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sábado, 6 de fevereiro de 2016

O Melhor e o Pior da Semana (31/01 à 06/02)



O MELHOR DA SEMANA


A virada de Tóia e a derrocada de Romero



Como diria Maísa, meu mundo caiiiuuuuu... Assistir os capítulos mais recentes de A Regra do Jogo foi ver o mundo dos personagens desabando. Primeiro foi Dante (Marco Pigossi), que descobriu a verdade sobre Romero (Alexandre Nero) e a facção. Agora chegou a vez de Tóia ficar sabendo que sempre foi enganada pelo ex-vereador e, claro, de Vanessa Giácomo dar seu show de atuação. Ela foi, sem dúvida nenhuma, o grande nome da novela essa semana. Apesar de ter sido uma chatóia durante toda a novela em alguns momentos cruciais, foi de partir o coração vê-la sentindo a dor de descobrir que acreditou em cada palavra do pilantra desde o início, mesmo quando a própria mãe dele, Djanira (Cassia Kiss), insistia em dizer que Romero não prestava. Tóia não só acreditou, mas se deixou seduzir pelo pilantra, brigou com o grande amor da sua vida, Juliano (Cauã Reymond), não acreditando nele e até se casou com Romero sem enxergar o que estava bem debaixo de seu nariz. Pra completar, está grávida do homem que destruiu sua vida, roubou, enganou e foi indiretamente responsável por várias mortes. Vi muita gente nas redes sociais dizendo que Giácomo estava exagerada, berrando demais. Pelamordedeus, acho que diante de tudo que ela viveu, essa fúria foi totalmente justificada e compreensível. Qualquer um que tivesse no lugar dela faria o mesmo. Ou até pior!


A sequência de Tóia, desesperada, com Dante proporcionou um grande momento para o público (que sabia do golpe que ela sofreu da facção quando criança), para a personagem (que sofreu uma grande virada, mudando seus status de passiva para vingativa) e para a sua intérprete (que ganhou a chance de brilhar e passou a ser responsável pela grande parte da movimentação da história). No bloco seguinte, a chance foi de Alexandre Nero e José de Abreu. Gibson ameaçou Romero através da "roleta russa" para que ele se mante-se fiel à facção. Romero implorou para não morrer. Gibson tripudiou. A cena foi de tirar o fôlego. Não foi só Romero quem foi torturado psicologicamente. O público também.


O mais difícil foi esperar o momento certo, mantendo o sangue frio e a falsidade diante de Romero. A cena em que Tóia precisou segurar a raiva diante do canalha e quase matou o marido a tesouradas, enquanto o mesmo dormia, foi excepcional. A atriz brilhou absoluta, assim como na sequência em que ela corta os cabelos e declara guerra ao inimigo diante do espelho, adotando um novo visual. Tóia mudou por fora e por dentro. O ódio, a decepção e o desejo de vingança "mataram" a Tóia alegre que existia. E isso pôde ser percebido até mesmo na emocionante cena em que ela pede desculpas a Juliano, o cara mais injustiçado a novela inteira. Virou uma mulher fria, calculista, com possibilidades de ser má. Esse é o maior trunfo de A Regra do Jogo. O improvável conduz o desenrolar da trama e nem tudo é o que parece ser. Os personagens podem tomar atitudes inesperadas a qualquer momento, fazendo com que a novela não fique previsível nunca e tenha várias reviravoltas.


A derrocada de Romero, em plena inauguração do hospital, diante de todo o povo e a imprensa, onde foi humilhado pela esposa e algemado pelo próprio filho, foi o momento mais esperado da trama e correspondeu a toda expectativa. Tóia, Dante e Juliano possuem histórias de vida totalmente entrelaçadas, afinal, os dois primeiros tiveram seus pais assassinados pelas mãos do pai deste último. Chorei de emoção vendo as duas crianças mais prejudicadas pela facção no Massacre da Seropédica, ao lado de Juliano, fazerem justiça juntos, como adultos. Romero nunca foi um bom moço e seu maior erro foi tentar se iludir do contrário. Iludir as pessoas ao redor é uma coisa, mas tentar se enganar sempre é um tiro no pé de qualquer um. Ao contrário do que pensava, sim, fiquei com um pouco de pena dele. Por mais que Romero tenha feito muita coisa ruim, não consigo odiar. Primeiro, teve o momento tocante que marcou a despedida de Romero e Ascânio (Tonico Pereira), onde demonstrou um evidente afeto pelo homem que cuidou dele a vida toda e até deu um abraço no trambiqueiro, que também ficou sentido. Depois, teve o embate de Romero e Dante na cadeia. De um lado, o filho, destruído por ter passado a vida inteira admirando um falso herói, diante do pai, destruído por ter magoado justo da pessoa que ele mais ama nesse mundo (ou diz amar). Do outro, o público com o coração partido. Culpa tua, Alexandre Nero! Criou um lobo em pele de cordeiro magistral.


É preciso deixar claro que, apesar da situação nada favorável de sua mocinha, Vanessa sempre convenceu em todas as complicadas sequências de uma heroína sofrida que chora muito. O problema é que, após a morte de Djanira (Cassia Kis), Tóia tomou um chá de emburrecimento. Ela, que começou tão sagaz, sendo capaz de roubar para salvar a vida da mãe, e indo atrás da verdade, do nada, virou uma palerma, enganada por todos e politicamente correta ao extremo nível Regina de Babilônia. João Emanuel Carneiro tem agora a missão de fazer Tóia voltar a ser aquela heroína pela qual a gente torcia no início da novela. Deve isso aos telespectadores e, principalmente, a intérprete.

P.S.: Achei corajoso o João Emanuel Carneiro reservar a grande reviravolta da sua novela para uma sexta-feira e sábado de carnaval. Talvez, após o período da festa, renderia um recorde de audiência para a novela (quiçá, até chegaria aos sonhados 40 pontos). De qualquer forma, reservar um momento tão importante dentro da trama para um sábado pode indicar bala na agulha para mais fortes emoções na próxima semana. Então se você for cair na folia nesse carnaval e só curar a ressaca na próxima quarta-feira, saiba que até lá A Regra do Jogo já terá sofrido mil e uma reviravoltas.

Clã caipira é uma novela dentro da própria novela


Romeu pede a mão de Mafalda (Foto: Felipe Monteiro / Gshow)

Depois que Candinho e Filomena (Sergio Guizé e Débora Nascimento) se mudaram para a cidade, a família de CUnegundes segue avulsa e distante à história principal, porém, com todos os ingredientes de um bom romance caipira que fazem desse núcleo o melhor de Eta Mundo Bom. Um bom exemplo foi a ótima cena desta semana que reuniu Elizabeth Savala (Cunegundes), Camila Queiroz (Mafalda) e Rosi Campos (Eponina). As três tiveram aquela clássica conversa entre mãe e filha sobre sexo, virgindade e de onde vem os bebês. De um lado, a filha romântica e inocente querendo casar. Do outro, a mãe interesseira que queria jogar a filha para os braços do rapaz rico a qualquer custo, mas disfarçava sua intenção. "Antes de casar é do pescoço pra cima, depois de casar é do pescoço pra baixo", foi uma das pérolas soltadas por CUnegundes na cena. Sutileza pra que, né? Embora o texto do Walcyr Carraso seja no estilo jogral, quase teatral, ele combina muito com a proposta da novela e realmente diverte. A entrada de Romeu (Klebber Toledo), um golpista que está se passando pelo rico comprador da fazenda e que está encantado por Mafalda, deu um novo gás ao clã caipira. Assim como a entrada da empregada Dita (Jennifer Nascimento), que, ao contrário da tia, Manoela (Dhu Moraes), não tem medo de enfrentar a Dona Boca de Fogo. Está sendo divertido acompanhar as aventuras e desventuras dessa família em vender a fazenda decadente de qualquer jeito. Impagável!

Bastidores do Carnaval é pura vergonha alheia, mas diverte


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Sem os mesmos recursos que as grandes emissoras e sem interesse de competir com Globo, Band e SBT, a RedeTV! oferece anualmente uma alternativa nada ortodoxa a quem se interessa por Carnaval, mas não tem paciência para as transmissões de suas concorrentes. O Bastidores do Carnaval, apresentado por Nelson Rubens e Flavia Noronha, aposta no escracho. Em um cenário extremamente tosco, com duas bailarinas seminuas sambando por duas horas sem parar, eles comandam uma atração que faz a alegria daqueles que gostam de rir das situações absurdas que o programa mostra. Sim, porque colocar Geyse Arruda, Val Marchiori e Fábio Arruda para serem comentaristas de carnaval é a mesma coisa que chamar o Nego do Borel para ser comentarista de música lírica! O trio avalia, por exemplo, se determinado "porta-malas", como dizem, é natural ou tem silicone. Também palpitam se o drama da modelo que teve a fantasia furtada é real ou jogada de marketing.

Como todo ano, os repórteres entrevistam mulheres de pouca ou nenhuma relevância no mundo artístico abaixo do que podemos chamar do termo sub-celebridades com um único objetivo: fazer elas mostrarem a pouca fantasia que exibirão na avenida. Entre ex-panicats e candidatas ao Miss Bumbum, eventualmente surge também alguma passista anônima, que dá aquela "sambadinha" para a câmera. Resumindo: vergonha alheia total! Mas muito da graça do programa vem do fato de que ninguém leva aquilo muito a sério. O Bastidores do Carnaval só é bom porque é muito ruim.


O PIOR DA SEMANA


Pânico até tenta, mas não consegue se renovar



O Pânico na Band provou na estreia da temporada 2016 que é um humorístico sem rumo. Com exceção ao "Bela Gel" (sátira feita pelo hilário Carioca aos programas de culinária de Bela Gil) e à pegadinha do taxista metrossexual (uma provocação aos civilizados profissionais que agora controlam o direito de ir e vir dos cidadãos), o programa não demonstrou o menor resquício de criatividade.

Contratado em janeiro, Lucas Salles estreou com uma entediante reportagem sobre exame de próstata. Ou o pauteiro da atração tem parente urologista ou o tema desperta algum tipo de fixação do elenco. A adaptação do "Carpool Karaoke", destaque do Late Late Show With James Corden, foi embaraçosa. A simulação do "Teste de Fidelidade", ancorada pelo personagem Marcelo Sem Dente, foi preguiçosa. Sucesso nos tempos áureos da RedeTV!, o "Afogando o Ganso" ganhou um escorregador extra e um novo sistema de competição. Tudo em nome da multiplicação dos closes. Outra tradição, as reportagens com famosos estão cada vez piores. Baianinha não conseguiu entrevistar a cantora do hit "Metralhadora". Amanda e Mendigata não conseguiram cobrir nem a festa da Vogue, nem a briga entre taxistas e motoristas do Uber. Nem mesmo seu rival Encrenca (tão péssimo quanto) escapou da metralhadora giratória do Pânico. Exibido quase no encerramento do programa, o quadro "Wesley Veadão" tem o mesmo propósito das "Cantadas do Carlão". Faltou o CPF na nota.

Novo integrante da trupe, Julio Cocielo surgiu no quadro "Bate ou Regaça", que é ruim até para os padrões da geração YouTube. Repatriado, Fabio Rabin acompanhou Daniel Zukerman em Portugal. O custo da passagem só foi justificado graças ao apresentador Geraldo Luís, que sempre cai nas pegadinhas dos humoristas. Quadro emocional da noite, o "Tunando Minha Carroça" serviu para o público lembrar os vícios dos programas dominicais. E deixar claro que o Pânico agora está do outro lado do balcão, trocando a influência pela dependência. Acho que já passou da hora de terminar.

Gugu comprova que é capaz de absolutamente tudo pela audiência


O Gugu voltou e com ele trouxe uma das coisas mais absurdas da história da TV nacional. Em seu programa de estreia, o apresentador resolveu mexer com o corpo de Dercy Gonçalves, que faleceu em 2008 aos 101 anos após se destacar como uma das maiores humoristas do país por seu jeito irreverente, desbocado e cativante.

O animador, em seu retorno ao ar, tinha como propósito descobrir se a artista realmente foi enterrada em pé, como desejava. Passou a primeira hora e meia da atração com esse questionamento. Julinho do Carmo (cabeleireiro de Dercy que se tornou amigo dela), Decimar Martins Senra (sua filha), outras pessoas próximas e a população de Santa Maria Madalena (onde Dercy nasceu e foi enterrada) foram perguntadas a respeito.

O problema é que isso não ficou restrito às palavras. O mausoléu construído por Dercy foi aberto para que Gugu visse com seus próprios olhos em que posição estava o caixão dela. Após todo o esforço do pessoal do cemitério local, foi constatado que Dercy não teve seu desejo respeitado. Depois do caixão ser colocado na posição vertical (no enterro), optou-se por deixá-lo na horizontal. A questão é: qual a necessidade disso? Pra que mexer com quem descansa e deveria estar em paz? Será possível que uma pessoa não pode ter esse direito nem após a morte? 


Ok fazer barulho em torno de Dercy estar ou não enterrada em pé. Porém, quando Gugu se sujeita a desenterrá-la, ele prova que entrevistar criminosos como se fossem celebridades queridas não foi suficiente. Por audiência, vale tudo, até ter um comportamento no mesmo nível do escândalo da entrevista falsa com "integrantes do PCC", em 2003, quando ainda estava no Domingo Legal, que até hoje mancha sua trajetória. O animador nunca vai conseguir se livrar disso por evidenciar que não mudou. Joga sujo, porque o que vale é vencer o Ratinho e superar a Globo. E conseguiu. A volta de Gugu registrou 12 pontos de média em São Paulo, deixando a Record em segundo lugar com folga sobre o SBT, que marcou 9 pontos de média no horário (22h05 à 0h11), e ainda liderou por alguns minutos. Nessas, de quem é a culpa: do Gugu (que não tem limites quando o assunto é audiência), da Record (que permitiu que uma matéria de extremo mau gosto dessas fosse ao ar), da família da Dercy (que permitiu tamanha exploração com a imagem da humorista) ou do público (que ainda dá audiência para um lixo desses)? Aliás, tenho sugestões para as próximas edições do programa:


Quando pensamos que a TV já atingiu o fundo do poço, Gugu provou que os segredos do Você na TV não são nada comparado a isso e ainda é possível sim cavar mais um pouco. Lastimável!

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