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quinta-feira, 12 de maio de 2016

As piores coisas que aconteceram na TV durante o governo Dilma



Lembram do nosso Paredão no Planalto - Big Brother Brasília, onde a gente contou toda a história do impeachment da presidente Dilma numa linguagem bigbrotheriana (leia aqui)? De lá pra cá, aconteceu tanta reviravolta na nossa política de causar inveja na série americana House Of Cards. Prometo fazer um resumão em breve de todo esse rebuceteio. Eduardo Cunha foi afastado, aí o Maranhão assumiu a presidência da Câmara e anulou o impeachment da Dilma.

 

A esperança, porém, durou pouco para Dilma. Maranhão voltou atrás na sua decisão e, por 55 a 22, o Senado votou e decidiu pelo afastamento da presidente. A partir de agora, ela está afastada até 180 dias e quem assume oficialmente o governo não é o Aécio, mas sim o vice Michel Temer, cuja esposa bela, recatada e do lar se tornará a mais nova primeira-dama do país.


Sim, Dilma só foi afastada temporariamente. Ainda faltam longos meses para ela ser finalmente condenada pelo Senado. Mas por mais zona que esteja sendo o Brasil, nenhuma reviravolta política ou paredão fake conseguirá salvá-la mais de ser impichada. Dilma já está eliminada antes mesmo da grande final. Não tem mais jeito... Acabou... Boa sorte... Tchau, querida! Até logo! Até mais ver! Bon voyage! Arrivederci! Até mais! Adeus! Boa viagem! Vá em paz! Que a porta bata onde o sol não bate! Não volte mais aqui! Hasta la vista, baby! Escafeda-se! Saia logo daqui!


Até a crise política parar o Brasil, de 2013 pra cá (culminando em manifestações gigantescas contra a Dilma por todo o país), os supostos malfeitos do seu governo eram intangíveis para o cidadão comum. Mas já naquele período, era possível entender que alguma coisa não estava funcionando bem. Contra o aumento das passagens do transporte público? Contra os gastos da Copa do Mundo? Contra a corrupção? Por causa das pedaladas fiscais? Não. Não foi nada disso que levou ao seu impeachment. Confira a seguir alguns dos maiores reveses deste país durante o governo Dilma, em mais uma reportagem exclusiva do Eu Critico Tu Criticas.

Babilônia



A novela que fez questionar o gosto do brasileiro por novela. A novela que conseguiu arruinar o horário nobre da Globo para todo o sempre. A novela que aposentou Gilberto Braga. A novela que manchou a carreira da Camila Pitanga irreversivelmente. De fato, Babilônia foi um verdadeiro marco da dramaturgia nacional (ainda que por motivos tão negativos e eloquentes).

O cancelamento do Você na TV



Onde nesse mundo encontraremos um programa onde o namorado revela para namorada que gosta de chulé e quer que ela fique sem lavar os pés, onde uma filha é viciada em comer maquiagem para ficar bonita por dentro, onde uma mulher descobre que está grávida de um ET, onde acompanhamos o drama de uma mulher cujo namorado invisível sumiu? Nós brasileiros precisamos da dose extra de escapismo dos casos surreais, sem pé nem cabeça, que João Kleber apresentava com toda a empolgação para suportar continuar vivendo nesse mundo cão.

A decadência de Manoel Carlos



Se em governos anteriores, Manoel Carlos vinha numa sequência de novelas maravilhosas (Felicidade, História de Amor, Por Amor, Laços de Família, Mulheres Apaixonadas), o autor chegou ao fim de sua carreira novelística com chave de ouro falso e aquele gostinho de "já foi tarde" com a sonífera Em Família. Em 2014. Durante o governo Dilma. Hum... Coincidência?

A morte do Comendador



Virilidade, autoconfiança, senso de justiça, afetuosidade e capacidade de superação estão entre os principais atributos que fizeram de José Alfredo de Medeiros um personagem inesquecível, amado e querido em todo o país (e de Alexandre Nero, um divisor de águas na carreira), arrancando gritos e suspiros de fãs como se fosse um líder de boy band. E o que o Aguinaldo Silva faz? Mata o Homem de Preto com um tiro nas costas dado pelo próprio filho mesmo diante do apelo de milhões de brasileiros. Cadê o respeito pela democracia? Isso sim é golpe! Até hoje essa morte dói nos corações de quem shippava loucamente o casal Malfred...

O fim do mito JEC, aquele que nunca flopa e só faz novelão


Entre 2011 e 2014, a presidente Dilma tinha grande popularidade e cumpriu o desafio de manter o Brasil no rumo do desenvolvimento econômico e da redução da desigualdade. Um grande feito nesse período: o fenômeno Avenida Brasil, cujo último capítulo fez a Dilminha adiar até um comício. Em seu segundo mandato, porém, a coisa degringolou. A popularidade de Dilma foi caindo na mesma proporção que a de João Emanuel Carneiro. Dilma prometeu mundos e fundos e não cumpriu. A Regra do Jogo prometeu ser melhor que Avenida Brasil e, ehr, bem...


Xuxa na Record




Quando na vida que a gente poderia imaginar que um dia a nossa eterna Rainha dos Baixinhos mandaria "Beijinho, beijinho, tchau, tchau" para a Globo e se mudaria para a prima pobre da Globo? Nunca, né? Mas aconteceu. Xuxa na Record, estoque de vento, saudação à mandioca, cachorros ocultos atrás de crianças, mulheres sapiens... Isso só acontece no governo Dilma!

BBB pós-Ana Paula



Ana, A Louca. Veja em que situação me colocou. Após a sua expulsão, percebi que fiquei lendo com raro afã sobre a Lava-Jato, muito mais por conta da ausência de boas manchetes a respeito do BBB16 do que por qualquer convicção política. E a culpa é toda dela. Por que fez isso, Ana Paula? Depois de passar semanas acostumando o Brasil aos benefícios do entretenimento de alta octanagem, você simplesmente nos deixou sozinhos. Aqueles tapas não fizeram nem cócegas no Renan. Mas ainda dói demais no povo. Uma pena que tenha saído pela porta do confessionário e não em uma gloriosa noite de terça-feira em 5 de abril.


Isso posto, fica difícil defender um governo que não conseguiu barrar nenhuma dessas tragédias que machucaram de maneira catastrófica e irreversível o ego do povo brasileiro. P.S.: Esse post é todo trabalhado na zuera e qualquer tentativa de levá-lo a sério não será uma boa ideia.


terça-feira, 17 de novembro de 2015

A ascensão das favelas na nossa dramaturgia


Só em 2015, tivemos três novelas da Globo cujo cenário principal era uma favela. São elas: I Love Paraisópolis, cujo título se refere de forma tão amorosa a uma das maiores e mais violentas favelas de São Paulo, Babilônia, que tinha seu nome emprestado de uma favela no Leme, bairro da Zona Sul do Rio de Janeiro; A Regra do Jogo, que se passa no fictício Morro da Macaca, também no Rio. As três, no entanto, mostraram uma visão diferente do subúrbio. A primeira trama não mostrou absolutamente nada a respeito de criminalidade ou tráfico de drogas, a segunda tinha muito mais cenas rodadas no "asfalto" no que no morro e esta última mostra uma favela que é point cultural, frequentada pelos moradores, pelo pessoal do "asfalto" e até mesmo pela "alta sociedade". Mas você sabe como foi que as favelas começaram a ter um destaque maior nas novelas?


Para começo de conversa, nesta matéria optei por usar o termo "favela" ao invés de um eufemismo 'politicamente correto' como "comunidade", até porque a palavra está longe de ser considerada pejorativa. Segundo o dicionário 'Houaiss', por exemplo, favela é "um conjunto de moradias precárias, situada em morros e onde vive a população de baixa renda dos centros urbanos". Curiosamente, embora sempre presente na sociedade brasileira, tal localidade quase nunca era abordada na nossa dramaturgia televisiva. O oposto acontece no cinema, onde temos até um boom de filmes com esse tipo de temática (podemos citar Cidade de Deus, Tropa de Elite e Alemão).


Citada antes esporadicamente em algumas novelas, a primeira vez em que uma favela de fato ganhou importância numa novela foi em Pátria Minha (1994). Na história, Claudia Abreu interpretava Alice, uma estudante super correta que entra em guerra contra o empresário Raul (Tarcísio Meira), que comete uns crimes impunemente e depois ainda manda desapropriar uma favela. Quase uma década se passou até uma favela voltar a ter importância em uma nova trama. Em 2004, Senhora do Destino apresentou a Comunidade da Pedra Lascada, uma região subdesenvolvida do subúrbio carioca que visava conseguir uma emancipação. A tal comunidade tinha grande destaque porque a protagonista Maria do Carmo (Susana Vieira) tinha um forte laço afetivo com o local e sempre ajudava seus moradores, de quem era amiga e respeitada por todos.

Nos últimos 12 anos, o Brasil passou por alguns processos políticos que visaram dividir melhor a renda e isso gerou a ascensão da classe C, um novíssimo público consumidor que virou a menina dos olhos de ouro do mercado publicitário e o pesadelo das emissoras acostumadas a produzir dramaturgia só pensando nos núcleos mais ricos. Nesta última década, os personagens mais pobres foram conseguindo mais destaque e as tramas passaram a se deslocar dos bairros ricos para o subúrbio. Não que isso seja inédito, já que Rainha da Sucata e outras novelas mais antigas também davam voz aos mais pobres, mas tornou-se mais comum nos últimos anos.


Podemos dizer que a primeira novela a colocar uma favela em papel de destaque foi Vidas Opostas (2006), da Record, que aproveitou a explosão do tema no cinema e produziu uma novela que misturava um núcleo rico com moradores de uma favela, com direito a muito "tiro, porrada e bomba". Muitas cenas, inclusive, foram gravadas em uma comunidade real. Na Globo, devido ao sucesso da concorrente, a trama que marcou o destaque absoluto de uma favela veio logo depois, em 2007, com Duas Caras, ambientada na fictícia Portelinha e que também mostrou a diferença social colocando uma comunidade pobre localizada ao lado de um empreendimento de luxo. 

Atualmente, muitas novelas já mostram favelas pareando em importância com bairros mais ricos, algumas vezes até superando as antigas localidades de destaque. Avenida Brasil e Cheias de Charme, por exemplo, acertaram em cheio ao mostrar um subúrbio mais alegre e divertido, enquanto Salve Jorge foi a pioneira em colocar como protagonista uma mãe solteira moradora do Complexo do Alemão, um tipo que provavelmente seria apenas coadjuvante em novelas do passado. E para mostrar que não se trata de um fenômeno pontual, podemos lembrar de um exemplo ainda mais recente: Em Família foi escrita por Manoel Carlos, autor conhecido por colocar suas histórias apenas em bairros ricos do Rio de Janeiro (Leblon), mas mesmo assim precisou se adequar às novas necessidades da emissora e até incluiu uma "favela" improvisada com um personagem, Jairo (Marcelo Melo Jr.), que conseguiu um destaque maior que o esperado.


Entretanto, parece que a fórmula exaltada até pouco tempo atrás não está dando muito certo. Desde sua estreia, A Regra do Jogo ainda não empolgou na audiência e acumula, até o momento, média de 25 pontos (a meta para o horário das nove é de 35), mesma marca de sua antecessora, Babilônia, tida como o maior fracasso do horário nobre global de todos os tempos. Curioso que as duas têm em comum a ambientação em favelas. Com isso, várias questões vem sendo levantadas: será que duas novelas simultâneas focadas em favelas não são um pouco demais? Será que não está na hora da Globo buscar novos cenários para as suas novelas, afinal, o Brasil é muito maior do que isso? O público está cansado de tramas que se passam nas favelas?


Babilônia foi uma trama rejeitada pela maior parte do público e boicotada por evangélicos pelas cenas polêmicas iniciais, por sua trama mal remendada e pelas mil e uma mudanças que a trama e os personagens sofreram para "agradar a Família Brasileira", deixando-a ainda mais equivocada e perdendo sua identidade. Mas em nenhum momento o fato dela ter se passado na favela foi o motivo da sua baixa audiência. E cá entre nós, até onde me lembro, nunca havia ouvido falar de alguma reclamação do público que novelas seguidas na Globo eram todas centradas em bairros ricos do Rio de Janeiro! Mas se o problema são mesmo as favelas, então porque I Love Paraisópolis teve uma boa audiência? Estranho, não!? Pelo visto, com o passar dos anos teremos cada vez menos distinção entre as áreas mais ricas e mais pobres das cidades, até porque sabemos que o primordial de uma novela não é o cenário, e sim sempre contar uma boa história.


sexta-feira, 23 de outubro de 2015

Deu ruim na passagem de tempo!


Chegou o momento mais esperado na novela das seis. Além do Tempo passou do século XIX para os dias de hoje no capítulo desta quarta-feira (21/10) e parece que a autora Elizabeth Jhin se enrolou toda com esse salto centenário. O Eu Critico Tu Criticas foi atrás e descobriu em primeira mão em quais vidas alguns personagens da primeira fase deveriam realmente terem reencarnados. Confira:



Melissa (Paolla Oliveira), após ser abandonada no altar pelo Conde Felipe (Rafael Cardoso), alimentou dentro de si um imenso sentimento de vingança que culminou com a morte de Felipe e Lívia (Alinne Moraes). Planejou junto a Pedro (Emílio Dantas) um plano para separar o casal, mas seu ódio a cegou de tal maneira que, num rompante de fúria e inveja, jogou Lívia dentro do rio e, consequentemente, para a morte. Pedro, quando viu o que Melissa havia feito com sua amada, perdeu o controle de seus atos e lhe deu um golpe fatal de espada que acabou com a vida da vilã. 150 anos depois, Melissa deixa de lado os sentimentos ruins e mostra só o que tem de melhor,...


...despertando a inveja nas mulheres...


...e nos homens também!


Ela vira uma prostituta famosa em Brasília, prestando favores sexuais para a bancada do PSDB.


Dorotéia (Julia Lemmertz), a mãe de Melissa, pagou caro pela sua ambição desmedida nessa vida: viveu a pior das Helenas na pior novela do Manoel Carlos de toda a história do autor. E ainda foi ofuscada e perdeu o posto de protagonista para a Bruna Marquezine. Coitada dela, né?


Outro que também não se deu bem nessa vida foi o Raul (Val Perré). Se na primeira fase ele era um homem bom, romântico e apaixonado por Gema (Louise Cardoso), no século XXI virou um motorista mulherengo e amante de uma vilã ninfomaníaca de uma novela flopada...


...e acabou assassinado pela mesma. Trágico!


Severa (Dani Barros) deixa de ser uma mulher seca e autoritária e vira alívio cômico.


Aliás, ela reencontra o Mestre dos Magos (Othon Bastos), que vira um pinguim muito malvado.

resumao-final-imperio-01

Rosa (Carolina Kasting) deixou de esquentar a barriga no fogão do casarão da Condessa Vitória (Irene Ravache) para esquentar a barriga no fogão do bar de Denizard (Fúlvio Stefanini). Parece que esse carma ela vai levar para todas as vidas!


E Felícia (Mel Maia) vai parar no lixão desejando vingança contra a madrasta.



sábado, 19 de setembro de 2015

Os 10 maiores furos, gafes e incoerências das novelas




10º lugar: Erro de computação gráfica

Fundo verde em 'I Love Paraisópolis'
I Love Paraisópolis se passa em São Paulo, mas tem grande parte de suas gravações feitas no Projac, no Rio de Janeiro. Por isso, a produção usa e abusa do chroma key para trocar as paredes do estúdio por fundos que reproduzem a cidade paulista. Em um capítulo, porém, a produção esqueceu de fazer a troca. Resultado: quem assistiu à novela deixou de ver os arranha-céus de São Paulo pelas janelas do escritório de Gabo (Henri Castelli) e só viu um fundo verde. Ao lado, a cena que foi exibida em determinado capítulo e a que foi disponibilizada no site da Globo, corrigida às pressas e fazendo de conta que nada aconteceu.



09º lugar: Esqueceram de mim

Logo nos primeiros capítulos de Babilônia, um erro chamou a atenção dos espectadores. Enquanto a vilã Inês (Adriana Esteves) e sua filha, Alice (Sophie Charlotte), conversavam no apartamento para o qual se mudariam no Leme, um operador de câmera que gravava a novela aparecia no canto direito da tela. Esse é o padrão Globo de qualidade?



08º lugar: A polícia nunca é chamada para resolver os crimes


Os personagens de Amor À Vida parecem não gostar muito de chamar a polícia para resolver os problemas. Niko (Thiago Fragoso) e Félix (Mateus Solano) saíram em busca de Amarilys (Danielle Winits), que havia sequestrado o bebê Fabrício, e não a denunciaram às autoridades, mesmo após saber que ela iria fugir do país. A tentativa de assassinato de Ciça (Neusa Maria Faro), que foi jogada por Alejandra (Maria Maya) de um penhasco, também ficou impune e a criminosa não enfrentou a Justiça antes de morrer. Mas o pior caso foi quando Ninho (Juliano Cazarré), para chamar a atenção (?) de Paloma (Paola Oliveira), resolveu sequestrar Paulinha (Klara Castanho) com a ajuda de Alejandra. Os dois fugiram com a menina para o Peru e Paloma e Bruno (Malvino Salvador) foram atrás deles para resgatar a adolescente. Paulinha foi salva e o sequestro não teve grandes consequências para os envolvidos no crime, já que nenhum deles teve de prestar conta por seus atos. E Ninho ainda conseguiu convencer Paloma a deixá-lo visitar a filha biológica depois, hein! Sem falar nos barracos memoráveis à mesa de jantar da Família Khoury, onde todos os crimes eram revelados e ficavam por ali mesmo. Félix (Mateus Solanno) nunca prestou contas com a justiça por ter jogado Paulinha numa caçamba de lixo lá no primeiro capítulo da novela. É que os Khourys não gostavam de escândalos. E a justiça brasileira agradece!



07º lugar: Cabelo bipolar da Morena

Glória Perez deve achar que a atmosfera de um país pode alterar o penteado de uma pessoa. Morena (Nanda Costa) que o diga. Enquanto nas cenas externas da Turquia a protagonista exibia madeixas onduladas, nas cenas gravadas na cidade cenográfica (Projac) no Rio de Janeiro ou em locais fechados do que seria a Turquia, os cabelos se tornavam, misteriosamente, lisos. Fica claro que as cenas externas de Salve Jorge no estrangeiro foram gravadas antes, o que é normal em uma novela, mas não precisavam ter mudado tanto o cabelo da mocinha se voltariam a usar essas imagens depois. Ficou ridículo.


Tecla SAP
06º lugar: Tecla SAP

Outra falha de Salve Jorge diz respeito à linguagem universal utilizada pelos personagens da novela. Ao longo de quase todo o folhetim, Glória Perez fez com que todos os personagens falassem português, fosse em Istambul, fosse no Brasil, e todos se entenderam sem precisar de mímica. Mas nem sempre foi assim. Quando Morena escapou do tráfico e saiu às ruas de Istambul para pedir socorro, para a infelicidade dela, ninguém entende o que ela diz, logo, ninguém a ajuda. Ainda não tinham inventado a tecla SAP. Que azar.



05º lugar: Idades loucas

Atores com idades não condizentes com seus personagens é algo até comum, mas Em Família exagerou: Ana Beatriz Nogueira, quase da mesma idade de Gabriel Braga Nunes, vivendo a mãe do personagem dele. Natália do Valle, dez anos mais velha que Júlia Lemmertz, vivendo a mãe dela. O pior caso foi a personagem Juliana, tia de Helena, interpretada pela atriz Gabriela Carneiro da Cunha nas duas primeiras fases, e Vanessa Gerbelli na terceira. Nas primeiras fases, a atriz parecia ser mais velha que Bruna Marquezine (a Helena). Mas, na terceira fase, Vanessa pareceu mais jovem que a Helena de Júlia Lemmertz.


04º lugar: Um pendrive para Nina

De todas as gafes, esta foi a de maior repercussão, afinal, estamos falando de Avenida Brasil, a novela de maior sucesso dos últimos tempos que, infelizmente, pecou do ponto de vista tecnológico em um dos momentos mais decisivos da trama. Mostrando pouca (ou nenhuma) familiaridade com tecnologia, Nina (Débora Falabella) perde todas as cópias impressas das preciosas fotos íntimas de Carminha (Adriana Esteves) com o amante, Max (Marcello Novaes), e não tem como recuperar os arquivos, afinal, não os salvou em um pendrive, no cartão de memória da câmera digital, numa cópia de segurança no e-mail, nada. Em plena era digital, foi um furo imperdoável! Até porque Nina sempre se mostrou antenada a tecnologia. Tanto que foi através da internet que ela se aproximou e ficou amiga de Ivana (Letícia Isnard) para conseguir um emprego de cozinheira na mansão Tufão e, assim, iniciar seu plano de vingança contra Carminha.


Morena parindo de short
03º lugar: Parto de short na caverna

A personagem interpretada por Nanda Costa em Salve Jorge marcou presença em outra gafe na novela. Ao dar à luz seu filho em uma caverna na Capadócia, Morena teve a proeza de parir sem tirar o short. Incrível como um recém-nascido conseguiu atravessar um tecido em seus primeiros momentos de vida.



02º lugar: O rejuvenescimento de Cora

Interpretada pela Drica Moraes (45 anos), a vilã Cora surgiu, do nada, na pele de Marjorie Estiano (32 anos), que havia vivido a personagem jovem na primeira fase de ImpérioA mudança de atrizes foi feita às pressas pelo autor Aguinaldo Silva devido a um afastamento de Drica, em tratamento contra uma faringite, em um momento chave na trama da personagem. Concordo que o autor estava em uma "sinuca de bico", mas ele deveria ter, ao mínimo, uma explicação plausível para tal troca. O que nunca aconteceu. Até hoje ninguém sabe como Cora rejuvenesceu. Véu rejuvenescedor? Xixi de jacaré? SPA milagroso? Mistério! Sem falar que todos os personagens agiam como se nada tivesse acontecido, sendo que Cristina (Leandra Leal), sobrinha de Cora, chegou a parecer ser irmã mais velha da própria tia!


01º lugar: Sinal de celular no elevador

Campeã absoluta de gafes, furos e incoerências entre as novelas dos últimos anos, é com muito prazer que dou o primeiríssimo lugar dessa lista para Salve Jorge!!! O assassinato de Rachel (Ana Beatriz Nogueira) é uma das mortes mais patéticas de toda a teledramaturgia! Primeiro, que a moça descobre que Lívia (Cláudia Raia) e Wanda (Totia Meirelles) são traficantes de pessoas. E o que ela faz? Em vez de guardar o segredo e contar para a polícia, resolve encarar as mulheres que já haviam se mostrado perigosas. E ainda diz: "vou contar tudo para a polícia". Mas o lado pateta não para aí. Ela resolve entrar em um elevador para melhorar o sinal do celular (oi?) e, no momento em que consegue falar com a delegada Helô (Giovanna Antonelli), em vez de contar logo quem é a chefe do tráfico de mulheres, ela diz: "você não vai acreditar quem é a chefa" e não diz. Isso é um dos suspenses mais toscos que se pode ter numa novela ou num filme. Coisa de quem parece estar começando a escrever roteiro, o que não é o caso de Glória Perez, autora de novelas maravilhosas como O Clone e Barriga de AluguelA cena da morte é outra coisa indescritível de ruim. Lívia usa novamente a injeção fatal e dá cabo de sua nova vítima... Dentro de um elevador de hotel! Certamente, num hotel chique como este, deveria ter uma câmera dentro do elevador, né? Até hoje eu não sei. Glória Perez diz que se tudo acontecesse como na vida real, a novela não iria acontecer. Ok, novela é ficção, mas tem de haver um pouco de coerência.


terça-feira, 1 de setembro de 2015

O Fantástico Mundo das Aberturas Alternativas


Todo brasileiro é um pouco técnico de futebol e autor de novela, mas infelizmente não temos a oportunidade de mostrar nossas habilidades nessas funções. Quer dizer, alguns até conseguem. Diversos fãs de novelas aproveitam suas habilidades em programas de edição de vídeo (desde um Windows Movie Maker qualquer até modernas montagens feitas com o Sony Vegas) e colocam no Youtube versões alternativas de aberturas de novelas. Alguns buscam o elenco original e colocam em um vídeo que remeta à temática da novela, buscando imagens e uma música que orne com a proposta da trama. Outros nem se preocupam com isso e saem criando. O resultado é variável e algumas até enganam pelo profissionalismo. Selecionei algumas das melhores versões alternativas recentes e podem compartilhar nos comentários alguma outra que ficou faltando e vocês gostaram.


Abertura alternativa de A Regra do Jogo


Abertura alternativa de Império


Abertura alternativa de Amor A Vida



Abertura alternativa de I Love Paraisópolis



Abertura alternativa de Além do Tempo



Abertura alternativa de Alto Astral



Abertura alternativa para qualquer temporada de Malhação



Abertura alternativa de Verdades Secretas



Abertura alternativa de Babilônia



Abertura alternativa de O Rei do Gado



Abertura alternativa de Em Família



quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Alex tá mais para Laerte do que para "RajGrey"



Angel (Camila Queiroz) é uma menina linda de 16 anos (guardem bem essa informação) cujo maior sonho é ser modelo profissional. Nascida e criada no interior, ao se mudar com a mãe, Carolina (Drica Moraes), para São Paulo, conhece Fanny (Marieta Severo) e tem a chance de realizar seu grande sonho. Mas nem tudo são flores na vida da nossa mocinha. Além dos desafios da profissão, a menina tem que enfrentar o preconceito dos colegas de sua nova escola, onde estudam jovens da elite paulistana. Em pouco tempo, o sonho de ser modelo vira um pesadelo para a jovem Arlete, ou melhor, Angel, como ela é batizada na nova profissão. Fanny (Marieta Severo) apresenta à menina o tal book rosa, um esquema de prostituição envolvendo as modelos de sua agência. Angel logo percebe que a ajuda da empresária não foi de graça, afinal, ela viu na novata uma "mina de ouro" nesse negócio sujo. A princípio, Angel se recusa a fazer programas, mas a situação muda de figura ao descobrir a difícil situação financeira que sua família se encontra. E é assim que a menina do interior entra no submundo da moda, o que a leva a conhecer o poderoso Alex (Rodrigo Lombardi). "Dinheiro? Não quero que você faça nada que não queira. Não quero que você me olhe como um cara com quem tem que ficar por dinheiro", disse Alex no primeiro encontro dos dois, seduzindo a personagem (e também o público) na sequência em que a menina se entregou mais pelo charme do empresário do que pelo dinheiro que ganhou com o programa. Os dois se apaixonam perdidamente. E é claro que Alex tira Angel desse esquema tenebroso que é o book rosa e se casa com a amada, não é mesmo? Doce ilusão... Alex diz na cara dura que não pretende se casar, que seu objetivo com a garota é apenas sexo: "Eu te pago toda vez que você vem aqui, a gente vai pra cama, você sai com o dinheiro do programa e fim de papo". É claro que Angel fica decepcionada com o empresário e corta relações com ele. Mas, por incrível que pareça, a maioria dos telespectadores ama o Alex e deseja que ele e Angel terminem a novela juntos e felizes!!! E a única coisa que me passa pela cabeça é: como que alguém pode torcer por um casal desses?!


Escrita por Walcyr Carrasco, Verdades Secretas cumpriu bem a sua promessa de ser polêmica, ousada e envolvente. Mas, infelizmente, o sucesso da novela se dá mais pelas cenas picantes e de sexo ardente do que pela história em si. A trama mostra a realidade nua e crua de forma escrachada que só quem é cego não vê, mas, mesmo assim, o público insiste em ver uma história de amor que não existe! A maior prova disso é o Alex. Não é de hoje que Rodrigo Lombardi exala sex appeal em cena. Em Caminho das Índias, o carisma de Raj Ananda acabou alçando o ator ao posto de protagonista, fazendo as noveleiras (e noveleiros) suspirarem em cena. E foi só mostrar a sua linda bunda no primeiro capítulo de Verdades Secretas que o público foi a loucura! O bumbum do ator foi a grande sensação da estreia, "quebrando" a internet e conquistando milhares de fãs logo de cara. Só que, diferente do Raj, Alex é um criminoso e não um galã! Ele é um homem poderosíssimo e usa seu dinheiro para comprar tudo o que quer. O empresário contrata garotas MENORES DE IDADE (Angel tinha só 16 anos) para fazer programa e, mesmo assim, as pessoas preferem enxergar o Alex como um príncipe encantado do que como um aliciador de menores.


Enquanto isso, Alex é diariamente comparado ao famoso personagem Christian Grey do filme Cinquenta Tons de Cinza. Nas redes sociais, por exemplo, ele é apelidado de RajGrey, uma mistura de Raj (seu personagem em Caminho das Índias) com o Grey citado anteriormente. E, de fato, o personagem da novela lembra um pouco com o do filme. A medida que os capítulos vão passando, Alex vem ficando cada vez mais psicopata, obsessivo e com um ciúme doentio de Angel (chegando até a ameaçar Gui de morte caso ele não se afaste da garota). Com isso, de RajGrey, Alex vem, na verdade, se parecendo é com outra pessoa: o Laerte (Gabriel Braga Nunes) de Em Família. Fazendo um resumo rápido do personagem, Laerte namorou a prima Helena (Bruna Marquezine) na juventude, mas acabou agredindo e enterrando o melhor amigo, Virgílio (Nando Rodrigues), vivo por puro ciúme da amada e foi preso pelo crime. Após anos estudando música no exterior, onde se tornou um exímio flautista, volta para o Brasil e sua obsessão por Helena (Julia Lemmertz) acaba fazendo com que ele decida conquistar Luiza (Bruna Marquezine), a filha dela. E como se esquecer do Ciúme Doentio de Laerte™? Era por causa desse ciúme doentio que Luísa passava uns perrengão; era ele quem trazia brigas, confusões e violência para a novela; foi ele quem quase separou a relação bonita entre mãe e filha; foi por causa dele que Virgílio (Humberto Martins) ficou com uma cicatriz horrenda na cara que sempre mudava de lugar; era sempre ele o motivo das discussões mais estapafúrdias entre o casal e, no fim, foi uma amante de Laerte, possuída pelo terrível Ciúme Doentio, que causou a morte do personagem no último capítulo. Se Alex vai ser assassinado também no último capítulo, isso eu não sei. Mas ele e Laerte possuem outras semelhanças também: ambos são sedutores, tem várias mulheres aos seus pés, um olhar vidrado perdido no horizonte, mania de perseguição, possuem um amor doentio, e por aí vai...


E foi a partir do momento em que Angel não queria mais se envolver com o empresário que a verdadeira personalidade psicopata de Alex veio à tona. Angel, tentando seguir em frente após largar a vida de modelo e deixar de fazer book rosa, começa a namorar Gui (Gabriel Leone), que, coincidentemente, é sobrinho de Alex. Descobrir que ela é amiga de sua filha Giovanna (Ágatha Moreira) e que está se relacionando com seu sobrinho não serve para afastá-lo da adolescente. Como se quisesse se vingar de Angel, Alex usa todo seu charme para cima de Carolina, que, completamente encantada com aquele homem elegante, cavalheiro e encantador, acaba caindo no seu jogo de sedução e se casa com ele. Ou seja: Alex iludiu Carolina sem o menor remorso ou pudor só pra ficar perto da filha dela!!! Se isso não é ter uma mente doentia, então não sei o que é...



segunda-feira, 10 de agosto de 2015

As 10 Piores Novelas das Nove dos Últimos Tempos


10º lugar: Império


Império tinha tudo pra ser um novelão memorável, mas pecou pela irregularidade. Repleta de apelos que despertaram a curiosidade no público, com personagens complexos, bem carismáticos, bem dirigidos e bem interpretados (a grande maioria) e com histórias que tinham tudo para render ótimos entrechos e ganchos. Alguns conseguiram, outros ficaram na promessa ou decepcionaram (Cora como grande vilã foi uma delas). Império foi uma novela bem mediana. Faltou um melhor desenvolvimento nas tramas desses personagens. Desde o início, a trama central de Império sempre foi o ponto alto da novela. Porém, na maioria das vezes, a estagnação imperava na obra de Aguinaldo Silva. A situação envolvendo a falsa morte de José Alfredo (Alexandre Nero) foi prolongada demais e cansou. Mas com o retorno do Comendador ao mundo dos vivos, o núcleo principal voltou a despertar interesse e apresentar qualidades. Entretanto, o mesmo não se pode dizer dos núcleos paralelos. Todos eles não funcionaram. Por isso chamá-la de irregular, onde quase tudo não se encaixou perfeitamente, alternando entre altos e baixos. 


09º lugar: Amor A Vida


A estreia de Amor à Vida foi super movimentada. A atração causou espanto pela direção que imprimiu agilidade na narrativa e pelas tomadas de tirar o fôlego. Mas, em menos de um mês, a novela logo entrou no ritmo normal de um tradicional folhetim. Porém, com alguns problemas. O texto de Walcyr Carrasco, que ele não permite improvisos e exige que seja declamado pelo seu elenco exatamente o que está no roteiro, foi o maior dos problemas. Em Amor à Vida, não faltou didatismo, repetições exaustivas de palavras CAÇAMBA!!! CAÇAMBA!!! CAÇAMBA!!! e frases, diálogos artificiais e primários, em um tom muitas vezes teatral. Funcionava nas comédias de época das seis horas que o autor escrevia, mas, para o horário nobre, que pede uma trama realista, subestimou demais o telespectador. E não faltou o humor carrasquiano, outra marca do autor. Combinado com o seu texto, soou infantil muitas vezes, quando não sem graça. Várias sequências e personagens resvalaram na comédia digna de esquete de programa humorístico de gosto pra lá de duvidoso. O excesso de personagens também foi outro problema, com tramas paralelas, em sua grande maioria, totalmente desnecessárias. Por fim, mesmo com muitas críticas ao seu estilo narrativo e à sua história, que pecou em várias incoerências, Amor à Vida foi bem no Ibope e teve repercussão. Com ótimos ganchos, alguns capítulos-chave e sequências de impacto, a novela conseguiu manter o interesse do público por oito meses seguidos, mesmo tendo que enrolar bastante pra espichar a novela. Não é exagero meu dizer que a bicha má do Félix (Mateus Solano) foi o grande destaque. Por alguns momentos, carregou a novela inteira sozinho nas costas!


08º lugar: Viver A Vida



Lançada com um arsenal de boas ideias, Viver a Vida foi uma novela que muito prometeu, mas pouco cumpriu. O folhetim arrastou-se em seus exatos oito meses de exibição apresentando um cotidiano lento demais com poucas histórias sendo desenvolvidas. O autor atingiu a meta de informar ao abordar a tetraplegia e anorexia alcoólica, mas ficou devendo no folhetim. A Helena de Taís Araújo foi a mais jovem e a única negra de todas as Helenas já criadas por Manoel Carlos. Entretanto, a superação da personagem cadeirante Luciana (Alinne Moraes) foi o grande fator que norteou toda a novela a ponto do autor focar mais na trama da personagem em detrimento aos dramas da então protagonista, Helena. A personagem de Taís Araújo foi perdendo espaço e acabou por se tornar a mais insossa das Helenas de Manoel Carlos. Desta forma, pode-se seguramente afirmar que a verdadeira protagonista de Viver a Vida foi Luciana, e não Helena.


07º lugar: Duas Caras


Educação, racismo, luta de classes, drogas, homossexualidade, especulação imobiliária e invasão de terras improdutivas foram temas abordados nesta trama de Aguinaldo Silva, que prometeu escrever uma novela politicamente incorreta. O autor deixou claro desde o início que centralizaria a atenção em determinados núcleos em momentos diferentes da novela. Uma trama teria destaque, enquanto outra ficaria em banho-maria até o momento de voltar a acontecer. O problema é que, com tramas paralelas fracas e uma história central chata, Duas Caras acabou ganhando mais críticas que elogios. Começando pela mocinha, interpretada pela Marjorie Estiano. A atriz foi vítima de várias críticas negativas, mais por conta pelo mau desenvolvimento de sua personagem do que pela sua performance. A novela só melhorou um pouquinho quando Silvia (Alinne Moraes) se transformou numa vilã maluca e psicopata, mas, num saldo geral, Duas Caras foi muito ruim!



06º lugar: Salve Jorge



Um verdadeiro samba do crioulo doido. Assim podemos definir Salve Jorge, aquele delírio em forma de novela que a Glória Perez escreveu. A trama foi massacrada pela crítica e zombada pelo público nas redes sociais, que diariamente apontavam erros e incoerências. E, de fato, Salve Jorge ultrapassou todos os limites do nonsense e abusou da inteligencia do telespectador. Ainda mais porque a trama era realista e tratava de um assunto sério: o tráfico de mulheres, que acabou pendendo para o humor involuntário. A autora pecou pelas incoerências e furos de roteiro enquanto a direção derrapou em várias sequências, com direito a erros de continuidade (o "cabelo bipolar da Morena", por exemplo, uma hora liso, outra cacheado). Ficou a impressão de que a direção preferiu fechar os olhos a esses detalhes e dar vazão ao lema da autora de que era preciso voar. Com um dos elencos mais numerosos já reunidos (quase cem personagens), ficou difícil para Glória Perez administrar tanta gente. Algumas tramas e personagens simplesmente sumiram da novela sem maiores explicações, como Miro (André Gonçalves), Dália (Eva Todor) e Yolanda (Cristiana Oliveira). Além desses equívocos citados anteriormente, a repetição de temas e estilo da autora foi outro problema, com dancinhas e bordões estrangeiros que já não despertavam mais tanto interesse assim como na época de O Clone. A Turquia retratada em Salve Jorge pareceu uma mistura (muito mal feita, diga-se de passagem) da Marrocos de O Clone com a Índia de Caminho das Índias.


05º lugar: Fina Estampa


Um sucesso popular que alavancou o horário nobre da Globo, Fina Estampa é uma das maiores audiência das nove dos últimos tempos. Taí uma prova de que audiência e qualidade nem sempre andam lado a lado. O autor, Aguinaldo Silva, uniu tramas surreais e sem compromisso algum com a realidade com elementos populares em voga no momento (como UFC e o funk), personagens pra lá de caricatos e uma heroína maniqueísta (mulher batalhadora, de personalidade forte, mãe sofrida, boa e justa). Entretanto, Fina Estampa está longe de ser o melhor trabalho de Aguinaldo Silva: não teve uma história consistente, marcante, inovadora ou original. O autor se perdeu do mote inicial: Griselda (Lília Cabral), que, ao ficar rica, se questionaria se o que vale mais é a aparência ou o caráter, como bem sugeria a abertura e o título da novela. Isso acabou não acontecendo e a vilã tresloucada Tereza Cristina (Cristiane Torloni) passou a ganhar mais espaço dentro da história, despertando a atenção do público acerca de seu segredo. Mas esse segredo, cuja revelação foi ápice em dois momentos, acabou por frustrar o telespectador. O autor também frustrou o público com a não revelação da identidade do amante de Crô (Marcelo Serrado), no último capítulo. Falando em último capítulo, Fina Estampa possui o pior final de uma novela de todos os tempos! Apesar do espaço que Tereza Cristina ganhou na trama, pela primeira vez não foi a vilã da novela que despertou paixões no telespectador. O personagem de Fina Estampa que entrou para galeria de tipos queridos da TV foi o Crô, o grande destaque da novela, impagável nas cenas com Tereza Cristina, o chofer Baltazar (Alexandre Nero) e a empregada Marilda (Kátia Moraes).





04º lugar: Insensato Coração




A trama chegou a dar uma impressão inicial de ser uma homenagem a Vale Tudo, mas era pura repetição e falta de imaginação mesmo dos autores. Personagens mal construídos e vilões psicopatas agindo sem motivo algum deram o tom de Insensato Coração. Os autores apostaram em uma estrutura narrativa desconexa marcada por temas fortes e realistas, ou seja, não havia uma história central bem definida e sim várias. Esse monte de tramas paralelas nascendo, evoluindo e morrendo ao longo da trama, marcando a saída e a entrada de vários personagens, foi um grande mal para a novela, pois negava ao telespectador se identificar com os personagens e acompanhar sua evolução. Norma (Glória Pires) foi a única personagem que tinha uma história cujo fio se podia seguir inteiro na novela e despertou o interesse do público. Por causa disso, o casal protagonista foi deixado um pouco de lado e Norma passou a ganhar ares de protagonista-vilã.



03º lugar: Esperança



Benedito Ruy Barbosa criou a novela Esperança com o objetivo de ser uma nova Terra Nostra. Apesar de manter a temática italiana, a trama não teve o mesmo sucesso da anterior. Com uma história arrastada, a novela se tornou um fracasso de audiência. Abalado com as críticas e sofrendo com problemas pessoais, Benedito Ruy Barbosa não conseguiu dar continuidade à história e abandonou o barco à deriva. Quem assumiu o desafio de tentar salvar a novela foi Walcyr Carrasco. A novela foi uma grande sucessão de erros e crise nos bastidores. Talvez o excesso de expectativa em torno de uma Terra Nostra 2 tenha sido um dos fatores. O casal protagonista, interpretados pelos (até então, inexperientes) Reynaldo Gianecchini e Priscila Fantin, também não agradou. Foi só com a entrada de Ana Paula Arósio que a história começou a andar e melhorou um pouco mais quando Walcyr assumiu e fez várias modificações, mas ainda naquelas.


02º lugar: Em Família


Um verdadeiro sonífero. Assim podemos definir Em Família, a última novela do Manoel Carlos. Se considerarmos o último folhetim do autor, Viver a Vida, cujo ponto alto era as dificuldades de uma bela e vaidosa moça que ficou tetraplégica (Luciana de Alinne Moraes), era de se imaginar que a premissa de Em Famíla não era lá muito atraente para o horário mais visado e visto da Globo. A história de primos que se amaram no passado, mas que, no presente, ficou apenas o rancor de um amor mal resolvido, poderia ser contada à seis da tarde sem maiores percalços. A Helena da vez (Júlia Lemmertz) não passou de mera coadjuvante para o drama da filha, Luiza (Bruna Marquezine), apaixonada pelo homem que desgraçou sua família no passado, Laerte (Gabriel Braga Nunes). O bom início da novela, que apresentou as primeira e segunda fases da história, se perdeu quando caiu na terceira e definitiva parte. Foi quando nos deparamos com uma trama mais lenta e que não fazia questão de prender o público na frente da TV, com um ritmo "devagar quase parando", pouca ação, sem vilões e humor e total ausência de bons ganchos.


01º lugar: Babilônia


Babilônia ainda nem terminou, mas já pode ser considera a pior novela das nove dos últimos tempos (quiçá, de toda a história da teledramaturgia brasileira)! Não, não é por causa da sua baixíssima audiência. Babilônia ocupa o primeiro lugar dessa lista porque realmente é uma novela pavorosa! Para não dizer que fui injusto, a trama começou de forma eletrizante, com um assassinato e a explosão de intrigas entre as duas vilãs, Beatriz (Gloria Pires) e Inês (Adriana Esteves). Mas, do segundo capítulo em diante, a trama desandou. A mocinha Regina (Camila Pitanga), para quem, teoricamente, o público deveria torcer, acabou se revelando uma chata profissional; e as vilãs, que se odiavam e prometiam grandes conflitos, passaram a ser aliadas. Sem um enredo forte e poucos perfis atrativos, não deu outra: a audiência despencou. As falhas do roteiro ficaram expostas e todas as mudanças que começaram a ser feitas, para iniciar uma operação de salvamento, deixaram a produção ainda mais equivocada. Babilônia virou uma verdadeira colcha de retalhos muito mal remendada. O que estava ruim, ficou ainda pior!



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