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sábado, 7 de janeiro de 2017

Os Melhores e Piores Atores de 2016



Já falei das atrizes que tiveram as melhores e piores atuações, o que rolou de bom e ruim na dramaturgia e hoje comentarei sobre os atores que mais se destacaram (para o bem e para o mal) na TV em 2016.


   OS MELHORES ATORES NA TV EM 2016   



19º lugar: Lázaro Ramos — Interpretando o personagem-título da série Mister Brau, se mostra completamente solto em cena e com um lado musical muito forte. Seu personagem é extremamente cativante e já garantiu a popularidade e o carinho do público. Au, au, au, au, au, au, meu nome é Brau!

18º lugar: Felipe Simas — Após ter se destacado na Malhação Sonhos, Rosane Svartman e Paulo Halm confiaram a ele o mocinho de Totalmente Demais. O risco era altíssimo, afinal, o ator só tinha um trabalho no currículo. Mas valeu a pena a coragem dos autores. Felipe emocionou e cativou na pele do destemido Jonatas e formou um casal que caiu nas graças do público com Marina Ruy Barbosa (Joliza).

17º lugar: Selton Mello — Há quatro anos sem atuar na TV, a volta de Selton diante das câmeras na telinha foi em grande estilo, se destacando como o sedutor Augusto em Ligações Perigosas. São poucos os atores e as atrizes que passam ao largo da TV no Brasil e conseguem sobreviver com dignidade.

16º lugar: Márcio Fecher — Que Supermax foi uma tremenda decepção, isso ninguém duvida. Porém, a atuação esplendorosa de Márcio merece ser reconhecida. Em meio às atuações canastronas de grande parte do elenco, o ator se sobressaiu na pele do monstruoso Nonato/Baal, o ponto alto da série.

15º lugar: Caio Blat e Ricardo Pereira  Não poderia deixar de citá-los juntos, afinal, protagonizaram a primeira cena de sexo entre dois homens na história da teledramaturgia, que, inclusive, acabou atraindo o público e chamando mais a atenção pela sutileza com que foi feita. Blat e Ricardo merecem todos os elogios e se entregaram pra valer na cena. O primeiro fugiu do estereótipo e trouxe humanidade, sensibilidade e respeito ao André, enquanto o segundo, que viveu seu melhor momento na carreira, demonstrou a truculência e a mistura de sentimentos de Tolentino sem cair na caricatura.


14º lugar: Marcelo Serrado  Inicialmente mostrado apenas como um personagem servil, o deputado Carlos Eduardo foi ganhando outros contornos ao longo de Velho Chico a medida que ia se revelando o grande vilão da história. E o Serrado agarrou bem essa oportunidade, mostrando o que um ator competente é capaz quando tem um bom personagem em mãos. O ar asqueroso do ex-vereador, com aquele bigodinho quase imoral, deixava o personagem ainda mais crível e adoravelmente detestável.

13º lugar: Antonio Fagundes  Na troca de fases de Velho Chico, Fagundes detonou com o brilhante trabalho de Rodrigo Santoro (leia mais embaixo) dando ao Coronel Saruê uma brusca mudança tanto visual quanto psicológica, sem um motivo realmente convincente, com um tom caricato e bonachão. Porém, a medida que Afrânio foi se desfazendo da sua máscara social e repensando a vida, o personagem se tornou mais humano e Fagundes deu um show de interpretação. Antes tarde do que nunca, né?

12º lugar: Jesuíta Barbosa — O ator esteve em Ligações Perigosas e Nada Será Como Antes, mas foi em Justiça o seu grande momento de 2016. Na pele do desequilibrado Vicente, o ator deu um show na minissérie em cenas pra lá de intensas, provando que é um dos grandes nomes da nova geração.

11º lugar: Mateus Solano  O Félix pode ser o papel de maior sucesso do Solano, mas o Rubião foi o seu maior momento na carreira, até então, e já pode ser considerado um dos maiores e mais odiosos vilões da teledramaturgia. Ele exorcizou completamente a bicha má de Amor A Vida com Liberdade Liberdade.

10º lugar: José de Abreu  Depois de revelado que seu personagem era o Pai da facção, no capítulo 100 de A Regra do Jogo (que foi exibido lá no finalzinho de 2015), o ator causou medo e passou a protagonizar grandes cenas. José de Abreu foi bem adotado pela diretora Amora Mautner desde Avenida Brasil, quando interpretou o repugnante e, ao mesmo tempo, adorável Nilo, passando por Jóia Rara, como o poderoso Ernest, e comprovou isso como Gibson, uma espécie de Flora de cueca, que já é um dos melhores e mais detestáveis vilões masculinos dos últimos tempos. Vitória na guerra!


09º lugar: Lee Taylor  Com grande experiência no teatro e no cinema, foi convidado pelo diretor Luiz Fernando Carvalho para dar vida a Martim, um dos personagens mais importantes de Velho Chico. Em sua estreia na TV, Lee surpreendeu pelas cenas de confronto com Fagundes e Serrado e ganhou nossa simpatia por sua integridade e busca por justiça, além de todo charme e o jeitão meio rústico do ator.

08º lugar: Marco Nanini — Após anos no seriado A Grande Família, Nanini foi o segundo ator do seriado a brilhar em uma novela de Walcyr Carrasco. O simpático professor Pancrácio, que se transformava em vários outros para conseguir dinheiro, ganhou um intérprete à sua altura, que divertiu e emocionou em Eta Mundo Bom. Seus disfarces eram impagáveis. Multifacetado, mais tarde, o ator brilhou também como Pandolfo, irmão gêmeo de personalidade diferente, no núcleo da fazenda. Nanini foi mil em um!

07º lugar: Tobias Carrieres  O que esse menino fez em Justiça foi de causar inveja em muito ator veterano. A sua entrega como o cativante Jesus foi perceptível e impressionante e todas as suas cenas dramáticas ao lado da grande Adriana Esteves arrancaram lágrimas de quem assistia. Tem futuro!

06º lugar: Chico Diaz — Fazendo o telespectador chorar em todo capítulo em que aparecia, Belmiro, o oprimido que não se permitia oprimir, foi um fiel retrato do brasileiro que não desiste nunca; sendo construído pelo ator como uma figura de traços rudes e alma doce. A morte do retirante causou não só enorme comoção em Grotas do São Francisco,como também do público que assistiu Velho Chico.

05º lugar: Domingos Montagner  Como o Santo de Velho Chico, o ator havia atingido um patamar na carreira em que nunca chegou. Domingos compôs um protagonista incrível. Com seu estilo único de atuação (marcada pela limpeza interpretativa, sem exageros, precisa, irretocável), o ator viveu um personagem intenso, de bom coração e que se esforçava para mudar o mundo e torná-lo mais justo, mas sem se tornar chato e gerar nossa antipatia. A trágica morte de Domingos abreviou uma carreira no auge e que tinha tudo para seguir em crescimento. As artes brasileiras perdem, sem dúvida, um magnífico ator.


04º lugar: Enrique Diaz — Tipo mais complexo de Justiça, sua atuação sensacional foi um dos motivos que fizeram a história de terça ser a melhor da série. Vivendo um policial com desvios de caráter, conseguiu nos fazer oscilar a todo momento entre amor e ódio pelo personagem (terminei amando o Douglas!).

03º lugar: Marco Ricca  O bandoleiro Mão de Luva, aos poucos, foi se mostrando um personagem carismático e divertido, ganhando um merecido espaço em Liberdade Liberdade graças ao talento e a competência de Marco Ricca, que imprimiu um excelente tom sarcástico e sedutor ao salteador. Ele adotou um sotaque mineirês bem acentuado, o que ajudou a expor ainda mais o jeito malandro do trambiqueiro. Aliás, foi um dos poucos atores do elenco que mostrou o jeito de falar do povo de Minas Gerais, ainda que de forma mais caricata. Mas foi uma ideia de gênio, pois coube perfeitamente no papel. Não à toa, seu personagem ganhou um spin-off exclusivo para a internet, intitulado A Lenda do Mão de Luva.

02º lugar: Rodrigo Santoro — Longe das produções nacionais desde Mulheres Apaixonadas, em 2003. Santoro retornou vivendo o complexo Afrânio na primeira fase de Velho Chico e brilhou do início ao fim da sua luxuosa participação. Suas cenas primavam pela poesia e drama, sendo necessário ainda destacar a sua química com Carol Castro. A aceitação foi tanta que sobraram críticas a Antônio Fagundes nos primeiros meses da segunda fase, pois em nada lembrava a composição primorosa de Santoro. Também, pudera... Santoro construiu um tipo apaixonante, contraditório em sua essência, que foi se fechando, endurecendo e perdendo a ternura pelo embrutecimento que a vida lhe causou.

01º lugar: Sergio Guizé — De fato, a novela deveria ter se chamado Candinho (como estava inicialmente previsto), pois foi a alma de Eta Mundo Bom! Poucas vezes, vi um ator honrar o protagonismo de uma novela com tanto brilhantismo como Guizé, que não ficou devendo em nada ao Mazaroppi (que imortalizou o personagem do filósofo Francês Voltaire nos cinemas e que também inspirou a trama do Walcyr), dando um jeito próprio ao caipira. Nem mesmo o fato de ter ficado sem sua grande parceira em cena, visto que a Debora Nascimento não conseguiu se firmar como protagonista e par romântico, abalou o sucesso e a credibilidade do personagem. Candinho poderia soar ridículo se mal construído e sua ingenuidade excessiva irritante, mas o domínio do ator foi tanto que a gente não apenas torceu pelo Candinho, mas também tinha vontade de cuidar dele, de orientá-lo, de tê-lo por perto como amigo.

Menções Honrosas: Bruno Ferrari e Dalton Vigh (Liberdade Liberdade), Gabriel Leone, Irandhir SantosMarcos PalmeiraLucas VelosoRodrigo LombardiBatoréSaulo Laranjeira e Renato Góes (Velho Chico), Fábio AssunçãoOrã Figueiredo e Pablo Sanábio (Totalmente Demais), João Baldasserini e Marcos Pitombo (Haja Coração), Fernando Pavão e Luiz Guilherme (Escrava Mãe) e Antonio Calloni (Justiça).


   OS PIORES ATORES NA TV EM 2016   



05º lugar: Francisco Cuoco  Ele pode ser uma lenda viva da teledramaturgia brasileira, mas já faz um bom tempo que o ator vem repetindo os mesmos trejeitos a cada personagem que interpreta. Em Sol Nascente, por exemplo, por incrível que pareça, ele conseguiu ser pior que o japonês de araque do Luís Melo e criou um tipo bem curioso de italiano: o que NÃO SABE imitar sotaque italiano!!! Incrível!

04º lugar: Eriberto Leão  A vilã Sandra (Flávia Alessandra) merecia um comparsa bem mais a sua altura em Eta Mundo Bom. O Ernesto não passou de uma figuração de luxo perto dela. Muito por culpa da atuação canastrona do seu intérprete, de expressão, entonação e trejeitos lineares, sem nuances. Quando dividia cena com a Debora Nascimento (Filó), então, aí era uma verdadeira aula de Cigano Igor 2.0.

03º lugar: Dudu Azevedo  Pior trabalho do ator em sua carreira (que nunca foi lá grande coisa... ou alguém aí lembra de algum grande trabalho dele na TV?). Com o carregado sotaque carioquês na pele de Zur em Os Dez Mandamentos - Nova Temporada, mais parecia um surfista no Antigo Reino.

02º lugar: Malvino Salvador — Outro exemplo típico de galã de pouco talento que é sobrevalorizado pela Globo. Já faz um bom tempo que o ator vem apostando no feijão com arroz, muitas vezes sem tempero, na interpretação, mas não comprometia a novela. Em Haja Coração, porém, ele viveu seu pior momento na carreira. Malvino não conseguiu passar a emoção na pele do Apolo, que, diga-se de passagem, tinha uma personalidade agressiva que irritava qualquer um. E o autor Daniel Ortiz empurrou goela abaixo do público o insuportável personagem sem torná-lo mais aceitável e fazendo com que ele ficasse com a Tancinha, contrariando a esmagadora vontade popular que queria ver a feirante ao lado de Beto. 

01º lugar: Hélio de la Peña — Em Totalmente Demais, o ex-Casseta teve a oportunidade de fazer seu primeiro papel em novelas de verdade. Claro que eu não esperava nenhum Tony Ramos ali, mas a sua atuação foi algo abaixo do péssimo. O "ator" parecia estar sempre interpretando algum personagem nas antigas paródias do humorístico. Totalmente inexpressivo! Acredito que a seriedade do Zé Pedro tenha sido um equívoco para um ator que ficou conhecido por fazer imitações. O advogado poderia ter tido mais traços de humor para que sua interpretação soasse menos falsa. Ao contrário da Samantha Schmutz, que conseguiu transitar perfeitamente entre o drama e o humor, Hélio não teve a mesma sorte. Errou rude!

Menções Nada Honrosas: Rainer CadeteKlebber ToledoFlávio Tolezani Rômulo Neto (Eta Mundo Bom), Paulo Rocha (Totalmente Demais), José Loreto (Haja Coração), Felipe Roque (Malhação), Duda Nagle (Cúmplices de Resgate), Junno Andrade (Escrava Mãe) e Kadu Moliterno (A Terra Prometida).


Obviamente, a lista é baseada unicamente na opinião desse humilde redator que vos escreve. Portanto, está sujeita a injustiças e esquecimentos. Cabe a cada um dos leitores concordar ou não, dar a sua opinião, completar a lista, me esculhambar nos comentários...


quarta-feira, 4 de janeiro de 2017

O Melhor e Pior da Dramaturgia em 2016



Pensaram que tinha esquecido a retrospectiva? Nananinanão! Curada completamente a minha ressaca do ano novo, hoje vou relembrar o que rolou de bom e ruim na dramaturgia em 2016 (lembrando que Rock Story e Carinha de Anjo, que estrearam no final de 2016, entrarão só na retrospectiva do ano que vem).


   O MELHOR DA DRAMATURGIA EM 2016   



13º lugar: Malhação - Pro Dia Nascer Feliz — É infinitamente melhor que a temporada passada, Seu Lugar no Mundo, sim ou com certeza? Com certeza! Embora tenha perdido um pouco de rumo nos últimos meses, o enredo central dessa Malhação é muito melhor estruturado, apresentando desdobramentos que despertam interesse, além de ter tipos mais simpáticos e uma vilã bem construída.

12º lugar: A Terra Prometida — Escapando da evangelização e da pregação, a trama impressionou pelo caráter folhetinesco, se mostrando mais novela e menos bíblica. A ação que predomina em grande parte da história, por exemplo, segue muito mais como uma saga épica do que como um drama bíblico, apesar de beber na fonte da Bíblia. Além disso, mostra uma evolução visível da Record neste segmento em relação a antecessora, Os Dez Mandamentos: sua produção é mais esmerada, reduzindo efeitos que beirem à tosquice (embora ainda haja algumas cenas assim), um elenco mais afinado e um texto mais natural.

11º lugar: Mister Brau — Tocando em feridas abertas como racismo, desigualdade social e preconceito, porém, de um jeito leve, inteligente, com muito humor, diálogos afiadíssimos e zero cara de merchandising. Muito mais do que o discurso social, a série tem seu mérito no entretenimento a que se propõe. Equilibrada, ela diverte e ao mesmo tempo não deixa de dar voz às diversidades brasileiras.

10º lugar: Conselho Tutelar — A série produzida pela Record mostrou casos de violência e abusos contra crianças afim de estimular denúncias a respeito com uma ótima consistência técnica e bem realista; e se destacou no cenário nacional, deixando a sensação de que merecia mais uma temporada (e vai ter).

09º lugar: Pé na Cova — Verdade seja dita, a série já estava mesmo na hora de parar. E com a morte de Marília Pêra, isso era inevitável. Com a última temporada já toda gravada, os momentos finais da trama ainda puderam contar com a presença da grandiosa atriz e, prevendo o que ocorreria, Miguel Falabella, com seu texto afiado, inteligente e poético, conduziu tudo em um tom tocante de despedida, melancolia e homenagem. Do início ao fim, o seriado caminhou muito bem nessa corda bamba entre o humor e o drama. Nesta última temporada, em especial, conseguiu extrair o nosso riso e o nosso choro, ao mesmo tempo.


08º lugar: Ligações Perigosas — Com ótima fotografia, estética luxuosa, boas atuações e erotismo sutil, a série fez 2016 começar o ano com pé direito no que diz respeito à dramaturgia. Ocorreram problemas com os ganchos antes dos comerciais e nos finais dos capítulos (sempre terminados de forma abrupta), mas acho que foi mais um problema de edição do que do roteiro. Os diálogos eram cativantes, sempre mesclando sedução, amoralidade, inocência e crueldade com extrema habilidade. A autora Manuela Dias conseguiu abrasileirar o clássico francês e, mesmo sem a nudez de corpos, a minissérie chocou mostrando o lado mais doentio do ser humano na arte de seduzir e de se deixar seduzir, despindo almas.

07º lugar: Eta Mundo Bom — Ou você embarcava na total despretensão da novela (deixando de lado os vícios do autor e de parte do elenco) e acabava se divertindo com o universo criado por Walcyr Carrasco ou fincava o pé no perfeccionismo e torcia o nariz para as inúmeras repetições e problemas que a trama apresentou. O público preferiu a primeira opção. E eu também. Walcyr pode até ter dado uma repetida na sua já tradicional fórmula de novela das seis repleta de tortada na cara, gente sendo jogada no chiqueiro, entre outros clichês seus, mas essa historinha água com açúcar alegre e otimista era a história que o Brasil precisava e queria ver em tempos de noticiário carregado de violência, tragédias e escândalos das mais variadas origens. Foi um "feijão com arroz" requentado que deliciamos como um manjar dos deuses.

06º lugar: Escrava Mãe — Gravada em 2015 e sucessivamente adiada, a história marcou a retomada da Record de produções fora do filão bíblico (aleluia!) e provou que a emissora estava muito errada em não tê-la exibido logo antes. A edição de cada capítulo é caprichadíssima e há cenas que parecem feitas para o cinema. Além disso, aposta fundo em ingredientes folhetinescos: não abre mão dos ganchos, nem tampouco de deixar bastante claro quem é bonzinho ou malvado na história. O maniqueísmo não cede espaço para nuances de caráter e ali também não há lugar para invencionices narrativas. É justamente aqui o ponto alto da história: sem fugir do feijão com arroz, Escrava Mãe mostra-se uma novela correta e uma boa referência de junção histórica e ficcional, sabendo entreter e retratar a escravidão na medida certa.

05º lugar: Liberdade Liberdade — Marcada pelo capricho estético (mostrando um Brasil imperial sem glamour, com uma realidade nua e crua em cenas pra lá de chocantes) e pela primeira cena de sexo gay entre dois homens na história da teledramaturgia, teve altos e baixos. Começou sonolenta e excessivamente didática, com uma trama que andava em círculos enquanto a história principal se desenvolvia lentamente. Só não caiu no tédio porque tinha ótimos trunfos na manga que faziam valer a pena. Quando finalmente se estabeleceu, entrou num ritmo alucinante e de tirar o fôlego, apresentando tudo aquilo que ficou devendo nos meses iniciais: uma trama ágil e coerente com ligação histórica. Terminou com um saldo positivo, mas deixou aquele gostinho de que poderia ter rendido muito mais.

04º lugar: Velho Chico — Um espetáculo em forma de novela; que já entrou para a história como uma das mais belas e inspiradas já produzidas na nossa dramaturgia. Pelo menos, tecnicamente falando. Texto sensível. Fotografia espetacular. Cenários belíssimos. Trilha instrumental fantástica. Direção esplendorosa. Atores (praticamente todos) impecáveis. Cenas (praticamente todas) memoráveis. O telespectador ficou encantado. Porém, "dramaturgicamente" falando, se mostrou irregular, vagarosa e angustiante, com um excessivo foco na política e questões sociais durante um bom momento. De qualquer forma, gostei que, mesmo com a audiência baixa, Velho Chico, ao contrário de c.e.r.t.a.s.n.o.v.e.l.a.s que estão nessa lista (leia mais embaixo), não se descaracterizou em momento algum por números no Ibope. Venceu a arte!


03º lugar: Totalmente Demais — Egressos de duas temporadas de Malhação, Rosane Svartman e Paulo Halm fizeram sua estreia novelística com a novela mais empolgante do ano. Totalmente Demais possuia uma trama das mais simples e despretensiosas, com a atualização de um conto de fadas mais do que conhecido (o da gata borralheira). Entretanto, logo foi ganhando público, se tornando um fenômeno de audiência e repercussão e o maior sucesso do horário das sete desde Cheias de CharmeA novela veio atolada na fantasia, reunindo velhos clichês do folhetim numa roupagem moderna, bonita e atraente, com a leveza e comicidade que o horário pede, repleta de personagens carismáticos e casais apaixonantes.

02º lugar: Reprise de Cheias de Charme — Está sendo um prazer rever atualmente uma das melhores novelas dos últimos tempos no Vale a Pena Ver de Novo. Marcada pelo humor, criatividade e originalidade, a trama parodia os pequenos dramas humanos através de personagens cativantes e queridos e tramas alegres intercaladas com o mais puro dramalhão. "Levo vida de empreguete, eu pego às sete"...

01º lugar: Justiça — Inovadora, ousada, inteligente, imprevisível... Me faltam palavras para descrevê-la. Do texto à direção, passando pela performance sensacional dos atores, fotografia, figurino, maquiagem, cenários e trilha sonora. Tudo esteve em seu devido lugar em Justiça, que se traduziu na melhor das melhores produções que a televisão brasileira já realizou nos últimos anos. Mostrando um jeito diferente de se ver TV ao fugir da lógica da narrativa linear, com quatro histórias fortes e diferentes sobre os limites do ser humano na busca pela justiça se interligando a todo momento, Justiça teve o raríssimo mérito de combinar audiência e repercussão com qualidade, que traz o público para dentro da tela e o faz pensar, se questionar, se colocar no lugar dos personagens, refletir sobre suas ações. É verdade que algumas histórias se perderam e outras tiveram muitos furos, mas isto não comprometeu o bom resultado.


   O PIOR DA DRAMATURGIA EM 2016   



12º lugar: Haja Coração — Pode ter mantido o sucesso da sua antecessora, Totalmente Demais, trazendo elementos típicos de comedia romântica que o horário das sete pede, porém, a história decepcionou devido ao péssimo desenvolvimento de tramas promissoras, à falta de função de personagens, os momentos (que não foram poucos) que extrapolaram o mantra "Vamos voar" de Glória Perez em Salve Jorge e por ter pesado a mão tanto no melodrama, quanto na comédia, atirando para todos os lados.

11º lugar: A Lei do Amor — Após três meses, a novela ainda não emplacou e já pode ser considerada mais uma decepção. Com baixa audiência, uma força tarefa foi montada para salvar o folhetim do iminente fracasso. Corta daqui, corta dali, muda aqui, muda ali, tira personagem, cria personagem, adia trama, adianta trama... E o que se tornou A Lei do Amor, novela com título que não faz jus a história que tem? Uma bomba! De um amor impossível, a trama virou policial. São tantos personagens e tantas tramas paralelas que quem assiste ficou perdido e alguns personagens mudam de personalidade como quem muda de roupa. A trama vai ao ar, provavelmente, até meados de abril e, sinceramente, não vejo mais salvação...

10º lugar: Reprise de A Usurpadora — Que fique bem claro: A Usurpadora é a minha novela mexicana favorita. Já vi inúmeras vezes, sempre dizia que não ia assistir de novo e lá estava eu vendo novamente, mas com apenas um ano e alguns meses da última reprise não dá. Paola e Paulina mereciam um bom descanso na grade do SBT. Calculo uns 5 anos. Se, pelo menos, esse prazo fosse respeitado, sempre marcariam uma audiência satisfatória. A milionésima volta de A Usurpadora é mais uma intervenção louca de Silvio Santos na grade do SBT e acabou fracassando no Ibope, além de ter desgastado um clássico.

09º lugar: Cúmplices de um Resgate — Não é só a Record que espreme um produto até a última gota. O SBT também está no mesmo caminho (ou até pior) com as suas novelinhas infantis. Além de ter tido uma duração exagerada (357 capítulos), 90% de cada capítulo era pura enrolação, com trocentos clipes musicais, intervalos a todo momento e cenas do próximo capítulo que duravam uma eternidade. Sei que ela é destinada ao público infanto-juvenil, mas prefiro preservar a saúde mental das minhas crianças.


08º lugar: Supermax — Partindo de uma premissa interessante e marcando o investimento da Globo em um novo nicho (o terror), a sua ousadia e pioneirismo, infelizmente, não foram recompensados como se esperava e se revelaram um misto de confusão com decepção na prática. Foi, sem dúvida, uma grande ideia, perdida nos equívocos gerados por uma grande euforia (entre outros equívocos, mencionados AQUI).

07º lugar: Nada Será Como Antes A série tinha como ponto de partida abordar uma visão ficcional do início da televisão no Brasil. Os bastidores da TV seriam um prato cheio para um produto de alta qualidade, porém, o que se viu nos episódios seguintes foi que a história se transformou em um drama amoroso qualquer. Os conflitos dos personagens ofuscaram completamente o contexto histórico, fazendo com que a série perdesse o sentido de existir (apesar da produção caprichada e do elenco afinado). Outro grande erro que prejudicou o seu andamento foi a exibição semanal, quebrando o ritmo da história.

06º lugar: Malhação - Seu Lugar no Mundo — Histórias afetadas pela falta de bons conflitos, personagens perdendo função, situações forçadas, temas importantes (como o assédio, a gravidez na adolescência, a AIDS e o uso de drogas) sendo abordados de forma equivocada... ZZZZZZZZ Dormi!

05º lugar: Chapa Quente — Juro que, por inúmeras vezes, tentei assistir a série. Mas a quantidade de caretas, gritaria, situações bizarras e humor batido espantaram-me a ponto da chapa esfriar e não suportar concluir um único episódio do início ao fim nessas duas sofríveis temporadas. O texto e interpretações apelaram exageradamente para o humor popular ao estilo do finado Zorra Total. Já foi tarde!


03º lugar: A Garota da Moto — Qualquer coisa que não seja mexicana, reprise ou tenha uma pirralhada protagonizando uma produção na dramaturgia do SBT, de cara, já é um imenso progresso e vale pela tentativa de sair da mesmice. Mas A Garota da Moto foi ruim demais. Pra começar, o recurso utilizado pela série com os personagens principais dialogando com o público e explicando a história, como se o pessoal de casa fosse burro a ponto de não entender, foi irritante. Soma-se a isso as atuações sofríveis (com destaque para a vilã extremamente caricata vivida pela Daniela Escobar), o roteiro raso, previsível e repleto de clichês, a direção capenga e as tramas paralelas que de cômicas não tiveram nada.

02º lugar: Os Dez Mandamentos - Nova Temporada — Se fazer uma segunda temporada do maior sucesso da teledramaturgia da Record em 2015 já tinha se mostrado um equívoco tremendo, os efeitos especiais para as cenas de impacto (como as da abertura da terra e das batalhas sangrentas sem nenhuma gota de sangue) foram, no mínimo, constrangedores. Um festival de closes nas caras e bocas dos atores, com fundo em chroma key malfeito. E o que dizer da maquiagem de envelhecimento (eleito, inclusive, pelos leitores o mico do ano na nossa premiação)? Atores e atrizes envelhecidos artificialmente. Até tentaram apostar na interpretação, mas as barbas e cabelos postiços criaram um ruído perturbador no vídeo. O cuidado e o esmero da novela do ano passado contrastaram com o ar amador desta continuidade, que perdeu sua essência bíblica e virou um verdadeiro besteirol. Triste fim para a saga de Moisés...

01º lugar: Sol Nascente — Sem dúvidas, o maior erro da dramaturgia em 2016. A novela já causou polêmica antes mesmo da estreia, ao entregar os protagonistas japoneses da obra a dois atores caucasianos, Giovanna Antonelli e Luis Melo. Alice, personagem de Giovanna, é filha adotiva, mas nada justifica Tanaka ter a cara de Melo, por melhor ator que ele seja. E, como se não bastasse tudo isso, Sol Nascente entrou no ar com um fiapo de história, trama principal fraca e batida (e paralelas piores ainda), personagens rasos que não causam nenhuma emoção ou empatia, mau uso de clichês e ritmo arrastado e lentíssimo. Além disso, reforça estereótipos de japoneses e italianos, povos que, a princípio, seriam "homenageados" no folhetim; provocando só a indiferença do público, o que às vezes é pior que uma rejeição. Nada funcionou ali. Apenas serviu como um ótimo antídoto para quem sofre de insônia.

Confira a retrospectiva das melhores e piores atuações femininas em 2016.

Obviamente, a lista é baseada unicamente na opinião desse humilde redator que vos escreve. Portanto, está sujeita a injustiças e esquecimentos. Cabe a cada um dos leitores concordar ou não, dar a sua opinião, completar a lista, me esculhambar nos comentários...


sábado, 31 de dezembro de 2016

Os vencedores do Prêmio Eu Critico Tu Criticas 2016



Vocês votaram! Confira agora os vencedores do Prêmio Eu Critico Tu Criticas 2016:


Saídos de Malhação, os autores Rosane Svartman e Paulo Halm estrearam com pé direito no horário das sete. Eu jurava que a vencedora nesse quesito seria Eta Mundo Bom, maior sucesso do ano, mas quem se sagrou como a melhor novela de 2016 foi Totalmente Demais (outro grande sucesso também), com 34% dos votos contra 29% da trama das seis. Pelo visto, o público só quer saber de tramas simples recheada de bons melodramas e bastante humor. Tempos difíceis para as novelas das nove, viu... Velho Chico, por exemplo, só recebeu 13%. As outras finalistas foram Liberdade Liberdade (19%) e Escrava Mãe (6%).


Depois de uma trinca perfeita no horário das seis (Sete Vidas, Além do Tempo e Eta Mundo Bom), eis que chegou Sol Nascente para colocar tudo a perder. Completamente insossa, a trama que serviu como um ótimo antídoto para os telespectadores que sofrem de insônia foi eleita a pior novela do ano, com 44% dos votos, contra 37% de Os Dez Mandamentos - Nova Temporada e 18% da Malhação - Seu Lugar no Mundo.


Sem surpresas, né, gente? Não adianta, o ano foi de Justiça (67%), o maior destaque entre as produções seriadas nacionais. Com sua trama inovadora e original, foi eleita, merecidamente, pelos leitores a melhor série de 2016, contra Ligações Perigosas (14%), Conselho Tutelar (7%), Mister Brau (7%) e Supermax (5%).


Poucas vezes se viu um ator honrar o protagonismo de uma novela com tanto brilhantismo como Sérgio Guizé em Eta Mundo Bom com seu adorável Candinho. O público reconheceu o seu talento e, numa disputa até que acirrada com Domingos Montagner (34%) e Mateus Solano (21%), elegeram Guizé o melhor ator de novela do ano com 40% dos votos. Antonio Fagundes (3%) e Marcelo Serrado (2%) também concorriam.


Fico feliz que a opinião dos leitores tenha batido com a minha. Eleita por esse redator que vos fala a pior atriz do ano na minha retrospectiva das melhores e piores atuações femininas, Débora Nascimento também ganhou o título de pior atriz na votação popular (com 40% dos votos) por sua catastrófica atuação em Eta Mundo Bom como a insuportável Filomena. Giovanna Grigio (21%), Luiza Brunet (20%), Priscila Steinman (13%) e Guilhermina Guinle (6%) também concorriam (e foram tão ruins quanto a vencedora).


Você se lembra qual era o nome do personagem do Conrado Caputo em Haja Coração? Qual a trama dele dentro da história? Duas perguntas, uma resposta: NÃO! A disputa nessa categoria foi bastante acirrada entre Conrado e Lavínia Vlasak (que também esteve em um papel bem aquém do seu talento em Totalmente Demais), mas por uma diferença de 1% quem levou a melhor foi o intérprete do maravilhoso Pepito de Alto Astral, com 29%. Conrado foi do céu ao inferno de uma novela para outra, né? Adriana Birolli (19%), Maria Zilda Bethlem (13%) e David Lucas (11%) também concorriam ao título de figurante de luxo do ano.


Outra categoria acirradíssima. A todo momento, Marco Nanini e Marcos Rica (que tiveram desempenhos impecáveis em, respectivamente, Eta Mundo Bom e Liberdade Liberdade) ultrapassavam um ao outro e assumiam a liderança. Mas, no final, por uma diferença de 2%, quem foi eleito o melhor ator coadjuvante de 2016 foi o intérprete do multifacetado Pancrácio (que ainda teve um irmão gêmeo e vários disfarces), com 38%. Na sequência, vieram Caio Blat (15%), Irandhir Santos (7%) e Ricardo Pereira (4%).


Com uma vitória pra lá de expressiva (62%), Lucy Alves foi eleita a atriz revelação do ano. Cá entre nós, esse resultado também foi fácil de prever, né? Lucy não foi só a atriz revelação do ano, como uma das maiores (senão, a maior) revelações da TV nos últimos anos. Sua interpretação visceral em Velho Chico como a Luzia deu um banho em muita atriz veterana por aí. Amanda de Godoi (13%), Bárbara França (11%), Zezita Matos (6%), Giullia Buscacio (5%) e Mariene de Castro (3%) também concorriam, mas não levaram.


Shirley e Felipe (Sabrina Petraglia e Marcos Pitombo) foram o maior sucesso de Haja Coração, viraram o casal mais adorado e shippado da TV nas redes sociais em 2016 e, com 42% dos votos, foram eleitos o melhor par romântico do ano. Ainda assim, isso, no entanto, não foi suficiente para que a Globo renovasse o contrato com os dois atores. Vai entender... Os casais Stelinha e Maurice (Glória Menezes e Reginaldo Faria) e Beto e Tancinha (João Baldasserine e Mariana Ximenes) ficaram com 18% cada um; Eliza e Jonatas (Marina Ruy Barbosa e Felipe Simas), 13%; e Eliza e Arthur (Marina Ruy Barbosa e Fábio Assunção), 9%.


Pegue o Gabriel de Caras & Bocas, o Quinzé de Fina Estampa e o Bruno de Amor À Vida, compare com o Apolo de Haja Coração e tente achar alguma diferença na atuação do Malvino Salvador ao viver os quatro galãs. O ator entrou num piloto automático e mais parece um pedaço de madeira ambulante em cena. Não deu outra: com 22%, foi eleito o pior ator do ano. E olha que não faltaram "ótimos" concorrentes no quesito ruindade: Felipe Roque (18%), Hélio de La Peña (13%), José Loreto (12%), Junno Andrade (9%), Eriberto Leão (8%), Rômulo Neto (8%), Rainer Cadete (4%), Flávio Tolezani (3%) e Kleber Toledo (3%).


Em uma categoria onde disputou contra outras nove (ótimas) atrizes, Adriana Esteves ganhou de lavada como a melhor atriz de série, minissérie ou seriado com 65% dos votos. Foram elas: Patrícia Pillar (7%), Taís Araújo (6%), Débora Bloch (5%), Marjorie Estiano (5%), Débora Falabella (4%), Leandra Leal (3%), Drica Moraes (3%), Luisa Arraes (1%) e Camila Márdila (1%). Sente só o poder da rainha! A saga da Fátima comoveu todo o público em Justiça e foi a melhor forma da atriz se desvencilhar da icônica Carminha.


Aclamado por trabalhos primorosos como O Canto da Sereia, Amores Roubados, O Rebu e Avenida Brasil, o diretor José Luiz Villamarim soube explorar o melhor dos atores e da cidade de Recife, pano de fundo da série, o que fez Justiça ser eleita a produção televisiva que teve a melhor direção do ano. Foram 48%, contra 21% de Velho Chico, 18% de Liberdade Liberdade, 7% de Escrava Mãe e 6% de Supermax.


Completamente ignorado no Melhores do Ano da Globo, os leitores do Eu Critico Tu Criticas fizeram justiça a Lee Taylor e o elegeram o ator revelação do ano, com 38% dos votos, pela sua atuação irretocável em Velho Chico, onde brilhou de igual para igual com atores consagrados como Antonio Fagundes, Selma Egrei, Christiane Torloni, Marcelo Serrado e Camila Pitanga, como o destemido Martim. Disputavam nessa categoria: Pablo Sanábio (33%), Lucas Veloso (15%), Pedro Carvalho (11%) e Batoré (4%).


Enrique Diaz (22%), Selton Mello (19%), Lázaro Ramos (12%) e Antonio Calloni (7%) bem que tentaram, mas Jesuíta Barbosa foi eleito pelos leitores o melhor ator de série, minissérie ou seriado, com 40% dos votos. Em Justiça, ele deu vida ao possessivo Vicente e, de fato, deu um show de interpretação.


Mais uma vez, a minha vontade bateu com a do público. Eleita a melhor atriz do ano na minha retrospectiva das melhores e piores atuações femininas, os leitores também deram a Selma Egrei (36%) o prêmio de melhor atriz de 2016. Mais do que justo... Justíssimo! Sua atuação como a centenária e rabugenta Encarnação em Velho Chico foi digna de Oscar! Mas as outras atrizes que disputavam também não ficaram por menos: Andreia Horta (24%), Flávia Alessandra (16%), Thaís Fersoza (15%) e Camila Pitanga (10%).


O pessoal dos grupos de discussão e o autor Daniel Ortiz podem até terem amado o casal, mas o povão da internet odiou Apolo e Tancinha (Malvino Salvador e Mariana Ximenes) e o elegeu o pior par romântico do ano, com 43%. Alice e Mário (Giovanna Antonelli e Bruno Gagliasso), Filomena e Candinho (Débora Nascimento e Sérgio Guizé), Maristela e Montanha (Alice Fanju e Toni Garrido) e Leila e Rafael (Carla Salle e Daniel Rocha) também tiveram zero química e levaram, respectivamente, 30%, 10%, 9% e 8% dos votos.


A disputa para ser eleita a melhor atriz coadjuvante do ano teve bastante candidatas: Elizabeth Savalla (21%), Fernanda Vasconcellos (15%), Grace Gianoukas (10%), Míriam Freeland (9%), Rosi Campos (8%), Jussara Freira (3%), Juliana Silveira (3%), Chandelly Braz (2%), Lidi Lisboa (2%)... Mas quem levou a melhor foi Nathália Dill (28%) pela adoravelmente louca Branca em Liberdade Liberdade.


Carol Castro foi eleita (com 34% dos votos) a melhor participação especial feminina nas novelas em 2016 por sua atuação nas primeiras fases de Velho Chico, onde viveu (e deixou saudades como) Iolanda; contra 28% da Cristina Pereira, 18% da Fabiula Nascimento, 10% da Júlia Dallavia e 9% da Cyria Coentro.


Rodrigo Santoro fez muito bem seu trabalho de nos mostrar todo o conflito interno do personagem nas primeiras fases de Velho Chico, com um Coronel Afrânio complicado, dúbio, meio soturno e atormentado, sendo eleito com 51% dos votos dos leitores a melhor participação especial masculina nas novelas em 2016; contra 16% do Chico Diaz, 14% do Renato Góes, 12% do Rodrigo Lombardi e 8% do Júlio Machado.


Confesso que criei essa categoria somente para poder premiar a Ana Paula, pois tinha certeza absoluta que ela ia levar. E levou! Por sua participação colossal no BBB16, Ana, a louca, aquela que desceu para essa terra para ser protagonista de tudo que se propõe a fazer e foi o maior destaque do reality como a tempos não se via, foi eleita a melhor participante de reality show do ano com 69% dos votos. Olha elaaaaa! Gretchen (18%), Laura Keller (9%) e Carlos (4%), os três do Power Couple Brasil, ficaram comendo poeira.


Quem não chorou e se encantou por aquelas fofuras que passaram pelo The Voice Kids que atire a primeira pedra. Com tanto talento junto, ficou difícil eleger o mais fofo. E em meio a ótimos programas como MasterChef (14%), Amor & Sexo (14%), Nova Escolinha (13%), Tamanho Família (12%), Tá no Ar (12%), The Noite (7%), Power Couple Brasil (5%), Zorra (3%) e Programa do Porchat (3%), The Voice Kids (17%) foi eleito o melhor programa de TV em 2016, numa disputa apertadíssima (vide a qualidade dos demais).


A proposta estética de Liberdade Liberdade, ao mostrar um Brasil imperial realista e sem glamour, combinou perfeitamente com a novela, que mostrou a realidade nua e crua, com cenas pra lá de chocantes e nada sutis. Por causa disso, os leitores deram à trama o título de melhor figurino e maquiagem do ano, com 32%; contra 23% de Ligações Perigosas, 20% de Velho Chico, 17% de Eta Mundo Bom e 8% de Supermax.


Larissa Manoela liderava, nas primeiras semanas, isoladamente na enquete como a melhor atriz infanto-juvenil do ano, mas numa virada digna da nossa atual crise política, Giovanna Rispoli (a ótima Jojô de Totalmente Demais) assumiu a liderança e venceu por 26% contra 20% da eterna Maria Joaquina. Gabriel Palhares (16%), Tobias Carriere (15%), JP Rufino (15%) e Xande Valois (7%) também estavam na disputa.


Toda vez que tocava Hallelujah, na voz do Rufus Wainwright, em Justiça, a gente era destruído psicologicamente pela série. É uma canção que possui uma carga dramática muito intensa, o que combinou perfeitamente com todos os momentos tristes e emocionantes de Justiça. Foi eleita a melhor música-tema do ano com 51%, contra 17% de O Sanfoneiro só Tocava Isso (da banda Suricato; tema de abertura de Eta Mundo Bom), 12% de Mortal Loucura (na voz de Maria Bethânia; do casal Tereza e Santo em Velho Chico) e de Pedaço de Mim (tema de Elisa em Justiça; na voz de Chico Buarque e Zizi Possi) e 8% de Como Vai Voce? (cantada por Bruno & Marrone como tema do casal Juliana e Miguel em Escrava Mãe).


Tivemos tanta porcaria esse ano que, por uma diferença de apenas 1%, Fofocando (programa de fofocas do SBT que causa indigestão pelos comentários da Mara Maravilha e pelo formato engessado e que já mudou de horário trocentas vezes pela baixa audiência) ganhou como o pior programa de TV do ano. E olha que os outros indicados foram páreo duro: João Kleber Show (18%), Adnight (17%), Panico na Band (12%), X-Factor Brasil (9%), Sensacional (8%), Gugu (7%), Encrenca (4%), Superpop (3%) e Sabadão (2%).


A Lei do Amor só está no ar há quase três meses, mas foi o suficiente para que Letícia (Isabella Santonni) ganhasse o ódio mortal dos telespectadores e já entrasse para a lista das filhas mais chatas da história da teledramaturgia nacional. Mimada e imatura, a personagem parece ser um misto de outras filhas pentelhas das Helenas do Manoel Carlos, como a Camila de Laços de Família. O Apolo de Haja Coração (21%), a Filó de Eta Mundo Bom (10%), o Mário de Sol Nascente (9%) e a Joana da Malhação - Seu Lugar no Mundo (7%) bem que irritaram também, mas não teve pra ninguém: com 52%, Letícia foi a chatonilda do ano!


Em Liberdade Liberdade, Mateus Solano foi para um caminho totalmente diferente da bicha má do Félix, de Amor à Vida. Na pele do poderoso e cruel intendente de Vila Rica, Rubião, ele exalou uma maldade sem nenhum arrependimento e foi eleito o maior vilão do ano, com 33% dos votos. A Maria Isabel de Escrava Mãe, a Bruna de Haja Coração, a Sandra de Eta Mundo Bom, a Branca de Liberdade Liberdade e a Bárbara da Malhação - Pro Dia Nascer Feliz receberam, respectivamente, 17%, 17%, 15%, 11% e 8% cada.


Chefe é chefe, né pai? Por mais que Márcio Garcia (35%) tenha se destacado no Tamanho Família, ainda tá pra nascer alguém que vai conseguir desbancar a lenda, o mito, o rei Silvio Santos (37%), o melhor apresentador de TV não só do ano, mas da história da TV brasileira. Aliás, a partir do ano que vem, Silvio não vai mais concorrer e a categoria levará o nome dele. Silvio é hors concours, está acima de todos os outros. Danilo Gentilli (11%), Fábio Porchat (9%) e Rodrigo Faro (8%) também disputavam.


Contratada para substituir (a maravilhosa) Monica Iozzi, Maíra Charken foi um desastre no Vídeo Show. Rejeitada pela total falta de carisma e por tentar ficar imitando (sem sucesso) a Monica, foi eleita, com 28%, a pior apresentadora de TV do ano. E olha que apresentadora ruim não faltou: Daniela Albuquerque (23%), Silvia Abravanel (20%), Ana Furtado (18%), Luciana Gimenez (6%), Fernanda Paes Leme (5%)...


Quando Ana Paula chamou as atenções para o comportamento assediador de Laércio dentro do BBB16, muita gente chamou ela de louca. Eis que, meses após o fim do reality, Laércio foi preso por estupro de vulnerável e tráfico de drogas (relembre o caso AQUI). Será que Daniel, Adélia e toda a "turminha do bem" já foi na cadeia visitar e meditar com o amigo "tarado do bem"? O fato é que Ana sempre esteve certa e os leitores deram a Laércio (que teve uma participação bem desagradável na casa, diga-se de passagem) o prêmio de pior participante de reality show, com 44%. Do BBB16, também concorriam Cacau (19%) e Mateus (9%); do Power Couple BrasilSimony (16%); e do MasterChef ProfissionaisJoão (12%).



Dudu Camargo no comando do jornalístico Primeiro Impacto (22%), João Kleber fazendo performance da Beyoncé no João Kleber Show (15%), Daniela Mercury como jurada do Superstar (13%) e Sonia Abrão assustada abandonando o A Tarde É Sua ao vivo (13%) causaram muita vergonha alheia, mas, sem dúvidas, o mico do ano na TV foi a Glória Pires comentando o Oscar 2016 na transmissão da Globo (37%). Tal como a sua Beatriz em Babilônia, Glória não estava nem um pouco disposta na cerimônia, com comentários do tipo "Gostei", "Não gostei""Bacana""Médio""Não sei""Não assisti" e "Não sou capaz de opinar".


Marcelo Adnet (21%) foi ruim no comando do Adnight? Sim, foi. Geraldo Luís (30%), sensacionalista de carteira, é chato no Domingo Show? Sim, é. Mas ninguém consegue superar o João Kleber (49%) em grau de ruindade, sensacionalismo e chatice. Imbatível! E bicampeão nessa categoria aqui no prêmio!


Dona da risada mais engraçada e esquisita da TV brasileira, Eliana (34%) foi eleita a melhor apresentadora de TV do ano, desbancando Fátima Bernardes (30%), Fernanda Lima (23%) e Mariana Godoy (13%).


Gugu já provou que é capaz de tudo, ABSOLUTAMENTE TUDO, por audiência. Lembram da farsa do PCC (quando ainda estava no Domingo Legal, no SBT) e das entrevistas com assassinos condenados (Suzana Von Richthofen e goleiro Bruno) como se fossem celebridades? Esse ano, ele achou super de boa abrir o túmulo da Dercy Gonçalves para saber se ela foi sepultada em pé ou deitada. O mau gosto do ano, eleito com 36%; contra 23% das declarações preconceituosas e ofensivas de Mara Maravilha no Fofocando, 18% da declaração homofóbica de Patrícia Abravanel durante o Jogo dos Pontinhos no Programa Silvio Santos, 13% da "pegadinha" sobre simulação de suicídio no Pânico na Band e 11% das grosserias de William Waack com Anitta e Cristiane Dias durante cobertura das Olimpíadas no Jornal da Globo.


O cuidado e o esmero da novela do ano passado contrastaram com o ar amador desta continuidade. Os Dez Mandamentos colocou atores e atrizes envelhecidos artificialmente. Até tentaram apostar na interpretação, mas as barbas e cabelos postiços a base de talco criaram um ruído perturbador no vídeo. A maquiagem de envelhecimento virou piada nas redes sociais e foi eleita pelos leitores a vergonha alheia do ano na dramaturgia, com 28%. O japonês de araque (Luís Melo) em Sol Nascente, aquele chorme key furreca de Eliza e Jonatas em Paris no final de Totalmente DemaisGerusa e Osório dançando valsa no céu em Eta Mundo Bom, a discrepância do elenco entre as trocas de fases em A Lei do Amor e as dancinhas dos frentistas do posto de gasolina de Salete receberam, respectivamente, 24%, 18%, 13%, 11% e 6%.


E finalmente chegamos a última categoria. Confesso que eu fiquei dividido nessa categoria. Também, pudera, foram oito grandes sequências que impactaram o público e entraram para a história. Mas quem levou a melhor foi o casamento de Tereza e Santo no último capítulo de Velho Chico, com 24%. Claro que todo o tom emotivo da cena ficou ainda mais intenso com a trágica morte do ator Domingos Montagner, afogado no rio que dá nome à novela, mas foi de uma rara beleza na televisão brasileira, seja pelo texto inspirado, as ótimas atuações e pela direção impecável, com uma câmera subjetiva para substituir o Domingos e até uma chuva poética dentro da igreja. De Velho Chico, também concorriam a despedida de Afrânio e o filho Martim (8%), a cena em que Encarnação se joga no rio São Francisco para morrer (10%) e o duelo interno entre Afrânio e Saruê (5%); de Justiça, o assassinato de Isabela por Vicente na frente de Elisa após traição (17%) e o reencontro de Fátima com o filho Jesus (16%); de A Regra do Jogo, a morte de Romero no último capítulo (10%); e de Liberdade Liberdade, a morte de André na forca (11%).


Relembre os vencedores do Prêmio Eu Critico Tu Criticas 2015 AQUI.


Essa é a última matéria do ano. Quero agradecer aos 7.851 votos que a premiação recebeu e que as luzes do ano novo brilhem e traguem a todos vocês que acompanham o Eu Critico Tu Criticas, seja aqui no blog ou no facebook, um 2017 de muitas realizações, paz, amor, saúde, sucesso, prosperidade e (claro!) dinheiro no bolso. E que o ano que vem seja bem mais iluminado e nos traga mais material para rir, se emocionar, elogiar ou criticar as tramas e programas da nossa TV. Valeu, pessoal!

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