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terça-feira, 12 de janeiro de 2016

Os Melhores Atores de 2015



E os 15 atores que mais brilharam na telinha em 2015 foram...


15º lugar: João Vitor Silva

Durante anos, o ator ficou marcado como o Pedrinho do inesquecível seriado Sítio do Picapau Amarelo. Mas com Verdades Secretas, João Vitor Silva apresentou uma nova faceta e mostrou maturidade e competência ao compor Bruno, jovem negligenciado pelo pai, ganhando seu merecido destaque nos momentos finais da trama. As cenas dele como dependente químico impressionaram.
14º lugar: Rainer Cadete

O ator mudou radicalmente para dar vida ao booker Visky em Verdades Secretas, totalmente diferente de seu último personagem, o delicado e correto advogado Rafael em Amor à Vida. Verdade seja dita, a atuação exagerada de Rainer (que era, justamente, o propósito do personagem) no início da trama chegava a ser insuportável, mas, com o tempo, o ator foi conseguindo divertir e, em alguns momentos, até emocionar na pele de uma bicha pra lá de afetada.
13º lugar: Frank Menezes

Os ótimos coadjuvantes roubaram a cena em I Love Paraisópolis. Frank Menezes, que viveu o mordomo Júnior (ou Juneca Purpurina, se preferirem), foi o que mais arrancou riso. Seu bordão "Favelaaaaaaada!" era um sucesso e suas brigas com a empregada Melodia (Olívia Araújo) e sua parceria com a patroa Soraya (Letícia Spiller) foram hilárias. Frank cumpriu muito bem a função de divertir. 
12º lugar: Lázaro Ramos

Interpretando o personagem-título da série Mister Brau, o ator protagoniza a história ao lado de Taís Araújo, que, além de ser sua esposa na vida real, interpreta Michele, a mulher do pop star. A dupla está muito bem afinada. Ele, em especial, está muito solto em cena e mostrando um lado musical muito forte. Seu personagem é extremamente cativante e, graças ao talento de Lázaro, já garantiu a popularidade e o carinho do público. 
11º lugar: Marcos Palmeira

Um dos poucos (talvez, único) pontos positivos de Babilônia era o núcleo do Aderbal Pimenta (Marcos Palmeira), o prefeito evangélico, homofóbico e corrupto, cujo lema era "O povo hétero unido jamais será vencido!". O personagem promovia alguns dos temas relevantes do atual momento do nosso país e incorporava quase todos os desvios indesejáveis a um político. Esses assuntos, ainda que espinhosos, receberam tratamento interessante dos autores de Babilônia, coroada por uma atuação espetacular de Marcos Palmeira. O ator conseguiu fazer desse prefeito antiético e demagogo a cara do Brasil de 2015! Foi o seu melhor papel na carreira desde o José Pedro de Renascer.

10º lugar: Caio Castro

Ele é um ator bem mediano, mas, justiça seja feita, Caio Castro se destacou positivamente em I Love Paraisópolis e não precisou ficar sem camisa para esbanjar talento e carisma. Na pele de Grego, o bandidão com coração bom que acabou roubando nossos corações, o ator dominou a novela e seu personagem jogou o mocinho Ben (Maurício Destri) para escanteio. Sua química com Maria Casadevall transformou Grego e Margot no casal sensação da história. Grego não só caiu no gosto do público como também ganhou ótimas cenas durante toda a novela, muitas delas exigindo forte carga dramática de Caio Castro, que correspondeu sim a altura.

09º lugar: Ghilherme Lobo

Aclamado no cinema por seu brilhante papel no filme Eu Não Quero Voltar Sozinho, Ghilherme Lobo foi uma das gratas revelações da TV em 2015 ao interpretar com maestria e sensibilidade o introspectivo Bernardo em Sete Vidas. Um personagem difícil até mesmo para atores veteranos. Ghilherme chegou pra ficar na TV!

08º lugar: Jayme Matarazzo

Jayme ganhou um ótimo personagem em Sete Vidas e soube aproveitar muito bem essa oportunidade. Por mais covarde e "bundão" que Pedro tenha se mostrado em algumas situações, não era possível julgá-lo. O ator teve um amadurecimento surpreendente na novela e mostrou que não conseguiu o perfil só porque era filho do diretor Jayme Monjardim, e sim porque fez por merecer. Considero o Pedro o melhor personagem da sua carreira, até então.
07º lugar: Emílio Dantas

Na pele do perigoso Pedro de Além do Tempo, o ator, desconhecido do grande público, porém, aclamado por seus trabalhos no teatro, mostrou que também domina perfeitamente as câmeras em um trabalho memorável. Ele construiu com perfeição um vilão psicopata como o Pedro, expondo o seu lado sombrio e doentio gradativamente, repetindo o traço de descontrole emocional do passado. Emílio Dantas tem brilhado em todas as cenas.

06º lugar: Enrique Dias

Na minissérie Felizes para Sempre?, Claudio se mostrou um dos personagens mais odiáveis e cafajestes da telinha dos últimos anos. Personagem magistralmente elaborado pelo autor Euclydes Marinhos e perfeitamente desenvolvido pelo Enrique Dias, que lhe deu o tom exato, sem cair no caricato, raramente alterando o tom de voz e lançando seu olhar gélido que demonstrava o desprezo que sentia por todo mundo, inclusive por seus familiares. O cara era um sociopata e não fazia a menor questão de esconder isso.

05º lugar: Tonico Pereira

Após anos vivendo o mesmo personagem (Mendonça) no seriado A Grande Família, Tonico Pereira agora faz um personagem não tão distante do anterior, mas com uma interpretação original e desponta como uma grata surpresa em A Regra do Jogo, sempre ótimo em suas cenas e saindo-se muito bem nessa experiência em novelas. A genialidade e entrosamento com a sua parceira de cena, Giovanna Antonelli, é notória e, com isso, fazem dessa parceria um feliz encontro profissional. Ascânio depende muito da Atena para brilhar. Quase sempre interligados, os personagens têm protagonizado as melhores cenas cômicas da novela, ainda que esse não seja o propósito principal do núcleo. 

04º lugar: Rodrigo Lombardi

Rodrigo viveu seu melhor momento na carreira esse ano. O frio, calculista e manipulador Alex foi, sem dúvida, seu personagem mais controverso, complicado e desafiador. Após algumas atuações equivocadas e outras apenas regulares em trabalhos anteriores, o ator se destacou com todo mérito em Verdades Secretas. O mais impressionante é que Rodrigo soube manter o posto de galã, mesmo tendo vivido um dos vilões mais detestáveis dos últimos tempos.

03º lugar: Alexandre Nero

Depois de mostrar segurança e marcar os nossos corações na pele do inesquecível Comendador José Alfredo, mal terminou Império e, cinco meses depois, lá estava Alexandre Nero vivendo, novamente, outro protagonista de peso em uma novela das nove. Muita gente achou equivocada a sua escalação para A Regra do Jogo. O Romero Rômulo já pode ser considerado o protagonista mais ambíguo da história das nossas novelas. O ator, excelente no papel, em nada lembra o Comendador, confirmando o seu imenso talento em diferenciar totalmente no visual, trejeitos, entonação da fala, nas expressões faciais, enfim, diferenciando em tudo dois personagens tão dúbios em tão pouco tempo.

02º lugar: Domingos Montagner

Nada mais gratificante para um ator do que ganhar um perfil complexo para interpretar. Isso proporciona sempre grandes cenas para o intérprete, que precisa vivenciar todas as angústias e mostrar as nuances daquele personagem. E é o que aconteceu com Domingos Montagner na maravilhosa Sete Vidas. Ele ganhou um tipo desafiador, brilhantemente escrito pela autora. Miguel era averso aos diálogos e uma avalanche de inseguranças e angústias, onde os sentimentos entravam em conflito constantemente. Enquanto uma parte dele queria ser feliz e viver ao lado da mulher que amava e dos filhos, a outra queria um afastamento punitivo em virtude de um trauma do passado que não conseguia superar. Domingos Montagner ganhou um papel maravilhoso e já pode ser considerado o melhor da sua carreira, até então. Não é qualquer ator que conseguiria interpretar um tipo tão complexo quanto Miguel. Seria preciso muito domínio do papel, além de talento de sobra para expressar tudo o que é sentido e vivido apenas com o olhar. E o ator mostrou ter tudo isso.

01º lugar: Tony Ramos

Tal qual a Flora (Patrícia Pillar) de A Favorita, Zé Maria enganou o público com sua cara de bom moço e seu discurso de inocente injustiçado, revelando-se um bandido impiedoso. Tony imprimiu diversas nuances e soube diferenciar bem os sentimentos ambíguos do personagem em A Regra do Jogo. Seu olhar é um outro exemplo da composição acertada do ator: chega a ser diabólico quando o verdadeiro Zé Maria está em ação. O ator, experiente, soube extrair do subtexto de João Emanuel Carneiro tudo o que era necessário para construir um vilão de marca maior: sem exageros, sem caras e bocas. Definido pelo próprio ator como um psicopata, Zé Maria é do tipo que não precisa berrar para botar medo. Tony Ramos, finalmente, deixou de lado a fama de bom moço que sempre o acompanhou em sua carreira e emplacou como vilão, mostrando que foi o melhor ator de 2015 e confirmando que é um dos melhores atores brasileiros.


Obviamente, a lista é baseada unicamente na opinião desse que vos escreve. Portanto, está sujeita a injustiças e esquecimentos. Cabe a cada um dos leitores concordar ou não, dar a sua opinião, completar a lista, me esculhambar nos comentários...

segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

O Pior da Dramaturgia em 2015



E os 10 pontos negativos das novelas, séries, seriados ou minisséries de 2015 foram...

10º lugar: Tapas & Beijos

Após quatro anos no ar, Tapas & Beijos saiu do ar em setembro completamente desgastado, sem fôlego e perdendo sua identidade inicial. A história apresentou sinais claros de cansaço. As brigas, as trapalhadas que todos os personagens se envolviam, as idas e voltas amorosas entre os casais, enfim, tudo caiu na repetição. O que foi uma pena para uma série tão boa que teria deixado boas lembranças para os telespectadores se tivesse parado a dois anos atrás. Infelizmente, Tapas & Beijos chegou ao fim provando que já deu o que tinha que dar e deixando um gostinho de "já foi tarde".

09º lugar: Chiquititas

Chiquititas começou em julho de 2013 e só terminou em agosto de 2015, após 545 capítulos. Foram mais de dois anos no ar. Uma longa e exagerada duração que fez um grande mal para a história, que se arrastou e enrolou por vários meses. O SBT conseguiu estragar com esse remake da clássica versão brasileira de 1997. O texto de Chiquititas foi muito ruim de um modo geral. Os diálogos eram rápidos, sem profundidade até mesmo para questões cruciais da história. O elenco infantil era bastante irregular e os cenários bem mal feitos. Até meu irmão de oito anos sentia vergonha alheia quando via isso! E ainda teve um final doloroso, absolutamente sem graça. Parecia que o seu último capítulo foi produzido apenas para cumprir tabela. #CarrosselRainhaChiquititasNadinha

08º lugar: Chapa Quente

Nem mesmo dois dos melhores comediantes do Brasil (Ingrid Guimarães e Leandro Hassum), responsáveis pelos maiores sucessos de humor do cinema nacional dos últimos tempos, conseguiram salvar o péssimo roteiro de Chapa Quente. Com piadas sem graças e óbvias demais, os conflitos dos personagens eram desinteressantes e não provocavam empatia. Aquelas pessoas que protagonizam a trama pareciam cópias de outros tipos já vistos anteriormente em vários outros seriados e novelas. Sem falar que a grande maioria pecava pelo excesso de gritaria que chegava a dar dor nos ouvidos. Entretanto, por incrível que pareça, Chapa Quente rendeu bons índices de audiência para a Globo e ganhará uma segunda temporada em abril desse ano. Vamos ver se melhora, né?

07º lugar: Reta final de Império

Império começou muito bem, com pinta de uma nova Avenida Brasil, mas logo ganhou uma gigantesca barriga e só não naufragou graças ao tesão do Comendador (Alexandre Nero) e seus arranca-rabos com Maria Marta (Lilia Cabral) e às caras e bocas de Téo Pereira (Paulo Betti). Por volta do capítulo 100, Império quase morreu juntamente com o Comendador. Na reta final, como se tivesse um raio, o autor Aguinaldo Silva a despertou. Mas foi só botar os pés em 2015 que Império descambou de vez para o ridículo quando o Comendador tomou veneno e ressuscitou dentro do túmulo (??) e quando Cora foi para o spa como Drica Moraes e voltou como Marjorie Estiano após tomar um milagroso xixi de jacaré (???). E a história de José Pedro (Caio Blat) ser o misterioso Fabrício Melgaço foi a trama mais difícil de engolir dos últimos anos, ainda mais numa novela que parecia realista. Okay, ele tinha seus motivos, afinal, era constantemente esculhambado pelo pai. Mas isso era suficiente para odiar tanto o pai a ponto de preparar uma série de atentados contra ele e o matar no derradeiro capítulo? Por que José Pedro não se revelou esse vilão implacável antes? Por que não arrasou com José Alfredo e seu império quando o homem de preto vivia nas sombras, fingindo-se de morto? A combinação de fantasia com dramaturgia policial abusou da boa fé do telespectador. Se Aguinaldo Silva queria que um filho matasse o pai, deveria ter contado melhor essa história desde o início. Ele até foi ousado ao matar o protagonista pelas mãos do próprio filho, mas o surpreendente desfecho de Império e toda a sua reta final (de janeiro até março) não teve nexo com o restante da obra apresentada em 2014.

06º lugar: Reta final de Boogie Oogie e o Segredo da Carlota

Aconteceu o que tanto se temia: Boogie Oogie terminou sem conseguir manter o pique inicial. A trama de Rui Vilhena deixou uma ótima impressão em 2014 e começou causando alvoroço pelo ritmo dinâmico com o que o autor imprimia os acontecimentos. A cada semana, a novela dava uma guinada e virava de pernas pro ar. Rui conseguiu manter esse ritmo nos quatro primeiros meses. Vieram as festas de fim de ano e a história deu uma desacelerada. Voltou com força em janeiro, mas logo perdeu o dinamismo e se arrastou agonizando até o seu fim, em março, não lembrando em nada a novela ágil de antes. Era Segredo de Carlota pra cá, Segredo de Carlota pra lá... Tudo o que sobrou da história era descobrir o Segredo de Carlota, a megera interpretada (brilhantemente!) por Giulia Gam. Poucas foram as tramas paralelas que ainda interessavam ou que não citavam o Segredo de Carlota em suas falas. Em todos os núcleos, do mais importante ao mais desnecessário, não se falava em outra coisa: todo mundo queria descobrir o Segredo da Carlota e vivia em função disso. Pra culminar, o tal mistério era uma tremenda bobagem, com direito até a Carmen Miranda envolvida. Decepcionante!

05º lugar: Núcleos paralelos e cômicos de A Regra do Jogo

As tramas centrais sempre foram o forte de João Emanuel Carneiro. Já as paralelas, sempre foram um problema mesmo nas novelas de grande sucesso do autor. Com A Regra do Jogo, não é diferente. Mas dessa vez ele errou rude, pois TODAS as tramas paralelas são de uma irrelevância e uma falta de graça gritante. O Morro da Macaca está para A Regra do Jogo como a Turquia estava para Salve Jorge. É claro que não daria para colocar no morro só personagens chaves. Os coadjuvantes também fazem parte. Mas poderiam ser em menor quantidade e ter alguma graça. Merlô e suas duas namoradas são de uma chatice tremenda. O quadrilátero amoroso Rui-Indira-Tina-Oziel são totalmente deslocados e sem graça nenhuma. Por falar em falta de graça, temos o núcleo do Feliciano. É um suplício aquele monte de personagens chatos em tão pouco espaço físico. A Regra do Jogo não é de todo mal, mas são as suas tramas paralelas que estragam todo o bom trabalho da trama central. Seria de bom grado que a facção jogasse uma bomba no Morro da Macaca e mandasse aquilo tudo para os ares, né?

04º lugar: Os Dez "Enrolamentos"

Nada mais natural do que esticar um produto que traz retorno financeiro e prestígio para prolongar o sucesso. Foi exatamente isso o que a Record fez com Os Dez Mandamentos, mas exagerou na dose. Em sua fase de maior sucesso e repercussão, a emissora esticou ao máximo as dez pragas do Egito para que a novela ficasse mais tempo no ar. Para se ter uma ideia, a primeira praga começou em agosto e só terminou em novembro. Aja enrolação, né?! Na cena da abertura do Mar Vermelho, por exemplo, a demora para mostrar as águas se dividindo e a caminhada do povo hebreu foi tamanha que daria tempo de abrir um oceano inteiro. A Record apelou para várias mecanismos, em uma clara tentativa de enrolar o público de casa: com cenas arrastadas, criando diálogos desnecessariamente longos, explorando ao máximo as despedidas entre os personagens quando alguém estava prestes a morrer, mostrando os personagens derramando um oceano de lágrimas uns sobre os outros, dedicando longos minutos exibindo flashbacks, abusando do 'slow motion' (câmera lenta), exibindo caminhadas longas de um lugar para outro, colocando mais de dez minutos dedicados a "cenas do capítulo anterior e do capítulo de amanhã"... Na boa, precisava de tanta enrolação? E ainda terminou em aberto para que a Record pudesse fazer uma continuação e um filme. Os Dez Mandamentos foi uma boa novela, mas tais esticamentos a tornaram um suplício.

03º lugar: I Love Paraisópolis

Quando entrou no ar, em maio de 2015, I Love despontava como uma trama promissora. Passados seis meses, o estouro de I Love ficou só na promessa. Os dilemas amorosos do quadrilátero Grego (Caio Castro), Mari (Bruna Marquezine), Ben (Maurício Destri) e Margot (Maria Casadevall) não se mostrou forte o bastante para sustentar a novela. Os autores se perderam em sua própria história, optando por saídas esdrúxulas e pela mudança radical na condução do roteiro. A novela virou um festival de cenas absurdas que acabaram se tornando toscas. Salva-se apenas a rica galeria de coadjuvantes, que carregaram a novela inteira nas costas. A audiência foi ótima, mas é como eu sempre digo: audiência nem sempre implica em qualidade. I Love é a prova viva disso.

02º lugar: Seu Lugar no Mundo

Sem a menor dúvida, a Seu Lugar no Mundo já pode ser considerada uma das piores temporadas da Malhação de todos os tempos. O seu enredo inicial era bem empolgante: a rivalidade entre dois colégios. Mas o autor preferiu dar mais destaque para outras tramas desinteressantes e a rivalidade entre os colégios acabou sendo ofuscada na novelinha teen. Mesmo optando em mostrar tramas mais verossímeis e se aproximar da realidade do jovem brasileiro, os personagens são rasos e sem um pingo de carisma, com o agravante de que as atuações do elenco jovem, de um modo geral, são bem medianas. Isso sem falar nos temas sociais, quase todos abordados de forma didática e desastrosa. Seu Lugar no Mundo é insuportável e o melhor que a Globo tinha que fazer era dar um impeachment nessa temporada e botar uma reprise da Malhação Sonhos (ou da temporada da Vagabanda) para assumi-la!

01º lugar: Babilônia

O maior fracasso do ano. O maior fracasso da história do horário nobre global. A pior novela do ano. A pior novela das nove de todos os tempos. A grande "estraga-prazer" no aniversário dos 50 anos da Rede Globo. Essa é Babilônia! Ao contrário de I Love Paraisópolis (uma trama muito ruim com uma audiência muito boa), a audiência de Babilônia fez jus ao que ela foi: uma novela pavorosa! A trama começou de forma eletrizante, com a explosão de um duelo de vilãs, Beatriz (Gloria Pires) e Inês (Adriana Esteves), que prometia ser histórico. Mas, do segundo capítulo em diante, a trama desandou. A mocinha Regina (Camila Pitanga), para quem, teoricamente, o público deveria torcer, acabou se revelando uma chata profissional e as vilãs, que se odiavam e prometiam grandes conflitos, passaram a viver num joguinho massante e repetitivo de gato e rato. A audiência despencou. Tudo bem que houve toda aquela campanha anti-Babilônia pelos telespectadores mais conservadores em virtude do beijo gay entre as personagens de Fernanda Montenegro e Nathália Timberg. Mas as falhas no roteiro começaram a ficar expostas rapidamente e o enredo da novela se revelou fraco e com poucos perfis atrativos.  Apedrejados por todos os lados, os autores se mobilizaram para tentar consertar a novela e torná-la "mais leve". E foi aí que Babilônia piorou de vez e se tornou um trambolho ruim demais. Todas as mudanças que começaram a ser feitas, para iniciar uma operação de salvamento, deixaram a produção ainda mais equivocada. Babilônia virou uma verdadeira colcha de retalhos muito mal remendada. O que estava ruim, ficou ainda pior! Definitivamente, é uma novela para ser esquecida para sempre!


Obviamente, a lista é baseada unicamente na opinião desse que vos escreve. Portanto, está sujeita a injustiças e esquecimentos. Cabe a cada um dos leitores concordar ou não, dar a sua opinião, completar a lista, me esculhambar nos comentários...


quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

Amigo Secreto do Eu Critico Tu Criticas



Uma das brincadeiras mais divertidas (e clichês) do Natal e do Ano Novo é o Amigo Secreto. Todo ano é a mesma coisa: chegam as festas de fim de ano e alguém puxa aquela ideia "E aí, vai ou não vai rolar um amigo secreto?". Na família, entre amigos, na escola ou na firma, a brincadeira pode ser muito divertida... Ou muito constrangedora. Depende de quem se tira. E, principalmente, do que se ganha. Porque dar de presente um iPhone e ganhar de volta um par de meias é a treva, né? Nesse clima de despedida de 2015, o Eu Critico Tu Criticas selecionou alguns personagens das novelas desse ano para participarem do nosso Amigo Secreto. Só que quem vai ter que adivinhar quem é quem são vocês, caros leitores, a partir de algumas dicas que eu vou dar. Preparado para a brincadeira?


segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

Melhores do Ano 2015: Confira a lista (NÃO TEM 'SETE VIDAS'!)



Mais um ano se passou e eu olho em volta e só vejo pegadas. Deixando letras de músicas de lado, o Faustão tem se preparado para a premiação que ele diz ser a mais importante da TV brasileira: o Melhores do Ano, a premiação da Rede Globo que homenageia os melhores da dramaturgia brasileira (ignorando obviamente todas as outras emissoras que não sejam a própria Globo). Com a divulgação dos indicados, não resta muito para mim a não ser analisar friamente os escolhidos, além de apontar quem deve ganhar. Aliás, chamou a nossa atenção a Globo ter forçado a mão para colocar gente de A Regra do Jogo concorrendo e, principalmente, por esquecer completamente do pessoal de Sete Vidas. Infelizmente, não há qualquer referência à maravilhosa última novela das seis. Se ainda fosse uma Babilônia da vida, eu até entenderia o motivo da Globo fazer de conta que ela não existiu. Mas ATÉ BABILÔNIA ESTÁ CONCORRENDO!!! Vai entender... Vamos aos indicados:



MELHOR ATOR


O que achamos: Rodrigo Lombardi deu um show em Verdades Secretas e Alexandre Nero está arrasando em A Regra do Jogo. Mas Domingos Montagner era bem mais merecedor pelo seu brilhante trabalho em Sete Vidas. Tony Ramos também merecia mais a honraria. Os dois deveriam ter entrado no lugar da indicação de Rafael Cardoso, que não compromete em Além do Tempo, mas também não está lá essa Brastemp toda a ponto de ser indicado como melhor ator do ano.
Palpite do Eu Critico Tu CriticasAlexandre Nero
Quem merecia ganhar: Tony Ramos ou Domingos Montagner
Vencedor do ano passado: Alexandre Nero (Comendador de Império)


MELHOR ATRIZ


O que achamos: Aline Moraes está maravilhosa em Além do Tempo, Drica Moraes pôde compensar em Verdades Secretas o mico que pagou com a vilã meia boca de Império e Giovanna Antonelli diva de qualquer jeito e é a queridinha do público em A Regra do Jogo. Mas eu tiraria a Aline e a Giovanna e colocaria no lugar delas a Irene Ravache e a Marieta Severo, que brilharam muito mais esse ano.
Palpite do Eu Critico Tu CriticasGiovanna Antonelli
Quem merecia ganhar: Drica Moraes
Vencedora do ano passado: Cláudia Abreu (Pâmela Parker de Geração Brasil)


ATOR REVELAÇÃO


O que achamos: Maurício Destri fez Cordel Encantado, Malhação e Sangue Bom. É revelação onde, minha gente??? Gabriel Leone esteve bem em Verdades Secretas e Rafael Vitti deveria ter concorrido no Melhores do Ano de 2014, já que a Malhação Sonhos foi do ano passado.
Palpite do Eu Critico Tu CriticasRafael Vitti
Quem merecia ganhar: Emílio Dantas (Pedro de Além do Tempo)
Vencedor do ano passado: Chay Suede (Comendador na primeira fase de Império)


ATRIZ REVELAÇÃO


O que achamos: Agatha Moreira e Camila Queiroz foram lacradoras em Verdades Secretas e o mesmo que falei para o Rafael Vitti anteriormente vale para a Isabella Santoni também.
Palpite do Eu Critico Tu CriticasCamila Queiroz
Quem merecia ganhar: Camila Queiroz
Vencedora do ano passado: Josie Pessoa (Du de Império)


MELHOR ATRIZ COADJUVANTE


O que achamos: Não tô falando que a Globo tá forçando a mão para indicar gente de A Regra do Jogo a qualquer custo... Não estou falando da Cássia Kis, que foi a diva suprema na novela, mas esse ano tivemos atrizes coadjuvantes beeeeem melhores que a Bruna Linzmeyer. Quanto a Grazi Massafera, só tenho uma coisa a dizer: JÁ GANHOU!!! JÁ GANHOU!!! JÁ GANHOU!!!
Palpite do Eu Critico Tu CriticasGrazi Massafera
Quem merecia ganhar: Grazi Massafera
Vencedora do ano passado: Drica Moraes (Cora de Império)


MELHOR ATOR COADJUVANTE


O que achamos: Juliano Cazarré concorrendo como melhor ator coadjuvante pelo MC Merlô?! Tão de sacanagem, né??? Ele só não faz o papel mais chato da novela porque temos a família do Feliciano (Marcos Caruso). Rainer Cadete até estava engraçado em Verdades Secretas, porém, muito caricato e exagerado e Tonico Pereira conseguiu surpreender positivamente em A Regra do Jogo.
Palpite do Eu Critico Tu CriticasRainer Cadete
Quem merecia ganhar: Tonico Pereira
Vencedor do ano passado: Ailton Graça (Xana de Império)


MELHOR ATOR/ATRIZ MIRIM


O que achamos: Ai, como eu odeio julgar criança! Vou pular essa, pessoal!
Palpite do Eu Critico Tu CriticasMel Maia
Quem merecia ganhar: Como a Mel Maia já ganhou em 2012 e é indicada todo ano e o papel da Sabrina Nonata em Babilônia era meio chatinho, eu daria o prêmio pro João Gabriel D'Aleluia.
Vencedor do ano passado: Giovanna Rispoli (Cláudia de Boogie Oogie)


MELHOR ATRIZ DE SÉRIE/MINISSÉRIE


O que achamos: Fernanda Torres é amor em qualquer papel, né? Por mim, ela deveria ganhar um prêmio todo ano só por ter feito a Vani de Os Normais! Taís Araújo está divertida em Mister Brau, mas foi a Paola Oliveira quem mostrou o que tinha de melhor A BUNDA em Felizes para Sempre?
Palpite do Eu Critico Tu CriticasPaola Oliveira
Quem merecia ganhar: Paola Oliveira
Vencedora do ano passado: Fernanda Torres (Fátima de Tapas & Beijos)


MELHOR ATOR DE SÉRIE/MINISSÉRIE


O que achamos: Au, au, au, au, au, au, au, sou Mister Brau! Au, au, au, au, au, au, au, meu nome é Brau! Eu sou suspeito para falar, pois sou viciado na série Mister Brau, mas Lázaro Ramos está vivendo um dos melhores papeis de toda a sua carreira. Enrique Dias esteve muito bem em Felizes para Sempre?. Já o marido da Carminha eu não sei porque eu assistia o MasterChef no horário.
Palpite do Eu Critico Tu CriticasLázaro Ramos
Quem merecia ganhar: Possivelmente, Mister Brau deve ter outras temporadas, então o Lázaro Ramos deverá concorrer e ganhar por vários outros anos. Então eu daria por Enrique Dias mesmo.
Vencedor do ano passado: Bruno Gagliasso (Edu de Dupla Identidade)


COMÉDIA


O que achamos: Desde que saiu da MTV e foi para a Globo, Marcelo Adnet vive tentando ganhar o prêmio de melhor comediante, mas nunca leva. Graças ao Tá no Ar, acho que esse ano vai, hein!
Palpite do Eu Critico Tu Criticas: Marcelo Adnet
Quem merecia ganhar: Dani Calabresa
Vencedor do ano passado: Leandro Hassum


JORNALISMO


O que achamos: A Globo deve empurrar a Maju, mas vamos falar a real: o que foi que ela fez de tão importante esse ano para o jornalismo brasileiro? Simpatia e carisma agora são critérios?
Palpite do Eu Critico Tu CriticasMaju
Quem merecia ganhar: Roberto Cabrini, mas ele é do SBT, né...
Vencedor do ano passado: Evaristo Costa


MELHOR CANTOR


O que achamos: Depois de verem os indicados, Tim Maia e Cazuza se reviraram no túmulo. Caetano Veloso, Gilberto Gil e Ney Matogrosso foram parar na UTI, mas já passam bem.
Palpite do Eu Critico Tu CriticasLuan Santana
Quem merecia ganhar: Por mim, tanto faz!
Vencedor do ano passado: Luan Santana


MELHOR CANTORA


O que achamos: Alguém avisa para a Globo que existem várias outras cantoras brasileiras além da Anitta, Cláudia Leitte, Ivete Rainha Sangalo e Paula Fernandes!!! Todo ano são sempre as mesmas!
Palpite do Eu Critico Tu CriticasAnitta
Quem merecia ganhar: MENOS A CLÁUDIA LEITTE!!!
Vencedora do ano passado: Cláudia Leitte


MÚSICA DO ANO


O que achamos: "HOJE! É HOJE! É HOJE! É HOOOOOOOJEEE!" da Ludmilla grudou mais que carrapato em anca de vaca magra, mas a música da Tiê é linda demais, minha gente!
Palpite do Eu Critico Tu Criticas"Escreve Aí" (Luan Santana)
Quem merecia ganhar: "A Noite" (Tiê)
Vencedor do ano passado: "Diz pra mim" (Banda Malta)



Melhores do Ano 2015 acontecerá nesse domingo (13/12), ao vivo, no Domingão do Faustão.

terça-feira, 17 de novembro de 2015

A ascensão das favelas na nossa dramaturgia


Só em 2015, tivemos três novelas da Globo cujo cenário principal era uma favela. São elas: I Love Paraisópolis, cujo título se refere de forma tão amorosa a uma das maiores e mais violentas favelas de São Paulo, Babilônia, que tinha seu nome emprestado de uma favela no Leme, bairro da Zona Sul do Rio de Janeiro; A Regra do Jogo, que se passa no fictício Morro da Macaca, também no Rio. As três, no entanto, mostraram uma visão diferente do subúrbio. A primeira trama não mostrou absolutamente nada a respeito de criminalidade ou tráfico de drogas, a segunda tinha muito mais cenas rodadas no "asfalto" no que no morro e esta última mostra uma favela que é point cultural, frequentada pelos moradores, pelo pessoal do "asfalto" e até mesmo pela "alta sociedade". Mas você sabe como foi que as favelas começaram a ter um destaque maior nas novelas?


Para começo de conversa, nesta matéria optei por usar o termo "favela" ao invés de um eufemismo 'politicamente correto' como "comunidade", até porque a palavra está longe de ser considerada pejorativa. Segundo o dicionário 'Houaiss', por exemplo, favela é "um conjunto de moradias precárias, situada em morros e onde vive a população de baixa renda dos centros urbanos". Curiosamente, embora sempre presente na sociedade brasileira, tal localidade quase nunca era abordada na nossa dramaturgia televisiva. O oposto acontece no cinema, onde temos até um boom de filmes com esse tipo de temática (podemos citar Cidade de Deus, Tropa de Elite e Alemão).


Citada antes esporadicamente em algumas novelas, a primeira vez em que uma favela de fato ganhou importância numa novela foi em Pátria Minha (1994). Na história, Claudia Abreu interpretava Alice, uma estudante super correta que entra em guerra contra o empresário Raul (Tarcísio Meira), que comete uns crimes impunemente e depois ainda manda desapropriar uma favela. Quase uma década se passou até uma favela voltar a ter importância em uma nova trama. Em 2004, Senhora do Destino apresentou a Comunidade da Pedra Lascada, uma região subdesenvolvida do subúrbio carioca que visava conseguir uma emancipação. A tal comunidade tinha grande destaque porque a protagonista Maria do Carmo (Susana Vieira) tinha um forte laço afetivo com o local e sempre ajudava seus moradores, de quem era amiga e respeitada por todos.

Nos últimos 12 anos, o Brasil passou por alguns processos políticos que visaram dividir melhor a renda e isso gerou a ascensão da classe C, um novíssimo público consumidor que virou a menina dos olhos de ouro do mercado publicitário e o pesadelo das emissoras acostumadas a produzir dramaturgia só pensando nos núcleos mais ricos. Nesta última década, os personagens mais pobres foram conseguindo mais destaque e as tramas passaram a se deslocar dos bairros ricos para o subúrbio. Não que isso seja inédito, já que Rainha da Sucata e outras novelas mais antigas também davam voz aos mais pobres, mas tornou-se mais comum nos últimos anos.


Podemos dizer que a primeira novela a colocar uma favela em papel de destaque foi Vidas Opostas (2006), da Record, que aproveitou a explosão do tema no cinema e produziu uma novela que misturava um núcleo rico com moradores de uma favela, com direito a muito "tiro, porrada e bomba". Muitas cenas, inclusive, foram gravadas em uma comunidade real. Na Globo, devido ao sucesso da concorrente, a trama que marcou o destaque absoluto de uma favela veio logo depois, em 2007, com Duas Caras, ambientada na fictícia Portelinha e que também mostrou a diferença social colocando uma comunidade pobre localizada ao lado de um empreendimento de luxo. 

Atualmente, muitas novelas já mostram favelas pareando em importância com bairros mais ricos, algumas vezes até superando as antigas localidades de destaque. Avenida Brasil e Cheias de Charme, por exemplo, acertaram em cheio ao mostrar um subúrbio mais alegre e divertido, enquanto Salve Jorge foi a pioneira em colocar como protagonista uma mãe solteira moradora do Complexo do Alemão, um tipo que provavelmente seria apenas coadjuvante em novelas do passado. E para mostrar que não se trata de um fenômeno pontual, podemos lembrar de um exemplo ainda mais recente: Em Família foi escrita por Manoel Carlos, autor conhecido por colocar suas histórias apenas em bairros ricos do Rio de Janeiro (Leblon), mas mesmo assim precisou se adequar às novas necessidades da emissora e até incluiu uma "favela" improvisada com um personagem, Jairo (Marcelo Melo Jr.), que conseguiu um destaque maior que o esperado.


Entretanto, parece que a fórmula exaltada até pouco tempo atrás não está dando muito certo. Desde sua estreia, A Regra do Jogo ainda não empolgou na audiência e acumula, até o momento, média de 25 pontos (a meta para o horário das nove é de 35), mesma marca de sua antecessora, Babilônia, tida como o maior fracasso do horário nobre global de todos os tempos. Curioso que as duas têm em comum a ambientação em favelas. Com isso, várias questões vem sendo levantadas: será que duas novelas simultâneas focadas em favelas não são um pouco demais? Será que não está na hora da Globo buscar novos cenários para as suas novelas, afinal, o Brasil é muito maior do que isso? O público está cansado de tramas que se passam nas favelas?


Babilônia foi uma trama rejeitada pela maior parte do público e boicotada por evangélicos pelas cenas polêmicas iniciais, por sua trama mal remendada e pelas mil e uma mudanças que a trama e os personagens sofreram para "agradar a Família Brasileira", deixando-a ainda mais equivocada e perdendo sua identidade. Mas em nenhum momento o fato dela ter se passado na favela foi o motivo da sua baixa audiência. E cá entre nós, até onde me lembro, nunca havia ouvido falar de alguma reclamação do público que novelas seguidas na Globo eram todas centradas em bairros ricos do Rio de Janeiro! Mas se o problema são mesmo as favelas, então porque I Love Paraisópolis teve uma boa audiência? Estranho, não!? Pelo visto, com o passar dos anos teremos cada vez menos distinção entre as áreas mais ricas e mais pobres das cidades, até porque sabemos que o primordial de uma novela não é o cenário, e sim sempre contar uma boa história.


domingo, 8 de novembro de 2015

O Melhor e o Pior da Semana (02 à 08/11)





   ARREBATADOR: EMBATE ENTRE EMILIA E VITORIA   


Com a segunda fase de Além do Tempo, houve mais destaque para aqueles que tiveram pouco espaço no século passado. Esse é o caso de Ana Beatriz Nogueira. Sua personagem começou como uma das protagonistas para depois passar capítulos e mais capítulos escondida da Vitória (Irene Ravache). Foi uma pena. Agora, Emília ganhou força que merecia, voltou a aparecer bastante e o conflito com Vitória voltou ao centro das atenções, proporcionando grandes cenas. Com o agravante de que agora elas são mãe e filha, com muitas contas pendentes dessa e da outra vida. Emília foi abandonada pela mãe quando tinha apenas sete anos, por isso, cresceu cheia de ódio no coração. Ao descobrir que a situação financeira de Vitória é caótica, a empresária viu a chance de se vingar. Depois de prometer que venderia a casa de Vitória para Luís (Carlos Vereza), Emília resolve mudar de ideia. Afinal, o prefeito deixaria a velha amiga continuar morando de favor no local. Emília não só desiste do negócio, como aciona a Justiça para tomar posse da propriedade. Surpresa, Vitória recebe uma ordem de despejo e fica desesperada. Ela tenta falar com a empresária, mas Emília ignora todos os telefonemas da mãe. Sem imaginar que está diante da própria filha, Vitória procura Emília e fala poucas e boas. Esse primeiro embate entre as duas foi arrebatador. Emília gargalhou com o sofrimento da mãe e ficou cheia de deboche e ironias na frente dela para depois chorar copiosamente lembrando de todo seu sofrimento. Ana Beatriz Nogueira só com o olhar lacrimejado conseguiu expor toda a mágoa, amargura e angústia da personagem. Irene Ravache, sempre esplendorosa, conseguiu nos fazer sentir pena da Vitória, mesmo sabendo que ela foi capaz de abandonar a própria filha ainda pequena para fugir com outro homem. Destaque para Carlos Vereza também. Esse acerto de contas entre as duas ainda vai longe...


   GOSTEI: O 'NOVO' JULIANO   


Juliano (Cauã Reymond) promoveu uma reviravolta na novela das nove e, finalmente, deixou o ar Jorginho de Avenida Brasil para trás. Não é fácil ser mocinho. Ainda mais no caso do Cauã, que vive um mocinho atrás do outro e acaba tendo que redobrar o cuidado para não cair na mesmice. Mas seu Juliano saiu da posição de "mocinha", está movimentando a história e passou a ganhar excelentes cenas e diálogos. A sequência em que o personagem descobre que o pai que sempre defendeu e venerou a vida toda é mesmo um bandido foi sensacional. Elogiar o Tony Ramos é "chover no molhado", né? O ator é fantástico sempre. Ponto. Mas foi Cauã quem me surpreendeu, dando um show de sensibilidade e talento. A Regra do Jogo fecha sua décima semana garantindo evolução de quase todos os personagens, trazendo ameaças aos negócios da facção e inserindo um ponto de impacto na vida do protagonista, Romero (Alexandre Nero). A novela continua fazendo bem o seu papel de apresentar um trama rápida, com capítulos bem construídos, garantindo reconhecimento por parte do seu público fiel.



   EMOCIONANTE: DECIMA PRAGA   


A Record esticou ao máximo as pragas do Egito para que Os Dez Mandamentos, o maior sucesso da emissora desde 2007, ficasse mais tempo no ar. A autora havia planejado só umas duas semanas com todas as pragas, mas o negócio saiu do controle e começou a dar picos enormes de audiência mesmo com uma barriga maior que a da grávida de Taubaté. Para se ter uma ideia, a primeira praga foi exibida no final de agosto e só vimos o término no começo de novembro. Haja enrolação, né? Mas, apesar dos pesares, foi belíssima e emocionante a chegada da décima praga: a morte de todos os primogênitos. Os efeitos de luz da chegada do vulto da morte ficaram ótimos. O Egito é tomado por um silêncio assustador, até que as mães começam a notar a morte de seus filhos primogênitos. Gritos de sofrimento e pavor tomam conta da cidade. Mulheres do harém choram agarradas aos seus filhos mortos. Hebreus aliviados ao notarem que a vida de seus filhos foram poupadas, mas angustiados com o sofrimentos das mães e pais egípcios. Karoma feliz por ter o filho Pepy vivo ao seu lado. Hur, Leila e Bezalel choram desesperados, pois tem certeza da morte de Uri. Moisés (Guilherme Winter) pede a Deus que dê conforto às famílias que choram a morte de seus filhos. Nefertari (Camila Rodrigues) segura Amenhotep (José Victor Pires) em seus braços e chora a dor da perda. Ramsés (Sérgio Marone) fica desnorteado. Moisés e Arão vão até o palácio. O libertador e o faraó se encaram em silêncio. Ramsés então quebra o silêncio e diz que o povo hebreu está livre, mas antes de partir pede a benção para Moisés, que o atende. Foi difícil não conter as lágrimas com todas essas sequências emocionantes. Destaque para Sérgio Marone, que deixou a canastrice um pouco de lado e segurou bem a peteca, e Camila Rodrigues, uma das poucas atuações que se salvam em meio a um elenco, em sua maioria, tão limitado. A décima e última praga do Egito foi a mais impactante de todas, pois dilacerou a alma!


   DEIXOU A DESEJAR: FINAL DE 'I LOVE'   



Com gostinho de "já deu o que tinha que dar", I Love Paraisópolis entrou em sua derradeira semana em ritmo de morte lenta e cada vez mais absurda. Começamos com o desnecessário sonho medieval que Mari (Bruna Marquezine) teve com Grego (Caio Castro) e Ben (Maurício Destri) duelando. Passamos pela sequência completamente tosca envolvendo o fantasma de Omara (Priscila Marinho), que voltou do mundo dos mortos com pedaços de escamas de peixe no rosto e querendo comida. Para culminar o festival nonsense, Gabo (Henri Castelli) é jogado pelos capangas de Dom Pepino (Lima Duarte) da janela da empresa em cima de um andaime, não morre, não sofre nenhum arranhão e aparece do nada para matar Dom Pepino, que havia sido picado por uma cobra. E tudo isso foi só um aperitivo para o final que estava por vir. O último capítulo de I Love começou com uma péssima sequência envolvendo Gabo e Benjamin. A cena longa e densa deixou clara a fragilidade dos dois atores. Se durante a novela eles não tiveram bons momentos, mas também não comprometeram, nesse desfecho os dois foram canastrões ao extremo. O desfecho do vilão e de Dom Peppino foi um péssimo momento da direção também. A queda dos dois do prédio, que era previsível desde o começo da cena, em um chorma key de gosto duvidoso, foi tão patética e mal feita que me fez sentir saudades dos efeitos toscos de Os Mutantes. Como deixaram isso ir pro ar!? O último capítulo serviu apenas para confirmar o carisma e o talento de Caio Castro. Na pele do bandido Grego, o ator dominou a novela e seu personagem jogou o mocinho Ben para escanteio. Sua química com Maria Casadevall transformou Grego e Margot no casal sensação da história. Os dois não só caíram no gosto do público como ganharam ótimas cenas durante a novela toda. No fim, Grego e Paulucha (Fabíula Nascimento) protagonizaram uma linda cena quando ela foi visitar o sobrinho na cadeia. E salvaram a sequência de micos do último capítulo da novela das sete. E que venha Totalmente Demais!

Leia: The Oscars I Love Paraisópolis



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