Não perca nenhum dos nossos posts

Mostrando postagens com marcador Supermax. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Supermax. Mostrar todas as postagens

quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

"Nada Será Como Antes" e "Supermax": duas promessas, duas decepções



Deve ser a primeira vez que isso aconteceu: não há comédias dentre as produções de séries em exibição na Globo. Até semana passada, haviam dois produtos do gênero em cartaz, todos nas noites de terça-feira: Nada Será Como Antes, um drama, e Supermax, de terror/suspense. Duas boas experimentações na grade da emissora para sair da mesmice que estrearam repletas de expectativa. A primeira, porque iria suceder a ótima minissérie Justiça, sucesso de público e de crítica; e a segunda porque seria a primeira empreitada da Globo no universo do terror. Porém, infelizmente, ambas se revelaram duas grandes decepções.

Nada Será Como Antes tinha como ponto de partida abordar uma visão ficcional do início da televisão no Brasil. Os bastidores da TV seriam um prato cheio para um produto de alta qualidade. E foi isso que se viu nos episódios iniciais. Ao mostrar o início da televisão no Brasil por meio da fictícia TV Guanabara, a série mostrou também a telenovela como um produto que arrebata o público e se torna uma paixão nacional. Neste contexto, o drama água-com-açúcar vivido por Saulo e Verônica se confundiu com o mais básico folhetim e a série assumiu-se como uma grande homenagem ao seu próprio veículo; além de ter brincado com os estereótipos típicos do gênero (a atriz veterana que tem ataques de estrelismo, a gostosona que faz teste do sofá e só consegue um papel na novela porque namora o patrocinador, o galã gay enrustido que cria namoro de mentirinha com mulher só para disfarçar, a pressão por audiência nos bastidores, etc).

Resultado de imagem para otaviano beatriz julia

Porém, relegando toda a história do início da televisão no Brasil como mero pano de fundo, a série acabou se transformando em um drama amoroso qualquer. Os conflitos dos personagens ofuscaram o contexto histórico, fazendo com que Nada Será Como Antes perdesse o sentido de existir. Apesar da produção caprichada, ótima direção e do elenco afinado, com destaque para Murilo Benício, Daniel de Oliveira, Bruna Marquezine, Letícia Colin, Cássia Kiss, Osmar Prado, Jesuíta Barbosa e especialmente Debora Falabella, a história se mostrou cansativa e desinteressante. A série só conseguiu alguma repercussão com a exibição de duas cenas de sexo da personagem de Bruna. Mas nem isso foi suficiente para atrair o público. Outro erro que prejudicou o andamento da série foi a exibição semanal, quebrando consideravelmente o ritmo da história. Funcionaria melhor se ela tivesse sido apresentada diariamente, como uma minissérie.

Supermax partiu com uma premissa das mais interessantes: confinados num presídio de segurança máxima para participarem de um reality show, 12 pessoas acabam abandonadas no local, onde coisas estranhas e sobrenaturais começam a acontecer. Misturando as mais variadas referências em seriados e filmes internacionais, Supermax atirou em todas as direções... E acabou não acertando ninguém!

Resultado de imagem para supermax final

De cara, a linguagem do reality e a presença de Pedro Bial jogaram sobre a trama um inconveniente ar de paródia do BBB. Já na segunda semana, porém, todos que viram em Supermax um programa interessante sobre um reality show macabro, são frustrados quando as já poucas características de um programa do tipo são abandonas para darem lugar ao terror e ao horror (gêneros que se mantém mais presentes durante o curso da temporada). A direção tomou a decisão de dar informações gradativamente sobre os personagens em doses extremamente homeopáticas. O texto duvidoso (que apelou para todos os maiores clichês textuais do gênero), a falta de aprofundamento nos personagens (cujas histórias foram tão mal exploradas que não dava para se gerar empatia por eles), o excesso de referências mal situadas, o abandono de premissas e a canastrice de grande parte do elenco foram fundamentais para o desinteresse do público.

Além disso, a distribuição da ação e da divagação geraram uma sensação de tédio. A grande virada que a trama sofreu foi somente no episódio 10 (explodindo nos dois últimos com toda a história do Baal), o que acabou salvando a série de muitos dos problemas que ela apresentou no decorrer de sua trajetória. Mas já era tarde demais. A ousadia e pioneirismo de Supermax, infelizmente, não foram recompensados como se esperava. Foi, sem dúvida, uma grande ideia, perdida nos equívocos gerados por uma grande euforia.

domingo, 18 de dezembro de 2016

O Melhor e o Pior da Semana (11 à 17/12)




   O MELHOR DA SEMANA   



Despedida de Jô


A entrevista de Roberto Carlos no Programa do Jô foi uma daquelas para ficar guardada na memória. Amigos desde a época da Jovem Guarda, o cantor e o apresentador trocaram confidências, rememoraram episódios históricos e falaram até sobre manias, hábitos alimentares e a predileção pela madrugada. Mas, marcante mesmo, foi o momento em que o Rei cantou um dos seus grandes sucessos, "Amigo", levando Jô (e o público) às lágrimas. seu último episódio foi mesmo de arrancar lágrimas. O último, então, foi uma mistura de melancolia com emoção. Diante de uma plateia cheia de VIPs, como Nizan Guanaes, Serginho Groisman e o próprio diretor-geral da Globo, Carlos Henrique Schroder, Jô surgiu reluzente num terno branco com listinhas e gravata cor de rosa. Já estava com os olhos vermelhos, e se engasgou diversas vezes durante as diversas homenagens que fez em seu monólogo de abertura. Ziraldo, o último convidado, foi simbólico por ter ido ao programa em cada um de seus 28 anos de existência e também por ter profetizado o fracasso de cada projeto bem-sucedido de Jô. Sua derradeira entrevista conseguiu até mesmo a proeza de falar mais que seu anfitrião. Mas os momentos de cumplicidade entre os dois foram de emoção genuína. É neste quesito, aliás, que Jô vai fazer mais falta: nenhum de seus jovens sucessores têm tanta quilometragem, histórias em comum com os convidados, traquejo e capacidade de se tornar íntimo de quem acabou de conhecer. Durante quase três décadas, o talk show de Jô foi um oásis na TV brasileira. Um erro tirá-lo do ar.


Xuxa imitando Eliana e Angélica


A Xuxa zueira precisa dar uma força para a Xuxa apresentadora. São a mesma pessoa, mas há um descompasso entre as duas. Nas redes sociais, Xuxa tem audiência garantida. Lá, Xuxa se expõe sem pudor (às vezes, corajosamente de cara limpa). Posta fotos e vídeos que a mostram nos bastidores da Record e na vida privada, rebate comentários maldosos... É uma Xuxa despachada, desarmada, livre, feliz. Como a que vimos no Programa do Porchat. Foi divertido à beça. Nunca imaginamos ver a Xuxa cantando "Vou de Táxi" da Angélica e fazendo a "Dança dos Dedinhos" da Eliana (com um gesto nos dedos médios que deu o que falar). Momento histórico! Já a Xuxa da TV é engessada e atravessa uma fase tensa. Mais divertida na internet e na casa dos outros do que como anfitriã, Xuxa precisa levar este espírito para o seu programa.


      O PIOR DA SEMANA      



Desfecho de Beatriz


Ridículo o desfecho da Beatriz (Bruna Marquezine), uma personagem tão importante, em Nada Será Como Antes. Ela foi morta sem concluir a vingança contra Pompeu (Osmar Prado), responsável pela morte de sua mãe, e por um personagem avulso que entrou aos 45 do segundo tempo (Davi/Jesuíta Barbosa) e nada acrescentou na série. Aliás, Jesuíta Barbosa vivendo mais um desequilibrado ciumento que mata a namorada em dois trabalhos consecutivos, depois de Justiça, mostra que a Globo anda sendo muito frouxa em relação à repetição de elenco e histórias em suas produções. Criatividade mandou lembranças...

Final de Supermax


O grande mal das produções brasileiras é deixar toda a ação para o final e enrolar no meio. Infelizmente, com Supermax, que chegou ao seu ponto final nesta terça (13/12), não é diferente. O penúltimo episódio (6/12) acabou com um bom gancho, com todos os participantes presos em uma cela, enquanto o vilão Baal (Márcio Fecher) os aguardava cheio de armas do lado de fora. Eis que o derradeiro capítulo começa e toda a tensão se dissipa em uma conversa sonsa entre o inimigo (com sua voz alterada sem razão por computadores, já que ele não era nenhuma entidade) e os mocinhos. O lenga-lenga continua.

Tudo desandou no segundo bloco, que parecia completamente desconectado do anterior. A impressão que ficou era de que a Globo quis encurtar ao máximo a série e se livrar daquele peso da programação. Os personagens foram morrendo um a um, em um desfecho que se tornava cada vez mais previsível. A chacina foi até que divertida, ainda mais pela crueza que as mortes aconteciam (com tiros na cabeça e sangue para todo lado), mas poderia ter sido iniciada em episódios passados. Ficou tudo muito acelerado neste episódio. Foi quase um "gente, esquecemos de matar o povo, começa a dar tiro em todo mundo aí". E isso foi bem frustrante, pois desejava ver sangue bem antes, e não somente agora.

Duas mortes, porém, me chamaram a atenção. A primeira foi a da transexual Janete (que eu admito que minha torcida era para ela sair viva), que me pareceu uma crítica contra a homofobia no diálogo em que Baal a chama de aberração e pergunta o que ela é e ela responde: "Eu sou ser humano". A outra morte foi a de Artur, pois simplesmente aconteceu e eu fiquei "ué, cadê?". Sério, se alguém viu essa morte, me avisa, pois para mim só apareceu o cara morto sem mais nem menos. E neste momento fiquei me sentindo um bobo por tudo que estava acontecendo, já que não tiveram cuidado neste ponto.

O final se tornou mais cômico ao trazer o corpo de Pedro Bial assassinado com um tiro na cabeça e a revelação de uma grande conspiração do governo brasileiro e mundial para deixar os participantes morrerem no presídio, para que o vírus continuasse desconhecido e restrito à região. No fim, o programa deixa em aberto o destino dos únicos dois confinados sobreviventes (já que Sérgio continuou preso na Supermax e Nonato se transformou no novo Baal). Falando no Baal, achei o fim de Nonato bem aquém da grandiosidade da sua participação na série. Fazendo jus à série, foi um final decepcionante.

Hora da "Farsa"


Que triste a trajetória do Rodrigo Faro na Record, hein... Ele, que é um apresentador carismático (e canta, dança e atua muito bem também), fazia um sábado alegre, animado, sempre pra cima, se fantasiando e dançando no finado O Melhor do Brasil. Na mudança para o domingo, porém, Rodrigo mudou completamente. Agora, sob o comando do Hora do Faro, entrou na onda do excesso de pieguice, com assistencialismo e choro o tempo todo. Caiu no mais do mesmo. Parece até uma nova (e piorada) versão do Gugu! Atualmente, rodeado de prestígio na emissora, Rodrigo representa uma das maiores audiências na Record, inclusive alcança a liderança com frequência, às vezes batendo o Faustão. Neste último domingo (11), por exemplo, o Hora do Faro bateu recorde histórico de audiência: 14 pontos de média contra apenas 7 do SBT, no Ibope da Grande São Paulo. Além disso, ficou na liderança durante 1 hora e 17 minutos e venceu por 22 minutos a final da Dança dos Famosos, do Faustão. Isso me remente àquele período de trevas que o Faustão enfrentou quando Gugu estava em seu auge no SBT. Mas não pense que o Faro tem a cara do Gugu só por conta do assistencialismo e audiência. No mesmo dia em que seu programa bateu recordes, o bom moço deixou escapar um podre fatal. Um podre que me lembra a derrocada do Gugu no SBT. O Hora do Faro montou uma farsa usando um garoto de apenas cinco anos: "Felipe sabe tudo sobre o Leonardo. Hoje ele vai realizar o sonho de conhecer o ídolo pela primeira vez!". No momento em que Leonardo entrou no palco e Felipe reconheceu o ídolo, os dois se abraçaram longamente. O cantor chorou. Faro também. E ainda gritou: "Meu Deus do Céu!!! Ele conheceu o ídolo dele!!!!". Oh, que lindo... Porém, logo depois, foi descoberta a armação: o menino já conhecia o Leonardo (eles se encontraram no camarim do cantor depois de um show em Barretos, em agosto; fato documentado em uma reportagem da afiliada da Globo na região). Em entrevista à Sonia Abrão, a assessora de Leonardo disse que Faro sabia sim que o menino já havia se encontrado com o cantor, mas que preferiu não citar tal fato durante a atração. Que vergonha, Faro... Por audiência, não poupa nem uma criancinha... Este episódio de má fé não tem a mesma amplitude do escândalo do PCC, promovida por Gugu em 2003, mas é assim que se começa quando a sede por audiência e pelo primeiro lugar no Ibope fala mais alto.

domingo, 4 de dezembro de 2016

O Melhor e Pior da Semana (27/11 à 3/12)




   O MELHOR DA SEMANA   


Décimo episódio de Supermax


Desde o início, sempre tiverem alguns comentários alertando que o episódio 10 seria o melhor de todos de Supermax. E não é que é verdade (pelo menos, até agora, já que ainda faltam o penúltimo e o último)?

A volta no tempo mostrou que tudo aconteceu, relativamente, a pouco tempo (2008), sem ter toda uma mitologia muito mais antiga, que eu acreditava que seria o norte de tudo. O foco sendo em Mauro e Nonato foi muito interessante, pois temos um que quer descobrir o que está acontecendo de errado na obra de construção da Supermax e o outro que acredita que a peste é causada pelas prostitutas, que, por sinal, foram outras personagens muito boas no episódio 10. Finalmente, tivemos algumas respostas, como a questão do vírus que era transmitido através da mosca, e que esse vírus causa agressividade e que seu hospedeiro não sente medo ou dor. E neste ínterim tivemos a questão de a empresa realizar uma completa queima de arquivo, eliminando tudo referente ao vírus, isso incluindo até a equipe de filmagem de Mauro que fazia o documentário sobre a cidade. Com uma revelação também relevante para a história: o renascimento de Baal, um antigo "deus" da Bíblia que estava de volta a terra para levantar o seu exército.

Filho. Supermax – Capítulo 10.  2016-11-29-2

O fato de Nonato ter sido o receptáculo de Baal foi algo completamente coerente, pois ele era um homem que prezava pela fé e pelos bons costumes e que Deus iria cuidar dele e de sua família a todo custo e, de uma hora para outra, toda sua família é destruída pelo vírus e ele consegue ser o único sobrevivente. Nonato abandonando a Deus e abraçando com toda força as trevas se mostrou algo que poderia acontecer a qualquer um. Baal se aproveitou de todo sofrimento e desespero de Nonato e usou isso a seu favor. E tenho que admitir que foi extremamente triste ver Nonato sacrificando seu filho e perguntando para Deus porque ele salvou Isaque, mas não salvou seu filho. Cena dilaceradora. Simplesmente não tinha como não compadecer da dor dele e concordar com todo seu discurso. Atuação estupenda de Márcio Fecher.

Se formos analisar pela história da demonologia e das teorias pagãs, podemos concluir que Baal espalhou o vírus para recrutar soldados para o seu lado por ter a cura para o vírus e assim conseguir criar seu exército de 450 profetas, que, neste caso, ele precisa das mulheres para procriarem, o que podemos ver na questão das prostitutas irem para o lado dele e serem aquelas que estão em constante trabalho de parto (e também por terem raptado Bruna). De qualquer forma, agora indo para a parte técnica, posso dizer que este episódio foi disparado o melhor que foi apresentado até o presente momento. A ambientação usada, com trabalhadores e prostitutas, em um ambiente que de certa forma era degradante e que facilitava bastante a proliferação do vírus, foi muito agradável de ver, principalmente por sair daqueles corredores fechados e escuros. As atuações foram bem superiores a todas que fomos apresentados até o presente momento, de forma que eu fiquei muito mais interessado em acompanhar a saga de Nonato/Baal do que termos que voltar para o presídio de novamente com as atuações, no geral, canastronas de parte do elenco.

Baal. Supermax – Capítulo 10.

Acredito que a série não precisava ter feito vários episódios para chegar até aqui, pois tivemos muitos episódios que praticamente só enrolou e este, que tinha uma grande história, ficou renegado a praticamente ao final, tendo apenas mais dois episódios para se ver todo o desdobramento do que Baal pode fazer com o pessoal que ainda está no presídio da Supermax. O episódio foi excelente, mas senti que veio um pouco tarde demais, já que poderia ter vindo mais cedo para desconfundir a cabeça dos telespectadores e dar um ritmo mais frenético a trama, pois, tirando o sexto episódio, esse foi o mais tenso até o presente momento; o que é uma pena, pois a série tinha potencial para explorar ainda mais, já que ela não tinha amarras para tratar vários temas de forma nua e crua. Fica um gostinho de decepção.

Virada de Nada Será Como Antes


Verônica flagra Saulo com outra mulher (Foto: TV Globo)

Nada Será Como Antes ganhou muito quando deixou de lado as longas cenas de sexo e nudez para investir nas boas histórias que tem para contar. Débora Falabella e Murilo Benício ganharam ótimas cenas com os novos dilemas entre Verônica e Saulo na disputa pela guarda do filho da atriz. Difícil não se emocionar. Eu sou #TeamVeronica e #OdeioSaulo! Também é preciso elogiar Cássia Kiss, que mostra, mais uma vez, que faz qualquer tipo de personagem, por mais pequeno que seja. A interpretação dela como a simplória Odete chega a ser comovente. Sem falar na boa sintonia que tem com Bruna Marquezine, sua filha na série.

Senador Venturi


Venturini denuncia Mág (Foto: TV Globo)

Mesmo que toda a história de corrupção e política na novela venha sendo tratada de forma caricata e superficial, Otávio Augusto está mandando super bem como o senador César Venturi. Um tipo bufão, de comédia, ao mesmo tempo, detestável e risível. Uma sacada de gênio dos autores na cena desse sábado (3), em que Venturi se recusa a ir preso e dá o maior chilique, se atracando com os policiais e gritando que é cardíaco. Qualquer referência com o Garotinho será mera coincidência? Seja lá como for, adorando também a dobradinha de Otávio com Grazi Massafera (outro destaque de A Lei do Amor, como falei bem AQUI).

Homenagem do JN às vítimas da queda do avião da Chapecoense



Em uma tragédia, a linha que separa jornalismo e sensacionalismo é muito tênue. Nessa semana, o Brasil e o mundo esportivo entrou em choque e de luto com a tragédia do voo que vitimou mais de 70 pessoas no acidente com o time da Chapecoense na madrugada de terça (29), na cidade de La Unión, próximo a Medellín, na Colômbia. Com duração longa, o Jornal Nacional (principal telejornal da Globo e do país) fez naquela noite a maior e melhor cobertura da tragédia, onde os apresentadores Heraldo Pereira e Giuliana Morrone desceram da bancada e encerraram o telejornal na redação, ao lado de Galvão Bueno, que fez o encerramento pedindo aplausos de toda a equipe, que bateu palmas durante 1 minuto e 20 segundos enquanto o telão do estúdio exibia fotos de jogadores e jornalistas que morreram na tragédia.

Foi uma edição arrepiante, digna, honrosa e comovente que já entrou para a história do telejornalismo brasileiro! Antes, inclusive, nas idas para o intervalo, foram sendo exibidos os nomes dos mais de 70 mortos no desastre. Bacana! Muitos repórteres da Globo com experiência em relatar tragédias, como Ari Peixoto, Helter Duarte, Alberto Gaspar e Ricardo Von Dorf, choraram no ar; e não precisariam fazer diferente, já que a emoção não compromete o bom jornalismo, ainda mais em situações extremas como essa, quando a empatia e a sensibilidade prevalecem. Mas é preciso elogiar o Galvão, principalmente ao narrar o velório coletivo da Chapecoense. Ele anulou os exageros típicos de seu estilo e fez a narração de maneira discreta e respeitosa. Em alguns momentos, emocionou-se a ponto de ficar com a voz embargada e soube respeitar o silêncio necessário em alguns trechos do cortejo e do funeral no estádio. (...)

     O PIOR DA SEMANA     


Sensacionalismo com a tragédia


Reprodução/TV Globo  Jornalista usa celular em velório - Foto/Reprodução: Globo

(...) Infelizmente, é de se lamentar que o mesmo JN, que vinha fazendo uma boa, extensa e respeitosa cobertura, tenha brindado o telespectador na edição desse sábado (03/12) com um momento de exploração grosseira do drama das famílias em luto. Achei bastante desnecessária as imagens da parte privada dos familiares (no interior do ônibus que levou parentes ao aeroporto de Chapecó e na tenda onde velaram os corpos, dentro do estádio) feitas pela repórter Kiria Meurer com a câmera do próprio celular. Se o cinegrafista não foi autorizado a filmar, era óbvio que não queriam câmeras filmando por lá. Por acaso, a repórter achou que estava visitando algum ponto turístico? Só faltou filmar os corpos dentro do caixão!

Continuando na Globo, também achei bem desnecessária e uma tremenda forçação de barra de Tiago Leifert ao citar a tragédia na abertura do The Voice Brasil, nesta quinta (1). Ele abriu o programa dizendo que, naquela noite, não era o The Voice, mas sim o "The Voice Chapecó". E que "nossos quatro times são, sem dúvida nenhuma, chapecoenses". Tudo bem que Tiago fazia parte do jornalismo esportivo da Globo, todos os demais profissionais se emocionaram e tal, mas achei deslocado e gratuito. Até porque ele estava num reality show musical, que nada tem a ver com o assunto. "The Voice Chapecó"?! Menos, né...

  Resultado de imagem para SONIA ABRAO CHAPECOENSE

Nas concorrentes, pra variar, o pior do sensacionalismo deu as caras. Foi o caso da Rede TV. Durante a manhã, o Você Na TV convocou um sensitivo ao estúdio e um vidente por telefone. O sensitivo Rodrigo, que diz ter previsto o 11 de setembro, afirmou que até o fim deste "ano carregado" haveria mais tragédias. O programa também exibiu um vídeo no qual o vidente Carlinhos previu o acidente com o avião da Chape. Pasme! Os dois espíritas se vangloriavam por terem "acertado" em cheio nas tragédias. Os apresentadores Celso Zucatelli e Mariana Leão ainda fomentavam a macabra patifaria. Quanto mau gosto, desrespeito e falta de sensibilidade num momento desses... E não parou por aí! Durante o A Tarde É Sua, a (coveira) jornalista Sônia Abrão, como era de se esperar, deu amplo destaque a tragédia e também ao vidente que "previu" a queda. O mais "engraçado" dessa história é que Sonia está lá, sentada, fazendo cara de tristeza, dizendo que era lamentável o que tinha acontecido com o time, aí do nada levanta, vai pro merchandising e já arreganha os dentes: "Vamos falar de coisa boa? Vamos falar da calça modeladora Lejeans"! Ridículo!

Um fato que chamou minha atenção foi a apresentadora Adriana Araújo ter encerrado a transmissão do velório, na Record, antes do término. Achei estranho, já que a emissora cobre até o fim esse tipo de acontecimento. Zapeei para a Globo e, nesta parte não exibida pelo canal, entrou Cid Moreira e um bispo da Igreja Católica com a mensagem do papa Francisco. A questão religiosa e da concorrente platinada entraram neste embate. Lamentável. Triste fato. Nem vou perder tempo falando da incompetência e desinformação do SBT porque o desprezo da emissora pelo jornalismo já é notório. Morreram mais de 70 brasileiros no maior acidente do país envolvendo o esporte, mas o canal preferiu enviar um repórter para a porta do Fórum de Justiça de SP para cobrir em tempo real as últimas notícias do divórcio da Luiza Brunet, no Fofocando. Jornalismo para cobrir fofoca e futilidades o SBT tem a disposição 24h, incrível...

Morte de Zelito



É de se lamentar que, em meio a um elenco numerosíssimo e repleto de personagens sem função e desinteressantes, os autores de A Lei do Amor resolveram eliminar justamente o personagem gay, negro e, aparentemente, promissor: Zelito (Danilo Ferreira). Wesley, frentista do posto de gasolina e pai solteiro, se declarou para ele; o que deu sinal de que uma história ousada na novela estaria por vir. Ledo engano.

Zelito soube por Jessica que o maior vilão da novela, Tião (José Mayer), está envolvido no desaparecimento de sua amiga Isabela (que "morreu" em uma cena mequetrefe, como disse AQUI). E o que ele faz? Fica caladinho e investiga melhor até encontrar provas concretas? Denuncia na polícia? Não... Invade a sala do vilão, acusa ele de ter matado a garota e ainda lhe dá um soco! J-E-N-I-O! E, no capítulo desta segunda (28), ainda assistimos Tião também deixar o bom senso de lado e encomendar a morte imediata de Zelito, que morreu vítima de overdose após um capanga do vilã colocar um veneno na bebida do rapaz na balada.

Segundo a Globo, a morte de Zelito já estava prevista desde antes de A Lei do Amor ir ao ar. Duvido muito, mas, ainda sim, é uma pena que justamente ele tenha sido eliminado com tantos outros mais dispensáveis. De qualquer forma, Zelito saiu de cena em grande estilo (Danilo Ferreira brilhou na cena aterrorizante em que seu personagem morre); e Tião é um personagem difícil de engolir. José Mayer tem se esforçado para fazê-lo verossímil, mas não dá para acreditar nele. Ele é mau o tempo todo e só vive para destruir quem cruza seu caminho. É um vilão gratuito e exagerado, com intenções confusas e não muito lógicas.

quarta-feira, 30 de novembro de 2016

Supermax tornou-se refém de si mesma



Como trazer um público que se afastou da TV de volta? Criar novelas para atrair telespectadores jovens e antenados como a ficção científica Além do Horizonte e a tecnológica Geração Brasil, ambas às 19h? Trazer uma aura de seriado à novela, como Avenida Brasil e A Regra do Jogo? Apostar em formatos seriados consagrados internacionalmente, como Dupla Identidade e Justiça? Lançar (tardiamente) um aplicativo (Globo Play) com vídeo sob demanda tal qual Netflix? Todas essas perguntas devem ter sido feitas ao longo dos últimos cinco anos na Globo. Todas, evidentemente, respondidas com atraso.

Hoje, as novelas viram que não tem como atrair esse público que afastou-se da TV aberta, abriu seus HDs para downloads ilegais de seriados internacionais e passou a assinar produtos da Netflix e TV paga. São, portanto, obsoletas (ainda que com qualidade extrema, como Velho Chico, Verdades Secretas, Sete Vidas, Além do Tempo e tantas outras mais recentes) e estão distante de quem é conectado. As séries, entre uma ou outra experiência bem sucedida, ainda tentam encontrar um caminho. O Globo Play, que oferece todo o cardápio da emissora, incluindo capítulos diários de novelas, tem relativo sucesso. Mas faltava mais.

Em 2015, iniciava-se o processo de criação de uma série original, diferente de tudo que já havia sido mostrado na TV aberta. Uma prisão, um reality show, acontecimentos sobrenaturais, terror, suspense. Estava criado o hype em torno de Supermax. Depois de todo o frisson criado (com direito a painel na Comic Con, referência para os jovens que devoram séries e tudo o mais do mundo dos quadrinhos em todo o planeta) e do adiamento (seria exibida no primeiro semestre, ficou para o segundo), a série estreou em uma iniciativa inédita. Pela primeira vez, a Globo disponibilizou toda a série no Globo Play. Diante do crescente da Netflix, que usa da estratégia ao liberar todos os episódios de uma só vez, a Globo viu nesse tipo de estratégia uma forma de manter o hype e mostrar: "Vejam, nós também estamos nesse jogo!".

Na verdade, quase todos os episódios. Exibida semanalmente às terças-feiras, na segunda linha de shows após a novela das nove, Supermax terá o seu último episódio exibido para todos, telespectadores da TV aberta e assinantes da Globo Play, em dezembro. Dos 12 episódios, 11 já estão disponíveis. E é aí que a história desandou. Pra que perder tempo assistindo pela TV, tendo que esperar semanalmente por cada episódio, quando se pode ver tudo logo de uma vez pela internet (e sem intervalo comercial)?

A tentativa de criar ainda mais hype com o lançamento de todos os episódios de uma só vez provavelmente não causou o que a emissora desejava. Haja vista que a série vem acumulando recorde negativo atrás de recorde negativo e acumula os números de audiência mais baixos já registrados por uma série da Globo na faixa horária de exibição, normalmente dedicada... A séries cômicas (como Tapas e Beijos e Louco por Elas) ou à novela das 23h. Outra tremenda bola fora da Globo: Supermax deveria ser exibida numa sexta-feira, após o Globo Repórter, um horário que a própria emissora costuma apresentar produtos, digamos, mais pesados (como foi o caso de Dupla Identidade, que também tinha elementos de terror e suspense).

Supermax é um produto de alta complexidade técnica. Por outro lado, derrapa em uma história com uma premissa interessante, mas que se mostra rocambolesca ao desenrolar da trama. A primeira (má) impressão começou ainda nas chamadas de estreia. Se antes havia um interesse por conta do formato aparentemente ousado que criou a expectativa de que Supermax seria um fenômeno ou, ao menos, criaria um novo padrão de produto seriado na TV aberta, ao lançar a série como “reality show”, a Globo cometeu outro grande erro.



As chamadas mostravam Pedro Bial, (ex-)apresentador do (famigerado para alguns, viciante para outros) BBB, no comando do reality show que dá nome à série. Os personagens, apresentados como participantes. A série, como um programa tal qual o BBB. O telespectador comum ficou confuso. Reality show? Série? O que é, afinal, esse novo programa? Caso pessoal: um familiar perguntou se nós, telespectadores, poderíamos votar para eliminar os participantes. Esse familiar não vê TV aberta com frequência, um ou outro produto. Não é nenhum desatento ou desinformado. Caiu na falsa armadilha, assim como milhares (ou milhões) de outros telespectadores completamente alheios. Supermax tornou-se refém de si mesma.

O telespectador que comprou a ideia de reality show desistiu. O jovem (quando digo jovem, não digo de faixa etária, e sim de comportamento) desistiu ao ver Pedro Bial como apresentador (ainda mais canhestro). Supermax, enfim, ficou presa à armadilha que ela própria criou. Tentou atirar em todos os lados: o telespectador que ama BBB e derivados, o assinante da Netflix que quer abocanhar todos os episódios de uma só vez, o jovem que ama séries e nem sai de casa para acompanhar. Atirou também em todos os formatos e gêneros: reality show, suspense, terror, sobrenatural, série. Errou todos. Errou feio. Errou rude.

Errou ao acreditar que o telespectador de reality show acompanharia. Não comprou a ideia por ver que aquilo é uma série e não poderia interferir nos rumos. Desistiu porque talvez não esteja acostumado a ver terror (é medroso e pudico). Quem faz binge watching (assistir vários episódios de uma só vez) achou um disparate não ver o último episódio. O jovem que devora séries viu as atuações, diálogos e situações canhestras e repetiu o mantra preconceituoso: “Ah, tinha que ser série brasileira, nada presta”.

Resultado de imagem para supermax

É uma pena que Supermax não tenha engrenado (em números e repercurssão). A sua premissa é das mais interessantes. A impressão que tenho é que os criadores juntaram todas as ideias possíveis para criar algo teoricamente “ousado” e gastaram todas as balas na concepção de Supermax . A mistura não deu liga.

Supermax repete a estratégia: personagens com histórias clichês (o assessor parlamentar corrupto, a ricaça perua, o jogador de futebol problemático, o policial bem intencionado, o padre com traços psicológicos problemáticos) e atuações (mais por conta do roteiro do que pelos atores) pra lá de forçadas. Além disso, premissa natural em qualquer série, não há sequer um personagem que cause empatia. Essa empatia não é necessariamente pelo personagem justo, vide Walter White de Breaking Bad e Frank Underwood de House of Cards (ou, num exemplo bem brasileiro, vilãs de novela como Carminha, Nazaré e Odete Roitman).

Apesar de ser uma produção de apuro estético, novamente é mais um produto que aposta na embalagem em detrimento da história. Pese ainda o fato da série se passar em uma prisão no meio da selva amazônica, que poderia render lendas e sobrenatural “coisa nossa”. O caminho adotado, aparentemente, é o de exportar a série para outros países. Um erro. O que há de melhor em produto seriado (incluindo séries e minisséries) é o brasileiro. Exemplos não faltam: O Canto da Sereia, Amores Roubados, A Teia, Doce de MãeDupla Identidade (mesmo com um pé em um conceito de serial-killeramericanizado), Os Experientes, Felizes Para Sempre?, AmorteamoLigações Perigosas (uma releitura do clássico francês, mas que poderia se passar no Rio de Janeiro daquela época facilmente), Justiça... Até mesmo fora da Globo, como A Lei e o Crime, Fora de Controle, Conselho Tutelar e Plano Alto, na Record, e Magnífica 70, na HBO (TV paga).

Ainda que preconceituosos afirmem que a TV brasileira não sabe fazer séries ou minisséries, os exemplos acima (entre uma falha e outra, encontradas também naquilo que é considerado o “padrão americano”), o melhor ainda é falar do Brasil, com formato do Brasil. O único caminho para o produto seriado brasileiro é falar de sua gente. Supermax, enfim, emula um formato feito para atrair um público que, certamente, dispensou o produto. Até mesmo os criadores e a Globo, apesar da pretensão, não apostaram tão alto quanto parece: não tem esteio e não pensaram em uma segunda temporada. Também, pudera: com tanta bala disparada, a arma ficou sem munição. A história, esse item primordial, tem que ser coisa nossa. E Supermax falha ao tentar criar uma mitologia (falarei sobre o fantástico 10º episódio no melhor e pior dessa semana, esperem!) que começa interessantíssima (os primórdios da prisão de segurança máxima), mas desemboca para um ritualístico sem sentido, quando poderia apostar em algo mais “brasuca”.

domingo, 13 de novembro de 2016

O Melhor e o Pior da Semana (6 à 12/11)




   O MELHOR DA SEMANA   


Início de Rock Story



Depois de uma sequência de comédias românticas leves, engraçadas e água-com-açúcar, que vinha ditando esse estilo desde Alto Astral (2014), Rock Story chegou dando um tremendo chacoalhão no horário das sete. Sai o colorido e a descontração de Haja Coração e entra uma história (pelo menos, nesses primeiros capítulos) focada no drama, um tanto mais densa, soturna e, até aqui, sem muito espaço para o riso.

A autora Maria Helena Nascimento ousou em fazer um primeiro capítulo mais focalizado na ruína do protagonista Gui e, a partir do segundo episódio, fazer uma maior apresentação dos personagens. A boa direção de Dennis Carvalho contribuiu decisivamente para o impacto das sequências, apesar de uma pequena impressão de correria no primeiro bloco do primeiro capítulo, felizmente atenuada.

Embora esteja envolto num clima musical, Rock Story não tem nada de sonho ou de fantasia (como Cheias de Charme, por exemplo, que também explorou o universo musical e pode ser acompanhada atualmente no Vale A Pena Ver de Novo). Um exemplo de que Rock Story é mais "pé no chão" que suas antecessoras é a comunidade onde Zac, vive: bem realista, distante do Borralho, de Cheias de Charme, da Paraisópolis de I Love Paraisópolis, do bairro de Fátima de Totalmente Demais ou do bairro da Mooca de Haja Coração.


A única semelhança (e também seu ponto negativo) em relação às últimas novelas do horário das sete é a abertura preguiçosa ao estilo caleidoscópio que deixa a gente com labirintite ao olhar. Só se salva graças a música-tema: a ótima versão da (ótima) Pitty para "Dê Um Rolê", dos Novos Baianos; bem como a inclusão do clássico "We Will Rock You", do Queen, nas vinhetas de ida e volta dos intervalos comerciais.

Outra novidade é o protagonista explosivo, que apareceu berrando em boa parte dos episódios. Cantor de rock decadente, Gui Santiago é o personagem mais rico (dramaturgicamente falando) da trama, devido à personalidade repleta de altos e baixos em sua luta para recuperar o sucesso do passado, provar que Léo Regis roubou sua música e salvar seu casamento com Diana. Vladimir Brichta voltou às novelas em grande estilo, com um desempenho que tem tudo para ser o melhor de sua carreira. As melhores e mais intensas cenas dele foram ao lado de Nicolas Prattes, que faz o problemático Zac (emocionante o momento em que Gui diz ao filho que iria mil vezes atrás dele se ele fugisse dele). Os dois vivem uma relação bem conflituosa e vão, aos trancos e barrancos, criando uma relação bonita entre pai e filho. Já amando! Nicolas vem se mostrando mais à vontade do que na Malhação - Seu Lugar no Mundo, onde esteve um tanto apático.


A sempre talentosa Nathalia Dill também merece o reconhecimento pela segurança na composição de Júlia (que, apesar de ter se mostrado bem idiota ao cair numa armadilha do namorado, ainda não me despertou antipatia) e esbanjou química com Vladimir Brichta na cena do primeiro beijo dos dois. Mais elogios também devem ser feitos para a também ótima Alinne Moraes, uma das melhores de sua geração, que se entregou com muita verdade aos conflitos vividos por Diana (um tipo dúbio), chama atenção pela versatilidade e sua reinvenção a cada personagem. Ana Beatriz Nogueira (apesar de viver mais um papel parecido com os anteriores, a de mãe enérgica que vive em função do filho, desta vez, numa linha cômica) e João Vicente de Castro (como o invejoso Lázaro, empresário de Gui e de Léo) ainda não foram muito explorados, mas certamente brilharão muito mais pra frente. Uma ressalva, porém, deve ser feita para Rafael Vitti. Meio travado, o tom adotado pelo ator para viver o ídolo teen Léo Régis ainda lembra muito o Pedro, seu personagem de sucesso na Malhação Sonhos. Espero que Vitti corrija esta má impressão a tempo.

A julgar pelas qualidades apresentadas nos capítulos iniciais, Rock Story mostrou ter uma trama bastante promissora. As nuances e ambiguidades dos personagens principais (fugindo do maniqueísmo), a trama densa e ágil, a trilha sonora eletrizante e os bons desempenhos de parte do elenco contribuíram decisivamente. Fica o desejo de que os próximos capítulos mantenham a boa impressão dos primeiros.

O "despertar" de Supermax


Depois de um início morno e um tanto confuso, Supermax finalmente engatou numa explosão de ação, terror e acontecimentos bizarros e já está começando a mostrar qual é, de fato, sua proposta.

Esse "despertar" da série já havia acontecido semana passada, no sexto episódio (1/11), com duas importantes reviravoltas: a doença misteriosa de Cecília e o acidente de Sabrina (que quase perdeu a perna por conta de uma armadilha que foi colocada dentro da cadeia para pegar os participantes). Depois de aparecer, aparentemente, curada, Cecilia se transformou. Parece que o provável vírus que está nela tomou conta de seu sistema nervoso, ou sei lá o que, só sei que ela virou um monstro, arriscaria até a chamá-la de zumbi. As cenas dela possuída foram bem-feitas, principalmente a das cordas (em que ela quebrou os próprios braços para se soltar), que me fazia retorcer na cadeira a cada estalo. E tenho que dar os parabéns a cena do ataque de Cecília. Os gritos de possuída dela atacando os colegas, a luta pela sobrevivência deles (que conseguem capturá-la e decidem assassiná-la), a trilha sonora incidental, tudo ali foi magnífico.

Resultado de imagem para supermax cecilia

No episódio dessa semana, o sétimo (8/11), depois de eliminarem Cecília, Arthur decidiu explorar o compartimento secreto que achou em um daqueles túneis, trafegando pelas dependências e corredores misteriosos do presídio, até chegar a sala de controle e monitoramento do "falecido" reality show. Ele encontra o operador morto na mesa de controles. Como ele morreu? Também quero saber, mas creio que essas respostas virão mais para o final. Arthur vê os depoimentos dos participantes e descobre o segredo de quase todos eles; além de conseguir ver o que os participantes estavam fazendo e falando (o que achei meio forçado, já que eles pararam de usar seus microfones no episódio anterior) e ouvir que eles estavam planejando sua possível morte, já que foi mordido por Cecília. A questão do perigo eminente e de um desconfiando do outro deu o tom a este episódio, que teve uma grande carga de suspense e tensão. Foi um episódio tão delicioso de assistir que, mesmo ele sendo um dos mais longos, foi um dos que passaram voando e, quando voltei a mim, o episódio já tinha finalizado e eu desejando por mais respostas.

Ao final do episódio, a mosca demoníaca que picou Cecília atacou novamente e apareceu bem no pescoço do ex-padre Nando. Será que picou ele? Será que teremos um novo infectado? Ou novos? E ainda temos as suas visões. Dessa vez, ele viu todos serem queimados vivos em um milharal, outra cena bizarra.

Resultado de imagem para supermax fogo

De fato, Supermax tem muitas referências com filmes e séries americanas. A princípio, comecei a pensar que seria algo meio The Walking Dead, mas então comecei a examinar com mais detalhe as atitudes de Cecília e vi que era igual aos contaminados/possuídos do filme espanhol Rec. Mas o legal é ver como essas referências estão sendo utilizadas dentro de Supermax. Não é apenas um cópia e cola barata, mas sim dando a sua identidade ao que já existe e deixando tudo ainda mais denso e interessante de se assistir. Agora teremos mais sangue, mais "contaminados" e mais mortes. Já espero ansioso pelo próximo!

     O PIOR DA SEMANA     


Final de Haja Coração



O penúltimo capítulo de Haja Coração pecou pela resolução atropelada de questões pendentes e prejudicadas pela barriga da trama (falei sobre isso AQUI), como a revelação de que Guido, além de pai de Shirlei, era padrasto de Felipe e a de Adônis confessando a Nair que gastava o dinheiro que ela lhe dava para pagar a faculdade na farra. As sequências da morte de Bruna tiveram como ponto mais positivo as atuações de Fernanda Vasconcellos, Jayme Matarazzo e Agatha Moreira, mas pecou pela trilha sonora calma num momento tenso e soou inverossímil a finalização curta da cena, além da mudança para uma tomada geral da cidade ao som de um pagode de Thiaguinho (?) e a rápida recuperação de Giovanni (??), sem nenhum arranhão depois. Salvou-se a linda cena do casamento de Shirlei e Felipe, que emocionou.

O último capítulo repetiu o mesmo erro das cenas atropeladas, além de finais péssimos. Shirlei anunciou sua gravidez e Felipe não ficou sabendo, nem ao menos houve uma lua-de-mel para o melhor casal da trama (quiçá, dos últimos tempos na TV). Tancinha, por sua vez, se reconciliou com Fedora, participou de uma apresentação de balé e foi assistir à corrida de Apolo, tudo isso em poucos minutos. Numa velocidade impressionante. Enquanto isso, eram dado os finais dos outros personagens. Todas as cenas foram atropeladas para dar espaço para a resolução do mistério de Tancinha. Confirmando o que já era previsto pelo desenvolvimento, a feirante se despediu de Beto e escolheu Apolo, um final diferente da original de 1988, o que contrariou parte considerável do público, dada a imensa rejeição ao insuportável protagonista.

Se ao menos o autor tivesse melhorado a personalidade do piloto e o tornado mais tragável, o final seria um pouco mais aceitável, mas não foi o que aconteceu. Apolo nunca mudou seu jeito grosseiro, chato e machista e Daniel Ortiz fez de tudo para empurrá-lo desta forma goela abaixo do público. Isto se caracteriza mais como uma vaidade pessoal do autor do que propriamente preservação da coerência da história e, principalmente, a preferência do público, presenteando a atuação inexpressiva do Malvino Salvador ao invés da atuação segura de João Baldasserine. Dizem que o cenário político atual do país pesou na decisão sobre o final de Haja Coração. O que é uma justificativa estapafúrdia, como disse AQUI.

A volta de A Usurpadora (de novo!)



A Usurpadora é a minha novela mexicana favorita. É quase perfeita. Só se perde um pouco depois do julgamento da Paulina. Já vi inúmeras vezes, sempre dizia que não ia assistir de novo e lá estava eu vendo novamente, mas com apenas um ano e alguns meses da última reprise não dá. A Usurpadora, Maria do Bairro e Marimar são muito queridas, mas mereciam um bom descanso na grade do SBT. Calculo uns 5 anos. Se, pelo menos, esse prazo fosse respeitado, sempre marcariam uma audiência satisfatória.

A milionésima volta de A Usurpadora é mais uma intervenção louca de Sílvio Santos na grade do SBT. Tudo para tentar salvar o engessado Fofocando. Não é uma decisão tão absurda assim porque hoje o Fofocando é antecedido por um programa infantil, o que dificulta a transição. Mas não precisava ser A Usurpadora o produto escolhido ou exatamente uma novela. Poderia ser uma série de comédia, como Eu, a Patroa e as Crianças ou As Visões da Raven, que não são tão infantis assim e seria uma boa ponte. Até porque a série, se não obtiver resultado, é só tirar da grade. É menos traumático que ir metendo a tesoura numa novela.

sábado, 2 de janeiro de 2016

Previsões Eu Critico Tu Criticas para a dramaturgia em 2016



O que esperar das novelas, séries e minisséries de 2016? Será que teremos uma safra tão boa quanto a de 2015, que, apesar de algumas tranqueiras, muita coisa valeu a pena? As cartas do tarot, por favor! Para ter uma visão panorâmica do que vem por aí, o Eu Critico Tu Criticas baixou a Mãe Dinah que mora dentro de mim e resolveu fazer algumas previsões com as tramas neste ano. Confira:


A Regra do Jogo

Chances de ainda conseguir parar o país: 23%


Link permanente da imagem incorporada

A Regra do Jogo ficará no ar até o final de março e, em uma entrevista dada ao UOL, João Emanuel Carneiro disse que vem muita coisa boa pela frente e promete reviravoltas no núcleo da família Stuart, já que Orlando (Eduardo Moscóvis) será assassinado e Kiki (Débora Evelyn) deve voltar para casa, e na vida de Romero (Alexandre Nero), principalmente depois que Dante (Marco Pigossi) e Tóia (Vanessa Giácomo) descobrirem quem ele é de verdade. Tóia, inclusive, depois de descobrir as razões da morte de seu pai biológico, vai revelar uma nova faceta (vingativa?) para o público. Estas são as expectativas. Vamos ver o que acontece. Sinceramente, desisto! Metade da novela são núcleos paralelos que não interessam. Há essa promessa da novela se tornar um novelão depois do fatídico capítulo 100 e queria muito acreditar nisso, mas o problema é que a novela já chegou ao capítulo 100 e não tá lá essa maravilha toda. O jeito é se conformar e partir pra outra. #DerrotaNaGuerra

Totalmente Demais

Chances de continuar sendo uma boa novela esse ano: 95%



A novela das sete está no ar há quase dois meses e deve terminar só em maio de 2016, mas, até o momento, tem sido extremamente agradável e a história é muito gostosa de se acompanhar. E tem tudo para manter toda a qualidade já apresentada pelos próximos meses. Só se baixar o espírito boogieoogieano ou iloveparaisopolinesco e Totalmente Demais virar um trambolho, né?

Haja Coração

Chances de flopar: 99%



Em maio será a vez da faixa das 19h receber uma novela com cheiro de fracasso instantâneo: Haja Coração. O autor é Daniel Ortiz, elogiado por Alto Astral, exibida nesse mesmo horário até maio de 2015. Trata-se de um remake de Sassaricando (1987), novela de seu mentor Silvio de Abreu, com o acréscimo de novos personagens e tramas. Os saudosistas aguardam a releitura de tipos inesquecíveis como Fedora (Cristina Pereira) e Aparício (Paulo Autran). A destrambelhada e icônica feirante Tancinha, papel marcante na carreira de Claudia Raia, foi escalada para ser da Monica Iozzi, passou para Isis Valverde, passou para a Paolla Oliveira e agora será vivida, definitivamente, por Mariana Ximenes. Essa é a personagem mais lembrada da novela, mas é equivocadamente chamada de protagonista de Sassaricando, quando, na verdade, ela é apenas uma secundária que cresceu muito e ofuscou os outros. E quando os coadjuvantes conseguem despertar mais a atenção do público que os próprios protagonistas, é porque a história da trama não é lá grande coisa, né? E, na boa, eu não consigo imaginar a Mariana Ximenes vivendo uma gostosona ignorante como a Tancinha. Sei não, mas tô achando que Haja Coração vai estragar todo o trabalho que Alto Astral fez em reerguer os índices do horário das sete e que I Love Paraisópolis e Totalmente Demais conseguiram elevar.

Êta Mundo Bom

Chances de ser um sucesso: 99%



Prevista para estrear no dia 25 de janeiro no lugar de Além do Tempo, a nova novela das seis promete juntar tudo que consagrou Walcy Carrasco numa mesma novela: título cafona, núcleo do chiqueiro, torta na cara, gente sendo jogada no chiqueiro, forte sotaque caipira, animais interagindo com pessoas, texto didático e nada sutil e muita repetição de palavra no melhor estilo Amor à Caçamba. Candinho (Sérgio Guizé) foi criado por Cunegundes (Elizabeth Savalla) e Quinzinho (Ary Fontoura), donos de uma fazenda no interior de São Paulo. Ele se apaixona por Filomena (Débora Nascimento), primogênita do casal, e é expulso de casa. Ao lado do burro Policarpo, seu amigo inseparável, Candinho segue para a capital em busca de encontrar sua mãe: a rica viúva Anastácia (Eliane Giardini), que foi obrigada a se separar do filho assim que ele nasceu. Mas ela jamais desistiu de procurá-lo. De olho na herança da tia, Sandra (Flávia Alessandra), a grande vilã da história, fará de tudo para impedir que mãe e filho se reencontrem. Além disso, Candinho terá que encarar inúmeras aventuras na cidade grande. Walcyr repetirá a fórmula que produziu êxitos de sua carreira como O Cravo e a Rosa (2000), Chocolate com Pimenta (2003) e Alma Gêmea (2005), com uma história leve e personagens carismáticos. Tem como Eta Mundo Bom não dar certo? IM-POS-SÍ-VEL! Esse é o único horário que eu aceito o humor brejeiro e infantilóide do Walcyr! Às seis, sim, ele vira Reicyr!

Ligações Perigosas

Chances de flopar: 55%



Adaptação do clássico francês escrito no século XVIII por Choderlos de Laclos, a minissérie de dez capítulos, de autoria de Manuela Dias, é ambientada nos anos 1920 e estreia nessa segunda-feira (04/01) após A Regra do Jogo. Patrícia Pillar e Selton Mello interpretam os protagonistas Isabel d’Ávila de Alencar e Augusto de Valmont, aristocratas amorais que compartilham o gosto por jogos perversos de sedução. Uma das vítimas da dupla é Mariana, uma mulher casada e virtuosa, interpretada por Marjorie Estiano. O elenco ainda inclui nomes como Alice Wegmann, Jesuíta Barbosa, Leopoldo Pacheco e Aracy Balabanian. Pelas chamadas, deu pra ver que a minissérie será de imensa qualidade: fotografia de cinema, trilha sonora caprichada, produção perfeita, atuações esplendorosas... Mesmo levando em conta que as minisséries de início do ano da Globo vem sendo um sucesso atrás do outro (O Canto da SereiaAmores RoubadosFelizes Para Sempre?), algo me diz que essa Ligações Perigosas vai ser que nem Os Maias: elogiada pela crítica e um fracasso de audiência.

Malhação - Seu Lugar no Mundo

Chances de melhorar: 1%



Nas redes sociais, nas rodas de amigos, nas conversas de whatsApp, é unanimidade: FORA DILMA NINGUÉM SUPORTA MAIS A 'SEU LUGAR NO MUNDO'!!! A atual temporada da Malhação é uma das piores de todos os tempos. Para o nosso azar, devido as Olimpíadas de 2016, a temporada será estendida até 2017. Haja paciência! Mas haverá um intervalo durante o período das Olimpíadas. O autor Emanuel Jacobina trabalha em uma nova sinopse de Seu lugar no mundo. A temporada ficará no ar até dia 5 de agosto de 2016, mas voltará após as Olimpíadas com outras tramas e personagens, uma espécie de segunda temporada. Alguns personagens, porém, permanecerão na nova fase. São os casos de Rodrigo (Nicolas Prattes), Luciana (Marina Moschen), Filipe (Francisco Vitti), Nanda (Amanda de Godoi), Dona Vanda (Solange Couto) e Uodson (Lucas Lucco). Este último, porém, ainda não é certeza. É que o cantor tem uma agenda de shows agitada e não sabe se conseguirá atuar na TV e mandar esse arrocha é pra você que achou que eu tava aqui sofrendo pelos palcos ao mesmo tempo. A esperança é que role uma grande reestruturação nessa segunda fase da temporada e que se torne pelo menos um pouco assistível. Mas, por via das dúvidas, tenho uma opção melhor: IMPEACHMENT DA SEU LUGAR NO MUNDO JÁ!!! E quem assume é a Malhação Sonhos. Quem apoia?

Supermax

Chances de ser um sucesso: 90%



Supermax é a série que a Globo prepara, com previsão de estreia para outubro, aos domingos, após o Fantástico. A trama se passa em um presídio de segurança máxima no meio da Amazônia, onde um grupo de 12 pessoas integra um reality show, nunca antes visto na TV. Todos os participantes guardam um segredo em comum: já cometeram um crime obscuro. Para vencer o jogo e conquistar o prêmio de dois milhões de reais, eles precisam esconder o delito pregresso uns dos outro. Mas o que nenhum deles imaginam é que apenas um sairá de lá vivo!!! Jesus, Maria, José, que reality é esse, meu povo?! O projeto, criado e dirigido por José Alvarenga Jr., conta no elenco com nomes conhecidos do grande público (como Mariana Ximenes, Cléo Pires e Erom Cordeiro) misturados a outros não tão populares, em um elenco selecionado rigorosamente durante seis meses por todo o Brasil. A série terá 12 episódios e, numa mistura de ficção científica com suspense, thriller, terror e drama, Supermax bebe na fonte (e já admite isso!) de séries como The Walking Dead e True Detective e do filme Jogos Mortais e tem tudo para ser um dos principais acertos da TV aberta esse ano. Sinto cheiro de lacre!

Liberdade, Liberdade

Chances de flopar: 91%



Desde o remake de O Astro, primeira novela da Globo a ir ao ar às 23h, em 2011, apenas uma produção vai ao ar no horário por ano. Mas nesse ano as coisas vão mudar. Devido ao sucesso estrondoso de Verdades Secretas, em 2016 teremos duas novelas das onze. A primeira é Liberdade, Liberdade, prevista para abril, que contará a história de Joaquina, a filha do Tiradentes. Depois, no segundo semestre, a Globo deve lançar Justiça, da qual não se sabe muito ainda, mas será inspirada numa obra de Shakespeare. A mocinha de Liberdade, Liberdade será interpretada por Andrea Horta. Mateus Solano fará sua primeira novela desde o Félix de Amor à Vida (2013). Ao lado de Nathália Dill, os dois serão os vilões da trama. Liberdade, Liberdade ainda nem começou a ser gravada, mas já agita os bastidores do Projac. Segundo o site Notícias da TV, a direção de Dramaturgia diária da emissora decidiu afastar da supervisão de texto da novela o autor Euclydes Marinho porque seu trabalho foi considerado insatisfatório. O roteiro não atendeu as exigências da emissora e foi necessária uma reforma total na trama, tendo que reescrever todos os capítulos já escritos. Quem entrou no lugar de Euclydes Marinho foi Mário Teixeira, que escreveu a péssima I Love Paraisópolis. Nessas, fica a dúvida: a Globo viu que a novela ia ser ruim e resolveu correr atrás do prejuízo antes de ir pro ar e virar uma "bomba" ou as novas adaptações estragarão o roteiro inicial? Nunca vamos saber... Já dizia minha mãe: tudo que começa errado, acaba muito pior! Sei não, viu...

Velho Chico

Chances de ser uma nova Em Família: 100%



Finalmente, Benedito Ruy Barbosa ganhou o direito de escrever uma novela das nove. O veterano é uma grife de novelões bem-sucedidos ambientados nos confins do Brasil. São dele Renascer (1993), O Rei do Gado (1996), Terra Nostra (1999) e também Pantanal (1990), na TV Manchete — a trama abalou a, até então, insuperável audiência da Globo na época. Escalada inicialmente para a faixa das 18h, Velho Chico ganhou up grade e ocupará o horário mais nobre do canal no início de abril como resposta à baixa receptividade de recentes novelas urbanas e violentas como A Regra do Jogo e Babilônia, devido ao sucesso da reprise de O Rei do Gado no 'Vale A Pena Ver de Novo' e para combater a segunda temporada de Os Dez Mandamentos. Investir em uma história interiorana ancorada no nordeste é uma tentativa da Globo de resgatar o interesse do noveleiro tradicional e sair do onipresente (e cansativo) eixo Rio-São Paulo, escolhido como cenário de quase todas as tramas nos últimos 15 anos. Em Velho Chico, Fagundes será uma espécie de coronel dos tempos atuais, que defenderá seus interesses econômicos às margens do Rio São Francisco e terá conflitos com defensores do meio ambiente. Temática interessante e atualíssima, vide a tragédia ecológica e humana de Mariana e das cidades ao longo do Rio Doce. Por um lado é muito bom que vamos ter de novo uma novela fora do eixo urbano, ainda mais com o excelente texto do Benedito. Mas será que ele segura uma novela das nove atualmente? A minha avó, certamente, deve adorar, mas será que o público mais novo das redes sociais vai se interessar por longas cenas de paisagem, música típica e tuiuiús voando no horizonte? Estou pagando pra ver! Essas histórias arrastadas funcionavam muito antigamente, mas hoje em dia o público atual quer dinamismo. E essa Velho Chico tá numa vibe tão Em Família, viu... É a trama sem maldade e cheia de romances que todo mundo tanto pediu, mas depois vocês vão se arrepender quando ver que pode ser um marasmo sem fim.

Sagrada Família

Chances de dar um choque de monstro na Família Brasileira: 89%



Em outubro, Maria Adelaide Amaral e Vincent Villari repetirão a parceria bem-sucedida de Sangue Bom e estrearão no horário nobre com Sagrada Família (título provisório). Ela estava cotada para substituir A Regra do Jogo, mas agora só vai ao ar depois de Velho Chico. Para você que bebeu demais nesse Ano Novo e esqueceu de todo rebuceteio que rolou entre Sagrada Família e Velho Chico, Silvio de Abreu (atual Todo Poderoso da dramaturgia da Globo) resolveu adiar a novela da Maria Adelaide Amaral porque tinha uma trama política muito forte e temos uma legislação desnecessariamente rígida nesse assunto que impede o tema ser abordado em período eleitoral (esse ano tem eleições para prefeito e vereador). Até onde sei, a história do folhetim gira em torno da política, da justiça e de um segredo familiar que colocará em risco a vida dos personagens. Além destes três enredos, haverão ainda homenagens à diferentes novelas icônicas da Rede Globo e críticas à temas corriqueiros da sociedade brasileira, o que já é marca registrada dos autores. Algo me diz que será um novelão!

Carinha de Anjo

Chances de continuar o sucesso na faixa infantil do SBT: 100%



Graças aos bons resultados conquistados pelas tramas infantis, o SBT planeja abrir um segundo horário de novelas destinado a produções adultas. Até o momento, o projeto está sendo discutido, mas pode sair do papel ainda nesse primeiro semestre. Antes de qualquer decisão, a emissora já prepara outro remake mexicano para substituir Cúmplices de um Resgate por volta de outubro: Carinha de Anjo. A saga da pequena Dulce Maria já teve sua versão original exibida pelo SBT em 2001 e foi um enorme sucesso. Sem dúvidas, é uma das melhores novelas infantis da Televisa. A trama ainda está em pré-produção e ainda não se sabe quem viverá a protagonista brasileira. Quero só ver quem vai interpretar a icônica Tia Peruca, aquela que sempre usava uma peruca da mesma cor que a roupa.

Escrava Mãe

Chances de flopar: 99%



Cotada inicialmente para substituir Os Dez Mandamentos, o "pecado" de não ser uma novela bíblica fez a Record adiar o lançamento de Escrava Mãe, um prequel de Escrava Isaura. Ela não será uma continuação da clássica trama protagonizada por Lucélia Santos e sim uma história baseada no passado da mãe da Escrava Isaura. A trama está praticamente toda gravada e está na gaveta e deve ficar por lá durante um bom tempo até a emissora decidir o que fazer com essa novela. Dizem que deve ir para um novo segundo horário de novelas (o mais provável é as 19h), mas a maior complicação pra isso é que aí a Record teria que se ver obrigada a manter a nova faixa e duplicar a dramaturgia que já vem fazendo. E esse ano ano será um desafio imenso para a emissora por causa da terceirização da teledramaturgia. Agora, a produtora Casablanca é a responsável pelo trabalho desenvolvido no Recnov, estúdios da Record no Rio de Janeiro. Flop na certa, sim ou com certeza?

Os Dez Mandamentos - Parte 2

Chances da Record enrolar a novela mais uma vez: 100%



O sucesso arrebatador de Os Dez Mandamentos surpreendeu a própria direção da Record. A primeira novela bíblica do canal prejudicou a audiência do Jornal Nacional e de A Regra do Jogo e entrou para a história ao dar um choque de monstro na audiência da Globo e fazê-la alterar a própria programação para tentar manter o público. Os Dez Mandamentos era uma boa novela, mas criou uma barriga enoooooooorme após dar altos picos de audiência com a fase das pragas e depois terminou em aberto pra que a Record pudesse fazer uma continuação e um filme. A partir de março de 2016, a emissora irá exibir a segunda temporada da história de Moisés (Guilherme Winter), que focará na luta do povo hebreu pelo deserto até chegar à Terra Prometida. Estão previstos 60 capítulos, mas se a segunda temporada bombar (e vai bombar!) a Record transformará isso em 80, 90, 100 capítulos...

A Terra Prometida

Chances da Globo voltar a ter dor de cabeça com a concorrência: 76%



Produzir novela bíblica as 20h30. Essa é a regra do jogo (com o perdão do trocadilho) para a Record a partir de agora. Depois da segunda temporada de Os Dez Mandamentos, vem na sequência (provavelmente, em junho) A Terra Prometida, que, antes mesmo de estrear, já virou a terra prometida de vários ex-medalhões globais (perdão pelo trocadilho mais uma vez), como Kadu Moliterno, Cristiana Oliveira e Paloma Bernardes. A novela será uma continuação da história de Os Dez Mandamentos e começará após a morte de Moisés, que avista a cidade de Jericó de longe antes de ser castigado por Deus por haver ferido uma rocha com um cajado ao invés de tocá-la. Com autoria de Renato Modesto, a produção terá 150 capítulos gravados em tecnologia 4k, sob a direção de Alexandre Avancini, e um elenco composto por cerca de 99 atores. O protagonista, Josué, será vivido pelo Sidney Sampaio, que vive o mesmo personagem em Os Dez Mandamentos como Oséias (nome que ele tinha antes de ser mudado por Moisés). Ele aparecerá em cena 40 anos mais velho, assim como fizeram com Guilherme Winter. Sidney e Rodrigo Vidigal, que interpreta Calebe, serão os únicos atores que vão fazer a segunda novela. Isso porque os dois personagens são os únicos que cumprem a missão de entrar em Israel sem desobedecer os comandos de Deus, acompanhados das gerações mais novas dos escravos hebreus, que morrerão no deserto. Josué e Calebe são definidos como os sucessores de Moisés. Ao chegarem em Jericó, eles não são bem aceitos pelo povo que tomou conta daquela parte de Israel e acabam sendo obrigados a travar uma guerra contra eles, com o intuito de levar os hebreus para Canaã. A Terra Prometida não fará o mesmo sucesso que Os Dez Mandamentos, nem vai abalar a soberania da Globo da mesma forma, mas, certamente, dará bons índices de audiência.


Será que acertamos com as nossas previsões? Podem cobrar a gente depois, pessoal! E vocês? Quais as suas expectativas pelas futuras produções de 2016?



Poderá gostar também de

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...