Nesse blog, o melhor da TV será exaltado e o pior será humilhado. Sem dó nem piedade. Sem bajulação. Com bastante acidez e uma pitada de ironia. Entre. Fique a vontade. E critique também. Afinal, eu critico, tu criticas.
O SBT encontrou um belo nicho ao produzir novelinhas infantis, conquistando uma relevante fatia de público com suas tramas para crianças no horário nobre. Carinha de Anjo é outra boa trama feita pela emissora. A pequerrucha Lorena Queiroz, de 5 anos, que interpreta a órfã Dulce Maria, é o maior achado do SBT. A escolha de uma menina tão nova para segurar o papel de protagonista da novela foi uma ousadia e tanto. Mas, até agora, Lorena segurou bem a responsabilidade e mostra talento de gente grande. As cenas dela com Lucero (em uma participação mais do que especial na pele de Tereza, mãe falecida da Dulce, com quem ela interage em sonhos) foram os momentos mais lúdicos, bonitos e emocionantes dessa primeira semana. Estou apostando minhas fichas também na Priscila Sol, à frente da adorável Tia Perucas. A atriz poderia ter seguido a linha caricata que a personagem tem na versão mexicana, mas ela se mostrou segura e bem mais do que uma cópia. Aguardemos! A trama, em si, está sendo uma graça e agrada todo tipo de público. Inclusive, já estou com o tema de abertura e a música Joia Rara na ponta da língua!
Gui e Zac
Vladimir Brichta e Nicolas Prattes se destacaram na cena em que pai e filho finalmente se aproximaram e se abraçaram, logo após Gui ter salvado Zac de um espancamento. A relação dos personagens, como eu já havia previsto, é uma das melhores em Rock Story. A novela segue deliciosa, atraente e bem dinâmica.
O PIOR DA SEMANA
"Figuração" de Ivete no The Voice Brasil
Para quem foi anunciada como grande novidade na atual temporada do The Voice Brasil, Ivete Sangalo não teve uma função à altura do superlativo que vem à frente do título do cargo que lhe deram. De Supertécnica não teve nada. Muito pelo contrário. A cantora teve uma atuação até menos expressiva do que tinham os chamados "assistentes" nas temporadas anteriores, como, por exemplo, Luiza Possi, Rogério Flausino, Ed Motta, Maria Gadú e Di Ferrero. E eles apareciam não apenas nos ensaios, como se faziam presentes assistindo junto aos técnicos a cada apresentação dos candidatos. Um detalhe que faz, sim, toda a diferença. O que ficou parecendo é que o convite a Ivete aconteceu muito mais para criar factoides em torno de uma possível rivalidade entre ela e Claudia Leitte. Se a ideia foi fazer lobby e fornecer material para a mídia sensacionalista, até nisso o tiro saiu pela culatra. O assunto já até se esgotou em si.
Mais um capítulo da série "Como salvar o Vídeo Show?"
É deprimente ver a Globo atirando para todos os lados tentando salvar o Vídeo Show. O programa, que faz parte da história do canal, vem sofrendo desde 2010 com uma fraca audiência. Porém, a cerca de oito meses, com a criação do quadro Hora da Venenosa dentro do jornalístico Balanço Geral SP, o programa vem levando surras no horário e abalando a hegemonia da Globo, algo que a emissora não permite.
Depois de transformar Susana Vieira em apresentadora, trazer Miguel Falabella de volta à bancada e testar Angélica e Luciano Huck (tudo sem sucesso, diga-se de passagem), agora o Vídeo Show apela para dramas. O vespertino trouxe de volta o Caso Verdade, no qual pessoas comuns relatam casos parecidos com o das novelas, como o vivido por Carolina Dieckmann como Camila em Laços de Família (já tinha o criticado AQUI). Ou seja, não apenas as concorrentes escorregam na pieguice e apelam para chamar a atenção do público. Se você estiver zapeando e se deparar com uma trilha sonora bem dramática, Otaviano Costa e Joaquim Lopes forçando choro e uma longa reportagem, podem ter certeza que não é o Domingo Show!
As maluquices de Silvio na grade de programação do SBT
No início da década de 2010, o SBT passou a adotar uma postura mais responsável em sua grade de programação. Antes, o canal era caracterizado pela instabilidade eterna, sempre creditada às vontades de Silvio Santos, que lançava e cancelava programas ao sabor do vento, mudava horários de atrações a todo instante e decretava ordens que pareciam absurdas. Isso mudou bastante. A grade se tornou menos instável e foram lançados programas de grande viabilidade financeira. Os resultados vieram: após perder o segundo lugar para a Record, o SBT voltou a brigar de igual para igual com a concorrente.
Mas o ano de 2016 vai ser marcado como uma espécie de "retorno" de Silvio Santos atacando como "diretor de programação". Nos últimos meses, não faltaram mudanças e ideias malucas que, segundo a imprensa especializada, são ordens do dono do canal. Difícil defende-lo, viu... Programas lançados às pressas, mudanças de horário e de padrão e algumas ideias que não parecem combinar com o jeito moderno de se fazer televisão. Muitas coisas esquisitas acabaram acontecendo no SBT. E elas ainda não acabaram.
Nessa semana, o jornalístico Primeiro Impacto voltou a ter Joyce Ribeiro e Karyn Bravo, mas numa "primeira parte". A segunda continua sob o comando do "incrível" jornalista Dudu Azevedo. Coitadas. Delas e do público, é claro! O Fofocando, que já está fazendo hora extra em se tratando de Silvio, agora vai ao ar apenas para São Paulo. Como consequência, o restante do Brasil passa a acompanhar a re-re-re-re-re-re-re-reprise A Usurpadora a partir do capítulo 11 (e agora às 15h15), assim como ele já fez com A Mentira, que passou a ser exibida nacionalmente no meio da exibição por não ter ido bem em SP.
Tem que ser muito fã mesmo para aguentar essa grade voadora do SBT, viu...
O assassinato de Isabela
Até agora não me conformei com o amadorismo nas cenas do assassinato de Isabela em A Lei do Amor. Tudo foi pobre, desde o roteiro até a sua realização. Como é possível engolir que duas pessoas (Isabela e Tiago) estejam a bordo de uma lancha relativamente pequena e não vejam que há uma pessoa escondida em um dos cômodos da embarcação? Tudo bem, eles estavam apaixonados e loucos para passear que sequer foram conferir isso, mas é que muitas outras pontas ficaram soltas nesse assassinato.
Depois de uma semana sofrendo com as desconfianças (descabidas) de Tiago, coincidentemente, Isabela leva dentro da sua bolsa exatamente o extrato que prova o depósito de 15 mil reais feito por Helô. Que tremenda coincidência, não é mesmo? Isso sem falar que, mesmo sabendo que Tiago tinha um pé atrás com essa história, ela cede aos apelos do namorado e viaja em um passeio quase lua de mel.
Agora, vamos a cena propriamente dita. Simplesmente, do nada, depois de ter em suas mãos a suposta prova de que Isabela aceitara o dinheiro de Helô para afasta-lo de Letícia, Tiago se transforma, acusando a amada de falsa e aproveitadora. Isabela, num rompante de raiva, diz que vai embora e, ao ser puxada por ele, se desequilibra, cai, bate a cabeça e desmaia. Meu Deus, quantas "coincidências", é preciso muita imaginação para voar nessa história, viu... Para coroar a cena e fechar em alto estilo, o tal bandido (a mando de Tião) escondido na lancha desde o início do passeio entra em cena, dá uma coronhada em Tiago e joga Isabela no mar. Muito fraca tanto a batida de cabeça dela, quanto a coronhada na cabeça dele. Não convenceu o impacto pro desmaio. Com o agravante de que o bandido pega Isabela no colo e ela, DESMAIADA, passa o braço no pescoço dele. Não vou nem continuar porque vocês já sabem que Isabela vai sobreviver e aparecer linda e loura e com outra identidade para se vingar. Ai, ai, quanto clichê...
Depois de uma sequência de comédias românticas leves, engraçadas e água-com-açúcar, que vinha ditando esse estilo desde Alto Astral (2014), Rock Story chegou dando um tremendo chacoalhão no horário das sete. Sai o colorido e a descontração de Haja Coração e entra uma história (pelo menos, nesses primeiros capítulos) focada no drama, um tanto mais densa, soturna e, até aqui, sem muito espaço para o riso.
A autora Maria Helena Nascimento ousou em fazer um primeiro capítulo mais focalizado na ruína do protagonista Gui e, a partir do segundo episódio, fazer uma maior apresentação dos personagens. A boa direção de Dennis Carvalho contribuiu decisivamente para o impacto das sequências, apesar de uma pequena impressão de correria no primeiro bloco do primeiro capítulo, felizmente atenuada.
Embora esteja envolto num clima musical, Rock Story não tem nada de sonho ou de fantasia (como Cheias de Charme, por exemplo, que também explorou o universo musical e pode ser acompanhada atualmente no Vale A Pena Ver de Novo). Um exemplo de que Rock Story é mais "pé no chão" que suas antecessoras é a comunidade onde Zac, vive: bem realista, distante do Borralho, de Cheias de Charme, da Paraisópolis de I Love Paraisópolis, do bairro de Fátima de Totalmente Demais ou do bairro da Mooca de Haja Coração.
A única semelhança (e também seu ponto negativo) em relação às últimas novelas do horário das sete é a abertura preguiçosa ao estilo caleidoscópio que deixa a gente com labirintite ao olhar. Só se salva graças a música-tema: a ótima versão da (ótima) Pitty para "Dê Um Rolê", dos Novos Baianos; bem como a inclusão do clássico "We Will Rock You", do Queen, nas vinhetas de ida e volta dos intervalos comerciais.
Outra novidade é o protagonista explosivo, que apareceu berrando em boa parte dos episódios. Cantor de rock decadente, Gui Santiago é o personagem mais rico (dramaturgicamente falando) da trama, devido à personalidade repleta de altos e baixos em sua luta para recuperar o sucesso do passado, provar que Léo Regis roubou sua música e salvar seu casamento com Diana. Vladimir Brichta voltou às novelas em grande estilo, com um desempenho que tem tudo para ser o melhor de sua carreira. As melhores e mais intensas cenas dele foram ao lado de Nicolas Prattes, que faz o problemático Zac (emocionante o momento em que Gui diz ao filho que iria mil vezes atrás dele se ele fugisse dele). Os dois vivem uma relação bem conflituosa e vão, aos trancos e barrancos, criando uma relação bonita entre pai e filho. Já amando! Nicolas vem se mostrando mais à vontade do que na Malhação - Seu Lugar no Mundo, onde esteve um tanto apático.
A sempre talentosa Nathalia Dill também merece o reconhecimento pela segurança na composição de Júlia (que, apesar de ter se mostrado bem idiota ao cair numa armadilha do namorado, ainda não me despertou antipatia) e esbanjou química com Vladimir Brichta na cena do primeiro beijo dos dois. Mais elogios também devem ser feitos para a também ótima Alinne Moraes, uma das melhores de sua geração, que se entregou com muita verdade aos conflitos vividos por Diana (um tipo dúbio), chama atenção pela versatilidade e sua reinvenção a cada personagem. Ana Beatriz Nogueira (apesar de viver mais um papel parecido com os anteriores, a de mãe enérgica que vive em função do filho, desta vez, numa linha cômica) e João Vicente de Castro (como o invejoso Lázaro, empresário de Gui e de Léo) ainda não foram muito explorados, mas certamente brilharão muito mais pra frente. Uma ressalva, porém, deve ser feita para Rafael Vitti. Meio travado, o tom adotado pelo ator para viver o ídolo teen Léo Régis ainda lembra muito o Pedro, seu personagem de sucesso na Malhação Sonhos. Espero que Vitti corrija esta má impressão a tempo.
A julgar pelas qualidades apresentadas nos capítulos iniciais, Rock Story mostrou ter uma trama bastante promissora. As nuances e ambiguidades dos personagens principais (fugindo do maniqueísmo), a trama densa e ágil, a trilha sonora eletrizante e os bons desempenhos de parte do elenco contribuíram decisivamente. Fica o desejo de que os próximos capítulos mantenham a boa impressão dos primeiros.
O "despertar" de Supermax
Depois de um início morno e um tanto confuso, Supermax finalmente engatou numa explosão de ação, terror e acontecimentos bizarros e já está começando a mostrar qual é, de fato, sua proposta.
Esse "despertar" da série já havia acontecido semana passada, no sexto episódio (1/11), com duas importantes reviravoltas: a doença misteriosa de Cecília e o acidente de Sabrina (que quase perdeu a perna por conta de uma armadilha que foi colocada dentro da cadeia para pegar os participantes). Depois de aparecer, aparentemente, curada, Cecilia se transformou. Parece que o provável vírus que está nela tomou conta de seu sistema nervoso, ou sei lá o que, só sei que ela virou um monstro, arriscaria até a chamá-la de zumbi. As cenas dela possuída foram bem-feitas, principalmente a das cordas (em que ela quebrou os próprios braços para se soltar), que me fazia retorcer na cadeira a cada estalo. E tenho que dar os parabéns a cena do ataque de Cecília. Os gritos de possuída dela atacando os colegas, a luta pela sobrevivência deles (que conseguem capturá-la e decidem assassiná-la), a trilha sonora incidental, tudo ali foi magnífico.
No episódio dessa semana, o sétimo (8/11), depois de eliminarem Cecília, Arthur decidiu explorar o compartimento secreto que achou em um daqueles túneis, trafegando pelas dependências e corredores misteriosos do presídio, até chegar a sala de controle e monitoramento do "falecido" reality show. Ele encontra o operador morto na mesa de controles. Como ele morreu? Também quero saber, mas creio que essas respostas virão mais para o final. Arthur vê os depoimentos dos participantes e descobre o segredo de quase todos eles; além de conseguir ver o que os participantes estavam fazendo e falando (o que achei meio forçado, já que eles pararam de usar seus microfones no episódio anterior) e ouvir que eles estavam planejando sua possível morte, já que foi mordido por Cecília. A questão do perigo eminente e de um desconfiando do outro deu o tom a este episódio, que teve uma grande carga de suspense e tensão. Foi um episódio tão delicioso de assistir que, mesmo ele sendo um dos mais longos, foi um dos que passaram voando e, quando voltei a mim, o episódio já tinha finalizado e eu desejando por mais respostas.
Ao final do episódio, a mosca demoníaca que picou Cecília atacou novamente e apareceu bem no pescoço do ex-padre Nando. Será que picou ele? Será que teremos um novo infectado? Ou novos? E ainda temos as suas visões. Dessa vez, ele viu todos serem queimados vivos em um milharal, outra cena bizarra.
De fato, Supermax tem muitas referências com filmes e séries americanas. A princípio, comecei a pensar que seria algo meio The Walking Dead, mas então comecei a examinar com mais detalhe as atitudes de Cecília e vi que era igual aos contaminados/possuídos do filme espanhol Rec. Mas o legal é ver como essas referências estão sendo utilizadas dentro de Supermax. Não é apenas um cópia e cola barata, mas sim dando a sua identidade ao que já existe e deixando tudo ainda mais denso e interessante de se assistir. Agora teremos mais sangue, mais "contaminados" e mais mortes. Já espero ansioso pelo próximo!
O PIOR DA SEMANA
Final de Haja Coração
O penúltimo capítulo de Haja Coração pecou pela resolução atropelada de questões pendentes e prejudicadas pela barriga da trama (falei sobre isso AQUI), como a revelação de que Guido, além de pai de Shirlei, era padrasto de Felipe e a de Adônis confessando a Nair que gastava o dinheiro que ela lhe dava para pagar a faculdade na farra. As sequências da morte de Bruna tiveram como ponto mais positivo as atuações de Fernanda Vasconcellos, Jayme Matarazzo e Agatha Moreira, mas pecou pela trilha sonora calma num momento tenso e soou inverossímil a finalização curta da cena, além da mudança para uma tomada geral da cidade ao som de um pagode de Thiaguinho (?) e a rápida recuperação de Giovanni (??), sem nenhum arranhão depois. Salvou-se a linda cena do casamento de Shirlei e Felipe, que emocionou.
O último capítulo repetiu o mesmo erro das cenas atropeladas, além de finais péssimos. Shirlei anunciou sua gravidez e Felipe não ficou sabendo, nem ao menos houve uma lua-de-mel para o melhor casal da trama (quiçá, dos últimos tempos na TV). Tancinha, por sua vez, se reconciliou com Fedora, participou de uma apresentação de balé e foi assistir à corrida de Apolo, tudo isso em poucos minutos. Numa velocidade impressionante. Enquanto isso, eram dado os finais dos outros personagens. Todas as cenas foram atropeladas para dar espaço para a resolução do mistério de Tancinha. Confirmando o que já era previsto pelo desenvolvimento, a feirante se despediu de Beto e escolheu Apolo, um final diferente da original de 1988, o que contrariou parte considerável do público, dada a imensa rejeição ao insuportável protagonista.
Se ao menos o autor tivesse melhorado a personalidade do piloto e o tornado mais tragável, o final seria um pouco mais aceitável, mas não foi o que aconteceu. Apolo nunca mudou seu jeito grosseiro, chato e machista e Daniel Ortiz fez de tudo para empurrá-lo desta forma goela abaixo do público. Isto se caracteriza mais como uma vaidade pessoal do autor do que propriamente preservação da coerência da história e, principalmente, a preferência do público, presenteando a atuação inexpressiva do Malvino Salvador ao invés da atuação segura de João Baldasserine. Dizem que o cenário político atual do país pesou na decisão sobre o final de Haja Coração. O que é uma justificativa estapafúrdia, como disse AQUI.
A volta de A Usurpadora (de novo!)
A Usurpadora é a minha novela mexicana favorita. É quase perfeita. Só se perde um pouco depois do julgamento da Paulina. Já vi inúmeras vezes, sempre dizia que não ia assistir de novo e lá estava eu vendo novamente, mas com apenas um ano e alguns meses da última reprise não dá. A Usurpadora, Maria do Bairro e Marimar são muito queridas, mas mereciam um bom descanso na grade do SBT. Calculo uns 5 anos. Se, pelo menos, esse prazo fosse respeitado, sempre marcariam uma audiência satisfatória.
A milionésima volta de A Usurpadora é mais uma intervenção louca de Sílvio Santos na grade do SBT. Tudo para tentar salvar o engessado Fofocando. Não é uma decisão tão absurda assim porque hoje o Fofocando é antecedido por um programa infantil, o que dificulta a transição. Mas não precisava ser A Usurpadora o produto escolhido ou exatamente uma novela. Poderia ser uma série de comédia, como Eu, a Patroa e as Crianças ou As Visões da Raven, que não são tão infantis assim e seria uma boa ponte. Até porque a série, se não obtiver resultado, é só tirar da grade. É menos traumático que ir metendo a tesoura numa novela.
Almoço de Natal tem sempre muitas chances de rolar treta. As pessoas já estão cansadas de terem se visto na noite anterior, estão comendo comida de sobra, podem se lembrar de coisas meio desagradáveis que aquele tio bêbado falou na noite passada, podem estar ressentidas por terem ganhado meias ou toalhas de banho, enfim... Quem nunca presenciou um barraco estilo Casos de Família no almoço de Natal, que atire a primeira pedra. Já diria minha querida vózinha: onde tem gente, tem problema e onde tem família então, nem se fala. Para não rolar brigas, é sempre bom evitar aquelas pessoas encrenqueiras (a não ser que você queira ver o circo pegar fogo). Pensando nisso, criei uma lista com alguns personagens que seria melhor você não chamar pro seu almoço de Natal se não quiser ver o peru enfiado naquele lugar onde o sol não bate de alguém:
Consuelo (Babilônia)
Eu não chamaria a Consuelo (Arlete Salles) para nenhuma situação social, imagine então para uma festa de família? Sem papas na língua, ela é aquela pessoa que fala na cara quando alguém tá vestindo uma roupa feia ou quando engordou. Sabe aquela típica tia que sempre pergunta sobre as namoradinhas? Pois Consuelo seria aquela que soltaria um "ele nunca trouxe namorada aqui porque é gaaaaay!" ou "ela nunca trouxe namorado aqui porque é sapatona, sua indecente, imoral". Certamente, se você chamasse a Dona Consuelo para o seu almoço de Natal, ela soltaria ofensas para todos os lados em nome da moral da Família Brasileira e a comida teria gosto de indigestão!
Nelita (A Regra do Jogo)
Nelita (Bárbara Paz) jogaria no ventilador os podres de todo mundo depois de ficar bêbada e dar muito vexame. É possível imaginar Nelita dançando de maneira erótica e exagerada na presença de familiares e usando roupas e vocabulário que deixariam suas tias crentes escandalizadas.
Stephanie (A Usurpadora)
Típica pessoa que deve odiar Natal, papai noel, gente feliz, almoço em família e dar presente. Ia ser aquela sua tia que te dá meia e roupa porque é uma coisa "que usa bastante". Contaria para as crianças que Papai Noel não existe e arrancaria a barriga postiça do tio que se veste de bom velhinho na frente de todo mundo. Além disso, insinuaria que aquela sua tia meio perua trai o seu tio e passaria o almoço toda falando como ela é uma pessoa de bem e o resto do mundo não. Pior escolha pro seu almoço, evite!
Cora (Império)
Cora (Drica Moraes) parece muito com aquela sua tia amarga que não aguenta ver ninguém um pouco feliz que já manda uma ofensa. É aquela pessoa que vai comer na casa dos outros e fala mal dos pratos, da comida, da decoração, das outras pessoas, enfim... Cora é torta de climão na certa!
Leleco (Avenida Brasil)
"Olha o pavê, galera. É pra ver ou pra comer?". CORTA DA SUA LISTA JÁ!!!
Léo (A Favorita)
Pior que o tio do pavê, esse é aquele cara que fica fazendo piadinha de mau gosto na mesa. Machista que só, certamente seria o cara que ficaria dando liçãozinha de moral e de bons costumes enquanto todo mundo almoça. Diria que a filha de não sei quem sai com muita gente, que mulher que não se dá o respeito "não merece respeito", que se a pessoa sai de roupa curta tá pedindo, entre outros desmandes. É o tipo de pessoa que eu não aprovaria na minha casa nunca, muito menos no Natal.
Serginho (Boogie Oogie)
Se você não quer que todos os seus segredos mais íntimos sejam revelados na mesa de Natal no meio da família toda, é melhor tirar Serginho (João Vithor Oliveira) da lista dos convidados.
Giovanna (Verdades Secretas)
A Giovanna (Agatha Moreira) seria aquela pessoa meio sem controle, que depois que bebe sai pegando aquele cara meio capenga da festa e sai falando verdades secretas pra todo mundo que estiver pela frente. Sempre ácida e irônica, em menos de dois minutos de almoço já estaria abraçada em uma garrafa de espumante flertando com o primeiro homem solteiro que vê pela frente.
Danny Bond (Felizes para Sempre?)
Não recomendamos Danny Bond (Paolla Oliveira) na sua lista de convidados porque ela pode deixar todos os homens babando no seu bundão, criando um imenso climão com as mulheres presentes. Pior que isso: ela pode ter ido pra cama com várias pessoas no almoço! Melhor não arriscar.
Pensando bem, acho que eu convidaria todos eles sim pro meu almoço...
O jeito bonachão de Elias Gleizer fez com que o ator interpretasse vários avôs nas novelas, mas o mais marcante de todos foi, sem dúvida alguma, na novela Era Uma Vez. Era uma vez um lugarzinho no meio do nada com sabor de chocolate e cheiro de terra molhada que tinha um vovô muito babão, mais conhecido como Vovô Pepe (Elias Gleizer). Extremamente criativo, tirava sempre da natureza o material e o combustível para fazer funcionar suas invenções. É pai de Álvaro (Herson Capri) e avô de Glorinha (Luiza Curvo), Zé Maria (Alexandre Lemos), Marizé (Alessandra Aguiar) e Fafá (Pedro Agum). Pepe era amado por todos, especialmente pelas crianças, a quem tratava de igual para igual. A única pessoa que não gostava dele era o avô materno das crianças, Xistus (Cláudio Marzo), que o considerava um lunático, despreparado para educar os quatro netos.
Flora e Leopoldo
Se você se lembra do ódio mortal que sentiu da Dóris (Regiane Alves) em Mulheres Apaixonadas, provavelmente deve se lembrar o que tornou a moça tão detestável: Dóris era o demônio em pessoa com seus avós. E foi justamente essa história que mobilizou completamente o público na época. O casal de idosos Flora (Carmem Silva) e Leopoldo (Oswaldo Louzada) viviam no mesmo apartamento com o filho Carlão (Marcos Caruso), a nora Irene (Marta Melinger) e os netos Carlinhos (Daniel Zettel) e Dóris. Os dois foram atores no passado e ajudavam o filho no sustento da casa e da família, mas eram frequentemente maltratados pela neta, que só conseguia enxergá-los como um peso. Dóris não queria mais dividir o quarto com o irmão e ficava pressionando os pais para ter um espaço só seu em casa. Como não havia mais cômodos no apartamento, ela acha que seus avós paternos podiam muito bem dormir no quarto da empregada e vivia humilhando-os e furtava dinheiro deles para satisfazer seus caprichos. E o pobre casal de idosos sofria calado. A insistência da jovem causou vários transtornos familiares. Por seu mau-caratismo e sua insensibilidade, Dóris chegou até a levar uma surra merecida (e antológica) de cinto do pai. O problema só se resolve no final, quando Flora e Leopoldo se mudam para o Retiro dos Artistas, uma instituição que acolhe artistas idosos no Rio de Janeiro. Lá, os dois passam a ter uma vida mais tranquila e feliz.
Dona Valentina, a Velha Poooooorca!!!
Mas nem só de velhinhos fofos e bonzinhos é composto a nossa teledramaturgia. A Valentina (Daisy Lúcidi) de Passione é um bom exemplo disso. A personagem era tão detestável que a própria atriz que a interpretara chegou a ser agredida verbalmente e recebeu ameaças pelo público nas ruas na época. Mulher de passado misterioso, quem vê pensa que é boa pessoa. Valentina era avó de Kelly (Carolina Macedo) e Clara (Mariana Ximenes), com quem tem uma relação conflituosa e pela qual era carinhosamente apelidada de velha porca. Na verdade, Valentina era uma avó monstruosa que oferecia suas netas para qualquer homem que lhe ofertasse um bom dinheiro. Felizmente, a velha porca é presa no final da novela por exploração sexual de menores.
Copélia
Copélia (Arlete Salles) não era bem aquela avó do tipo que faz bolinho de chuva para os netinhos. A tresloucada mãe de Celinha (Adriana Esteves) no seriado Toma Lá Dá Cá vai morar com a filha depois de perder a casa em um incêndio. Vaidosa ao extremo, não admite a idade avançada e se comporta como uma adolescente irresponsável, dando péssimo exemplo para os três netos. Um de seus programas prediletos é sair para curtir a noite com a neta Isadora (Fernanda Souza). Invariavelmente, elas sempre chegavam em casa quando o dia estava quase amanhecendo, completamente de porre. E o que Copélia fazia na night? Ehr... Bem... Prefiro não comentar!!!
Vovó Piedade
Não é só de Paola Bracho (Gaby Spanic) que vive A Usurpadora. Uma das personagens mais legais da trama mexicana (depois da Paola, é claro!) é a Vovó Piedade (Libertad Lamarque), a grande matriarca da família Bracho. Avó de Carlos Daniel (Fernando Colunga), Estephanie (Chantal Andere) e Rodrigo (Marcelo Buquet) e bisavó de Lizete (María Soler) e do MOLEQUE INSUPORTÁVEL Carlinhos (Sérgio Miguel), ela era alcoólatra e, com a ajuda de Paulina, acaba se livrando do vício do álcool ao longo da novela. No fundo, Vovó Piedade é uma mulher de pulso firme e pronta para tomar as rédeas da família. Muitos foram os momentos marcantes dessa grande personagem: quando implorava por conhaque, quando apoiava o caso de amor de Carlos Daniel com a Paulina e vivia empurrando ele pra cima da usurpadora, quando enfrentava a Paola...
Nicette Bruno
Quem assiste a novela das sete, I Love Paraisópolis, atualmente, certamente deve se emocionar bastante com a adorável Izabelita. A avó do mocinho Benjamin (Maurício Destri) se esforça para ajudar a comunidade que vive em frente ao prédio de sua família e não se deixa abater nem mesmo pela doença de alzheimer, da qual sofre e se encontra em estágio inicial. Mas essa não é a primeira vez que Nicette Bruno vive uma avó na ficção. Quem não se lembra da Dona Benta, a avó de Pedrinho e Narizinho, dona do Sítio do Picapau Amarelo, que vivia contando histórias maravilhosas e estimulando a criatividade e imaginação dos seus netinhos? Como não amar a sensível Iná, de A Vida da Gente, uma avó de coração enorme que lutava como uma leoa para impedir que o comportamento doentio de sua filha destruísse o amor que existia entre suas netas, Ana (Fernanda Vasconcellos) e Manu (Marjorie Estiano)? Entre outras avós marcantes da carreira dessa grande atriz. Nicette Bruno é a vovó mais querida do Brasil... Sim ou com certeza?
Angélica (Chantal Andere) era casada com Renato. Mulher de sentimentos ruins, apenas se interessava por dinheiro e poder. Finge ser meiga e generosa, mas é mesquinha ao extremo. Ela é mais nova que o enteado, Sérgio, e, por dinheiro e uma paixão encubada pelo moço, fica contra o namoro dele com Marimar. Quando essa SELVAAAAAGEM conhece Sérgio, é amor a primeira vista. Mas ele, inicialmente, só a usa para conseguir sua parte na herança e leva-a para morar na fazenda para atormentar o pai. Só depois que o poder do amor transforma Sérgio e ele se apaixona verdadeiramente pela SELVAAAAAGEM. Angélica não poupou humilhações para Marimar e fez da vida da moça na fazenda um verdadeiro inferno. Em uma das cenas mais marcantes e antológicas da trama, ela obriga a SELVAAAAAAGEM a tirar uma pulseira da lama com os dentes! Para tirar de vez a IMUUUUUUUNDA do seu caminho, forjou o roubo dessa mesma pulseira que ela tirou da lama com os dentes para incriminá-la Marimar e sua célebre frase: Eu não sou ladrona não!, mandando-a para a cadeira, e queimou a choupana da SELVAAAAAAGEM com os avós dela lá dentro Confesso a vocês que chorei muito quando isso aconteceu e fiquei bem abalado!!!
Conforme o tempo foi passando e o foco da trama passou a ser a ascensão e o início da vingança de Marimar contra todos que lhe humilharam no passado, Angélica foi perdendo força na trama. Umas intrigas aqui, umas maldades ali, mas nada de tão horripilante quanto na primeira fase da novela. Aliás, Marimar se vinga da vilã repetindo o mesmo que a víbora lhe obrigou a fazer no passado: tirar uns papéis da lama com os dentes. Quem esperava que Angélica fosse se reerguer e se vingar da IMUUUUUUUNDA de forma ainda mais cruel - tal como a Carminha (Adriana Esteves) fez depois de sofrer as humilhações de Nina (Débora Falabella) com o inesquecível Me serve vadia, me serve! -, acabou ficando um pouco frustrado. O bom é que, mesmo após sofrer um acidente de carro e ficar toda queimada, Angélica não se arrepende como umas e outras dessa lista COFCOFPaolaCOFCOF em nenhum momento de suas maldades indo logo em seguida para o inferno onde continuaria sendo assada e brigaria com o capiroto pela disputa do trono. Por isso, em uma escala de vinte poças de lama, quanto amei:
Catalina Creel de Cuna de Lobos
Quem já assistia novela na virada dos anos 80, com certeza ficou marcado pela imagem da vilã Catalina Creel (Maria Rubio), que tocou o terror em Cuna de Lobos, que, aqui no Brasil, exibida pelo SBT em 1991, recebeu o nome de Ambição. Essa novela é considerada até hoje uma das mais importantes da história da teledramaturgia mexicana e Catalina Creel é considerada a mãe de todas as vilãs lá da terra da tequila. Uma espécie de Odete Roitman (Beatriz Segall) mexicana.
Catalina era uma fina dama da alta sociedade, casada com Carlos Lários, madrasta de José Carlos e mãe de Alejandro Larios Creel, que trabalha na empresa do pai e é casado com Vilma e não possui filhos. Já José Carlos, apesar de ser o mais velho, vive nos Estados Unidos e gasta o dinheiro da família com bebida, mulheres e jogo. Ele guarda consigo uma grande remorso, pois acredita ter cegado sua madrasta com um peão quando criança. Depois daquele acidente, Catalina passou a usar um tapa-olho e o pai de José Carlos passou a tratar o filho diferente, pois acreditava ter feito intencionalmente para machucar sua esposa. Só que era tudo Ráá Iê Iê Glu Glu Pegadinha da Malandra! Catalina nunca ficou cega e mentiu durante todos esses anos apenas para torturar e fragilizar o enteado afim de te-lo em suas mãos, já que José Carlos vivia se martirizando por ter cegado a madrasta, e de forma a assegurar assim o controle dos negócios da família nas mãos de seu filho legítimo. Quando Carlos descobre toda a verdade, Catalina não perde tempo e mata o marido envenenado. E assim dá-se início a um longo rastro de sangue na vida dessa mulher.
Catalina era uma verdadeira serial killer e tem em seu currículo nada mais, nada menos que uma série de 10 assassinatos - em sua grande maioria, daqueles que iam descobrindo o grande segredo da vilã ou ameaçavam seus planos de ambição. E era uma morte mais macabra do que a outra! Ela matou o marido envenenado; matou o joalheiro Escudero com um tiro a queima roupa após descobrir que ele iria contar toda a verdade para o seu enteado; matou Reynaldo Gutiérrez, sócio da empresa, através de uma injeção letal, de modo a simular um suicídio, quando ele se voltou com a megera; matou a avó de sua secretária botando fogo no asilo onde a velha estava internada; matou sua secretária Lucero, que estava em busca de provas contra a vilã, enforcando-a com um cabo de fone de ouvido (Sim, isso é verdade!); e por aí vai... No final da história, Catalina acaba matando seu próprio filho acidentalmente, vitima de uma sabotagem no avião que era pra matar seu enteado. Acuada pela polícia, culpada pela morte de Alejandro e vendo que todos seus esforços para manter o controle e a herança de seu marido nas mãos do filho foram em vão, a vilã se suicida tomando o mesmo veneno que deu para o marido lá no primeiro capítulo.
Dona de frases memoráveis como "Em terra de cego, quem é caolho é rei", Catalina era uma vilã sem grandes gesticulações. Apenas seu olhar frio e calculista denunciavam a real intenção da megera. O laquê no cabelo e seu tapa olho que trocava diariamente combinando com a cor das roupas eram sua marca registrada. Por isso, em uma escala de vinte tapa olhos, quanto amei:
Malvina del Olmo de Maria Mercedes
Santiago está muito doente e sabia que estava morrendo. Um dia, ele conhece Maria Mercedes vendendo bilhetes de loteria na rua e lhe surge a ideia de se casar com ela só para perturbar Malvina (Laura Zapata) após sua morte, como uma vingança pessoal, já que odeia a tia e Malvina faz questão de demonstrar todo o seu desprezo pelo sobrinho. Santiago ganha a confiança e a amizade da BILHETEEEEEIRA e a propõe em casamento. Depois de muito hesitar, ela aceita, já que precisa urgentemente de dinheiro para sustentar a família. Aos saber dos planos do sobrinho, Malvina não perde tempo e mata Santiago. Entretanto, para a sua ira e seu azar, Santiago já havia se casado com a BILHETEEEEEIRA antes de morrer e Maria acaba se tornando a herdeira de toda sua fortuna. Segundo o testamento, sua tia Malvina e os dois filhos dela, Jorge Luís e Dina, podem viver na mansão, embora não herdarão nada. Depois que Maria se muda para seu novo lar, ela se apaixona por Jorge Luis, um homem fraco que faz sempre todas as vontades de sua mãe.
Malvina toma como missão de vida perturbar Maria. Quando a vilã descobre que Maria ama seu filho, ela o obriga a se casar com a BILHETEEEEEEIRA afim de dar-lhe um golpe e obter todo o dinheiro de Santiago de volta. Ela tem planos de que, após algumas semanas, Jorge Luís poderia fazê-la dar-lhe todo o controle sobre a fortuna e que depois iria se divorciar. Em um casamento civil, Jorge Luis e Maria se casam, mas eles não partilham do mesmo quarto, nem vivem como um casal tradicional. Com o tempo, para o pesadelo de Malvina e aumentando ainda mais seu ódio, o inevitável acontece: Jorge Luis acaba se apaixonando verdadeiramente pela BILHETEEEEEEIRA!
Malvina não mediu esforços para recuperar toda a fortuna de Santiago, desde mandar matar Maria e interná-la em um hospício. No final, Jorge Luís acaba descobrindo todos os seus crimes e, pela primeira vez na vida, se volta contra a mãe, indo embora de casa para viver seu amor com Maria Mercedes. Malvina fica tão louca com a atitude do filho que surta de vez e passa a agir igual a BILHETEEEEEEIRA: se veste como Maria na época que esta era pobre, corre para a rua e passa a vender bilhetes de loteria e limpar para-brisas de carros. Ela é capturada e internada em um hospício. O mais legal da Malvina é que ela era vilã mexicana ao extremo, toda cheia de exageros e caricata ao extremo. Por isso, em uma escala de vinte bilhetes de loteria premiados, quanto amei:
Paola Bracho de A Usurpadora
Paola é aquele tipo de vilã que a gente ama mais por ser divertida e pelo seu humor ácido cheio de piadas e frases inesquecíveis do que pelas maldades em si. De todas da lista, Paola é a mais famosa, seja pelas inúmeras reprises de A Usurpadora no SBT ou pelas várias referências feitas à ela diariamente nas redes sociais. Paola Bracho (Gabriela Spanic) era uma mulher exuberante e ambiciosa que queria saber mais de curtir a vida do que de qualquer outra coisa. Ela foi separada da irmã gêmea, Paulina, no nascimento, mas teve mais sorte e foi adotada por uma família rica. Já Paulina continuou sendo criada pela mãe, que era bem pobre e miserável, e passou por muito perrengue a vida toda. Paola se casa com Carlos Daniel Bracho e, no começo, é apaixonada por ele. Mas como ele começa a trabalhar que nem louco, ela resolve curtir a vida e aplicar pequenas maldades. Paola faz com que seus enteados fiquem mimados e mal educados Na boa, existe criança mais chata que o Carlinhos??? e vive dando conhaque pra alcoólatra Vovó Piedade.
A vilã começa a ter um caso com Willy e deixa a maluca da Stephanie ainda mais descontrolada. Stephanie é a única que percebe que Paola não é boazinha coisa nenhuma, só que, como ela é toda estranha, ninguém acredita. Em uma das viagens com um de seus amantes, Paola encontra Paulina em um banheiro e finge o roubo de uma pulseira. Pra não denunciá-la, chantageia a moça mandando-a ir para a casa dos Brachos se passar por ela por um ano enquanto ela curte a vida. Paulina é fofa, boazinha e tal, mas vai aprendendo a se portar como Paola com o passar do tempo. Claro que ela sofre bastante, já que um monte de gente detesta Paola pelas maldades que ela faz. Paulina trata bem todo mundo e deixa a casa dos Bracho uma paz, até que Paola chega maravilhosa e triunfante pra reassumir o lugar roubado pela usurpadora; e ainda finge que está paralítica pra causar a comoção do pessoal e infernizar ainda mais a vida de todos na mansão.
O plano de Paola é destruir os Brachos e, pra isso, não poupa esforços. Ela pede um milhão de dólares, volta a dar conhaque pra Dona Piedade, quer mais é que a irmã seja condenada no julgamento e manda botar fogo na fábrica da família. Ela tanto faz que consegue enfiar a irmã na prisão. Mas como punição de vilão vem a galope, Paola acaba sofrendo um acidente e fica entre a vida e a morte. Aí pede perdão pra Paulina, que, como é boazinha, a perdoa, e acaba morrendo.
Quem não se lembra de Paola falando que "há sempre uma testemunha perigosa das nossas maldades, mas os mortos não falam"? Ou dizendo para a enfermeira Elvira que ia "cortar a sua língua e arrancar os seus olhos"? Além de suas frases inesquecíveis, a gargalhada de Paola também era marcante e não tem como não lembrar da musiquinha que tocava toda vez que ela ia aprontar uma. Por isso, em uma escala de vinte gifs da sua risada maquiavélica, quanto amei:
Rubi
Rubi (Bárbara Mori), la descarada! Cobiçada por todos os homens, encanta a todos com sua carinha de anjo, sua beleza incomparável e seu poder de sedução. No coração dessa dissimulada mulher, reina uma luta constante entre o desejo de encontrar um grande amor e a obsessão desesperada pelo dinheiro. Esse desejo faz com que Rubi queira mudar sua situação econômica utilizando sua beleza como arma para casar-se com um homem rico que lhe proporcione a vida luxuosa que sempre sonhou. Ela estuda em uma universidade particular graças a uma bolsa de estudos e ao apoio da irmã, Cristina, que trabalha duramente para complementar a mensalidade da faculdade e ajudar sua mãe nas despesas de casa. Na universidade, faz amizade com a doce e sensível Maribel, uma jovem milionária que ficou com um problema na perna depois de sofrer um acidente em que também perdeu sua mãe. Maribel pensa ter encontrado em Rubi mais do que uma amiga, uma irmã a quem ama sinceramente. O que a milionária nem imagina é que o afeto de Rubi está envenenado pela inveja de sua riqueza e que ela vive lhe zombando pelas costas.
Maribel passa a maior parte do tempo no computador com um rapaz chamado Heitor, por quem se apaixona. Ele também fica encantado pela jovem e lhe pede em casamento. Através de Maribel, Heitor conhece Rubi e lhe apresenta para seu melhor amigo, Alessandro (Eduardo Santamarina), que fica apaixonado pela la descarada. Rubi fica muito feliz, pois, além de estar apaixonada por Alessandro, também acredita que ele é rico. Mas a felicidade de Rubi dura pouco, pois ela logo descobre que Alessandro é tão pobre quanto ela e logo rompe com Alessandro. Decidida a ficar rica, Rubi comete a pior das traições: rouba da "amiga" o amor de Heitor, que, completamente seduzido pela la descarada, abandona Maribel no dia do casamento e foge com Rubi.
Mas, nem depois de casada com Heitor, Rubi consegue ter paz, devido ao amor que sente por Alessandro e o ciúme obsessivo do marido. Nessas, Maribel e Alessandro acabam se apaixonando, o que aumenta ainda mais a raiva de Rubi. Depois de muitas armações, ela tanto faz que acaba conseguindo engravidar do amado, mas acaba perdendo o bebê e decide fingir gravidez. Inescrupulosa, depois de Heitor descobrir todas as suas atrocidades, arma uma cilada para ele, que sofre um grave acidente e morre durante uma cirurgia, fazendo com que Alessandro, que realizava a operação, seja acusado pelo crime e preso. Com a morte do marido, Rubi fica rica, mas acaba sofrendo um golpe e perde tudo. Como tragédia pouca é bobagem, após tentar recuperar o amor de Alessandro quando este já descobrira toda a verdade, acaba caindo de uma altura absurda numa mesa de cristal, perde a perna, fica desfigurada (perdendo sua beleza) e manca, ta. O mais legal dessa novela é que ela fugiu totalmente dos padrões folhetinescos mexicanos apresentando uma mocinha como vilã. Por isso, em uma escala de vinte Bárbaras Mori carecas e, mesmo assim, mais bonita que todos nós juntos, quanto amei:
Soraya Montenegro de Maria do Bairro
Soraya Montenegro (Itatí Cantoral) era uma mulher psicopata total que se fingia de boazinha para tentar conquistar o coração de Luís Fernando e de todos da famíla De La Vega, principalmente da sua tia Vitória. Acontece que depois da chegada de Maria do Bairro, a pobre catadora de lixo que conquista o coração de Luís Fernando, Soraya fica completamente descontrolada e faz de tudo para conseguir o amor do mocinho de volta, desde fingir gravidez a fazer macumba para Maria.
Em uma dada hora da novela, ela de fato acaba conseguindo casar com Luís Fernando e transforma a vida de todos na mansão De La Vega em um grande inferno. Depois de uma discussão com Osvaldo, seu amante, Soraya cai de um prédio e morre. Todos ficam aliviados, mas a grande verdade é que Soraya nunca morreu. A víbora forjou a própria morte e volta vinte anos depois, já recuperada do acidente, toda phyna e poderosa, para infernizar a vida dos De La Vegas.
Soraya é má de verdade, chegando até a matar a própria mãe!!! Ela ainda maltrata a enteada, Alícia, que é paraplégica, fazendo todo tipo de tortura com a menina, desde chamá-la de "maldita aleijada" até coloca-la em um quarto cheio de tarântulas. Soraya também faz de tudo para separar Luís Fernando da MARGINAAAAAL da Maria do Bairro. A vilã é tão maluca que chega a se envolver com Nandinho, o filho de Luís Fernando e Maria, para se vingar do casal. Até dar bebida para o garoto ela dá, fazendo ele chegar de porre em casa, indo pra cama com ele e encaminhando-o para o caminho do mal e da perdição. Só um detalhe: Nandinho tinha só 16 aninhos, portanto, era MENOR DE IDADE!!! Ou seja: além de assassina, Soraya também era PEDÓFILA!!!
A vilã protagonizou algumas das melhores cenas da novela e é considerada por muitos como a Nazaré Tedesco (Renata Sorrah) mexicana. No final da novela, a vilã tenta queimar a MARGINAAAAAL da Maria do Bairro em uma cabana, mas acaba ficando presa lá dentro e morrendo queimada. Mas disso pouco importa, pois o melhor de Soraya eram os seus surtos psicóticos. Uma das cenas mais inesquecíveis da personagem é quando ela vê Nandinho beijando a ALEIJAAAAADAAA da Alícia e fica completamente possuída, metendo a porrada nos dois e atacando todo mundo! Por isso, em uma escala de vinte gifs animados com Soraya Montenegro surtada gritando "POR QUE VOCÊ ESTÁ BEIJANDO A ALEIJAAAAADAAA?", quanto amei:
E o resultado da nossa Escala de Amor ficou assim:
6º lugar: Malvina del Olmo
5º lugar: Angélica Santibañez
4º lugar: Rubi
3º lugar: Paola Bracho
2º lugar: Catalina Creel
1º lugar: Soraya Montenegro
Parabéns, Soraya! Você é a melhor vilã mexicana de todos os tempos!!!