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quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

MasterChef ou Guerra dos Sexos?



Ontem (14) rolou a grande final do primeiro MasterChef Profissionais, da Band. Se você também abriu mão de horas de sono, viu que as redes sociais entraram em polvorosa, com bandeiras feministas sendo levantadas e defendidas com unhas e dentes. No fim, o resultado que levantou inúmeras suspeitas: Dayse consagrou-se como a grande campeã. O assunto mais discutido da noite, porém, foi sobre o suposto machismo presente nesta edição. Ivo e Dário foram os mais criticados por terem protagonizados cenas em que duvidaram da capacidade da participante. Em entrevista ao Estadão, Dayse disse não representar o feminismo na vitória. E ter a presença do machismo na cozinha não a faz obrigada ser feminista. A mãe e a irmã de Marcelo chegaram atribuir a vitória da participante a uma suposta "guerra dos sexos". Concordo!

Neste ano, principalmente, o MasterChef sofreu um processo de BBBnização. O talent show rendeu aos elementos primordiais dos realities de confinamento. O participante perseguido e/ou menosprezado pelos outros. O bonzinho rejeitado. A mulher desprezada pelos "homens machistas". Nesse caso, o fato é ainda mais gritante porque quase todas as mulheres eliminadas da competição ressaltavam como ponto fundamental o machismo presente nos bastidores das cozinhas brasileiras. E isso contaminou a visão do programa. Dayse foi a "sobrevivente" da equipe feminina. E, de acordo com esta visão, teria sofrido atitudes machistas dos adversários. Foi excluída pelos demais. Menosprezada. Só por ser mulher. Como pode, né?

Marcelo, com jeitão agitado e imperativo, esteve na final merecidamente. Diferente da Dayse, que apostou na maioria das vezes no clássico, ele surpreendeu com suas invencionices, ou melhor, contemporaneidades na cozinha (algumas ficaram completamente sem conexão, segundo o paladar dos jurados). Nesta final, Marcelo ousou ainda mais apostando na gastronomia contemporânea e em suas invencionices. E acertou: os pratos do participante foram bastantes elogiados. Porém, a primeira nota apurada já trouxe muitas suspeitas. Durante a degustação, não houve nenhum prato com erros absurdos apontados. Pelo contrário, os jurados só teciam elogios. Então, como o Marcelo poderia ter recebido uma nota 2 (de um total de 10) em um prato longamente elogiado? Naquele momento, somado ao fato das declarações politicamente corretas na edição ao vivo dos jurados (que mais pareciam estar ouvindo as declarações de um ponto eletrônico), eu entendi que a vitória da Dayse tinha sido costurada pelo programa em função do feminismo.

Acredito, de verdade, que a Dayse seja uma excelente chef de cozinha, mas durante a competição ela não mostrou a ser a melhor competidora de forma consistente. Ficou claro que a direção do programa se deixou influenciar pela torcida à la BBB e queria ganhar apoio de um grupo de telespectadores defensores dos "fracos e oprimidos". Com isso, criaram mais polêmica e colocaram em xeque a credibilidade de um reality bem-conceituado. Imagine assistir a próxima temporada sabendo que levará o prêmio aquele que gerar mais afinidade com o público ao invés de ser avaliado o talento do competidor, aquele que foi o melhor?


Que fique bem claro: a questão não está no feminismo em si, nem no machismo. O problema é que tudo está se transformando em posição extremista. O atual modelo de feminismo, ao invés de pregar igualdade (no sentido de equidade, julgamento justo), vem pregando um modelo de exclusividade ou preferência. Não precisamos de mais coitados. Precisamos de iguais condições. O que importa são as habilidades, a competência, ser o melhor no que faz; até porque todos ali passaram pelos mesmos testes de seleção e desafios, tiveram acesso aos mesmos recursos, foram cobrados igualmente em termos de tempo e dificuldade. O fato de ter sido menosprezada por homens não implica, necessariamente, em machismo. Ainda bem que Dayse foi sensata ao declarar que sua vitória não representava o feminismo coisa nenhuma.

sexta-feira, 25 de novembro de 2016

Prêmio Eu Critico Tu Criticas 2016


Chegou a hora de escolher os grandes destaques em 2016 no mundo das novelas, séries, seriados, minisséries, realitys e programas da TV aberta em 36 categorias. A votação será encerrada no dia 29/12 (quinta-feira) e o resultado será divulgado aqui no blog dia 31 (sábado), último dia do ano. Que vença os melhores... E os piores também!


Se não estiver conseguindo visualizar a enquete abaixo, clique nesse link AQUI.


quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

O Pior dos Programas de TV em 2015




E os 13 maiores pontos negativos dos programas de TV em 2015 foram...


13º lugar: The Voice Brasil 4

O principal motivo da existência do The Voice, seja aqui ou no exterior, é revelar bons cantores. Mas o fato é que esta temporada, especificamente, não teve nenhum candidato que saltasse muito aos olhos. Os candidatos e todas as suas apresentações, com raras exceções, foram ruins demais e bem fracas, comparadas a edições anteriores. É preciso uma reformulação geral na próxima temporada e ser mais exigente na escolha dessas vozes. Ou, então, o The Voice corre o risco de perder sua credibilidade e cair no desgaste. Se é que já não perdeu, né?

12º lugar: MasterChef Kids

Geralmente, versões de qualquer coisa com crianças é uma coisa que não funciona muito bem e o MasterChef Junior não foi exceção. Fofurice demais comprometeu o desempenho e ficava todo mundo com dozinha da molecada. Era um tal de "ai, que lindinha", "ai, que gracinha" que realmente não dava para aturar. Tirando isso, os jurados, exatamente os mesmos da versão original, também comprometeram. Eles, que não amaciavam para os adultos, aqui viraram tiozinhos babões. Para eles, não havia ninguém ruim. Todas as crianças eram geniais e cometiam apenas alguns errinhos. Claro que não dava para esculachar a molecada, mas os jurados bonzinhos em excesso tiraram a graça. Sem falar no horário de exibição tardio. Enfim, MasterChef Junior não chega nem perto do original.

11º lugar: CQC

Em busca de voltar a ser relevante, o humorístico/jornalístico da Band tratou de fazer uma reforma geral e trocou dois apresentadores e quase todos os repórteres. Com novos rostos, porém, sem ideias, o CQC viveu seu pior ano. Se num passado não muito distante a atração botava o dedo na ferida e era aclamada pelo público e pela crítica, neste ano o programa deixou de lado seu espírito crítico e questionador para virar uma "filial" do Pânico. A má fase decretou um "ano sabático" em 2016 e o CQC só deve voltar ao ar em 2017. Espero que role uma reformulação total no formato do programa e no jeito de apresentar. Do jeito que está, não dá.

10º lugar: É De Casa

2015 ficará marcado como o ano em que a Globo extinguiu de vez a sua programação infantil. Em agosto, a faixa de desenhos da TV Globinho foi substituída pela revista eletrônica É De Casa, que reúne seis (!!!) apresentadores, sendo que cinco deles já estavam morrendo congelados na geladeira da Globo. Tentando oferecer serviço e descontração nas manhãs de sábado, o programa peca, principalmente, pela pauta fraca, tomada por dicas domésticas chatíssimas que só aumentam o sono do telespectador. E o excesso de âncoras só prejudica a coisa. É um tentando aparecer mais que o outro, "cortando" o colega ao vivo na hora de falar... Assim como o Encontro com Fátima Bernardes (que começou bem capenga e hoje é uma ótima atração), o É De Casa tem salvação, já que o formato é bastante flexível. Mas ainda não disse a que veio.

09º lugar: Encrenca

A RedeTV! nunca superou muito bem a ida do Pânico para a Band. O humorístico, o único programa da casa que dava dois dígitos no Ibope, foi-se embora e nada conseguiu substituir. E olha que eles tentaram de tudo, desde reality shows ao Saturday Night Live brasileiro. Por fim, eles decidiram usar a mesma fórmula de pegar um programa do rádio e assim nasceu o Encrenca. Mas que programa ruim, hein! Mas ruim daqueles que não dá nem vontade de assistir só pra zoar. Os quadros são pouco inspirados, os apresentadores não tem jeito algum com televisão e nada dá muita graça. Prova disso é que o único quadro do programa que se salva é aquele dos vídeos do WhatsApp.

08º lugar: A Fazenda 8

Um bando de subcelebridades sem carismas dentro de um formato desgastado e com total falta de transparência, sob o comando de um apresentador parcial e sem pulso firme. Assim podemos definir o que foi a oitava temporada de A Fazenda, que já entrou para a história como uma das piores temporadas do reality da Record. Novamente, as inúmeras suspeitas de manipulação rondaram o programa. A briga mais séria da edição (com direito a agressões não mostradas) foi escondida pela direção e não foi possível saber o conteúdo das informações presentes na Arca. Se não fosse pela Mara Maravilha, que levou a Fazenda 8 inteira nas costas, seria ainda pior.

07º lugar: Xuxa Meneguel

Parece que foi ontem que eu estava almoçando e quase engasguei com a comida quando fiquei sabendo que a Xuxa, após mais de trinta anos, sairia da Globo e assinou contrato com a Record. Foi a maior contratação da história da emissora nos últimos tempos e toda a situação repercutiu na imprensa. Entretanto, foi só o novo programa da apresentadora estrear para que o interesse diminuísse. A audiência foi caindo semana após semana à medida que foi sendo constatado que Xuxa na Record, mesmo comandando um formato adulto, não consegue disfarçar seu jeito infantilóide, com piadinhas sobre o que pode ou não falar na Record, jogando indiretas para sua antiga emissora e com entrevistas "picantes" com celebridades que, na verdade, são constrangedoras. Se ela já estava desgastada na Globo, na concorrente não foi diferente. A Globo fez um bom negócio em não renovar contrato com a rainha dos baixinhos.

06º lugar: Gugu

Após quase dois anos fora do ar, o apresentador estreou seu novo programa na mesma Record, de onde havia se desligado anteriormente, e não apresentou nada de novo. Pelo contrário. Retornou repleto de sensacionalismo, através de "entrevistas bombásticas" com criminosos que haviam tido grande repercussão nacional (a psicopata Suzane Von Richthofen e o goleiro Bruno). Ainda teve uma vez que ele chegou a propor um teste de DNA para um galo (!!!). Enfim, uma atração totalmente dispensável, apelativa e nada atrativa.

05º lugar: Pânico na Band

O Pânico, que já foi a representação da renovação do humor, estacionou no que faziam há 15 anos. A atração mostra-se incapaz de se reinventar e passou mais um ano se apoiando no tripé bunda-humilhação-escatologia que parece divertir apenas os diretores do programa. O Pânico não tem mais graça e agora só dá constrangimento mesmo de tão tolo e grosseiro que é. Para piorar, em 2015, o programa perdeu terreno para o Encrenca, outro programa que também não tem muita graça, mas que está dando mais audiência que ele. O Pânico precisava de um ano sabático tal qual o CQC!

04º lugar: Sensacional

A RedeTV! segue na tentativa de emplacar sua primeira-dama como apresentadora e tratou de formatar um vespertino dominical para Daniela Albuquerque. Surgiu assim o Sensacional, que é absolutamente o inverso do que o nome quer dizer. O programa mais parece parado nos anos 90 de tão tosco que é. As atrações musicais de gosto duvidoso, entrevistas chatas e reportagens sobre o mundo animal são tocadas sempre pela mesma cara de bunda da anfitriã, que, definitivamente, não nasceu para ser apresentadora. Sensacional simplesmente "desaparece" entre os gigantes Futebol-Faustão-Rodrigo Faro-Eliana na guerra pela audiência aos domingos (e em meio aos infomerciais que dominam a grade de programação da RedeTV!, principalmente nos domingos).

03º lugar: Você na TV

Em 2015, João Kleber foi "promovido": seu programa Você na TV deixou as manhãs da RedeTV! e se alojou nos fins de tarde, sucedendo o A Tarde É Sua, programa diário mais visto na emissora. Mais bem encaixado na grade de programação, a atração aumentou o nível de nonsense no trato das histórias dos "segredos chocantes e bombásticos" que seus participantes revelavam no palco todos os dias: "esposa revela ao marido que o nome do filho deles se chamará Youtube", "mãe revela para o filho que o pai dele é o Freddy Krueger", "patroa revela a funcionária que ela terá que trabalhar de máscara para não espantar os clientes", "noivo revela que quer se casar no cemitério para que a mãe 'esteja presente' na cerimônia", "filho revela que vendeu a casa da mãe para se preparar para o apocalipse zumbi", "esposa revela que trai o marido todas as noites com um espírito"... Até um ser que admitiu ser um alienígena e presentou o apresentador com o planeta Marte pousou no Você na TV. Definitivamente, é a escória da televisão brasileira.

02º lugar: Tomara que Caia

Nunca um título de programa representou tanto o sentimento do telespectador. Tomara que Caia foi a tentativa da Globo de fazer humor e improviso no final das noites de domingo, mas não conseguiu nem uma coisa, nem outra. Com uma pretensa interatividade, a atração pecou pelo texto fraco e didático e pelo elenco sem nenhum traquejo ao improviso, revelando-se profundamente sem graça e um dos maiores constrangimentos da TV. O programa começou mal e jamais se acertou. A interação perdeu espaço e, à medida que a coisa degringolou, quase todos os atores do elenco original saíram. No fim, ele até deixou de ser ao vivo. Um programa de humor que não faz rir é algo totalmente imperdoável. Não teve outra: o Tomara que Caia caiu. E não deixou saudades!

01º lugar: Cristiano Araújo Forever

As mortes acidentais e por violências diversas, povoam os noticiários diários de nossos jornais, redes sociais e televisão. No ano passado, vivemos a ocorrência de um fato trágico que provocou uma grande comoção nacional. Um trágico acidente vitimou o cantor sertanejo Cristiano Araújo e sua namorada Alana. Acidentes dessa natureza não são novidade nas estradas do país. O que me intriga foi o tamanho da cobertura que as principais emissoras de TV aberta deram ao fato. Eu, por exemplo, só fui saber mesmo quem era o cantor depois da sua morte. A Globo até chegou a alterar toda a sua programação para dedicar mais tempo a uma cobertura avassaladora. Não vou aqui entrar na questão se Cristiano Araújo merecia ou não tamanha comoção do público. O grande impacto da sua morte ficou por conta do enorme sucesso que o jovem passava no momento. Tudo isso seria normal e aceitável dentro da situação. O problema foi ver a exploração desse fato trágico para maior audiência nos programas de TV. Durante mais de cinco meses, ininterruptamente, o programa A Tarde É Sua, comandado por Sonia Abrão na RedeTV!, se dedicou a esmiuçar um mesmo assunto: a morte do cantor sertanejo. Desde comunicar a sua morte e a da sua namorada, entrevista com o motorista de Cristiano, homenagens ao sertanejo, previsões de uma sensitiva, uma imagem que mostraria Cristiano no céu, até caso da mulher que afirmava ter um filho do sertanejo e exibindo o resultado do exame de DNA ao vivo. Essa foi a maior exploração da dor alheia que já vi na televisão brasileira nos últimos tempos. E a Sonia Abrão ainda se ofendeu quando o colunista do UOL, Maurício Stycer, mencionou que ela estava batendo "um recorde mundial de exploração da morte de uma celebridade". Nessas, fica a dúvida: como será que as emissoras vão se comportar no dia em que artistas bem mais famosos morrerem? Quero nem ver...


Obviamente, a lista é baseada unicamente na opinião desse que vos escreve. Portanto, está sujeita a injustiças e esquecimentos. Cabe a cada um dos leitores concordar ou não, dar a sua opinião, completar a lista, me esculhambar nos comentários...


quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

Retrospectiva 2015


Finalmente é dia 31 de dezembro e esse ano com tantas coisas boas (outras, nem tanto) está chegando ao fim. Consegue pensar em tudo o que aconteceu em 2015 nesse mágico mundo da TV brasileira? 


Parecia tudo bem com as novelas brasileiras até o fantasma do Comendador (Alexandre Nero) surgir na janela da mansão da família Medeiros em plena sexta-feira 13. "Curuuuzes", diria Téo Pereira (Paulo Betti) se tivesse que fazer uma crítica sobre a vilã Cora rejuvenescer de Drica Moraes para Marjorie Estiano. Império, que começou parecendo uma Avenida Brasil, terminou como um novelão desvairado. Maluca e misteriosa como seu protagonista, a história terminou sombria, mas teve final feliz: saiu vencedora do Emmy Internacional de Melhor Novela de 2015. Não se sabe se José Alfredo jogou uma maldição, mas a partir da sua morte a dramaturgia brasileira não foi mais a mesma.


O cenário era promissor: Carminha (Adriana Esteves) voltaria à TV para o duelo de vilãs histórico com a Maria de Fátima (Glória Pires), mas Babilônia não se entendeu com o telespectador e sobrou até para Fernanda Montenegro. Sim, o ano é 2015, o século é 21, mas Fernandona foi rejeitada apenas por beijar outra mulher na TV. Nem mesmo o Altíssimo, sempre convocado pela conservadora Consuelo (Arlete Salles), conseguiu salvar a catástrofe que foi essa novela. A separação do Calypso, a conversão da Andressa Urach e as reviravoltas políticas entre Dilma, Eduardo Cunha e Michel Temer se revelaram tramas melhores e mais emocionantes que Babilônia. A história que começou dando um choque de monstro na Família Brasileira terminou com o rabinho entre as pernas.


Até que chegou Verdades Secretas para dar o golpe fatality na Família Brasileira. Dizendo "lambe lambe lambe lambe lambe" já na abertura, Verdades Secretas mexeu com a fidelidade geral. Enquanto Alex (Rodrigo Lombardi) pulava a cerca com a enteada Angel (Camila Queiroz), a gente ignorava uns episódios de MasterChef  só para ver os nudes semanais de Angel Demônia, Brunet, Gianechinni, Pedrinho do Sítio do Picapau Amarelo e companhia. Ainda ganhamos uma expressão para chamar de nossa: book rosa. E a oportunidade de reparar a final do BBB5. Grazi Massafera pode não ter ganho R$ 1.5 milhão, mas até um Oscar para a atriz, por seu papel como viciada em crack, a gente pediu.



Definitivamente, 2015 foi o ano dos nudes na telinha. O ano mal tinha começado e um bumbum já "quebrou" a internet. Paolla Oliveira apareceu de costas, andando de fio dental, levando o público à loucura com seu "pandeirão" e deixando todos nós ba-ban-do e Felizes para Sempre!



O que ninguém esperava era que o gigante, quer dizer, a Record iria acordar. E com um golpe do cajado de Moisés (Guilherme Winter), Os Dez Mandamentos se instalou como uma praga do Egito: deu um xeque mate em A Regra do Jogo na audiência e vai estar onipresente em nossas vidas, pelo menos até 2016. O dia da abertura do Mar Vermelho já entrou para a história: fez a Toda Poderosa morrer afogada na audiência. No ano em que comemorou seus 50 anos de existência, a Globo viu sua supremacia ser abalada pelo Egito da concorrência. Que baita presentão, né? Enquanto Carminha e Félix (Mateus Solano) passaram anos afastados para descansarem a imagem, não deu nem sete meses e o imortal Comendador já voltou para a telinha. Mas nem isso foi o suficiente para agradar o grande público. Nem a assinatura do mesmo autor do fenômeno Avenida Brasil!



No universo paralelo, a Band dava uma de Glória Perez e inaugurava uma faixa de tramas turcas de verdade na programação. Ou vai dizer que você nunca ouviu falar de Mil e Uma Noites e Fatmagul? A primeira contava a história de amor de um casal que se apaixonou depois que a moça aceitou fazer um programa para pagar o tratamento de leucemia do filho. Já esta última, conta a história de uma turca que vive uma paixão com um homem que a assistiu sendo estuprada. Histórias bem leves, né? Mas o público (quer dizer, só uns sete ou oito gatos pingados) conseguiu sonhar do mesmo jeito.


Sem paciência para quem está começando, o SBT, canal que mais entende de novelas gringas, levou o conceito de Vale A Pena Ver De Novo ao limite e colocou Maria do Bairro no ar pela sétima vez. 
Podia ter gerado revolta, afinal, sete vezes, só se for gol da Alemanha. Mas a emissora mais feliz do Brasil pensou na Internet e inovou ao usar memes para promover a novela. Luis Fernando virou o boy magia, a vilã Soraya a falsiane e os choros mexicanos "babado, confusão e gritaria". Atire a primeira pedra quem não ficou com vontade de ver pela sétima vez (inclusive, estou vendo)?



Sai a maravilhosa Malhação Sonhos, que nos presenteou com os inesquecíveis casais Perina e Cobrade, e entra a deprimente Malhação - Seu Lugar no Mundo. Sai a ótima Alto Astral e entra a insossa e maluca I Love Paraisópolis. Fomos do céu ao inferno com a Malhação e com o horário de novelas das sete. Ainda bem que veio Totalmente Demais para nos salvar! Os DRs e a poesia diária de Sete Vidas foram a morfina necessária para aliviar as dores severas causadas pela decepção colossal com o famigerado Segredo da Carlota (Giulia Gam) em Boogie Oogie.


Ao contrário de Além do Tempo, que deu um passo ousado ao avançar do século XIX para o tempo atual, parece que a TV brasileira regrediu em 2015. Com I Love Lucy, série da década de 50 do século passado, a emissora de Silvio Santos acrescentou mais um achado à sua programação com cheiro de naftalina. Gugu e Ratinho regrediram aos anos 90 na disputa pela vice-liderança nas noites de terças, quartas e quintas: o primeiro atacou com entrevistas com celebridades presas (como Suzane von Richthofen e o goleiro Bruno), propôs um exame de DNA para um galo, reviveu o famoso quadro da banheira. Já o outro, rebateu com a brincadeira do "rabo quente" e caçou fantasmas em seu estúdio. Assim como o Você na TV e seus segredos chocantes (e bizarros): mulher revelando que foi abduzida e que está grávida de um ET, um homem prevendo o apocalipse zumbi, um outro revelando que era um ET e presenteando o apresentador João Kléber com o planeta Marte...


2015 também foi um ano em que a internet mostrou o que tem de pior. Criminosos se aproveitam do anonimato da internet para ofender e fazer vítimas. As atrizes Taís Araújo, Sheron Menezes e Cris Vianna e a apresentadora Maria Júlia Coutinho sofreram ataques racistas pelas redes sociais. A reação teve o tamanho do Brasil. Além do racismo e da intolerância, o ano também foi marcado por momentos de luto. Infelizmente, o Brasil perdeu muitos artistas queridos da televisão em 2015: Cláudio Marzo, Jorge Loredo (intérprete do inesquecível Zé Bonitinho), Roberto Talma, Elias Gleizer, Luis Carlos Miele, Yoná Magalhães, Betty Lago, Marília Pêra... Tristeza para uns, alegria para outros. Afinal de contas, o que seria do A Tarde é Sua sem a morte do cantor Cristiano Araújo?



A chinesa Jiang Pu, do MasterChef, roubou a atenção e virou queridinha por sua aparência fofa, seu carisma e um português no mínimo peculiar. Assim como a Mara Maravilha na A Fazenda 8, que foi a única razão que nos fez assistir ao reality show da Record. Ambas não ganharam, mas foram as grandes "campeãs morais". Falando no MasterChef, esse ano houve uma verdadeira overdose de programas de culinária: Batalha dos Confeiteiros (Record), duas temporadas de Hell´s Kitchen (SBT), Super Chef (Mais Você, Globo), Bake Off Brasil (SBT), MasterChef Kids (Band).



E o que dizer de Monia Iozzi? Ela brilhou em Alto Astral, salvou o Vídeo Show do fiasco que o Zeca Camargo o transformou (formando uma dupla alegre e debochada ao lado de Otaviano Costa) e deu uma aula de humor e improvisação quando participou do Tomara que Caia, um programa de humor que não tinha a menor graça. Tragam todos os prêmios para a Moniquinha, pessoal!




Como em Além do Tempo, muita gente vai precisar de uma segunda chance na vida para entender o ano de 2015: Xuxa indo pra Record, Silvio Santos e Edir Macedo juntos no Templo de Salomão, Fátima Bernardes dançando Bang com a Anitta, Willian Bonner ficando de pé e andando pelo cenário no Jornal Nacional, extintor de incêndio em pleno Egito Antigo, um Zorra realmente engraçado, a Rainha dos Baixinhos fazendo entrevistas picantes com celebridades num quadro intitulado "Conto de Fodas", Globo atrasando sua novela das nove para as dez só para não bater de frente com o fenômeno bíblico da Record... Será que vamos precisar gastar 150 anos para superar tudo isso?


Acima de tudo, me diverti muito esse ano escrevendo para todos vocês, leitores. Tenho um esforço diário e hercúleo para levar a vocês o melhor (e, principalmente, o pior) do que acontece nesse mágico mundo da TV brasileira. Foram centenas de horas da minha vida que gasto escrevendo apenas porque curto muito assistir novela e escrever sobre ela. Espero que vocês também tenham se divertido com minhas matérias em 2015. Que as luzes do ano novo brilhem e traguem a todos vocês que nos acompanham aqui no blog e no facebook um 2016 de muitas realizações, paz, amor, saúde, sucesso, prosperidade e (claro!) dinheiro no bolso. E que ano que vem seja bem mais iluminado e nos traga mais material para rir e se emocionar com as tramas e programas da televisão. Valeu, pessoal!

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