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domingo, 13 de novembro de 2016

O Melhor e o Pior da Semana (6 à 12/11)




   O MELHOR DA SEMANA   


Início de Rock Story



Depois de uma sequência de comédias românticas leves, engraçadas e água-com-açúcar, que vinha ditando esse estilo desde Alto Astral (2014), Rock Story chegou dando um tremendo chacoalhão no horário das sete. Sai o colorido e a descontração de Haja Coração e entra uma história (pelo menos, nesses primeiros capítulos) focada no drama, um tanto mais densa, soturna e, até aqui, sem muito espaço para o riso.

A autora Maria Helena Nascimento ousou em fazer um primeiro capítulo mais focalizado na ruína do protagonista Gui e, a partir do segundo episódio, fazer uma maior apresentação dos personagens. A boa direção de Dennis Carvalho contribuiu decisivamente para o impacto das sequências, apesar de uma pequena impressão de correria no primeiro bloco do primeiro capítulo, felizmente atenuada.

Embora esteja envolto num clima musical, Rock Story não tem nada de sonho ou de fantasia (como Cheias de Charme, por exemplo, que também explorou o universo musical e pode ser acompanhada atualmente no Vale A Pena Ver de Novo). Um exemplo de que Rock Story é mais "pé no chão" que suas antecessoras é a comunidade onde Zac, vive: bem realista, distante do Borralho, de Cheias de Charme, da Paraisópolis de I Love Paraisópolis, do bairro de Fátima de Totalmente Demais ou do bairro da Mooca de Haja Coração.


A única semelhança (e também seu ponto negativo) em relação às últimas novelas do horário das sete é a abertura preguiçosa ao estilo caleidoscópio que deixa a gente com labirintite ao olhar. Só se salva graças a música-tema: a ótima versão da (ótima) Pitty para "Dê Um Rolê", dos Novos Baianos; bem como a inclusão do clássico "We Will Rock You", do Queen, nas vinhetas de ida e volta dos intervalos comerciais.

Outra novidade é o protagonista explosivo, que apareceu berrando em boa parte dos episódios. Cantor de rock decadente, Gui Santiago é o personagem mais rico (dramaturgicamente falando) da trama, devido à personalidade repleta de altos e baixos em sua luta para recuperar o sucesso do passado, provar que Léo Regis roubou sua música e salvar seu casamento com Diana. Vladimir Brichta voltou às novelas em grande estilo, com um desempenho que tem tudo para ser o melhor de sua carreira. As melhores e mais intensas cenas dele foram ao lado de Nicolas Prattes, que faz o problemático Zac (emocionante o momento em que Gui diz ao filho que iria mil vezes atrás dele se ele fugisse dele). Os dois vivem uma relação bem conflituosa e vão, aos trancos e barrancos, criando uma relação bonita entre pai e filho. Já amando! Nicolas vem se mostrando mais à vontade do que na Malhação - Seu Lugar no Mundo, onde esteve um tanto apático.


A sempre talentosa Nathalia Dill também merece o reconhecimento pela segurança na composição de Júlia (que, apesar de ter se mostrado bem idiota ao cair numa armadilha do namorado, ainda não me despertou antipatia) e esbanjou química com Vladimir Brichta na cena do primeiro beijo dos dois. Mais elogios também devem ser feitos para a também ótima Alinne Moraes, uma das melhores de sua geração, que se entregou com muita verdade aos conflitos vividos por Diana (um tipo dúbio), chama atenção pela versatilidade e sua reinvenção a cada personagem. Ana Beatriz Nogueira (apesar de viver mais um papel parecido com os anteriores, a de mãe enérgica que vive em função do filho, desta vez, numa linha cômica) e João Vicente de Castro (como o invejoso Lázaro, empresário de Gui e de Léo) ainda não foram muito explorados, mas certamente brilharão muito mais pra frente. Uma ressalva, porém, deve ser feita para Rafael Vitti. Meio travado, o tom adotado pelo ator para viver o ídolo teen Léo Régis ainda lembra muito o Pedro, seu personagem de sucesso na Malhação Sonhos. Espero que Vitti corrija esta má impressão a tempo.

A julgar pelas qualidades apresentadas nos capítulos iniciais, Rock Story mostrou ter uma trama bastante promissora. As nuances e ambiguidades dos personagens principais (fugindo do maniqueísmo), a trama densa e ágil, a trilha sonora eletrizante e os bons desempenhos de parte do elenco contribuíram decisivamente. Fica o desejo de que os próximos capítulos mantenham a boa impressão dos primeiros.

O "despertar" de Supermax


Depois de um início morno e um tanto confuso, Supermax finalmente engatou numa explosão de ação, terror e acontecimentos bizarros e já está começando a mostrar qual é, de fato, sua proposta.

Esse "despertar" da série já havia acontecido semana passada, no sexto episódio (1/11), com duas importantes reviravoltas: a doença misteriosa de Cecília e o acidente de Sabrina (que quase perdeu a perna por conta de uma armadilha que foi colocada dentro da cadeia para pegar os participantes). Depois de aparecer, aparentemente, curada, Cecilia se transformou. Parece que o provável vírus que está nela tomou conta de seu sistema nervoso, ou sei lá o que, só sei que ela virou um monstro, arriscaria até a chamá-la de zumbi. As cenas dela possuída foram bem-feitas, principalmente a das cordas (em que ela quebrou os próprios braços para se soltar), que me fazia retorcer na cadeira a cada estalo. E tenho que dar os parabéns a cena do ataque de Cecília. Os gritos de possuída dela atacando os colegas, a luta pela sobrevivência deles (que conseguem capturá-la e decidem assassiná-la), a trilha sonora incidental, tudo ali foi magnífico.

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No episódio dessa semana, o sétimo (8/11), depois de eliminarem Cecília, Arthur decidiu explorar o compartimento secreto que achou em um daqueles túneis, trafegando pelas dependências e corredores misteriosos do presídio, até chegar a sala de controle e monitoramento do "falecido" reality show. Ele encontra o operador morto na mesa de controles. Como ele morreu? Também quero saber, mas creio que essas respostas virão mais para o final. Arthur vê os depoimentos dos participantes e descobre o segredo de quase todos eles; além de conseguir ver o que os participantes estavam fazendo e falando (o que achei meio forçado, já que eles pararam de usar seus microfones no episódio anterior) e ouvir que eles estavam planejando sua possível morte, já que foi mordido por Cecília. A questão do perigo eminente e de um desconfiando do outro deu o tom a este episódio, que teve uma grande carga de suspense e tensão. Foi um episódio tão delicioso de assistir que, mesmo ele sendo um dos mais longos, foi um dos que passaram voando e, quando voltei a mim, o episódio já tinha finalizado e eu desejando por mais respostas.

Ao final do episódio, a mosca demoníaca que picou Cecília atacou novamente e apareceu bem no pescoço do ex-padre Nando. Será que picou ele? Será que teremos um novo infectado? Ou novos? E ainda temos as suas visões. Dessa vez, ele viu todos serem queimados vivos em um milharal, outra cena bizarra.

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De fato, Supermax tem muitas referências com filmes e séries americanas. A princípio, comecei a pensar que seria algo meio The Walking Dead, mas então comecei a examinar com mais detalhe as atitudes de Cecília e vi que era igual aos contaminados/possuídos do filme espanhol Rec. Mas o legal é ver como essas referências estão sendo utilizadas dentro de Supermax. Não é apenas um cópia e cola barata, mas sim dando a sua identidade ao que já existe e deixando tudo ainda mais denso e interessante de se assistir. Agora teremos mais sangue, mais "contaminados" e mais mortes. Já espero ansioso pelo próximo!

     O PIOR DA SEMANA     


Final de Haja Coração



O penúltimo capítulo de Haja Coração pecou pela resolução atropelada de questões pendentes e prejudicadas pela barriga da trama (falei sobre isso AQUI), como a revelação de que Guido, além de pai de Shirlei, era padrasto de Felipe e a de Adônis confessando a Nair que gastava o dinheiro que ela lhe dava para pagar a faculdade na farra. As sequências da morte de Bruna tiveram como ponto mais positivo as atuações de Fernanda Vasconcellos, Jayme Matarazzo e Agatha Moreira, mas pecou pela trilha sonora calma num momento tenso e soou inverossímil a finalização curta da cena, além da mudança para uma tomada geral da cidade ao som de um pagode de Thiaguinho (?) e a rápida recuperação de Giovanni (??), sem nenhum arranhão depois. Salvou-se a linda cena do casamento de Shirlei e Felipe, que emocionou.

O último capítulo repetiu o mesmo erro das cenas atropeladas, além de finais péssimos. Shirlei anunciou sua gravidez e Felipe não ficou sabendo, nem ao menos houve uma lua-de-mel para o melhor casal da trama (quiçá, dos últimos tempos na TV). Tancinha, por sua vez, se reconciliou com Fedora, participou de uma apresentação de balé e foi assistir à corrida de Apolo, tudo isso em poucos minutos. Numa velocidade impressionante. Enquanto isso, eram dado os finais dos outros personagens. Todas as cenas foram atropeladas para dar espaço para a resolução do mistério de Tancinha. Confirmando o que já era previsto pelo desenvolvimento, a feirante se despediu de Beto e escolheu Apolo, um final diferente da original de 1988, o que contrariou parte considerável do público, dada a imensa rejeição ao insuportável protagonista.

Se ao menos o autor tivesse melhorado a personalidade do piloto e o tornado mais tragável, o final seria um pouco mais aceitável, mas não foi o que aconteceu. Apolo nunca mudou seu jeito grosseiro, chato e machista e Daniel Ortiz fez de tudo para empurrá-lo desta forma goela abaixo do público. Isto se caracteriza mais como uma vaidade pessoal do autor do que propriamente preservação da coerência da história e, principalmente, a preferência do público, presenteando a atuação inexpressiva do Malvino Salvador ao invés da atuação segura de João Baldasserine. Dizem que o cenário político atual do país pesou na decisão sobre o final de Haja Coração. O que é uma justificativa estapafúrdia, como disse AQUI.

A volta de A Usurpadora (de novo!)



A Usurpadora é a minha novela mexicana favorita. É quase perfeita. Só se perde um pouco depois do julgamento da Paulina. Já vi inúmeras vezes, sempre dizia que não ia assistir de novo e lá estava eu vendo novamente, mas com apenas um ano e alguns meses da última reprise não dá. A Usurpadora, Maria do Bairro e Marimar são muito queridas, mas mereciam um bom descanso na grade do SBT. Calculo uns 5 anos. Se, pelo menos, esse prazo fosse respeitado, sempre marcariam uma audiência satisfatória.

A milionésima volta de A Usurpadora é mais uma intervenção louca de Sílvio Santos na grade do SBT. Tudo para tentar salvar o engessado Fofocando. Não é uma decisão tão absurda assim porque hoje o Fofocando é antecedido por um programa infantil, o que dificulta a transição. Mas não precisava ser A Usurpadora o produto escolhido ou exatamente uma novela. Poderia ser uma série de comédia, como Eu, a Patroa e as Crianças ou As Visões da Raven, que não são tão infantis assim e seria uma boa ponte. Até porque a série, se não obtiver resultado, é só tirar da grade. É menos traumático que ir metendo a tesoura numa novela.

Um comentário:

  1. Rock Story promete ser legal! No início das chamadas eu pensei que seria pacata, mas começou muito bem e espero que continue. Ja tem histórias bem cativantes como a de Julia/Lorena, Zac, Nicolau e Gui/Diana

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