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quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

Retrospectiva 2015


Finalmente é dia 31 de dezembro e esse ano com tantas coisas boas (outras, nem tanto) está chegando ao fim. Consegue pensar em tudo o que aconteceu em 2015 nesse mágico mundo da TV brasileira? 


Parecia tudo bem com as novelas brasileiras até o fantasma do Comendador (Alexandre Nero) surgir na janela da mansão da família Medeiros em plena sexta-feira 13. "Curuuuzes", diria Téo Pereira (Paulo Betti) se tivesse que fazer uma crítica sobre a vilã Cora rejuvenescer de Drica Moraes para Marjorie Estiano. Império, que começou parecendo uma Avenida Brasil, terminou como um novelão desvairado. Maluca e misteriosa como seu protagonista, a história terminou sombria, mas teve final feliz: saiu vencedora do Emmy Internacional de Melhor Novela de 2015. Não se sabe se José Alfredo jogou uma maldição, mas a partir da sua morte a dramaturgia brasileira não foi mais a mesma.


O cenário era promissor: Carminha (Adriana Esteves) voltaria à TV para o duelo de vilãs histórico com a Maria de Fátima (Glória Pires), mas Babilônia não se entendeu com o telespectador e sobrou até para Fernanda Montenegro. Sim, o ano é 2015, o século é 21, mas Fernandona foi rejeitada apenas por beijar outra mulher na TV. Nem mesmo o Altíssimo, sempre convocado pela conservadora Consuelo (Arlete Salles), conseguiu salvar a catástrofe que foi essa novela. A separação do Calypso, a conversão da Andressa Urach e as reviravoltas políticas entre Dilma, Eduardo Cunha e Michel Temer se revelaram tramas melhores e mais emocionantes que Babilônia. A história que começou dando um choque de monstro na Família Brasileira terminou com o rabinho entre as pernas.


Até que chegou Verdades Secretas para dar o golpe fatality na Família Brasileira. Dizendo "lambe lambe lambe lambe lambe" já na abertura, Verdades Secretas mexeu com a fidelidade geral. Enquanto Alex (Rodrigo Lombardi) pulava a cerca com a enteada Angel (Camila Queiroz), a gente ignorava uns episódios de MasterChef  só para ver os nudes semanais de Angel Demônia, Brunet, Gianechinni, Pedrinho do Sítio do Picapau Amarelo e companhia. Ainda ganhamos uma expressão para chamar de nossa: book rosa. E a oportunidade de reparar a final do BBB5. Grazi Massafera pode não ter ganho R$ 1.5 milhão, mas até um Oscar para a atriz, por seu papel como viciada em crack, a gente pediu.



Definitivamente, 2015 foi o ano dos nudes na telinha. O ano mal tinha começado e um bumbum já "quebrou" a internet. Paolla Oliveira apareceu de costas, andando de fio dental, levando o público à loucura com seu "pandeirão" e deixando todos nós ba-ban-do e Felizes para Sempre!



O que ninguém esperava era que o gigante, quer dizer, a Record iria acordar. E com um golpe do cajado de Moisés (Guilherme Winter), Os Dez Mandamentos se instalou como uma praga do Egito: deu um xeque mate em A Regra do Jogo na audiência e vai estar onipresente em nossas vidas, pelo menos até 2016. O dia da abertura do Mar Vermelho já entrou para a história: fez a Toda Poderosa morrer afogada na audiência. No ano em que comemorou seus 50 anos de existência, a Globo viu sua supremacia ser abalada pelo Egito da concorrência. Que baita presentão, né? Enquanto Carminha e Félix (Mateus Solano) passaram anos afastados para descansarem a imagem, não deu nem sete meses e o imortal Comendador já voltou para a telinha. Mas nem isso foi o suficiente para agradar o grande público. Nem a assinatura do mesmo autor do fenômeno Avenida Brasil!



No universo paralelo, a Band dava uma de Glória Perez e inaugurava uma faixa de tramas turcas de verdade na programação. Ou vai dizer que você nunca ouviu falar de Mil e Uma Noites e Fatmagul? A primeira contava a história de amor de um casal que se apaixonou depois que a moça aceitou fazer um programa para pagar o tratamento de leucemia do filho. Já esta última, conta a história de uma turca que vive uma paixão com um homem que a assistiu sendo estuprada. Histórias bem leves, né? Mas o público (quer dizer, só uns sete ou oito gatos pingados) conseguiu sonhar do mesmo jeito.


Sem paciência para quem está começando, o SBT, canal que mais entende de novelas gringas, levou o conceito de Vale A Pena Ver De Novo ao limite e colocou Maria do Bairro no ar pela sétima vez. 
Podia ter gerado revolta, afinal, sete vezes, só se for gol da Alemanha. Mas a emissora mais feliz do Brasil pensou na Internet e inovou ao usar memes para promover a novela. Luis Fernando virou o boy magia, a vilã Soraya a falsiane e os choros mexicanos "babado, confusão e gritaria". Atire a primeira pedra quem não ficou com vontade de ver pela sétima vez (inclusive, estou vendo)?



Sai a maravilhosa Malhação Sonhos, que nos presenteou com os inesquecíveis casais Perina e Cobrade, e entra a deprimente Malhação - Seu Lugar no Mundo. Sai a ótima Alto Astral e entra a insossa e maluca I Love Paraisópolis. Fomos do céu ao inferno com a Malhação e com o horário de novelas das sete. Ainda bem que veio Totalmente Demais para nos salvar! Os DRs e a poesia diária de Sete Vidas foram a morfina necessária para aliviar as dores severas causadas pela decepção colossal com o famigerado Segredo da Carlota (Giulia Gam) em Boogie Oogie.


Ao contrário de Além do Tempo, que deu um passo ousado ao avançar do século XIX para o tempo atual, parece que a TV brasileira regrediu em 2015. Com I Love Lucy, série da década de 50 do século passado, a emissora de Silvio Santos acrescentou mais um achado à sua programação com cheiro de naftalina. Gugu e Ratinho regrediram aos anos 90 na disputa pela vice-liderança nas noites de terças, quartas e quintas: o primeiro atacou com entrevistas com celebridades presas (como Suzane von Richthofen e o goleiro Bruno), propôs um exame de DNA para um galo, reviveu o famoso quadro da banheira. Já o outro, rebateu com a brincadeira do "rabo quente" e caçou fantasmas em seu estúdio. Assim como o Você na TV e seus segredos chocantes (e bizarros): mulher revelando que foi abduzida e que está grávida de um ET, um homem prevendo o apocalipse zumbi, um outro revelando que era um ET e presenteando o apresentador João Kléber com o planeta Marte...


2015 também foi um ano em que a internet mostrou o que tem de pior. Criminosos se aproveitam do anonimato da internet para ofender e fazer vítimas. As atrizes Taís Araújo, Sheron Menezes e Cris Vianna e a apresentadora Maria Júlia Coutinho sofreram ataques racistas pelas redes sociais. A reação teve o tamanho do Brasil. Além do racismo e da intolerância, o ano também foi marcado por momentos de luto. Infelizmente, o Brasil perdeu muitos artistas queridos da televisão em 2015: Cláudio Marzo, Jorge Loredo (intérprete do inesquecível Zé Bonitinho), Roberto Talma, Elias Gleizer, Luis Carlos Miele, Yoná Magalhães, Betty Lago, Marília Pêra... Tristeza para uns, alegria para outros. Afinal de contas, o que seria do A Tarde é Sua sem a morte do cantor Cristiano Araújo?



A chinesa Jiang Pu, do MasterChef, roubou a atenção e virou queridinha por sua aparência fofa, seu carisma e um português no mínimo peculiar. Assim como a Mara Maravilha na A Fazenda 8, que foi a única razão que nos fez assistir ao reality show da Record. Ambas não ganharam, mas foram as grandes "campeãs morais". Falando no MasterChef, esse ano houve uma verdadeira overdose de programas de culinária: Batalha dos Confeiteiros (Record), duas temporadas de Hell´s Kitchen (SBT), Super Chef (Mais Você, Globo), Bake Off Brasil (SBT), MasterChef Kids (Band).



E o que dizer de Monia Iozzi? Ela brilhou em Alto Astral, salvou o Vídeo Show do fiasco que o Zeca Camargo o transformou (formando uma dupla alegre e debochada ao lado de Otaviano Costa) e deu uma aula de humor e improvisação quando participou do Tomara que Caia, um programa de humor que não tinha a menor graça. Tragam todos os prêmios para a Moniquinha, pessoal!




Como em Além do Tempo, muita gente vai precisar de uma segunda chance na vida para entender o ano de 2015: Xuxa indo pra Record, Silvio Santos e Edir Macedo juntos no Templo de Salomão, Fátima Bernardes dançando Bang com a Anitta, Willian Bonner ficando de pé e andando pelo cenário no Jornal Nacional, extintor de incêndio em pleno Egito Antigo, um Zorra realmente engraçado, a Rainha dos Baixinhos fazendo entrevistas picantes com celebridades num quadro intitulado "Conto de Fodas", Globo atrasando sua novela das nove para as dez só para não bater de frente com o fenômeno bíblico da Record... Será que vamos precisar gastar 150 anos para superar tudo isso?


Acima de tudo, me diverti muito esse ano escrevendo para todos vocês, leitores. Tenho um esforço diário e hercúleo para levar a vocês o melhor (e, principalmente, o pior) do que acontece nesse mágico mundo da TV brasileira. Foram centenas de horas da minha vida que gasto escrevendo apenas porque curto muito assistir novela e escrever sobre ela. Espero que vocês também tenham se divertido com minhas matérias em 2015. Que as luzes do ano novo brilhem e traguem a todos vocês que nos acompanham aqui no blog e no facebook um 2016 de muitas realizações, paz, amor, saúde, sucesso, prosperidade e (claro!) dinheiro no bolso. E que ano que vem seja bem mais iluminado e nos traga mais material para rir e se emocionar com as tramas e programas da televisão. Valeu, pessoal!

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