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quinta-feira, 21 de julho de 2016

DUELO | Qual novela foi mais explorada: Carrossel ou Os Dez Mandamentos?



Carrossel está para o SBT tal como Os Dez Mandamentos está para a Record. As duas foram os maiores sucessos de audiência e repercussão dos últimos tempos de ambas as emissoras. Silvio Santos e Edir Macedo, que não são bobos nem nada, viram nelas uma oportunidade perfeita de arrecadar mais e mais dinheiro. Mas é aquele ditado: quem nunca comeu melado, quando come se lambuza... Carrossel e Os Dez Mandamentos foram tão exploradas que se fossem laranjas diria que só sobrou o bagaço. E até o bagaço eles ainda estão comendo!

Embarque nesse carrossel... E não saia nunca mais!


A novelinha infantil do SBT estreou em maio de 2012 e só chegou ao fim em julho de 2013, totalizando 310 capítulos. Já estamos em 2016 e Carrossel continua mais viva do que nunca:

Teve CDs (Volume 1, 2, 3 e sei lá mais quantas) e DVDs com as músicas da novelinha;


Gerou TODO tipo de licenciamento: cadernos, mochilas, bonecos, brinquedos, figurinhas, uniformes iguais ao da Escola Mundial, pra decoração de festa, lápis, canetas, canecas, sapatos e VÁRIOS outros produtos que certamente as suas crianças imploraram pra você comprar;


Teve shows com os atores mirins por todo o país;


Todo o elenco fez uma verdadeira via-sacra por todos os programas do SBT (ATÉ EM JORNALÍSTICO ELES MARCARAM PRESENÇA!!!), onde os personagens ganharam vida própria: os atores, ao invés de serem chamados pelo nome próprio, eram chamados pelo nome dos seus papéis, além de terem que ir vestidos e agirem como seus personagens. QUE MICÃO!


Rendeu um sping-off: Patrulha Salvadora, onde as crianças da Escola Mundial ganharam super-poderes e formaram um grupo destinado a solucionar mistérios e salvar outras crianças, com (muita) inspiração no Scooby-Doo e efeitos especiais de gosto duvidosíssimo. Parte do elenco da novela integrou o seriado, que teve quatro temporadas e foi cancelado por baixa audiência;


Teve o Clube do Carrossel, que era a mesma coisa que o Bom Dia & Cia, só que dentro da sala de aula da Professora Helena e com o Kokimoto e a Marcelina (sim, os personagens continuaram ganhando viva própria) no comando da atração. Não durou nem um mês no ar;


Foi reprisada DEZ DIAS APÓS SEU TÉRMINO e, devido à baixa audiência, deixou de ser exibida, sendo substituída pela Neila Medeiros, "a única jornalista capaz de apresentar sozinha o programa Aqui Agora, enfrentando Datena e Marcelo Rezende" (não conseguiu e o programa também saiu do ar sem mais nem menos em pouquíssimo tempo por causa do fracasso);


Teve desenho animado;


Está sendo reprisada atualmente e, por incrível que pareça, está sendo um sucesso. Tanto é que a audiência dessa reprise está melhor do que a da inédita Cúmplices de um Resgate e melhor até do que da própria novela em sua primeira exibição. As crianças já nem mais crianças são, tá!


Teve um filme ano passado;


Acabaram de lançar o segundo recentemente (e ainda vai ter outro ano que vem, já avisaram);


E ainda há boatos de que haverá uma "segunda temporada" de Carrossel, com o mesmo elenco da novelinha, só que com uma pegada mais teen, já que as crianças de outrora são adolescentes. Do jeito que as coisas estão, daqui a pouco vão lançar um Carrossel - Faculdade, só pode...

Os 10... 20... 30... 1000 Mandamentos!!!


Enquanto isso, as coisas na Record com sua novela bíblica também segue no mesmo nível de exploração (ou até pior), ganhando cada vez mais novas versões e produtos exclusivos, certamente aprovados por Deus, Jesus Cristo e o Espirito Santo. Vamos conferir:

 Embora já exista um livro escrito a milhões e milhões de anos que vem com a história completinha chamado Bíblia, lançaram uma versão de Os Dez Lançamentos em livro;


Aliás, também teve lançamento de Bíblia com capa especial da novela;


Teve Os Dez Mandamentos - O Musical, com novos atores no lugar dos da novela;


Não sei se na época em que passava a novela tinha esmalte de unha, mas pouco importa, você pode sair de casa com Os Dez Mandamentos nas suas unhas, graças a linha de esmalte da novela. Ter cor para você, irmã, usar no culto, na pregação, no descarrego e até na evangelização;


Afinal, vai combinar o esmalte com o que? Capa da bíblia? Não, tem bijuteria pra isso também.


E pra você lembrar de todos os dez mandamentos de Deus na hora que olhar para o seu irmão casado da igreja e sentir um fogo na bacurinha, tem pulseira também. Não vá pecar, hein!


Rendeu também camisetas e muitos outros tipos de produtos licenciados;


Ganhou uma versão para os cinemas: Os Dez Mandamentos - O Filme, que foi a mesma coisa que exibida na novela (falamos sobre ele AQUI), só com algumas cenas exclusivas que não mostraram na novela. Com 11,2 milhões de ingressos vendidos, é o filme de maior bilheteria da história do cinema nacional. Pena que os pastores não avisaram aos fiéis que eles tinham que ir ao cinema na hora marcada no tíquete (relembre AQUI). Será que as cadeiras vazias nas sessões esgotadas estavam com problema de encosto? Ou seria enganação de satanás? Mistéééério...


Para "comemorar" a páscoa, ganhou uma "nova versão exclusiva e especial" do filme, só que com quatro minutos a mais de cenas que não apareceram no cinema, nem na novela.


Teve um final deprimente (relembre AQUI) só para a Record pudesse fazer uma "segunda temporada" de Os Dez Mandamentos (e que foi uma grande porcaria, confira AQUI).


Peppa (um porco que parece um pinto), Galinha Pintadinha (uma clara alusão à macumba)... Isso parece bom para o seu filho? Não! Por isso, Edir Macedo já está providenciando uma versão em desenho de Os Dez Mandamentos para toda a família assistir unida na paz do Senhor.

Ah, e também vai ter Os Dez Mandamentos: Nova Temporada - O Filme (com previsão para o final do ano), que vai levar para o cinema tudo que aconteceu na segunda temporada da novela.

Esperando ansiosamente pelo DVD explicativo de como abrir o mar!


Ainda bem que Avenida Brasil não foi da Record, nem do SBT, ufa! Já pensou?

sexta-feira, 7 de agosto de 2015

Duelo de novelas: Em Família vs Babilônia


Manoel Carlos prometeu um novelão daqueles para encerrar a saga das suas Helenas. E após anos colecionando sucessos e novelas maravilhosas, o autor errou feio com Em Famíliaa pior novela de toda a sua brilhante carreira! Eu também achava que era a pior novela do horário das nove de todos os tempos. Isso até chegar Babilônia e provar que eu estava "donaredondamente" enganado. A trama de Gilberto Braga, que já nos presenteou com vários sucessos maravilhosos, é uma das mais horrorosas que eu já vi em toda a teledramaturgia mundial! Mas será que Babilônia é tão ruim assim quanto Em Família? Qual das duas é a pior? Isso a gente vai conferir agora (lembrando que a grande vencedora desse duelo será aquela que for a pior e não a melhor)...





Categoria 01: Pior história

Em Família começou de forma promissora. Mas, logo no início, diante da baixa audiência, a direção preferiu editar os capítulos para dar mais agilidade à trama. A segunda fase foi bem, mais pela edição providencial. Entretanto, Manoel Carlos se perdeu em sua novela editada. Sem frente de capítulos, quando a história entrou na terceira e definitiva fase, Em Família perdeu o ritmo das duas fases anteriores. Foi quando a audiência despencou ante uma trama lenta, que não fazia questão de prender o público na frente da TV, pouca ação e ausência de bons ganchos. Destaque apenas para o texto sempre afiado de Maneco, com profundidade e emoção, quando encontra respaldo em atores à altura, como Júlia Lemmertz, Bruna Marquezine e Humberto Martins. Por mais que os diálogos e dramas de seus personagens tenham se repetido de forma "devagar, quase parando" ao longo da história, os seus diálogos salvaram Em Família da letargia total. Já Babilônia teve um começo excelente. Porém, não demorou muito para que a história começasse a apresentar vários problemas em torno do seu enredo e personagens. A falta de um fio condutor, perfis atrativos e situações que prendessem a atenção do telespectador foram as principais causas para o afastamento do público, que se desinteressou por tudo o que estava sendo contado. Os autores pareciam ter um enredo central primoroso, ao contrário dos fracos dramas paralelos. Entretanto, à medida que as semanas foram se passando, ficou perceptível que o núcleo principal era tão limitado quanto os demais. As falhas do roteiro ficaram expostas e todas as mudanças que começaram a ser feitas, para iniciar uma operação de salvamento para a baixa audiência, deixaram a produção ainda mais equivocada. Entretanto, mesmo com tramas mal remendadas que se arrastam agonizando, ainda sim, ponto para Em Família, que foi um sonífero do início ao fim.

      EM FAMÍLIA 1   vs   BABILÔNIA 0      



Categoria 02: Pior mocinha

As Helenas do Manoel Carlos costumam ser mulheres sofridas, mas que geralmente ganham o apoio do público por seus gestos extremos de amor aos filhos ou à família. Mas a protagonista interpretada por Júlia Lemmertz só conseguiu colecionar críticas e mais críticas negativas. A Helena de Em Família vivia obcecada pelo passado e não podia nem ouvir falar o nome do ex-noivo, Laerte (Gabriel Braga Nunes), seu grande amor do passado, que ficava dando piti. Rancorosa, ranzinza e reclamona, não tinha um dia que Helena não repetisse a mesma ladainha do seu passado com Laerte, seus chiliques com o marido banana (interpretado por Humberto Martins) e suas DRs intermináveis com a filha (outra chata), papel de Bruna Marquezine. Mas tá pra nascer uma mocinha mais insuportável que a Regina (Camila Pitanga)! A mocinha de Babilônia não fala... Grita! Berra! Tudo bem a moça quer justiça no mundo, mas precisa estar de TPM 100% o tempo todo? Regina fica sempre de cara amarrada, xinga, briga, esperneia, dá tapa na cara dos outros, se irrita com todo mundo e, para ela, qualquer um é playboy. Não é a toa que ela ficou em terceiro lugar na nossa escala de ódio das mocinhas de novela das nove. Só nessa reta final que os autores mudaram radicalmente a Regininha, mas aí já era tarde demais. Ponto para Babilônia

      EM FAMÍLIA 1   vs   BABILÔNIA 1      



Categoria 03: Pior mocinho

Se Em Família já era um marasmo em demasia, imagina então com um protagonista tão ZZZZzzzzzzzzzzzz como Virgílio (Humberto Martins). Ele tinha uma cara de coitado e uma fala tão mansa de fazer qualquer um dormir.. Virgílio era passivo demais em todas as situações, um verdadeiro bocó pra dizer a verdade. Imaginem, por exemplo, que o seu melhor amigo, após quase te matar, te enterrar vivo e deixar-lhe uma cicatriz horrorosa no seu rosto, volta uns vinte anos depois reascendendo o amor da sua esposa, que já foi namorada dele, e ainda dá uns pegas na tua filha. Qualquer ser humano normal ficaria revoltado, não é mesmo? Mas Virgílio não... Ele é bom. Perdoa a tudo e todos e é desses que acordam feliz todo dia cumprimentando todo mundo na rua. Virgílio não se importava com sua filhinha se casando com o homem que desgraçou sua vida e até bença para a união dos dois ele deu! Nunca vi um homem tão banana assim! Nem vou perder tempo comentando o Vinícius (Thiago Fragoso) de Babilônia... Toma que o ponto é teu, Em Família!

      EM FAMÍLIA 2   vs   BABILÔNIA 1      



Categoria 04: Gays

Tanto Em Família quanto Babilônia apresentaram personagens homossexuais. E ambas sofreram algum tipo de rejeição por parte do público. A relação homossexual entre Clara e Marina (Giovanna Antonelli e Tainá Muller) já começou estranhamente errada porque o autor pintou a Marina como uma destruidora de um lar feliz de comercial de margarina. Cadu (Reynaldo Gianecchini), o marido de Clara, era um concorrente forte demais para que se angariasse torcida pelo casal. A doença do rapaz quase pôs tudo a perder, numa clara mostra do quanto essa trama foi mal conduzida. Quando o autor se percebeu disso, tirou o foco da doença de Cadu e criou o casal lésbico de comercial de margarina. O ponto positivo foi o beijo simples entre as moças sem a intenção de causar alarde, de forma natural como o tema deve ser tratado. No fim, o casal Clarina acabou agradando, com direito até a fandom nas redes sociais. Ainda bem que Manoel Carlos foi cabra macho de levar o casal junto até o final. O que, infelizmente, não podemos dizer de Gilberto Braga, que se curvou diante da tal família brasileira e botou todos os gays de Babilônia para dentro do armário: Teresa (Fernanda Montenegro) e Estela (Nathália Timberg), que deixaram os telespectadores mais conservadores de cabelo em pé ao darem um selinho logo no primeiro capítulo, nem parecem mais um casal de tão afastadas que ficam; Carlos Alberto (Marcos Pasquim), que era gay, virou hétero. Nem preciso dizer pra quem vai mais esse ponto de ruindade, né?

      EM FAMÍLIA 2   vs   BABILÔNIA 2      



Categoria 05: Pior vilã


Novela é melodrama e a base dele está no conflito entre o bem e o mal. Ainda que a ambiguidade seja cada vez mais presente nas novelas, abrir mão de um vilão que incendeie as histórias foi um grande erro de Em Família. Laerte (Gabriel Braga Nunes) ficou com o posto, porém, mais do que malvado, o personagem era um doente. Shirley (Vivianne Pasmanter) deu mostras de vilania na primeira fase, mas também foi só isso, desbancando para o humor na terceira fase; e Branca (Angela Vieira) não passava de uma descompensada que fazia de tudo para chamar a atenção do ex-marido. Em Babilônia temos Inês e Beatriz, que, apesar dos pesares, são vilãs interessantes.

      EM FAMÍLIA 3   vs   BABILÔNIA 2      




Categoria 06: Momentos Salve Jorge

Quem aí se lembra de Salve Jorge, aquele delírio em forma de novela criado pela Glória Perez? Eu entendo que novela é uma obra de ficção, portanto, não tem que ter nenhum compromisso com a realidade. Mas Salve Jorge passou de todos os limites do nonsense e subestimou demais o público com erros e incoerências em todos os capítulos! E um dos "Momentos Salve Jorge" de Em Família foi em relação à escalação. Atores com idades não condizentes com seus personagens é algo até comum, mas a novela do Maneco exagerou: Ana Beatriz Nogueira, quase da mesma idade de Gabriel Braga Nunes, vivendo a mãe do personagem dele. Natália do Valle, dez anos mais velha que Júlia Lemmertz, vivendo a mãe dela. O pior caso foi a personagem Juliana, tia de Helena, interpretada pela atriz Gabriela Carneiro da Cunha nas duas primeiras fases, e Vanessa Gerbelli na terceira. Nas primeiras fases, a atriz parecia ser mais velha que Bruna Marquezine (a Helena). Mas, na terceira fase, Vanessa pareceu mais jovem que a Helena de Júlia Lemmertz. O descaso com os idosos – tão bem abordado em Mulheres Apaixonadas – foi outro problema, transformando-se em um núcleo cômico sem graça alguma. E o Mal de Alzheimer de Selma (Ana Beatriz Nogueira) também acabou pendendo para o humor, um verdadeiro desserviço. Outra trama mal costurada foi a de Alice (Érica Januza), fruto de um estupro que resolve fazer justiça colaborando com a polícia. Difícil de engolir a maneira fácil e rápida com que a polícia pôs em risco a vida da jovem, aparentemente com pouco preparo. E a trama da Juliana (Vanessa Gerbeli), que terminou sem deixar claro ao público se ela foi responsável ou não pela morte da empregada, Gorete (Carol Macedo)? Com esse tanto de incoerências, é claro que esse ponto de ruindade vai para Em Fam...



...PERA! PERA! PERA! Reviravolta na situação! Gente, alguém pode me explicar quando foi que a Regina (Camila Pitanga), de mocinha barraqueira, se transforma em uma hostess educadíssima e vira modelo internacional??? Todas as mudanças que os autores fizeram em Babilônia deixaram a trama ainda mais confusa e incoerente, uma verdadeira concha de retalhos muito mal remendada. Alice (Sophie Charlotte), que seria uma prostituta, aceitando o esquema de Murilo (Bruno Gagliasso), virou uma menina correta em tudo, passiva, boazinha demais, deixando de lado aquela menina forte que enfrentou a humilhação da mãe revidando o tapa que levou. Evandro (Cássio Gabus Mendes), um empresário canalha que transava com várias prostitutas sem se importar com a esposa, virou um sujeito íntegro e honesto. Murilo (Bruno Gagliasso) foi outro que mudou radicalmente, já que transformaram de forma repentina um aliciador de prostitutas em bom moço para depois transformarem ele de novo em uma grande vilão. Outra alteração equivocada do enredo foi a cura gay de Carlos (Marcos Pasquim). O personagem sempre aparecia olhando para outros homens e teria um romance com Ivan (Marcello Melo Jr.), mas, por medo de mais rejeição, mudaram totalmente a trama. Carlos, então, virou hétero de uma hora pra outra e se apaixonou por Regina. E o que dizer do duelo de vilãs entre Inês (Adriana Esteves) e Beatriz (Glória Pires)? Beatriz, por exemplo, que era ninfomaníaca parou de transar com um homem diferente por capítulo e se apaixonou por Diogo (Thiago Martins), filho de um antigo amante que ela assassinou, um romance que só prejudicou a força da vilã, que vira uma mocinha de novela quando está com ele. É preciso expor também a fragilidade da vingança que os autores criaram para Inês. Ela culpa a "amiga" pelo suicídio do pai na prisão, que foi parar lá depois de ter sido seduzido pela Beatriz, que na época era menor de idade. Não convenceu a vilã querer destruir Beatriz somente dez anos depois que ficou na riqueza com o marido e a filha em Dubai. A novela, em resumo, perdeu sua identidade e rumo. 


      EM FAMÍLIA 3   vs   BABILÔNIA 3      



Categoria 07: Reta final

Faltando menos de um mês para o término de Em Família, Manoel Carlos tirou da manga sua derradeira carta. Laerte (Gabriel Braga Nunes), que era um ser absolutamente passional, em estágio avançado da doença (a ponto de enterrar vivo o seu rival), mas nem com a loucura e o ciume doentio de Laerte a trama conseguiu ficar ágil. O personagem passou toda a terceira fase da trama (a maior parte da ação) de voz linear e olhar frio e distante, e só nas últimas semanas voltou a ser aquele apaixonado com sangue nos olhos da segunda fase (vivido pelo jovem Guilherme Leicam). Talvez, se Laerte tivesse agido bem antes, quem sabe a história não teria sido outra? Tanto na tela da TV quanto na reação do público, e, por consequência, na repercussão da novela. Já Babilônia vem se recuperando bem no finalzinho e resolveu atacar com o truque mais manjado de toda a teledramaturgia: matar um personagem e fazer um "quem matou?" com dezenas de suspeitos. Um tanto quanto tarde para fazer a novela bombar, né? Mas antes tarde do que nunca!

      EM FAMÍLIA 4   vs   BABILÔNIA 3      




Categoria 08: Pior núcleo cômico

Essencialmente dramática, a novela de Manoel Carlos não teve um respiro cômico para dar uma aliviada no chororô nosso de cada dia. Tinha lá o núcleo do asilo, mas faltou graça. O público só conseguia rir mesmo quando Shirley (Vivianne Pasmanter) soltava seu veneno, dizendo as verdades na cara dos personagens. Enquanto isso, em um belo dia, Gilberto Braga deve ter acordado em sua casa e pensado "As pessoas odeiam Babilônia. O que posso fazer para minha novela emplacar?". Foi quando uma luz acendeu sobre sua cabeça: "e se eu investisse num casal formado por personagens chatos do núcleo cômico?". Pronto. Fez merda! Norberto (Marcos Veras) e Valeska (Juliana Alves) foram juntados para cenas de humor, mas a nossa vontade ao ver esse casal junto é de chorar. Isso sem falar no núcleo ~~engraçadíssimo~~ da família do Luís Fern...

      EM FAMÍLIA 4   vs   BABILÔNIA 4      

Nossa... Babilônia ganhou mais um ponto e eu nem terminei a frase! O verdadeiro alívio cômico da novela é a Consuelo (Arlete Salles), uma mulher convicta de sua religião, mas hipócrita, maldosa e arrogante ao extremo. E, de tão hipócrita, acaba sendo engraçadíssima, com tiradas ótimas.



Categoria 09: Meu passado me condena


Tainá Muller, Marcelo Mello Jr. e Gabriel Braga Nunes tiveram o prazer (ou o desprazer?) de integrar o elenco desses dois maiores fracassos da história das novelas das nove. Na novela Em Família, Tainá fez sucesso nas redes sociais com a fotógrafa Marina (o fandom Clarina, que torcia por um final feliz entre ela e Clara, reunia mais de 800 mil seguidores); Marcelo viveu o malandro Jairo, um dos personagens mais carismáticos da novela e um de seus melhores papeis na TV (formando uma dupla interessante e de grande destaque com Vanessa Gerbelli, o único casal que deu algum dinamismo ao folhetim); e Gabriel viveu o insosso e inexpressivo mocinho/vilão Laerte, um personagem insuportável que irritou 9 entre 10 telespectadores da novela do Maneco. Já em Babilônia, os três atores só se ferraram ainda mais: Tainá vive Cris, uma personagem chata; Marcelo vive Ivan, que chegou a ficar sem função alguma na trama quando transformaram o personagem do Marcos Pasquim, que seria seu par, em heterossexual, só voltando a ter destaque nessa reta final; e Gabriel Braga Nunes saiu de um personagem insuportável de destaque como o Laerte para um personagem insuportável sem destaque como o Luís Fernando. Tenho uma leve impressão que para esses três atores foi mil vezes melhor fazer Em Família do que Babilônia.

      EM FAMÍLIA 4   vs   BABILÔNIA 5      



Última Categoria: Maior Fracasso de Todos os Tempos

Parte da graça de ver novela hoje em dia é acompanhar a repercussão e os comentários mais engraçados nas redes sociais. Esse costume foi quebrado em Em Família, pois ninguém ficava muito animado a comentar a novela. Atualmente, os internautas preferem lavar uma louça ou carpir um lote de terra em vez de postar qualquer coisa de Babilônia, que também tem repercussão quase nula na internet. Em Família foi considerada um grande fiasco por ter acumulado média geral de 30 pontos de audiência (sendo que a meta é de 35). Pois se ela foi um grande fiasco, então como classificar Babilônia, que acumula uma média vergonhosa de 25 pontos?! Babilônia ainda nem terminou e já é o maior fracasso do horário das nove de todos os tempos! Sem falar que a novela sofre a humilhação quase que diária de perder para I Love Paraisópolis, uma novela das sete, na audiência e também já perdeu para Malhação (no Rio de Janeiro), Carrossel (em Goiás) e Os Dez Mandamentos (em alguns estados do Nordeste)! Até mesmo a atriz Glória Pires, em entrevista surpresa e ao vivo no Vídeo Show, disse que não assiste à própria novela! Que vergonha, hein...

      EM FAMÍLIA 4   vs   BABILÔNIA 6      




Parabéns, Babilônia! Você conseguiu ser pior do que Em Família!!!




quarta-feira, 17 de junho de 2015

Duelo de Novelas: A Favorita vs Avenida Brasil



João Emanuel Carneiro para os íntimos, só JEC é tido atualmente como o melhor e mais criativo novelista do país (com total razão, diga-se de passagem). Sua primeira novela como autor titular foi Da Cor do Pecado (2004), a maior audiência do horário das sete da década 2000, que lhe rendeu o premio de melhor revelação da Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA). Dois anos depois, voltou a assinar uma novela das sete, Cobras E Lagartos (2006), a segunda maior audiência do horário da década 2000. Devido ao sucesso, logo foi promovido ao horário nobre e escreveu, respectivamente, A Favorita (2008) e Avenida Brasil (2012), dois grandes sucessos de crítica e audiência que pararam o país em frente a TV e povoam o imaginário popular do público até hoje. Mas qual das duas novelas das nove do JEC é a melhor? Hum... Pergunta difícil, não é mesmo? Pois nós vamos decidir logo isso e vai ser agora! Que o duelo comece!!!



Categoria 1: Mocinha


Donatela (Cláudia Raia) e Nina (Débora Falabela) foram mocinhas nada convencionais e tinham ares de vilãs. Perua, exagerada, de moral duvidosa e louca por dinheiro, todo mundo pensava, no início de A Favorita, que Donatela era a grande vilã da história. Mas não. Em uma das melhores cenas da história da nossa teledramaturgia, já no fundo do poço e passando a ser perseguida por todos como assassina, Donatela sequestra Flora e tem a chance de atirar na rival, mas se contêm. Nesse momento, Flora revela que ela nunca teria coragem de atirar já que a assassina da história é ela. Naquele momento, cuspi todo o meu jantar ao descobrir que fui enganado esse tempo todo por aquela carinha de anjo da Flora e que estava frente a frente com uma das melhores vilãs brasileiras de todos os tempos. A partir daí, Donatela passou a comer o pão que a Flora amassou, sendo presa injustamente e foi capaz de quase tudo para provar sua inocência e desmascarar a rival.



Já em Avenida Brasil, Rita foi abandonada no lixão pela ex-madrasta, Carminha, que ainda deu um golpe no seu pai, causando a morte dele. Vinte anos depois, ela retorna ao Brasil com outro nome, Nina, e traça um plano de vingança contra a vilã usando de métodos bem ardilosos (chegando até a roubar o dinheiro do sequestro de Carminha para financiar sua vingança e até ir pra cama com Max, amante da vilã, só para desestabilizá-la). Sem falar também do seu inesquecível...



Nina era bem mais legal que a Donatela (que, depois que foi presa, passou a derramar um oceano de lágrimas em todo santo capítulo), mas um furo no roteiro pôs tudo a perder. Imaginem que vocês tiraram fotos comprometedoras da sua maior inimiga fazendo sexo com o amante. Eu salvaria num pen drive, num cartão de memória, num e-mail, faria backup das fotos, tiraria mil e uma cópias... E é claro que Nina fez o mesmo, certo? Errado! Em pleno século 21, no auge da era digital, Nina apenas fez cinco míseras cópias IMPRESSAS (sendo que papel qualquer um destrói) das fotos e entregou para cinco pessoas de sua confiança. É óbvio que Carminha recuperou as fotos e Nina ficou com cara de cu. Assim não tem como te defender, amiga! Até minha vózinha tem um pen drive! Será que Nina não tinha pelo menos R$15 pra comprar um pen drive qualquer? Que miserê!





Categoria 2: Mocinho


É fato que o JEC não dedica aos personagens masculinos principais o mesmo cuidado que tem com as mulheres. Enquanto Donatela e Nina dominavam a trama em seus embates com as vilãs, respectivamente, Flora e Carminha, Zé Bob (Carmo Dalla Vechia) e Tufão (Murílo Benício) eram quase sempre inertes na trama, servindo apenas como joguetes nas mãos das vilãs e das mocinhas pra lá e pra cá. Em A Favorita, Zé Bob era o típico jornalista que achava que ia mudar o mundo através de suas matérias de jornal. Idealista, certinho e ético, Zé Bob tinha como ocupação principal tentar denunciar as falcatruas dos políticos. Ele começa a trama como um verdadeiro canalha mulherengo e pegou várias mulheres da trama, mas depois acaba se cansando um pouco disso quando se apaixona por Donatela. Na verdade, o que interessava mesmo em Zé Bob é o fato dele ser gostoso dele ser a razão de cobiça entre Flora (Patrícia Pillar) e Donatela (Cláudia Raia) e tudo que faz com que o ódio entre as duas aumente mais é muito importante nessa novela!.



Pelo menos, Zé Bob era valente e tinha pulso firme, ao contrário de Tufão, um verdadeiro banana. O cara parecia até a mocinhA da novela de tão trouxa que era nas mãos da vilã Carminha; e até mesmo da Nina. Todo mundo enganava ele em Avenida BrasilO ex-jogador de futebol foi roubado, manipulado e caiu em todas as conversinhas fiadas da Carminha, que também o traía na maior cara dura com o cunhado e ainda fez Tufão criar Jorginho (Cauã Reymond) e Ágata (Ana Karolina Lannes) achando que fossem seus filhos quando, na verdade, eram filhos do Max! Tudo bem que Tufão era fofo, mas o fato dele sempre ter sido o último a saber das coisas irritava muuuuuuito!




Categoria 3: Trama Principal




Duas mulheres, duas versões de uma mesma história. Quem está falando a verdade? Foi essa a premissa de A Favorita. A novela já valeu pelo mérito de ter subvertido o esquema folhetinesco vigente apresentando, ao invés de uma história de amor com um casal-romântico central, uma história policial com uma protagonista e uma antagonista, em detrimento ao casal romântico. JEC também ousou ao apresentar uma narrativa totalmente diferenciada, que trocava o tradicional folhetim de cartas marcadas por um texto enigmático, em que o telespectador era convidado a desvendar quem era a heroína e quem era a vilã da história. Mais genial impossível, não é mesmo?

A Favorita levou à tela a intensa relação de ódio e rivalidade entre duas mulheres completamente diferentes, mas unidas por um passado em comum. Flora e Donatela, criadas juntas e antigas parceiras de dupla musical, com o tempo, tomaram rumos diferentes e tornaram-se inimigas. Uma delas assassinou um homem, sendo que, em razão disso, Flora foi condenada a 18 anos de prisão. Mas ela jura inocência e afirma ter pagado por um crime que não cometeu, atribuindo a sua autoria à Donatela, que teria forjado provas contra ela. Diante das mútuas acusações e das duas versões para o mesmo crime, coube ao telespectador, na primeira fase da novela, o papel de juiz. Durante os primeiros 55 capítulos se desenvolveu a fase nebulosa (e a melhor parte, na minha opinião) de A Favorita, em que Flora e Donatela acusavam-se mutuamente pelo assassinato de Marcelo (Flavio Tolezani), herdeiro da poderosa família Fontini e, à época, marido de Donatela e amante de Flora. Enquanto Donatela fazia de tudo para difamar e destruir a rival, que tentava retomar a sua vida após cumprida a pena, Flora jurava sua inocência, tentando, ainda reconquistar o amor da sua filha, Lara (Mariana Ximenes), que acabou sendo criada por Donatela enquanto a inimiga esteve presa.



Avenida Brasil reuniu vários estilos folhetinescos em um só produto, transgredindo a fórmula do folhetim clássico ao apresentar uma história de vingança em detrimento a uma história de amor. Apresentou uma heroína torta, de personalidade dúbia: Nina foi capaz de roubar e enganar para atingir seus objetivos. A estética da novela a aproximou do cinema. A linguagem narrativa fez lembrar os seriados americanos. O ritmo alucinante da história e os ganchos bombásticos cativaram e mantiveram o telespectador preso à novela. Lamenta-se apenas que a trama tenha perdido o fôlego na segunda metade para o final. Não houve barriga (aquele parte da novela em que nada acontece), mas a história começou a dar voltas, a patinar e enrolar o público. Foi quando se deflagrou o maior problema da novela: algumas atitudes incoerentes de Nina para realizar sua vingança. A história de Avenida Brasil terminou já na penúltima semana, quando Nina foi vingada (através de Max) e Carminha foi expulsa da mansão de Tufão. Pelo menos a história apresentada desde o início da novela, a da vingança de Nina contra Carminha. A última semana serviu apenas como epílogo da novela. Com uma semana para terminar, novos entrechos vieram à tona. Um novo vilão apareceu: Santiago (Juca de Oliveira), o pai de Carminha. O mistério do assassinato de Max explicou a origem dos personagens do lixão e os elos que os ligavam. O batido clichê do assassinato incomodou. Mas, na realidade, saber quem matou Max foi apenas o pano de fundo para explicar a origem da "Família Lixão". Enfim... Seja lá como for, mesmo recontando uma clássica história de vingança, mas de uma maneira totalmente diferente (aos moldes dos seriados americanos), a trama principal de Avenida Brasil se mostrou igualmente forte a de A Favorita.



Categoria 4: Tramas Paralelas


Avenida Brasil foi um tipo (raro) de novela em que não só o elenco principal se destacou, mas sim TODO o elenco, repleta de personagens coadjuvantes carismáticos e de forte apelo popular que caíram nas graças do público. Como, por exemplo, Zezé (Cacau Protásio). A empregada não teve uma história própria, estava ali apenas para dar um alívio cômico, mas é difícil imaginar a família Tufão sem a presença dela e o seu inesquecível "Eu quero ver tu me chamar de amendoim".


Letícia Isnard também teve seu talento reconhecido ao viver Ivana, personagem tão humana que lembra uma prima, uma vizinha ou amiga de colégio. Juliano Cazarré conquistou fãs com seu Adauto, um tipo ignorante e encantador. Também Fabíula Nascimento, que deu vida a uma Olenka despachada e divertida, no modo de falar e vestir. José Loreto, uma das revelações do elenco jovem, dividiu ótimas cenas de Darkson com o veterano Marcos Caruso. Ísis Valverde lacrou como a periguete Suelen, ora amoral ora imoral. E Cláudia Missura, atriz tarimbada que transformou uma empregada coadjuvante numa mulher tão rica e real que nos faz lembrar alguém conhecido. Vale destacar também Luana Martau (a Beverly), que teve menos participação, mas sempre com tiradas ótimas e inspiradas. E as meninas Mel Maia (a Rita do início da história) e Ana Karolina Lannes (a Ágata), tão novinhas e já esbanjando talento e carisma. Foi também o melhor papel de Marcello Novaes, como Max. José de Abreu esteve irrepreensível como o monstruoso e divertido Nilo, bem como Vera Holtz, que esbanjou emoção como a misteriosa Mãe Lucinda. Destaque também para Marcos Caruso (Leleco, típico coroa que se acha garotão) e Eliane Giardini (Muricy), que esbanjaram química com um casal pra lá de divertido. Débora Bloch também divou como a grã-fina Verônica. Da sua língua ferina, ouviu-se todo o discurso preconceituoso contra os mais pobres.


Pena que o mesmo não se pode dizer de A Favorita. Enquanto JEC focava exclusivamente na trama principal, as paralelas foram ficando cada vez mais insignificantes e foram mal aproveitadas. Com exceção do drama da dona de casa Catarina (Lília Cabral), que sofria nas mãos do marido machista, Léo (Jackson Antunes), todas os outros personagens secundários pareciam até figurantes e, as vezes, nem apareciam. Tanto é que no DVD de A Favorita nem precisou cortar muito a trama. Apenas colocaram as cenas do núcleo principal e não fez diferença nenhuma.




Categoria 5: Audiência


A Favorita começou como um verdadeiro fracasso e penou muito no início para engrenar na audiência. Prejudicada pela Record, que antecipou o último capítulo de Caminhos do Coração (Os Mutantes) para coincidir com a novela das nove, registrou a pior audiência de um primeiro capítulo do horário de todos os tempos. A audiência começou a subir só duas semanas depois, mas, mesmo assim, fechou com o pior mês de estreia de uma novela das nove de todos os tempos (calma que essa marca negativa já foi superada pelas novelas seguintes e Babilônia é que detém atualmente esses dois títulos indesejados). Só foi a partir do capítulo 55, quando finalmente foi revelado que Flora é que era a grande vilã, é que a trama engrenou de vez, caiu no gosto popular e virou febre em todo país. Que baita evolução, hein? De fracasso à mega sucesso! Entretanto...








...Avenida Brasil foi um verdadeiro FENÔMENO MUNDIAL que causou uma verdadeira comoção no mundo inteiro - o último capítulo parou o país, como há tempos não se via. É a novela mais assistida dos últimos tempos. Sucesso de audiência e também de repercussão, foi a primeira novela coqueluche nas redes sociais, provando que as novelas podem sim se aliar à internet e não encará-la como uma concorrente. Que o digam os memes referenciando a trama, a "cascata" diária de "oioiois" no twitter (aos primeiros acordes do tema de abertura), as inúmeras charges engraçadinhas no facebook, os bordões "é tudo culpa da Rita!", "me serve vadia!", "eu quero ver você me chamar de amendoim" e "hi hi hi" (a risadinha de Nilo (José de Abreu)), os GIFs animados com as caretas de Carminha e suas frases de efeito, e os avatares "congelados" ao estilo das fotos dos personagens sobre o fundo com bolinhas coloridas ao final de cada capítulo. No twitter, a novela reuniu todas as noites milhões de brasileiros, ávidos em compartilhar opiniões, em um mesmo sofá, virtual. E não foi só no Brasil não! A novela virou febre em todos os países que foi exibida (México, Portugal, Rússia, Colômbia, Argentina, entre outros) e é a novela mais exportada da Globo, rendendo a emissora mais de 10 bilhões de reais!!! Preciso dizer mais alguma coisa? 





Categoria 6: Abertura




A abertura de A Favorita é uma das mais geniais que eu já vi em toda a minha vida. Além da música tema "Pa' Baillar" casar perfeitamente com as imagens, percebam que a vinheta resumiu toda a trajetória de Flora e Donatela e já revelava desde o primeiro capítulo o grande mistério da trama. Começa com a tela dividida ao meio: o lado de Flora fica em preto e o de Donatela em branco (cores que costumam simbolizar, respectivamente, o mal e o bem). Ambas começam brincando, depois formando uma dupla sertaneja, até que largam o violão e se separam. As duas vão para a cidade grande, onde um homem aparece dividido, cada metade no lado de cada uma das personagens. Elas voltam a ficar frente a frente, pois vão brigar pelo amor desse homem (que é o Marcelo). Em seguida, Flora ganha a tela inteira sentada, segurando o bebê que teve com esse homem. Novamente a imagem é dividida, com o homem no meio e as duas brigando. De repente, a arma é empunhada e um tiro é disparado do lado preto da tela - que é o de Flora. O homem cai. Flora é separada da filha, Lara, e levada para a cadeia. Enquanto Donatela brinca com a criança, Flora está cabisbaixa na prisão. A animação volta para as passagens do início. Lara aparece dividida entre os lados e, mais uma vez, Flora e Donatela estão frente a frente. Viram? A resposta para o famigerado segredo sobre quem matou Marcelo já estava no ar desde o primeiro dia que a trama foi exibida e ninguém nunca, na época, percebeu!!! Já a abertura de Avenida Brasil, ehr...



Oi, oi, oi! Oi, oi, oi! Vem pra quebrar, kuduro! Vamos dançar, kuduro! Oi, oi, oi! Oi, oi, oi! Seja morena ou loira, vem balançar, kudur... Ah, me desculpa, é que eu me empolguei um pouquinho! Assim que soou os acordes iniciais da abertura no primeiro capítulo, logo pensei: Meu Deus do céu, que mal eu fiz pra ter que aguentar esse maldito kuduro toda noite pelos próximos meses??? Entretanto, com o tempo, a música foi me contagiando tanto que tinha vezes que eu ficava aguardando ansiosamente a abertura só pra poder dançar que nem um maluco na sala. E quando não passava a abertura, me dava vontade de ir até a sede da Globo e tacar fogo em tudo! Mas, sejamos justos: essa abertura não tem nada haver com a novela! O que um bando de gente dançando kuduro num baile charme tem haver com uma trama que fala sobre VINGANÇA??? Absolutamente nada!



Última Categoria: Vilã


Agora chegamos na categoria mais aguardada desse duelo. Flora (Patrícia Pillar) ou Carminha (Adriana Esteves)? Qual a melhor vilã? Bom, antes de mais nada, devemos parabenizar a belíssima atuação das duas. Tanto a Patrícia quanto Adriana deram um show e lacraram do início ao fim, ganhando vários prêmios e se consagrando entre as melhores vilãs da teledramaturgia brasileira de todos os tempos. Mas vamos analisá-las cuidadosamente. Carminha foi uma ótima vilã. Maluca, amoral, divertida, debochada, carismática, ambiciosa, falsa, dissimulada, barraqueira...



Mas chega a dar pena no quesito vilania, ainda mais se comparada à Flora, que deixou um rastro de sangue atrás de si em A Favorita. Matou o amante, Marcelo (Deco Mansilha), crime que deu início à história, o Doutor Salvatore (Walmor Chagas) e a jornalista Maíra (Juliana Paes) em queima de arquivo, Dodi, seu comparsa, e muitos outros que se eu fosse listar aqui ia dar pra fazer uma matéria inteira toda dedicada a ela. Forjou seu sequestro com a filha, Lara (Mariana Ximenes), para se fazer de vítima e sair da história como heroína. E isso foi só o começo das suas maldades. Flora era essencialmente fria e má, movida por um misto de inveja e patologia que nutria de Donatela. 



Carminha, na verdade, nada mais é do que uma carola louca movida por alguns trocados e dançava conforme a música tocada por Nina (Débora Falabella). Se a enteada que ela abandonou há vinte anos atrás no lixão não estivesse executando um plano de vingança, o que seria da Carminha? Provavelmente, estaria mantendo o casamento com Tufão (Murilo Benício), que lhe dava vida boa, e o caso com Max (Marcello Novaes). Ou seja, viveria normalmente como uma perua qualquer e, quem sabe, chegaria até a se tornar uma vereadora e desviar uma verba aqui, outra acolá. Sem falar que, na última semana da novela, Santiago (Juca de Oliveira), pai da vilã, um senhor aparentemente bonzinho, se revela o grande vilão da trama. Carminha, na verdade, foi uma grande vítima nas mãos do pai, que lhe abusava sexualmente, matou a mãe dela na sua frente e ainda lhe abandonou no lixão quando era criança (tal como Carminha fez com Nina também).




E a grande vencedora do nosso duelo de novelas é...




Desculpa aê, Carminha. Mas A Favorita é bem melhor que Avenida Brasil!!!


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