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domingo, 18 de dezembro de 2016

O Melhor e o Pior da Semana (11 à 17/12)




   O MELHOR DA SEMANA   



Despedida de Jô


A entrevista de Roberto Carlos no Programa do Jô foi uma daquelas para ficar guardada na memória. Amigos desde a época da Jovem Guarda, o cantor e o apresentador trocaram confidências, rememoraram episódios históricos e falaram até sobre manias, hábitos alimentares e a predileção pela madrugada. Mas, marcante mesmo, foi o momento em que o Rei cantou um dos seus grandes sucessos, "Amigo", levando Jô (e o público) às lágrimas. seu último episódio foi mesmo de arrancar lágrimas. O último, então, foi uma mistura de melancolia com emoção. Diante de uma plateia cheia de VIPs, como Nizan Guanaes, Serginho Groisman e o próprio diretor-geral da Globo, Carlos Henrique Schroder, Jô surgiu reluzente num terno branco com listinhas e gravata cor de rosa. Já estava com os olhos vermelhos, e se engasgou diversas vezes durante as diversas homenagens que fez em seu monólogo de abertura. Ziraldo, o último convidado, foi simbólico por ter ido ao programa em cada um de seus 28 anos de existência e também por ter profetizado o fracasso de cada projeto bem-sucedido de Jô. Sua derradeira entrevista conseguiu até mesmo a proeza de falar mais que seu anfitrião. Mas os momentos de cumplicidade entre os dois foram de emoção genuína. É neste quesito, aliás, que Jô vai fazer mais falta: nenhum de seus jovens sucessores têm tanta quilometragem, histórias em comum com os convidados, traquejo e capacidade de se tornar íntimo de quem acabou de conhecer. Durante quase três décadas, o talk show de Jô foi um oásis na TV brasileira. Um erro tirá-lo do ar.


Xuxa imitando Eliana e Angélica


A Xuxa zueira precisa dar uma força para a Xuxa apresentadora. São a mesma pessoa, mas há um descompasso entre as duas. Nas redes sociais, Xuxa tem audiência garantida. Lá, Xuxa se expõe sem pudor (às vezes, corajosamente de cara limpa). Posta fotos e vídeos que a mostram nos bastidores da Record e na vida privada, rebate comentários maldosos... É uma Xuxa despachada, desarmada, livre, feliz. Como a que vimos no Programa do Porchat. Foi divertido à beça. Nunca imaginamos ver a Xuxa cantando "Vou de Táxi" da Angélica e fazendo a "Dança dos Dedinhos" da Eliana (com um gesto nos dedos médios que deu o que falar). Momento histórico! Já a Xuxa da TV é engessada e atravessa uma fase tensa. Mais divertida na internet e na casa dos outros do que como anfitriã, Xuxa precisa levar este espírito para o seu programa.


      O PIOR DA SEMANA      



Desfecho de Beatriz


Ridículo o desfecho da Beatriz (Bruna Marquezine), uma personagem tão importante, em Nada Será Como Antes. Ela foi morta sem concluir a vingança contra Pompeu (Osmar Prado), responsável pela morte de sua mãe, e por um personagem avulso que entrou aos 45 do segundo tempo (Davi/Jesuíta Barbosa) e nada acrescentou na série. Aliás, Jesuíta Barbosa vivendo mais um desequilibrado ciumento que mata a namorada em dois trabalhos consecutivos, depois de Justiça, mostra que a Globo anda sendo muito frouxa em relação à repetição de elenco e histórias em suas produções. Criatividade mandou lembranças...

Final de Supermax


O grande mal das produções brasileiras é deixar toda a ação para o final e enrolar no meio. Infelizmente, com Supermax, que chegou ao seu ponto final nesta terça (13/12), não é diferente. O penúltimo episódio (6/12) acabou com um bom gancho, com todos os participantes presos em uma cela, enquanto o vilão Baal (Márcio Fecher) os aguardava cheio de armas do lado de fora. Eis que o derradeiro capítulo começa e toda a tensão se dissipa em uma conversa sonsa entre o inimigo (com sua voz alterada sem razão por computadores, já que ele não era nenhuma entidade) e os mocinhos. O lenga-lenga continua.

Tudo desandou no segundo bloco, que parecia completamente desconectado do anterior. A impressão que ficou era de que a Globo quis encurtar ao máximo a série e se livrar daquele peso da programação. Os personagens foram morrendo um a um, em um desfecho que se tornava cada vez mais previsível. A chacina foi até que divertida, ainda mais pela crueza que as mortes aconteciam (com tiros na cabeça e sangue para todo lado), mas poderia ter sido iniciada em episódios passados. Ficou tudo muito acelerado neste episódio. Foi quase um "gente, esquecemos de matar o povo, começa a dar tiro em todo mundo aí". E isso foi bem frustrante, pois desejava ver sangue bem antes, e não somente agora.

Duas mortes, porém, me chamaram a atenção. A primeira foi a da transexual Janete (que eu admito que minha torcida era para ela sair viva), que me pareceu uma crítica contra a homofobia no diálogo em que Baal a chama de aberração e pergunta o que ela é e ela responde: "Eu sou ser humano". A outra morte foi a de Artur, pois simplesmente aconteceu e eu fiquei "ué, cadê?". Sério, se alguém viu essa morte, me avisa, pois para mim só apareceu o cara morto sem mais nem menos. E neste momento fiquei me sentindo um bobo por tudo que estava acontecendo, já que não tiveram cuidado neste ponto.

O final se tornou mais cômico ao trazer o corpo de Pedro Bial assassinado com um tiro na cabeça e a revelação de uma grande conspiração do governo brasileiro e mundial para deixar os participantes morrerem no presídio, para que o vírus continuasse desconhecido e restrito à região. No fim, o programa deixa em aberto o destino dos únicos dois confinados sobreviventes (já que Sérgio continuou preso na Supermax e Nonato se transformou no novo Baal). Falando no Baal, achei o fim de Nonato bem aquém da grandiosidade da sua participação na série. Fazendo jus à série, foi um final decepcionante.

Hora da "Farsa"


Que triste a trajetória do Rodrigo Faro na Record, hein... Ele, que é um apresentador carismático (e canta, dança e atua muito bem também), fazia um sábado alegre, animado, sempre pra cima, se fantasiando e dançando no finado O Melhor do Brasil. Na mudança para o domingo, porém, Rodrigo mudou completamente. Agora, sob o comando do Hora do Faro, entrou na onda do excesso de pieguice, com assistencialismo e choro o tempo todo. Caiu no mais do mesmo. Parece até uma nova (e piorada) versão do Gugu! Atualmente, rodeado de prestígio na emissora, Rodrigo representa uma das maiores audiências na Record, inclusive alcança a liderança com frequência, às vezes batendo o Faustão. Neste último domingo (11), por exemplo, o Hora do Faro bateu recorde histórico de audiência: 14 pontos de média contra apenas 7 do SBT, no Ibope da Grande São Paulo. Além disso, ficou na liderança durante 1 hora e 17 minutos e venceu por 22 minutos a final da Dança dos Famosos, do Faustão. Isso me remente àquele período de trevas que o Faustão enfrentou quando Gugu estava em seu auge no SBT. Mas não pense que o Faro tem a cara do Gugu só por conta do assistencialismo e audiência. No mesmo dia em que seu programa bateu recordes, o bom moço deixou escapar um podre fatal. Um podre que me lembra a derrocada do Gugu no SBT. O Hora do Faro montou uma farsa usando um garoto de apenas cinco anos: "Felipe sabe tudo sobre o Leonardo. Hoje ele vai realizar o sonho de conhecer o ídolo pela primeira vez!". No momento em que Leonardo entrou no palco e Felipe reconheceu o ídolo, os dois se abraçaram longamente. O cantor chorou. Faro também. E ainda gritou: "Meu Deus do Céu!!! Ele conheceu o ídolo dele!!!!". Oh, que lindo... Porém, logo depois, foi descoberta a armação: o menino já conhecia o Leonardo (eles se encontraram no camarim do cantor depois de um show em Barretos, em agosto; fato documentado em uma reportagem da afiliada da Globo na região). Em entrevista à Sonia Abrão, a assessora de Leonardo disse que Faro sabia sim que o menino já havia se encontrado com o cantor, mas que preferiu não citar tal fato durante a atração. Que vergonha, Faro... Por audiência, não poupa nem uma criancinha... Este episódio de má fé não tem a mesma amplitude do escândalo do PCC, promovida por Gugu em 2003, mas é assim que se começa quando a sede por audiência e pelo primeiro lugar no Ibope fala mais alto.

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