Não perca nenhum dos nossos posts

Mostrando postagens com marcador Os Mutantes. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Os Mutantes. Mostrar todas as postagens

quinta-feira, 15 de outubro de 2015

AUDIÊNCIA VS QUALIDADE


Se para as emissoras de TV a função de uma novela é dar lucro (ou seja, audiência), para o público ela, unicamente, serve como uma forma de entretenimento. Mas tem vezes que o público tá mais preocupado com a audiência do que as próprias emissoras. Possivelmente, você já deve ter visto nas redes sociais alguém enaltecendo e defendendo com unhas e dentes uma novela só porque ela é um sucesso ou detonando outra só porque ela é um fracasso. Muitas pessoas ainda usam os números de audiência para afirmar se tal novela é boa ou não, como se audiência significasse qualidade. Nem todo sucesso tem que ser, necessariamente, um primor, assim como nem todo fracasso é uma novela horrorosa. Claro que tem novelas de sucesso que foram maravilhosas (Vale Tudo, Tieta, A Gata Comeu, Mulheres de Areia, Avenida Brasil...) e fracassos de gostos duvidosos que mereceram sua baixa audiência (Babilônia, Negócio da China, Tempos Modernos...), mas audiência e qualidade nem sempre andam juntas. Não acredita? Então vamos provar!




        FRACASSOS DE AUDIÊNCIA QUE FORAM NOVELAS MARAVILHOSAS        



Meu Pedacinho de Chão
(meta 25 pontos; média 18)

Uma trama leve e divertida, aliada a uma direção de arte impecável, com uma estética totalmente diferente de tudo que já se viu em toda a teledramaturgia, com ares lúdicos de contos de fadas.


Pecado Mortal
(meta 10 pontos; média 6)

Com uma história concisa, enxuta, diálogos rápidos, cenas impactantes, reviravoltas incríveis e anti-heróis carismáticos, é uma das melhores novelas já produzidas pela Record. Destaque para Jussara Freire, que brilhou como a vilã Donana.

A Vida da Gente
(meta 25 pontos; média 22)

Com sua capacidade única de focar mais nas relações humanas do que na ação, Lícia Manzo criou uma trama realista e sensível sem cair no tédio ou no marasmo. Não chegou a ser um fracasso, mas teve uma audiência aquém do esperado.




Amor E Revolução
(meta 8 pontos; média 5)

Se hoje o SBT só produz remakes de novelas infantis, saibam que a emissora de Silvio Santos já investiu em grandes produções. É o caso de 'Amor E Revolução', que retratou de forma primorosa uma fase nebulosa do Brasil: a ditadura militar (1964/85).


Lado A Lado
(meta 25 pontos; média 18)

Poucas vezes um período histórico foi tão bem retratado na nossa teledramaturgia. Uma belíssima reconstituição de época, quase beirando a perfeição, que ganhou até o Emmy Internacional de Melhor Telenovela em 2013, desbancando, inclusive, o fenômeno 'Avenida Brasil'.



                 SUCESSOS DE AUDIÊNCIA QUE FORAM NOVELAS RUINS                 



Trilogia 'Os Mutantes'
(meta 13 pontos; média 15)

Uma trama completamente over e maluca com cenários pobres, péssimas atuações e efeitos especiais pra lá de toscos. Pura vergonha alheia! Entretanto, é um dos maiores sucessos da Record e chegou até a incomodar 'A Favorita', a novela das nove da Globo na época, na audiência. 



Kubanacan
(meta 35 pontos; média 35)

Um samba do crioulo doido. Assim podemos defini-la. A história era pra lá de bizarra: um pescador parrudo que tinha amnésia porque ele veio do futuro (?) através de uma máquina do tempo (??) para impedir uma tragédia. Detalhe: a gente só veio saber disso tudo no último capítulo!

América
(meta 45 pontos; média 49)

É a segunda maior audiência do horário das nove dos anos 2000, perdendo só para 'Senhora do Destino'. Entretanto, passou longe de ser considerada uma grande novela. Na época, a novela foi massacrada pela crítica, que diariamente apontava erros e incoerências no roteiro.
Caminho das Índias
(meta 40 pontos, média 39)

Tudo o que vimos na Marrocos de 'O Clone', Glória Perez fez um CTRL+C CTRL+V na Índia de 'Caminho das Índias', com dancinhas constrangedoras a todo momento e expressões indianas fora de hora que já não encantavam mais e despertavam a atenção quanto antes.

Fina Estampa
(meta 40 pontos; média 39)

Engana-se quem pensa que 'Avenida Brasil' é a novela de maior audiência da década 2010. De fato, ela foi um fenômeno e a mais repercutida dos últimos tempos, mas, por uma diferença de quase 30 décimos (39.03 vs 38.71), quem leva o título é 'Fina Estampa'. Entretanto, a novela de Aguinaldo Silva é uma das piores de todos os tempos! 'Fina Estampa' era para girar em torno da discussão entre imagem e caráter, entre o parecer e o ser, mas isso desapareceu logo nos primeiros meses. Aguinaldo Silva, pra variar, se perdeu totalmente em seu mote inicial, deixando o desenvolvimento da novela de lado e priorizando situações ridículas que mais pareciam ter saído de um quadro do 'Zorra Total'. Seu desfecho, então, foi um dos piores e mais incoerentes de toda a história da teledramaturgia mundial!



Tem alguma novela que você amou, mas que foi um fracasso? Tem alguma novela que você detestou, mas que foi um sucesso? Diz aí nos comentários!

sábado, 3 de outubro de 2015

Verdades Secretas e Sete Vidas: um novo exemplo de novelas a ser seguido


Verdades Secretas, que chegou ao fim na sexta-feira passada (25/09), deixando muitos telespectadores órfãos (como eu), foi uma ótima união entre uma boa história, direção primorosa e elenco talentosíssimo. Mais do que isso, ela ainda se firma como um grande exemplo a ser seguido pelas novelas futuras. Sim, porque se a trama foi redonda e sem percalços, isso se deve também ao formato enxuto da obra, com poucos capítulos (ao todo, foram 64) e personagens. Nenhuma trama paralela pareceu desnecessária e todas estiveram a serviço do eixo central, o que fez com que todos os personagens tivessem razão de existir e seus momentos de brilho ao longo de toda a história. O maior problema das novelas é justamente sua longa extensão e seu número grandioso de tramas paralelas que mais servem para encher linguiça do que propriamente levar a história para algum lugar.


Há décadas se comenta nos bastidores da TV como seria bom se as tramas durassem menos no ar. Ao mesmo tempo que investe em seriados num esquema de curtas temporadas, a Globo resiste a diminuir suas novelas, com a justificativa de que os, em geral, oito meses de duração são necessários para o retorno do investimento e porque se tenta tirar o máximo de um sucesso. Mas, se analisarmos as novelas recentes, veremos que as novelas mais curtas andam agradando bem mais o público.

Outro grande sucesso de 2015 foi Sete Vidas (particularmente, a melhor novela do ano, até então), uma novela maravilhosa que primou pela sensibilidade e a sutileza e nos emocionou do início ao fim. A trama foi bem mais curta que a média das produções globais: teve apenas 106 capítulos e ficou cerca de quatro meses no ar. Estruturada originalmente desta forma, ela não foi esticada, o que evitou aquela desconfortável sensação de barriga (período em que nada acontece) ou enrolação, que acomete a maioria das novelas, mas não há como negar que deixou um gostinho de quero mais. Meu Pedacinho de Chão, exibida em 2014, foi outra bem-sucedida experiência no horário das seis nesse formato de curta duração. A trama, embora tenha tido índices de audiência abaixo do esperado, foi quase unanimidade entre público e crítica, até por se tratar de um trabalho que teve uma estética lúdica e colorida, completamente diferente de tudo que já se viu em toda a teledramaturgia.


Em contrapartida, a Globo ainda custa em adotar tal formato em seu horário mais sagrado (o das nove) e continua apostando em tramas longas. O maior exemplo disso é Amor à Vida. Exibida em 2013, devido ao sucesso da trama, a Globo decidiu esticá-la: ao invés dos 170 capítulos inicialmente previsto, a novela chegou ao fim com 221 capítulos. As consequências dessa decisão foram trágicas. Amor à Vida, que tinha apresentado um começo excelente, começou a enrolar com tramas paralelas avulsas e, em alguns casos, desnecessárias e criou uma barriga gigantesca em seus quatro últimos meses. O mesmo aconteceu em Império, de 2014, que era pra ter tido 175 capítulos e acabou com 203 capítulos. Nem preciso dizer que a novela também acabou caindo na famosa barriga, né? Curioso que Avenida Brasil, que fez muito mais sucesso e teve uma repercussão infinitamente maior que as duas, nunca foi esticada. João Emanuel Carneiro teve bom senso e levou sua trama ao fim com os 179 capítulos que tinha planejado desde o início. Em FamíliaBabilônia tiveram apenas 143 capítulos. Tudo bem que, nesse caso, as duas foram curtinhas mais por causa da baixa audiência, mas de quatro há sete meses é o tempo ideal para qualquer novela, não acham? 


E não é só a Globo que peca nesse quesito. Um dos maiores problemas da Record é a mania de não saber a hora de parar. Quando um produto vai bem, ele é explorado ao máximo até cansarem todas as possibilidades. Assim, ele não só se desgasta rapidamente como deixa a programação em baixa, bem diferente de suas condições iniciais, arruinando até mesmo a possibilidade da atração se tornar uma boa lembrança. Os exemplos são inúmeros. Caminhos do Coração (Os Mutantes), novela que estreou por cima, teve um final patético pela insistência da Record em prolongar sua duração, chegando a virar uma espécie de "Trilogia dos Mutantes", que ficou no ar de 2007 à 2009. Poderia ter sido lembrada como um dos principais sucessos da Record, mas, devido a sua inconsequente prorrogação, é mais lembrada por ser uma novela bizarra e tosca. A versão brasileira de Rebelde também seguiu caminho parecido. A novelinha teen teve uma primeira temporada incrível, mas na segunda foi um fiasco total, apostando num entra-e-sai de tramas e personagens que fez a produção perder ainda mais sua identidade. Por sorte, a Record tomou juízo e voltou atrás na sua decisão de esticar Os Dez Mandamentos até fevereiro do ano que vem (a trama terminará mês que vem, em novembro, mesmo). Mas pode-se perceber que a novela bíblica começou a cair na enrolação de uns tempos pra cá. A trama vem fazendo o uso exagerado de flashbacks entre o início de uma praga e outra. Cada cena passa mais de 20 vezes. Isso sem falar nas "cenas do capítulo anterior" e "cenas do próximo capítulo" que chegam a durar mais do que o próprio capítulo. Até quando a Record vai ficar enrolando entre uma praga e outra pra Moisés (Guilherme Winter) abrir logo o Mar Vermelho, hein? Mas o pior caso de todos, com certeza, é do SBT, cujas novelas têm data para começar, mas ninguém sabe quando irão terminar. Taí Carrossel (com 310 capítulos), Chiquititas (com 545 capítulos) e Cúmplices de um Resgate (provisoriamente, terá 265 capítulos) que não me deixam mentir.


Pelo bem da teledramaturgia brasileira, as novelas deveriam apostar mais em histórias enxutas como Verdades Secretas e Sete Vidas. Eu, particularmente, mesmo sendo noveleiro de carteirinha, não tenho mais paciência para acompanhar por mais de oito meses novelas com 200, 300 capítulos...


quinta-feira, 24 de setembro de 2015

Dez pragas do Egito agitam 'Os Dez Mandamentos', mas Record tem que tomar cuidado para não cometer os mesmos erros de 'Os Mutantes'


Os Dez Mandamentos estreou em março e já começou bem no Ibope: nos dois primeiros meses, marcou uma média de 12 a 13 pontos, desbancando o segundo lugar do SBT às 20h30. E a audiência só foi crescendo. A média geral, até o momento, é de 15 pontos, que certamente será maior até o seu encerramento. Entretanto, foi com o início das dez pragas do Egito que a Record viu seus índices explodirem, saltando para a casa dos 20 pontos e batendo de igual para igual com A Regra do Jogo (aliás, em alguns confrontos diretos, já chegou a vencer a novela das nove por alguns minutos).


Desde a trilogia de Os Mutantes (2007 à 2009) que a Record não via uma audiência tão alta como essa. E nesses quase sete anos que separam essas duas produções, é gritante a diferença entre ambas (não só da parte temática, mas no que diz respeito a produção também). Percebe-se o investimento crescente da emissora de Edir Macedo. Os Dez Mandamentos é, de fato, uma super produção, com uma proposta estética de encher os olhos. Até agora, já foram ao ar cinco das dez pragas: a água virando sangue, a infestação de rãs, piolhos e moscas e a morte de todos os animais do Egito. E, ao contrário de todos aqueles efeitos especiais toscos e de péssima qualidade de Os Mutantes, os da trama bíblica estão impecáveis. Adquirindo experiência com as minisséries bíblicas do canal, a produção de Os Dez Mandamentos é caprichada, a direção está cuidadosa e os cenários e figurinos estão mais coerentes após a correção na fotografia, diminuindo todos aqueles exageros iniciais que faziam a novela parecer uma escola de samba. Vale lembrar que a Record contratou o "Stargate Studios" (de Los Angeles, EUA) para a finalização de parte das pragas e para fazer a abertura do Mar Vermelho (o momento mais esperado da trama e que deve fazê-la bater recorde de audiência).

Como bem observei em meu último texto sobre Os Dez Mandamentos, ela ainda peca pelo tom teatral e a irregularidade no elenco. Claro que, como é uma trama de época, não há como manter interpretações exageradamente naturalistas. Porém, muitas sequências ficam vários tons acima, o que causa certo incômodo. Não é teatro, é novela! E novela brasileira, não mexicana! Muitas vezes, este exagero prejudica o desenvolvimento da história, deixando os conflitos e embates artificiais demais. Entre os atores do elenco que merecem destaque pelo seu ótimo desempenho são Denise Del Vecchio (Joquebede), Vera Zimmermann (Henutmire), Larissa Maciel (Miriã), Adriana Garambone (Yunet), Camila Rodrigues (Nafertari) e Petronio Gontijo (Arão). Guilherme Winter e Sérgio Marone não chegam a comprometer na pele de, respectivamente, Moisés e Ramsés, mas deixam a desejar.


Por causa do estrondoso sucesso que vem fazendo, Os Dez Mandamentos foi espichada para meados de novembro, ganhando, pelo menos, mais 20 capítulos além dos 150 inicialmente previstos. Entretanto, a Record pretende estender a novela ainda mais: até janeiro do ano que vem! Tanto é que alguns atores da trama bíblica com contrato por obra tiveram seu vínculo com a emissora renovado até dezembro, a nova previsão do fim das gravações. E é aí que mora o grande problema. Nos últimos tempos, Os Dez Mandamentos está começando um pouquinho mais tarde que o normal (de 20h30 para quase 21h) só para enfrentar A Regra do Jogo. Além disso, a trama vem fazendo o uso exagerado de flashbacks entre o início de uma praga e outra. Cada cena passa mais de 20 vezes! Isso sem falar nas "cenas do capítulo anterior" e "cenas do próximo capítulo" que chegam a durar mais do que o próprio capítulo. É evidente que está faltando história. Mesmo com a volta da grande vilã Yunet ao palácio real, as dez pragas já estão terminando e, logo, logo, querendo ou não, Moisés terá que abrir o Mar Vermelho. Até quando a Record vai ficar enrolando entre uma praga e outra, hein?!


A Record agora precisa mostrar que aprendeu com os erros. Na época de Os Mutantes, a emissora não soube manter o sucesso ao se lambuzar com ele. Esticou até não poder mais, até que Os Mutantes caiu no esgotamento e perdeu grande parte do seu público. E é isso que, certamente, deve acontecer com Os Dez Mandamentos se a Record não tomar cuidado. O público não é bobo e, quando perceber que está sendo enganado, vai cair fora. Ao mesmo tempo, me parece pouco provável que a sucessora no horário, Escrava Mãe, conseguirá manter o sucesso da trama bíblica. Taí mais um motivo para a emissora estender a novela, mesmo que comprometa a obra inteira. E agora? Sinuca de bico!


Poderá gostar também de

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...