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quinta-feira, 13 de agosto de 2015

Humor afiado e timaço de coadjuvantes salvam I Love Paraisópolis



I Love Paraisópolis estreou com a missão de manter os bons índices de Alto Astral, que conquistou os telespectadores com uma trama despretensiosa que mesclava espiritismo e comédia romântica (usando e abusando dos mais variados clichês). Se o medo da Globo era que os índices do horário caíssem, quanto a isso não tem do que se preocupar. Só comemorar. I Love Paraisópolis segue com uma audiência ótima e, diariamente, ultrapassa Babilônia, a novela das nove, na audiência. Sua média geral, até o momento, é ainda maior que a de Alto Astral (que fechou com 22 pontos contra 24 da atual). Entretanto, I Love Paraisópolis anda pecando em alguns pontos importantes que acabam comprometendo a obra como um todo. Tradicionalmente, a estrutura de uma novela compreende em uma trama central forte e bem estruturada com várias tramas paralelas interligadas a ela que servem como auxiliares da principal. É a história principal que norteia a novela. Isso é fato. E é justamente aí que está o maior problema de I Love Paraisópolis. Com uma galeria rica de coadjuvantes, são as tramas paralelas que carregam a novela inteira nas costas.


As duas primeiras semanas da novela foram voltadas para as aventuras das irmãs e amigas Mari (Bruna Marquezine) e Danda (Tatá Werneck), que foram parar em Nova York em busca de uma melhor condição de vida. Todas as cenas envolvendo as personagens foram ótimas e a cumplicidade das atrizes fez toda a diferença. Foi, sem dúvida, um começo bem promissor. Mas desde que a dupla retornou de viagem, a novela passou a ficar centrada nos dilemas amorosos do quadrilátero Grego (Caio Castro), Mari, Benjamin (Maurício Destri) e Margot (Maria Casadevall). Bruna Marquezine é uma atriz carismática e talentosa e esbanja química em cena tanto com Maurício Destri, quanto com Caio Castro. Só que o romance do casal Mariben não se mostrou forte o bastante para sustentar a novela. Isso porque na primeira dificuldade ou briga, cada um fica com seus respectivos ex. Uma repetição chata demais que não leva a lugar nenhum! Claro que todos os casais precisam de conflitos em um folhetim para evitar um marasmo no enredo, porém, também é necessário fortalecer as relações para que as mesmas não fiquem rasas e desinteressantes. Essas repetidas idas e vindas, ao invés de engrandecer os conflitos, acabam enfraquecendo-os.


Enquanto isso, ao mesmo tempo em que o romance do casal protagonista não chove nem molha e a trama principal vive andando em círculos, são os ótimos coadjuvantes (muitos ali desconhecidos do grande público) que roubam a cena. As tramas paralelas que recheiam I Love Paraisópolis primam pela comicidade e são baseadas no humor escrachado, a receita do horário das sete. E cumprem muito bem a função de divertir. Para começo de conversa, tem Tatá Werneck e não se pode esperar outra coisa dela senão muitas gargalhadas. Sua personagem Danda é estabanada, fala rápido e seu inglês enrolation rende bastante. Frank Menezes, que vive o mordomo Júnior, é o que mais tem arrancado o riso. Seu bordão "favelaaaaaaada!" já é um sucesso. Suas brigas com a empregada Melodia (Olívia Araújo) e sua parceria (à la Tereza Cristina e Crô de Fina Estampa) com a patroa Soraya (Letícia Spiller) são hilárias. A profunda ignorância de Lindomar (Gil Coelho), o malandro Juju (Alexandre Borges) tentando reconquistar Eva (Soraya Ravenle), a divertida disputa de Claudete (Mariana Xavier), Mirela (Luana Martau) e Omara (Priscilla Marinho) pelo coração de Raul (André Loddi) e as tiradas da doce Izabelita (Nicette Bruno), cujo Mal de Alzheimer vem piorando a cada dia, são outras situações que se destacam. Também merecem ser mencionados: a dupla de atores mirins Greg Blanzat e Raffael Pietro (Lourenço e Pedroca), Lucy Ramos (Patrícia), Giullia Buscacio (Bruna), Fabiula Nascimento (Paulucha), Caroline Abras (Ximena), Babu Santana (Jávai), Carolina Oliveira (Natasha), Márcio Rosário (Bazunga), Thainá Duarte (Lilica), Dani Ornellas (Deodora), Danilo Mesquita (Máximo, o Primo), Ilana Kaplan (Silvéria) e Zezeh Barbosa (Dália).


Soraya (Letícia Spiller) e Gabo (Henri Castelli) são os grandes vilões da história, mas ela  mais ladra do que morde. A perua, aliás, tem enveredado por uma linha mais cômica de uns tempos para cá (o que vem dado muito certo, diga-se de passagem) e vem ficando cada vez mais real e humana, desconstruindo aquela figura caricata que a vilã tinha no início da trama. Já o projeto de Gabo em querer transformar a favela em um local lucrativo para seus negócios está cansando, até porque ainda nem começou a se desenvolver de fato. Ele está desde o início dizendo que vai acabar com a favela, mas até agora não fez nada para isso. Por fim, a novela ainda precisa ajustar alguns pontos para que o conjunto da obra seja mais harmonioso. A impressão que eu tenho é que I Love Paraisópolis tá mais para um seriado de humor, com várias esquetes desconexas entre si, do que para uma novela em si. Falta uma história para a novela! Talvez, apostar no casal Grezete ou até mesmo em um possível envolvimento entre Grego e Margot (já que Caio Castro e Maria Casadevall exalaram química e sex appeal em Amor A Vida) seja uma boa ideia e dê um fôlego novo. Mas, verdade seja dita, já foi mais divertido assistir a trama das sete. Se não fosse pelo seu humor afiado e seu timaço de coadjuvantes, não sei o que seria de I Love Paraisópolis...




Qual o seu casal favorito em I Love Paraisópolis?
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