Não perca nenhum dos nossos posts

segunda-feira, 6 de junho de 2016

O Melhor e Pior da Semana (29/5 à 4/6)




 O MELHOR DA SEMANA 



Primeira semana de Escrava Mãe




Quem diria, hein... Escrava Mãe se revelou uma belíssima surpresa. Faz tempo que a Record não produz uma novela tão bem feita. Não dá para parar de assistir. A novela funciona como um prequel de A Escrava Isaura, narrando a trajetória de vida de Juliana, a escrava que é mãe da personagem título do romance de Bernardo Guimarães. Mesmo que o horário não permita um enredo carregado em profundidade que traga à tona a história dos negros comercializados no Brasil naquela época, é importante uma novela que ressalte isso, pois, infelizmente, mesmo estando em 2016, vemos diariamente diversas demonstrações de preconceito racial.

A história se inicia em 1789, no ritual de casamento entre Luena e Kamal, casal africano que pouco depois do matrimônio é capturado e vendido como mercadoria para senhores de escravos em terras brasileiras. Kamal é o personagem que age no primeiro capítulo como âncora para os enredos que se seguem. Ele é o herói tradicional, que luta com honra e justiça tanto pela felicidade da amada quanto pela sobrevivência dos seus. Toda as sequências envolvendo o personagem e situadas no Congo foram muito bem filmadas, produzidas e sonorizadas.



Numa história narrada sobre seu nascimento, Tia Joaquina conta à Juliana que ela é realmente uma escrava, jogando um balde de água fria na menina que acreditava que, por ter a pele mais clara, poderia ser filha do Coronel Custódio, seu senhor, quando na verdade ela é fruto de uma violência cometida por Osório contra sua mãe. Juliana parece ser uma personagem escrita às sombras das mocinhas das novelas mexicanas. Mesmo sendo uma escrava, vivendo uma vida de privações, mantém sonhos, inclusive os românticos, e se encanta à primeira vista por Miguel, rapaz português, bem educado, que aparece na cidade a princípio a procura de um trabalho.

Dos outros personagens que compõem Escrava Mãe, o destaque fica por conta do embate entre as filhas do Coronel Custódio: Maria Tereza, que tem bom coração e sonhos românticos, sempre imersa em seus livros, possui uma deficiência na perna e é muito amiga de Juliana, tratando-a sempre de igual para igual, e Maria Isabel, a irmã má e egoísta, que ganha o título de vilã juntamente com Fernando Almeida, um homem de caráter duvidoso e financeiramente falido que recebe a proposta de se casar com Maria Tereza em troca de um grande dote.


O primeiro capítulo foi digno de grandes clássicos. Contou toda a trajetória da mãe da Escrava Isaura em um tempo recorde sem cansar o telespectador e logo nesse capítulo ficou nítida as grandes apostas da emissora no elenco da trama. Tais Fersoza, que já havia dado um show com a vilã de Dona Xepa, volta novamente numa personagem má e promete fazer um trabalho impecável. Fernando Pavão também promete ser tão ruim quanto (ou até pior) que o icônico Leôncio Almeida de Rubens de Falco. Roberta Gualda e Gabriela Moreyra também defenderam muito bem suas mocinhas sem serem bobinhas ou chatas. Nayara Justino, Marcelo Batista e Neusa Borges emocionaram na primeira fase da novela na pele de Luene, Kamal e Mãe Quitéria. Aliás, a cena de Luena dando à luz Juliana à beira do rio ao som de Vida de Negro (o "Lerê Lerê" imortalizado pelas duas versões de Escrava Isaura) foi lindíssima. Um começo de arrepiar.

A abertura da novela é um caso a parte e já podemos colocar esta como uma das mais bonitas dos últimos tempos, porque consegue bem mostrar a escravidão no Brasil de uma forma que não romantiza as coisas. A música também casou bem. Bem simbólica e poética.



Enganou-se quem achou que o tema da escravidão iria deixar o horário das sete da Record mais sério e dramático. Pelo menos, neste início, a emissora teve o cuidado de não chocar com cenas de tortura e espancamento. Até a sequência do estupro de Luena foi adaptada ao horário. E, mesmo assim, foi dilacerante. O autor também providenciou núcleos cômicos que vão dar uma amenizada no drama. E nesses núcleos destaques absolutos para Luiza Tomé na pele da Rosalinda Pavão, a dona do cabaré da cidade, e Jussara Freire, como a falida e defensora da moral e dos bons costumes Dona Urraca. Os embates entre as duas estão divertidíssimos.

Mesmo desacreditada, Escrava Mãe mostrou ter potencial para se tornar um grande sucesso, talvez até mesmo como vingança sobre o fato da Record ter protelado tanto sua estreia. As imagens são lindas, os cenários e os figurinos são bem realistas e a história é de tirar o fôlego.

Ding Dong




Eu adoro o Ding Dong. É o melhor quadro do Faustão. Muito bom esses resgates de gente meio esquecida pela mídia, com artistas que fizeram sucesso nos anos 80, 90 e não vemos há anos.

Bate e Volta




Original e inusitada a iniciativa da Band de colocar pessoas de estilos diferentes para trocarem ideia em Bate e volta. O programa com Erick Jacquin e Gabriela Pugliesi e o com Ronnie Von e Mc Biel foram bem interessantes. Ainda vai ter a Mara Maravilha com o Mr. Catra. Promete!

Grace Gianoukas




Mesmo com um time de atores/humoristas de peso como Tatá Werneck, Marisa Orth e Cláudia Gimenez, o grande destaque dessa primeira semana de Haja Coração foi a impecável Grace Gianoukas como a adoravelmente terrível Teodora. A atriz, que já havia feito participações em programas humorísticas como Rá-Tim-Bum e Escolinha do Professor Raimundo e nas novelas Bang Bang e Guerra dos Sexos, é a responsável por um dos mais importantes projetos de humor brasileiro do início dos anos 2000: a Terça – Insana, movimento teatral dedicado a formação de atores, humoristas e autores no humor. Além de atriz, Grace é autora, diretora, cronista e produtora. A Teodora caiu como uma luva para a atriz, que já conquistou o público com suas caras e bocas exageradas e, claro, com as grandes humilhações que ela faz questão de fazer o marido Aparício passar. Será uma pena caso o autor Daniel Ortiz seguir a risca a sinopse de Sassaricando, onde Teodora morria nos meses iniciais. Irei ficar órfão!

Trio Leonora-Penélope-Rebeca




Outro destaque positivo na primeira semana de Haja Coração é o núcleo formado por Leonora, Penélope e Rebeca (Ellen Roche, Carolina Ferraz e Malu Mader), curiosamente, o núcleo principal de Sassaricando. É aqui que está o texto mais esperto, cheio de referências e alguma crítica social embalada no humor. E as três atrizes estão ótimas como estas amigas sem nenhuma sorte no amor que se unem por acaso. Suas sequências divertiram pakas.


   O PIOR DA SEMANA   



Haja Coração: novela nova com cara de velha



Haja Coração não é um remake de Sassaricando. Segundo seu autor, Daniel Ortiz, sua novela é uma adaptação da obra original de Silvio de Abreu. Só que os primeiros capítulos guardaram muito do espírito da trama de 1987. Apesar do bom aproveitamento de recursos modernos, como Apolo pedir Tancinha em casamento pela câmera do celular, Fedora, literalmente, parando o trânsito para conseguir mais seguidores e curtidas nas redes sociais e a referência ao Big Brother Brasil através da Leonora, que é uma ex-BBB, Haja Coração parece reprise de uma novela antiga. Tudo foi excessivamente explicadinho para que o público assimilasse bem quem era quem. Várias cenas afirmaram e reafirmaram que Giovanni foi preso por um crime que não cometeu, que Aparício era um banana, que Teodora era uma milionária arrogante e sem coração e que a família Abdala tinha alguma coisa haver com o sumiço do marido de Francesca.

De lamentável mesmo só a ridícula invasão de Tancinha na festa de aniversário de Fedora no primeiro capítulo. Uma sequência desnecessária, sem sentido, muita gritaria e pior: sem graça. No segundo em diante, permaneceu o ritmo ágil e a insistência no didatismo na apresentação dos personagens. Mas é só o começo da trajetória de Haja Coração. A novela vai precisar também se desvencilhar desta coisa datada, herança dos anos 80. Toda a cafonice de Fedora, por exemplo, parece daquela época, mesmo a personagem se esforçando para tentar ser moderna e querer se tornar a rainha das redes sociais. Algo ali está provocando ruído. Vamos aguardar.

Abertura de Haja Coração



Vocês já perceberam que as aberturas das novelas mais recentes, de um modo geral, estão extremamente preguiçosas e zero criatividade? Nossa, é muita poluição visual, um monte de colagens e cenas amontoadas na tela onde a gente tem que ver várias vezes e notar os detalhes para entender do que se trata. É o caso de Haja Coração, que mal estreou e já está causando um grande problema para aqueles que sofrem de labirintite. Tentando ser extremamente colorida, passou do ponto na movimentação das cores e formas. Não é porque a Tancinha e a família dela são feirantes que precisa tacar um monte de fruta na telinha, né? Se chegar mundo perto, é capaz de cair uma melancia ou uma laranja na nossa cara. Que falta Hans Donner faz, viu...

Didatismo em Velho Chico



É verdade que Velho Chico propõe uma grande abordagem política, mas precisa ser tão didática? No capítulo de segunda (30), Bento apareceu do nada na escolinha de Beatriz e foi ensinar às crianças algumas coisinhas muito importantes. Depois de explicar a origem da palavra democracia (e de nem ficar surpreso com as crianças de 9 anos respondendo eloquentemente o significado de partículas em latim), Bento começou a declamar sobre as bases da democracia, a importância do voto e tal. Em tempos que os telejornais mais desinformam e confundem, acho muito bacana ver que tem novela que ainda consegue relembrar princípios básicos como o conceito de democracia. Só podiam ter feito em uma cena menos Telecurso 2000, né?

Repetição de situações em Eta Mundo Bom



Mafalda estava prestes a se casar com Romeu, mas foi impedida pela falta de vestido, que acabou se desmanchando no altar. O padre disse que noiva pelada não casava. E assim foi-se um casamento. Sandra estava prestes a se casar com Ernesto, o falso Candinho, mas Pancrácio surgiu na igreja e desmascarou o farsante. O casamento é desfeito no altar. Na sequência, Sandra e o irmão Celso travam uma guerra de bolo. Eponina estava prestes a se casar com Inácio, mas a esposa dele chega na igreja e revela que ele já era casado. O casamento é desfeito no altar. Na sequência, todo o núcleo da fazenda trava uma guerra de bolo. Nesta semana, Sandra estava prestes a se casar com o verdadeiro Candinho, mas ele descobre que é o pai do filho que Filomena está esperando e diz não. O casamento é desfeito no altar. Na sequência, Candinho, Sandra, Celso, Pancrácio e Anastácia travam uma guerra de bolos. Eu sei que o Walcyr Carrasco adora essas situações, mas já tá ficando chato em excesso. Que déjà vu!

Participação de Luiza Brunet em Velho Chico



Um monte de gente gosta muito da Luiza Brunet, acha ela diva e todas aquelas coisas que as ex-supermodelos trazem consigo. E tem também aquela ala que torce para que ela volte a tentar a ser atriz. Isso aconteceu em Velho Chico, numa participação especial nesta segunda (30), quando ela apareceu como a dona de um bordel que Afrânio visitou com seu neto. Luiza apareceu com uma peruca bem da esquisita que mirou na Marilyn Monroe, mas acertou em cheio na drag queen Salete Campari. Mas isso nem foi o maior problema. A questão maior foi o sotaque nordestino que Luiza teve de fazer. Estava totalmente estranho, forçado e com uma entonação que, por vezes, lembrava a voz de uma criança. Totalmente bizarro. Fora isso, Luiza até que se esforça, mas dá para entender porque sua carreira como atriz nunca decolou: é porque ela não nasceu para isso. Quem está acompanhando atualmente a reprise de Anjo Mau no Vale A Pena Ver de Novo, sabe do que eu tô falando. 19 anos separam a fútil Tereza da cafetina Madá, mas a canastrice da intérprete continua a mesma. Cada macaco no seu galho!

Final morno e cheio de falhas de TD+


O grand finale de Totalmente Demais foi como o esperado. As emoções finais da trama tinham sido distribuídas entre os três últimos episódios e, no último, ficou basicamente a decisão de quem ficaria com Eliza. Ela terminou nos braços de Jonatas. O que não foi surpresa nenhuma, né? Os autores chutaram o balde para a coerência na reta final apelando com um golpe baixíssimo (o do melodrama do transplante de fígado) para favorecer uma das pontas desse triangulo amoroso (no caso, Jonatas). Acabou estragando a surpresa final. Arthur acabou ganhando o super prêmio de consolação: Carol. Vocês sabem muito bem que eu sou Arliza de carteirinha (CONFIRA AQUI), mas também gostava do Arthur com a Carolina. Os dois tinham muito sex appeal. O problema é que faltou uma desenvolvimento melhor para o casal Carthur. Achei super incoerente o Arthur, depois de ter passado a trama inteira chutando a Carolina e dizendo que a única mulher que amou de verdade era a Eliza, descobrir, assim, do nada, aos 45 do segundo tempo, que a Carolina é que sempre foi a mulher da vida dele. Aham... Sei...



Aliás, incoerência foi o que não faltou no último capítulo da novela. Arthur tirou seu time de campo e deu a Jonatas a chance de ir a Paris com Eliza. O carrapato, então, simplesmente chama um táxi, diz que está indo para Paris para a mãe e, mesmo depois de ter passado por uma cirurgia complicadíssima no fígado onde ficou entre a vida e a morte, enfrenta um voo de doze horas, porque, afinal de contas, isso aqui é ficção e precisamos voar. E para provar que é ficção mesmo, Jonatas, que nunca tinha viajado na vida, conseguiu um passaporte e um visto para Paris de última hora como num passe de mágica e nem mala levou pra viajar. TÁ SERTU!

Porém, nada foi mais deprimente do que as sequências de Eliza e Jonatas em Paris. Foram de uma pobreza vergonhosa. Um fundo mais falso do que nota de três reais que só causou constrangimento. Só por ter sido a maior audiência do horário das sete desde 2012, acho que Totalmente Demais merecia um pouquinho mais de capricho da produção, né? Para piorar, a cantora Gabrielle Aplin (intérprete de Home, tema do casal Joliza), surgiu do nada cantando a música e tocando violão do lado deles. Parecia até cena do extinto Casseta & Planeta!

Mas não será esses tristes deslizes que irão tirar brilho dessa novela que foi mesmo totalmente demais e que já ganhou um lugar especial no meu coração. Já estou com saudades!

Pra não dizer que não falei das flores, adorei o desfecho da trama de Max. Ele conseguiu arrumar um pretendente, Fernando. E o casal deu um tapa na cara da sociedade passeando de mãos dadas pelo mesmo lugar onde Max havia sido agredido por homofóbicos. Melhor do que mil beijos na boca. E foi bacana também o inédito (que eu lembre) crossover da trama com sua sucessora, Haja Coração. Muita irreverencia e diversão com Fedora abordando Carol, Arthur e Pietro no meio da rua e pedindo para ser a próxima capa da revista Totalmente Demais.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Bora comentar, pessoal!

Poderá gostar também de

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...