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quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

MasterChef ou Guerra dos Sexos?



Ontem (14) rolou a grande final do primeiro MasterChef Profissionais, da Band. Se você também abriu mão de horas de sono, viu que as redes sociais entraram em polvorosa, com bandeiras feministas sendo levantadas e defendidas com unhas e dentes. No fim, o resultado que levantou inúmeras suspeitas: Dayse consagrou-se como a grande campeã. O assunto mais discutido da noite, porém, foi sobre o suposto machismo presente nesta edição. Ivo e Dário foram os mais criticados por terem protagonizados cenas em que duvidaram da capacidade da participante. Em entrevista ao Estadão, Dayse disse não representar o feminismo na vitória. E ter a presença do machismo na cozinha não a faz obrigada ser feminista. A mãe e a irmã de Marcelo chegaram atribuir a vitória da participante a uma suposta "guerra dos sexos". Concordo!

Neste ano, principalmente, o MasterChef sofreu um processo de BBBnização. O talent show rendeu aos elementos primordiais dos realities de confinamento. O participante perseguido e/ou menosprezado pelos outros. O bonzinho rejeitado. A mulher desprezada pelos "homens machistas". Nesse caso, o fato é ainda mais gritante porque quase todas as mulheres eliminadas da competição ressaltavam como ponto fundamental o machismo presente nos bastidores das cozinhas brasileiras. E isso contaminou a visão do programa. Dayse foi a "sobrevivente" da equipe feminina. E, de acordo com esta visão, teria sofrido atitudes machistas dos adversários. Foi excluída pelos demais. Menosprezada. Só por ser mulher. Como pode, né?

Marcelo, com jeitão agitado e imperativo, esteve na final merecidamente. Diferente da Dayse, que apostou na maioria das vezes no clássico, ele surpreendeu com suas invencionices, ou melhor, contemporaneidades na cozinha (algumas ficaram completamente sem conexão, segundo o paladar dos jurados). Nesta final, Marcelo ousou ainda mais apostando na gastronomia contemporânea e em suas invencionices. E acertou: os pratos do participante foram bastantes elogiados. Porém, a primeira nota apurada já trouxe muitas suspeitas. Durante a degustação, não houve nenhum prato com erros absurdos apontados. Pelo contrário, os jurados só teciam elogios. Então, como o Marcelo poderia ter recebido uma nota 2 (de um total de 10) em um prato longamente elogiado? Naquele momento, somado ao fato das declarações politicamente corretas na edição ao vivo dos jurados (que mais pareciam estar ouvindo as declarações de um ponto eletrônico), eu entendi que a vitória da Dayse tinha sido costurada pelo programa em função do feminismo.

Acredito, de verdade, que a Dayse seja uma excelente chef de cozinha, mas durante a competição ela não mostrou a ser a melhor competidora de forma consistente. Ficou claro que a direção do programa se deixou influenciar pela torcida à la BBB e queria ganhar apoio de um grupo de telespectadores defensores dos "fracos e oprimidos". Com isso, criaram mais polêmica e colocaram em xeque a credibilidade de um reality bem-conceituado. Imagine assistir a próxima temporada sabendo que levará o prêmio aquele que gerar mais afinidade com o público ao invés de ser avaliado o talento do competidor, aquele que foi o melhor?


Que fique bem claro: a questão não está no feminismo em si, nem no machismo. O problema é que tudo está se transformando em posição extremista. O atual modelo de feminismo, ao invés de pregar igualdade (no sentido de equidade, julgamento justo), vem pregando um modelo de exclusividade ou preferência. Não precisamos de mais coitados. Precisamos de iguais condições. O que importa são as habilidades, a competência, ser o melhor no que faz; até porque todos ali passaram pelos mesmos testes de seleção e desafios, tiveram acesso aos mesmos recursos, foram cobrados igualmente em termos de tempo e dificuldade. O fato de ter sido menosprezada por homens não implica, necessariamente, em machismo. Ainda bem que Dayse foi sensata ao declarar que sua vitória não representava o feminismo coisa nenhuma.

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