ao final já sem um conflito grande, pois todos eles foram sendo resolvidos aos poucos, nas semanas derradeiras. Não é um demérito: é um sinal de que a trama funcionou. Tanto que não perdeu fôlego e nem audiência. Outra grande qualidade da história foi o desenvolvimento de personagens complexos, que foram muito além das caricaturas convencionais do "mocinho" e "vilão". Ninguém ali, dos protagonistas aos coadjuvantes, foi 100% bom ou 100% ruim, o que tornou as relações entre eles cheias de camadas e muito mais interessantes de se acompanhar.

03º lugar: Dancing Brasil

2017 não foi um ano bom para a Record. A emissora fez escolhas equivocadas, promoveu mudanças que não surtiram efeito e, ainda, passou meses fora do ar na TV paga, sendo o canal mais prejudicado no imbróglio envolvendo a joint venture Simba. Um de seus poucos destaques foi o talent show Dancing Brasil, sobretudo, pela qualidade de sua produção. A atração, semelhante à Dança dos Famosos da Globo, driblou as inevitáveis comparações ao oferecer grandes espetáculos de dança, numa estrutura que chamava a atenção pelo investimento e capricho. Cenários suntuosos, takes de câmera ousados, bom ritmo e jurados técnicos que (ao contrário dos do quadro do Faustão) realmente faziam críticas ácidas e certeiras aos "famosos" imprimiram um entretenimento da melhor qualidade nas noites de segunda-feira do canal. A grande audiência esperada, contudo, não veio. Mas, ao menos, serviu para apagar a má impressão do extinto Xuxa Meneghel. Mesmo com um excesso de texto que reduzia sua naturalidade, Xuxa esteve muito bem à frente do formato e colecionou elogios, ao contrário da repercussão de sua atração anterior.

02º lugar: Sob Pressão

2017 não foi lá um ano muito bom na produção de séries e minisséries da Globo. A única que ainda chamou atenção tanto de crítica, público e audiência foi Sob Pressão. Merecidamente, é claro. Derivada do filme de Andrucha Waddington, a série mostrou, com competência e alta voltagem dramática, o cotidiano de profissionais da saúde num centro hospitalar onde falta todo tipo de recurso. Apostando num segmento amplamente explorado pela TV estadunidense, o drama hospitalar, Sob Pressão o fez em consonância com a realidade nacional. Assim, não estava apenas bem servida de dramas humanos dos mais envolventes, como também serviu de plataforma para uma importante denúncia acerca do descaso dispensado à saúde do Brasil como um todo. A direção (Andrucha Waddington e Mini Kerti) impressionou. Toda a angústia da impotência dos médicos diante da precariedade de recursos para trabalhar foi expressa com sutileza e sensibilidade. A ação muitas vezes se desenrolou acertadamente lenta. Cenas longas serviram para agravar a sensação de que era preciso pressa para salvar vidas. Foi muito bom. O elenco também merece as melhores palavras, com um desfile de participações luxuosas a cada episódio. A segunda temporada será muito bem-vinda!

01º lugar: A Força do Querer

A redenção de Glória Perez após o samba do crioulo chamado Salve Jorge. Muitos foram os trunfos de A Força do Querer, que devolveu ao público o prazer de acompanhar a fio uma trama das nove. O folhetim foi feliz na abordagem sensível de vários assuntos espinhosos, na construção humana da relação dos personagens, no elenco muito bem escalado e na direção criativa de Rogério Gomes e Pedro Vasconcelos, que conseguiu fugir do lugar-comum, ao mesmo tempo em que mantiveram as características do gênero. A agilidade deu o tom destes 173 capítulos, em que a autora mostrou todo o seu poder de fogo e conhecimento acerca dos temas trabalhados. Todos aqueles diálogos eram extremamente próximos da realidade e do dia a dia dos telespectadores. O principal produto da Globo veio de forma clara para discutir sem rodeios todos os aspectos do mundo contemporâneo. Por tantos acertos, nada mais justo que A Força do Querer tenha se tornado um fenômeno de público, crítica, audiência e repercussão desde Avenida Brasil. A trama trouxe qualidades que mexeram com o público e mostrou que a novela, enquanto entretenimento e agente social, ainda tem uma força bastante duradoura.



sábado, 30 de dezembro de 2017

Prêmio Eu Critico Tu Criticas 2017 | Vencedores




Vocês votaram, leitores. Ao todo, foram quase dois mil votos. E agora chegou a hora de conferir os vencedores da edição 2017 do Prêmio Eu Critico Tu Criticas...



Já abrimos os trabalhos sem nenhuma surpresa. A Força do Querer foi eleita a MELHOR NOVELA do ano e não era para ser diferente. Um verdadeiro fenômeno (de audiência e repercussão) que uniu todas as tribos em frente a TV diariamente para assisti-la, foi praticamente impossível permanecer indiferente a ela. Redondinha e cheia de tipos interessantes que caíram na boca do povo (para o bem ou para o mal), todo mundo teve a chance de brilhar na história de Glória Perez, que, sem dúvidas, escreveu sua melhor novela.


Categoria difícil, pois achei todas uma tremenda tranqueira e qualquer uma que ganhasse seria justo, mas vocês elegeram Vade Retro como a PIOR SÉRIE/MINISSÉRIE do ano. Quem esperava encontrar um novo Os Normais (maior sucesso da dupla de autores dupla Alexandre Young e Fernanda Machado) deu com a cara numa reedição com toques de terror de O Dentista Mascarado (maior fracasso da dupla). Nem Tony Ramos e toda sua genialidade conseguiu salvar a série de humor, que de engraçada não tinha nada!


Pelo segundo ano consecutivo, a versão infantil do The Voice foi eleita o MELHOR PROGRAMA DE TV em 2017. Também, quem não se encantou por aquelas fofuras talentosíssimas que passaram pelo programa que atire a primeira pedra, não é mesmo? Próxima temporada tá chegando. Será que vai ser tão boa quanto as duas primeiras e ganhará o ano que vem também na nossa premiação? Se ganhar, já pode pedir música no Fantástico! Se bem que tiraram a Veveta pra botar a Milk Forçada, mas vamos aguardar, né...


Eita ano pra ter tanta novela porcaria, viu... Mas, com bastante folga, Pega Pega foi eleita a PIOR NOVELA do ano. Particularmente, elegeria A Lei do Horror por ter prometido muito e cumprido nada, mas a atual das sete fez muito jus ao prêmio. O enredo é completamente limitado e não conseguiu se sustentar por longos meses, com conflitos bobos e nenhum pouco convidativos e dois casais principais insossos (Luiza/Eric e Júlio/Antônia). Misteriosamente, mesmo sendo horrível, detonada pela crítica e com repercussão quase nula, Pega Pega, pasmem!, é a maior audiência do horário desde Cheias de Charme!!! Vai entender...


Até o momento, sem nenhuma grande surpresa para mim. Com Sob Pressão, escolhida como a MELHOR SÉRIE/MINISSÉRIE do ano, a Globo apostou no drama hospitalar e o fez em consonância com a nossa (triste) realidade, fugindo de comparações com séries de TV americanas como Grey's Anatomy. Só espero que a segunda temporada (que já foi confirmada) mantenha a ótima qualidade vista na primeira.


A décima sétima temporada do Big Brother Brasil pode ser definida em duas palavras: catastrófica e esquecível. E motivos para isso não faltaram: elenco apático e sem carisma, imparcialidade do Tiago Leifert, o casal Emilly e Marcos (NOOOOJO!!!), as interferências externas para proteger a ninfeta sonsa e o Doutor Machista, enfim... O BBB17 foi eleito com todo merecimento o PIOR PROGRAMA DE TV do ano.


Que categoria acirrada! Se foi difícil para vocês escolherem, imagina para mim que tive que escolher apenas cinco finalistas e deixar tantas outras maravilhosas de fora. Mas a saga de Aurora, uma mãe desesperada que tentava alertar a filha sobre as escolhas que a levaram ao mundo do crime, em A Força do Querer conquistou mais os corações dos leitores e Elizângela vence como MELHOR ATRIZ COADJUVANTE.


Guilherme Piva é um ator notável, com um dom de transformação que poucos tem. Isso ficou claro em sua atuação em Novo Mundo como Licurgo, um personagem tipicamente brasileiro vivendo no período Imperial. Sua parceria com Vivianne Pasmanter foi fantástica. Ele se entregou de corpo e alma ao personagem, deixando até a vaidade de lado. E eis a recompensa: ganhou como MELHOR ATOR COADJUVANTE.


Acho que esse resultado é incontestável, né? Foi impossível não se comover com o sofrimento de Dedé, que pagou caro pelos erros cometidos pelos pais, Bibi e Rubinho, ao ingressarem no mundo do crime. Eleito o MELHOR ATOR/ATRIZ INFANTO-JUVENIL, João Bravo, apesar da pouca idade e de poucas falas na sua primeira novela, teve cenas bem difíceis em A Força do Querer e correspondeu bem em todas elas.


Eu sou suspeito para falar, pois sou completamente apaixonado pela Marjorie. Incrível como ela é sempre visceral em toda produção que atua. Em Sob Pressão, não foi diferente. Marjorie Estiano mergulhou na sua personagem tão de cara que bastou apenas um episódio para deixar claro que a Dr. Carolina exalava suas obsessões em todas as frentes. Não obstante, venceu como MELHOR ATRIZ DE SÉRIE/MINISSÉRIE.


Já como MELHOR ATOR DE SÉRIE/MINISSÉRIE, quem levou a melhor foi Cauã Reymond. Particularmente, eu escolheria Julio Andrade, mas o trabalho do Cauã em Dois Irmãos não merece ser desprestigiado. Foi perceptível ver a sua entrega e, principalmente, sua evolução como ator (sempre achei ele meia-boca, admito) interpretando os gêmeos Omar e Yaqub. Melhor atuação da sua vida!


Outra categoria difícil de escolher, viu... Por mim, daria um prêmio para cada um deles, pois foram todos igualmente insuportáveis, mas Eric saiu com o título de CHATONILDO DO ANO na nossa premiação. Que Mateus Solano é um ótimo ator, não há dúvidas. Mas seu personagem em Pega Pega só não é mais chato por falta de espaço. Ele não é carismático o suficiente para ser bonzinho, nem arrogante o suficiente para ser vilão. A química com Luiza (Camila Queiroz) também não bate. Eric deveria ser o protagonista, mas parece só ocupar espaço. Se fosse eliminado da trama, Pega Pega melhoraria uns 10%.


Eu jurava que o Jonathan ou o Silvero iam levar essa, mas foi Roberto Cordovani, pelo odiável vilão Sebastião em Novo Mundo, que foi eleito o ATOR REVELAÇÃO do ano. Na verdade, de estreante, só aqui nas novelas brasileiras mesmo, pois Roberto tem mais de 40 anos de carreira no teatro mundo a fora e já ganhou inúmeros prêmios internacionais. De qualquer forma, merecido! O que Sebastião tinha de asqueroso, Roberto tinha de grande ator. De coadjuvante, virou um dos maiores destaques da história.


Outra grata surpresa para mim. Desbancando a favorita Carol Duarte, Daphne Bozaski se consagra como a ATRIZ REVELAÇÃO do ano por seu sensível e emocionante trabalho em Malhação - Viva A Diferença. A Benê é aquele tipo de personagem que dá vontade de morder, abraçar e guardar num potinho.


Mais um troféu para A Força do Querer. Agora, como MELHOR DIREÇÃO. Confesso que achei a direção de Luiz Fernando Carvalho em Dois Irmãos e a de Vinícius Coimbra em Novo Mundo mais merecedoras, mas o trabalho inspirado de Rogério Gomes e Pedro Vasconcelos não ficaram por menos e casou perfeitamente com o texto competente de Glória Perez. Conseguiu tornar obra-prima qualquer acontecimento simples no roteiro. As cenas que envolviam o morro, então, foram dignas dos melhores filmes de ação de Hollywood.


E alguém tinha dúvidas de que Juliana Paes não seria eleita a MELHOR ATRIZ DE NOVELA do ano?! Só no Melhores do Ano... Desde Meu Pedacinho de Chão, que exigiu mais do elenco, foi possível notar a evolução de Juliana, que, esse ano, em A Força do Querer, se mostrou preparada para muitos outros desafios. Sabendo encontrar as nuances que a personagem precisava para os diferentes conflitos que vivia e as transformações que passou ao longo da história, fez sua Bibi crescer tanto na trama a ponto de roubar o protagonismo da novela de Glória Perez, que foi pensada para ter três mulheres em evidência.


Fiuk foi eleito disparado o PIOR ATOR do ano. Oxente, my good, porque não estou nenhum pouco surpreso? Fiuk não é nenhum estreante e sempre teve uma atuação deprimente, mas em seu primeiro papel principal no horário nobre da Globo se mostrou pior que o esperado. Com uma expressividade digna de um pedaço de pau, seu Ruy foi um dos poucos pontos negativos de A Força do Querer. Até o pequeno Lorenzo (o Ruyzinho, filho da Ritinha) atuava melhor e roubava a cena quando aparecia ao lado dele. Eis a prova:



Ao contrário das grandes premiações, os leitores do Eu Critico Tu Criticas não deixaram Rock Story passar em branco e elegeram Vladimir Brichta como MELHOR ATOR DE NOVELA do ano. Aqui se faz justiça! Depois de um longo período participando apenas de produções humorísticas, ele voltou com tudo para as novelas. Intérprete do rockeiro decadente Gui Santiago, um herói meio anti-herói cheio de boas nuances, fez dele um dos melhores protagonistas masculinos dos últimos anos.


Páreo duro essa categoria. Todas igualmente ruins, mas Maria Clara Spinelli saiu na frente e ganhou como a PIOR ATRIZ em 2017 por seu trabalho como Mira (a "orelha" da Irene) em A Força do Querer. Ela parece que tinha uma batata na boca quando falava! Mas como ela é trans, se você criticar, é homofóbico...


Olha o Fiuk aí de novo, meu povo! O cara conseguiu ser tão ruim, mas tão ruim, mas tão ruim em A Força do Querer que fez seu Ruy ser mais detestado que o abusador Gael (personagem de Sérgio Guizé em O Outro Lado do Paraíso) e eleito o EMBUSTE DO ANO na nossa premiação. Que proeza, viu...


A Força do Querer não foi centrada na história de um casal, mas a química avassaladora entre Paolla Oliveira e Marco Pigossi fez com que o casal Jeizeca se tornasse o de maior destaque do enredo, ganhasse milhares de fãs nas redes sociais e fosse eleito o MELHOR PAR ROMÂNTICO das novelas desse ano aqui na premiação. A autora teve até que aumentar o destaque do romance e atrasar o envolvimento de Jeiza com Caio (Rodrigo Lombardi). As cenas do marrento Zeca com a policial sempre soltavam faísca!


Em contrapartida, enquanto uns formam um encaixe perfeito, outros tem química mais baixa que a popularidade do Temer. É o caso de Eriza, eleito merecidamente o PIOR PAR ROMÂNTICO do ano. Eles se apaixonaram a jato, vivem entre altos e baixos, mas ninguém se importa. Nem mesmo quem tem paciência de assistir a trama! Até eu que detesto Pega Pega e nem perco mais meu tempo vendo-a sei que Maria Pia e Malagueta (Mariana Santos e Marcelo Serrado) são mais queridos e shippáveis que esses dois.


Empoderada, campeã de MMA, dançarina de carimbó, policial militar, parteira, DJ, terror da bandidagem, esculacha falsianes, dobra machões, salva crianças, linda, gostosa, um mulherão... JeizÃO, a MELHOR MOCINHA QUE VOCÊ RESPEITA! Há tempos que não víamos no horário das nove uma heroína que, de fato, desse gosto de torcer como foi a personagem da Paolla Oliveira em A Força do Querer.


Persona não muito grata pelos defensores do politicamente correto, Danilo Gentilli deu uma banana para todos eles e se sagrou como o MELHOR APRESENTADOR DE TV do ano. Polêmicas a parte, Danilo é muito competente no que faz. Dono de um humor ágil e sarcástico, seu The Noite se mantém com enorme audiência e, principalmente, qualidade até hoje. Viva o Palmito e a liberdade de expressão!


Quando até Daniela Albuquerque e as filhas do Silvio Santos são menos votadas que você quando se trata de PIOR APRESENTADORA DE TV, é porque você é ruim mesmo! Mas, por incrível que pareça, Sophia Abrahão foi efetivada como apresentadora titular do Vídeo Show. Em todo este tempo apresentando-o, ela nunca disse a que veio. Completamente perdida, Sophia soa pouco natural lendo o texto do teleprompter e, quase sempre, se perde quando tenta fugir do roteiro. Falta carisma, falta jogo de cintura, falta informação.


Se você assistia A Força do Querer com culpa na consciência por ser apaixonado pelo bandidão Sabiá, mas sabendo que isso era errado, seja bem-vindo ao bonde! Jonathan Azevedo imprimiu tanta verdade no papel que fez a gente amar odiar o todo poderoso do morro. Pega a visão: foi o MALVADO FAVORITO do ano!


As pautas do Encontro são um verdadeiro tédio e muitas vezes apelativas, mas com seu carisma, competência e completamente a vontade no palco, Fátima Bernardes até que, raramente, me faz querer assistir ao seu programa. Ganhou como MELHOR APRESENTADORA DE TV do ano.


O que Silvio Santos viu no Dudu Camargo que o faz dar tanto espaço para ele em sua emissora e protegê-lo?! Taí uma dúvida que paira na minha cabeça, na sua cabeça que o elegeu o PIOR APRESENTADOR DE TV do ano e na de milhões de telespectadores. Ele até é talentoso, tem carisma, sabe improvisar, domina o palco, o vídeo, mas se deixou deslumbrar com a mídia e aceita qualquer situação, ainda que vexatória, para conseguir se manter em alta, se expondo completamente ao ridículo sem o menor pudor.


Ela dividiu opiniões. Uns acusaram a autora de glamourizar o crime e desejavam que ela se desse mal. Outros, até torciam para que ela tivesse um final feliz ao lado de Caio (Rodrigo Lombardi), mas desde que pagasse por seus crimes (o que aconteceu). E teve até gente que quis que Bibi continuasse no mundo do crime, "divando" como a Baronesa do Pó (houve um caso real de uma garota que saiu de casa dizendo que queria se tornar uma Bibi Perigosa). "Fale bem ou fale mal, mas fale de mim". Eleita por vocês com folga como a PERSONAGEM DO ANO, a Bibi (livremente inspirada na história da Fabiana Escobar) foi, de fato, a personagem mais comentada do ano e continua na boca do povo mesmo após o fim de A Força do Querer.


O aniversário vazio de Dedé tinha tudo para ter sido um acontecimento irrelevante em A Força do Querer, mas, graças a sensibilidade extrema da autora e da dedicação dos atores envolvidos (João Bravo, Juliana Paes, Elizangela, Emílio Dantas e Drico Alves), a situação rendeu além do que se imaginava e se sagrou como a CENA DO ANO. No aniversário do filho de Bibi, o garoto chamou seus amigos para sua festa, mas todas as crianças não foram porque seus pais não deixaram que elas fossem até a casa dele, pois sabiam que seu pai, Rubinho, era um traficante que estava preso. Arrasada, Bibi resolveu contar ao filho a verdade da forma mais dura, o que o levou as lágrimas (e nós que assistimos também). Somente Yuri, com pena do vizinho, apareceu no local fantasiado como Goku, para a alegria de Dedé. Confira a cena clicando AQUI.


E ENTÃO, O QUE ACHARAM DOS RESULTADOS? SEUS
FAVORITOS VENCERAM? ROLOU DECEPÇÃO? DESABAFEM!



P.S.: Um feliz ano novo para todos vocês que votaram e me acompanham, me curtem e me leem e que em 2018 estejamos todos juntos novamente, firme e fortes!

segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

O Melhor e o Pior da Semana (15 à 28/1)



   O MELHOR DA SEMANA   


Dois Irmãos


Apesar de o estilo de Luiz Fernando Carvalho dividir opiniões (para seus amantes, um defensor da arte; para seus detratores, exagerado e repetitivo), o diretor soube produzir uma adaptação fiel à obra original de Dois Irmãos. Diminuiu-se o tom lúdico e os figurinos excessivamente exóticos e aumentou o pé na realidade, visto na constituição da Manaus entre os anos 1920 e 1980, traduzida em belos cenários e fotografia deslumbrante. O tom barroco permaneceu, mas dialogou perfeitamente com a época e a trama em si. Com isso, não afugentou o público um tanto avesso às novidades e sem precisar abrir mão da qualidade para isso. Não há dúvidas de que Dois Irmãos foi uma verdadeira obra de arte na TV.

Dois Irmãos também teve o mérito do texto afiado. A trama, adaptação de Maria Camargo da obra de Milton Hatoum, foi intensa, inquietante, cheia de elementos capazes de fisgar o público. A saga dos gêmeos Omar e Yaqub traduziu a eterna luta do bem e do mal e a dicotomia das relações humanas. Trata-se de uma saga bíblica, desde Caim e Abel, colocando irmãos em pontos opostos, vértices de uma disputa eterna. Aqui, a distância entre Omar e Yaqub pode ter sido construída ainda na infância, com a escolha meio inexplicável da mãe entre um e outro. Zana cuidou de Omar, o protegeu e o escolheu para ficar ao seu lado quando precisou separar os irmãos, mandando Yaqub para o Líbano. O tempo e a distância, no entanto, não fizeram diminuir a rivalidade entre ambos, muito pelo contrário, gerando novos conflitos e tragédias. Ou seja, um drama familiar e humano cheio de camadas, e é impossível o público ficar indiferente.

Houve quem acusasse Dois Irmãos de ser lenta, arrastada ou enfadonha. Concordo com o lenta, mas discordo veementemente do arrastada e enfadonha. Dois Irmãos andou ao seu próprio ritmo, com pausas e sinalizações herdadas da literatura, mas que destoam do ritmo veloz da TV de hoje, daí a estranheza. No entanto, tais pausas e contemplações foram fundamentais para que o público criasse seus laços com os personagens e as situações, compreendendo seus movimentos. Neste contexto, Dois Irmãos mandou um recado claro para a audiência: não importa se o ritmo é lento ou veloz, desde que haja uma história e um motivo claro para determinar qual o melhor tom da velocidade. Precisamos ir além da atual máxima que prega que apenas obras com ritmo de YouTube ou de séries americanas fazem sucesso nos dias de hoje.

Isso sem falar no incrível trabalho dos atores, sendo impossível apontar quem foi melhor. Antonio Fagundes (Halim), Eliane Giardini (Zana), Juliana Paes (Zana), Irandhir Santos (Nael), Antonio Calonni (Halim), todos tão plenos, viscerais e entregues ao enredo e donos de grandes momentos. O jovem Matheus Abreu foi uma grata revelação. E Cauã Reymond, surpreendentemente, mesmo com uma imagem um tanto saturada depois de tantos trabalhos repetitivos seguidos, mostrou seu melhor momento na TV. Omar e Yaqub eram distintos e o trabalho do ator deixou isso bem claro ao público. Os momentos finais da minissérie foram todos de Fagundes (principalmente na excelente e emocionante sequência da morte de Halim), Cauã (se destacando no repulsivo momento em que Omar agrediu e xingou o pai morto) e Eliane (interpretando com precisão toda a decadência de Zana após a morte do marido e seu processo de agravamento da loucura). Como toda regra sempre tem uma exceção, Bárbara Evans (Lívia) já é uma forte candidata ao título de pior atriz do ano. Sua única cena revelante em toda a minissérie foi quando fez sexo com o personagem do Cauã. Também achei surreal o Irandhir Santos ser filho do Cauã Reymond. Poderiam ter envelhecido o Cauã com uma boa maquiagem ou então terem chamado um ator mais novo para viver Nael. Mas o talento do Irandhir compensou tamanho erro de escalação na passagem de tempo. De qualquer forma, Dois Irmãos encerrou sua trajetória abrindo a programação 2017 da Globo com chave de ouro.

Pesadelo na Cozinha


Nesta semana, a Band estreou Pesadelo na Cozinha, sob comando de Erick Jacquin, onde o jurado do MasterChef agora enfrenta as agruras dos donos de restaurantes que vão de mal a pior. Nesta estreia, o chef conheceu o escondidinho da Amada. Porém, o maior problema não residia no estabelecimento comercial em si, mas em Fernando, o marido de Amada. Jacquin encarna a figura de Supernanny dos restaurantes. Ele observa o movimento, percebe os pontos fracos e, em um receituário, passa sugestões para o incremento do local. Cris Poli fazia o mesmo com os pais das crianças. E, em muitas oportunidades, os filhos não eram o real problema, mas sim os pais que escreveram para o programa do SBT. E isso aconteceu no Pesadelo da Cozinha. A convivência nada pacífica de marido e esposa no ambiente de trabalho prejudicava todo o resto. E, nos momentos finais, um final feliz apareceu. Restaurante reformado. Novo menu. Amada e Fernando em clima de respeito mútuo. O programa apresentou um bom ritmo. Jacquin comanda com sobriedade sem humilhar os socorridos (ao contrário do que rola no MasterChef).

Tardes de domingo da Globo


Em sua segunda temporada, o ótimo The Voice Kids agora conta com o comando de André Marques no lugar do Tiago Leifert. André atinge o objetivo de entrelaçar o show do palco com a tensão dos bastidores. A substituição não prejudicou o ritmo do talent show. Thalita Rebouças também é outra novidade. Ela cumpre a função de assistente no programa. E muito bem, por sinal. O júri é a grande base para a competição. Ivete Sangalo, Carlinhos Brown e a dupla Victor e Leo formam uma boa bancada (apesar de já não aturar mais ver a cara do Carlinhos nos dois realities). Eles têm a preocupação de passar incentivo até para aqueles eliminados da disputa. O telespectador fica encantado com o show das crianças e jovens. The Voice Kids tem o mérito de valorizar o cancioneiro nacional. É rara a aparição de músicas em inglês ou espanhol. Menos de 20% do repertório. Os jurados claramente escolhem uma voz "kid". Eliminam de supetão os(as) candidatos(as) que cantam como adultos. E isso é certíssimo. A Globo acertou na grade de programação. A divertidíssima Nova Escolinha do Professor Raimundo e o The Voice Kids formam uma boa dupla para se assistir durante o almoço nas tardes de domingo da Globo. Ótima opção para quem procura QUALIDADE e não apelação.

Volta do Tá no Ar - A TV na TV


E o Tá no Ar  voltou com tudo, mostrando que Marcelo Adnet, Marcius Melhem e companhia estão cada vez melhores na função de transformar o efeito zapping numa divertida e esperta paródia do cotidiano nacional. Seja emulando programas conhecidos, parodiando comerciais ou simplesmente exercitando o melhor do besteirol, Tá no Ar segue como o melhor programa de humor da televisão brasileira na atualidade. No atual contexto político nacional, o que não faltam são assuntos que podem ser tratados de maneira crítica, irônica e, ao mesmo tempo, engraçada. Isso pôde ser visto nesta estreia com a chamada do filme "A Dama da Delação", atração do "canal Brasília". No enredo, muita sacanagem, ou seja, esquema de corrupção, tudo sendo gravado por uma moça, digamos, saliente. Ótima sacada! Outra esquete divertida parodiava o comercial de um supermercado do Rio de Janeiro, onde um animado garoto-propaganda anunciava demissões em massa num momento de crise ("Recessão, não tem contratação!"). E a atração colocou o dedo na ferida de maneira contundente ao parodiar o comercial do Banco do Brasil, com o slogan "Branco no Brasil: há mais de 500 anos levando vantagem". Bingo!

Tá no Ar atira para todos os lados e não perdoa grupo nenhum, como foi visto na esquete "Crentes", uma brincadeira com o seriado Friends, mas formado por um grupo de evangélicos. No canal ao lado, Silvio Santos segue com seus "greatest hits" e canta sua própria versão de "Bem que se Quis", cuja letra comemorava o fato de ele ter dito Jequiti na Globo sem ser notado. Impagável! Outra qualidade do Tá no Ar é saber manter quadros fixos sem cansar. Estão de volta sucessos como o "Jardim Urgente", sempre denunciando conflitos provocados por crianças (e o indefectível "Foca em mim!", besteirol que parece não perder a validade), ou o militante esquerdista, personagem de Marcelo Adnet que repete as mais variadas teorias da conspiração contra "a réde Glóbo de televisão". Novidade da última temporada, o Te Prendi na TV, paródia de programas de João Kleber, segue no ar, desta vez tentando descobrir quem é a celebridade oculta. "Será o Celso Portiolli?", perguntou o apresentador à sua animada plateia. Ver a Sandy relembrando os velhos tempos da série Sandy e Júnior e falando um monte de palavrões não teve preço!

Se continuar tão inspirado assim, Tá no Ar terá vida longa. Sorte a nossa!


     O PIOR DA SEMANA     


Tom didático do Amor e Sexo



A maior qualidade do Amor e Sexo é justamente conseguir tocar em assuntos importantes de uma maneira leve, divertida e para desmistificar alguns temas. Porém, infelizmente, na estreia da sua décima temporada, o programa pesou a mão. O tom adotado para debater feminismo e a questão de gêneros, por exemplo, foi de um tremendo didatismo. O entretenimento ficou em segundo plano (quiçá, em terceiro). Não adianta pensar que o formato de programa de auditório é capaz de popularizar discussões mais sérias e aprofundadas. Não funciona. Os melhores momentos do programa foi, justamente, quando deixou de lado o tom pseudo-educativo e partiu para as brincadeiras e opiniões aleatórias e para a galhofa. Fica muito mais divertido. Fernanda Lima é linda, simpática, divertida e comanda muito bem o Amor e Sexo. Espero que o programa volte a equilibrar entretenimento e informação nos próximos episódios, como sempre fez tão bem.

Descaso do JN com a morte de Russo


Tudo bem que o Russo nos últimos tempos estava brigado com a Globo, mas o Jornal Nacional ignorar a sua morte na edição deste sábado (28) foi algo grotesco. Não estou falando nem de fazerem uma homenagem, mas a questão é que não houve nenhum comentário sequer a respeito, nada. O Russo é só o maior e mais famoso assistente de palco da história da TV brasileira, já tendo trabalhado com Chacrinha, Angélica, Xuxa, Faustão e Luciano Huck. Não merecia esse descaso. Atitude lamentável e desrespeitosa!

Nova temporada de Cidade dos Homens


Para quem acompanhou a série que marcou os anos 2000 na TV, foi decepcionante essa sua reeleitura. Na prática, a nova temporada de Cidade dos Homens (que mostrou que rumo tomaram as vidas de Acerola/Douglas Silva e Laranjinha/Darlan Cunha dez anos após a conclusão da série original) nada mais foi do que um prato requentado, com passagens das temporadas anteriores sendo relembradas ao longo dos três episódios iniciais, onde apenas o quarto e último teve uma história totalmente inédita. Sem falar também que deixaram de lado todo o (ótimo) tom documental em mostrar a realidade da favela, marca registrada da série, para dar lugar a uma trama pra lá de melodramática: uma enorme quantia de dinheiro do traficante do morro é encontrada, levando ao dilema de devolver ou não, já que o dinheiro salvaria a vida do filho de Laranjinha, que tem uma doença grave e precisava ser operado urgentemente. Esperava mais...

Sem Volta


A Record tentou, mas não foi desta vez. Sem Volta prometeu, entrou com fôlego em seu primeiros capítulos no roteiro e em outros aspectos, mas tropeçou e não empolgou. Com overdose de violência nos episódios, cenas de ação que pareciam terem sido criadas só para enrolar e não levavam a história para lugar nenhum, flashbacks fracos e confusos, distribuídos em um enredo parado em poucas ambientações (o que não deu ideia de movimento), Sem Volta se mostrou cansativo na maior parte dos seus 13 episódios. De modo geral, Sem Volta perdeu seu potencial, passou despercebida e deve fazer jus ao nome, talvez até para produções similares.

A Lei da Incoerência e do Dramalhão


Sabe uma velha senhora chamada coerência? Ela anda passando bem longe de A Lei do Amor, que parece ter aderido de vez ao mantra de Glória Perez em Salve Jorge: "vamos voar!". Além da eliminação sem controle de alguns personagens que mereciam ficar na trama e a chegada de outros que inexplicavelmente brotam do nada na história, um dos últimos absurdos se centraliza na volta da Isabela (Alice Weigmann), que, dada como morta depois de ser jogada de uma lancha no mar, reaparece vingativa como Marina. Até ai, ok. O problema é o fato de vários personagens que conviveram com a Isabela sequer acharem a Marina parecida com ela, com exceção de Tião (José Mayer), o único ser que mostrou ter mais de dois neurônios. Jura que bastou pintar o cabelo da menina de preto, tirarem a franjinha característica, enfiarem um óculos de grau E NINGUÉM RECONHECEU ELA?! Tá, né...

E tudo só piorou no capítulo da última terça (24). Magnólia (Vera Holtz) foi desmascarada diante de todos, tendo seu caso de mais de 20 anos como o genro Ciro (Thiago Lacerda) exposto durante uma exposição. A vilã foi xingada, humilhada, estapeada pela filha, jogada no chão pelo Fausto (que, mesmo doente, sabe-se lá como encontrou tanta força para derrubá-la, mas tudo bem) e ainda levou um soco de Tião. Ufa! Lembra daquelas grandes sequências de revelações bombásticas em família ou em festas na fase de ouro das novelas do Manoel Carlos (como quando Clara revelou pra todo mundo que Capitu era prostituta em Laços de Família)? Então... Não chegou nem perto! Do início ao fim, o exagero deu o tom do capítulo. A fraca direção, o texto pra lá de mexicanizado e os cortes que iam acontecendo deixou tudo muito anticlímax: começou intensa e, de tanto enrolar, terminou morna e bem fraquinha. Mas o pior ainda estava por vir. No final do capítulo, Fausto teve algum tipo de ataque que atingiu todos os índices da cafonice. A cena continua com ele moribundo, deitado na cama, já próximo da morte, com toda a sua família em volta. Fraco, o personagem tem tempo de se despedir de um por um. E enquanto isso acontece, ninguém teve a brilhante ideia de chamar um médico ou uma ambulância para tentar salvar a vida do homem. Ficaram lá, esperando a Dona Morte levá-lo. Afinal, Fausto estava superbem há apenas alguns instantes e, repentinamente, sofreu um problema. Como diria uma certa pensadora contemporânea, gente velha é um perigo, morre por qualquer coisinha... E assim encerra-se a participação de Tarcísio Meira em A Lei do Amor. Ele, que passou a maior parte do tempo deitado numa cama e vinha formando uma dupla até que divertida com Grazi Massafera (Luciane), quando finalmente deu a volta por cima, morre. Enquanto isso, Chatícia, Mileide, Sansão, Padre Paulo, Edu, Olavo e aqueles frentistas seguem firmes e fortes.


Dudu Camargo fazendo strip-tease no SBT Notícias




Preciso nem comentar, né? Está cada vez mais difícil levar o jornalismo do SBT a sério...

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