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sábado, 5 de março de 2016

O "calcanhar de aquiles" do João Emanuel Carneiro



Todo folhetim precisa ter subtramas para a história central poder se sustentar por vários meses no ar. Caso contrário, não há criatividade e reviravoltas que consiga elaborar constantes conflitos para o núcleo principal se manter atraente por longos meses. Portanto, nada mais normal do que a criação dos enredos paralelos. E é fundamental que o autor desenvolva situações secundárias tão envolventes quanto a central. Porém, não é o caso de João Emanuel Carneiro. Apesar de ser um dos autores mais criativos e venerados da atualidade e ter escrito obras e personagens memoráveis e de sucesso que sempre caem na boca do povo, as tramas paralelas são o seu maior "calcanhar de aquiles".


Em Da Cor do Pecado, haviam três núcleos cômicos: a família Sardinha, liderados pela Mamuska (Rosi Campos), o casal Edu e Verinha (Ney Latorraca e Maitê Proença) e o núcleo de Pai Helinho (Matheus Nachtergaele), que, dos três, era o único que corria sem qualquer relação com o restante do enredo. Enquanto a ação principal se passava no Rio de Janeiro, o falso pai de santo aprontava todas no Maranhão. Apenas no início, quando a protagonista, Penha (Taís Araújo), amiga de Pai Helinho, morava lá no Maranhão, e no final, quando ele se mudou para o Rio, que o núcleo conversou com as outras histórias da novela. A família de Eva (Eliane Giardini) também viveu situações que pouco tinham a ver com a saga principal de Cobras e Lagartos. Se não existisse, não faria a menor falta, até porque a trama tinha um apelo cômico fortíssimo que ia desde os principais, com Foguinho e Ellen (Lázaro Ramos e Taís Araújo), até aos coadjuvantes, com a divertidíssima Milu (Marília Pera).


E até mesmo A Favorita, acusada de não ter tido núcleo cômico, ofereceu doses de surrealidade quando a ex-retirante Maria do Céu (Deborah Secco) se casa com o gay enrustido Orlandinho (Iran Malfitano), que depois vira ex-gay, e o cotidiano desse inusitado casal, totalmente dentro de um apartamento, passou a ser uma novela à parte. Com exceção do ótimo drama da Catarina (Lília Cabral), dona de casa que sofria violência doméstica do marido, Léo (Jackson Antunes), nenhuma trama paralela se salvava na novela. Gente, o que era aquele personagem maluco do José Mayer (Augusto César, ex-roqueiro que acreditava em extraterrestres)?! Surreal! E chata! Muito chata!


E nem mesmo o fenômeno Avenida Brasil escapou das críticas negativas. Nesse caso, em relação ao núcleo Cadinho (Alexandre Borges), cujo tom farsesco das cenas do malandro destoavam do restante do enredo. Enquanto a trama como um todo buscava o naturalismo, Cadinho e suas três mulheres surgiam com um proposital exagero que usava e abusava de situações pra lá de surreais e absurdas. Além disso, a história corria totalmente alheia à trama principal. Se Cadinho e suas três mulheres não existissem, a novela pouco mudaria. Até porque a história ofereceu alívios cômicos (ou tragicômicos) em personagens que orbitavam ao redor do núcleo principal e estavam bem mais integrados ao enredo, tais como, Leleco (Marcos Caruso), Muricy (Eliane Giardini), Ivana (Letícia Isnard), Adauto (Juliano Cazarré) e Zezé (Cacau Protásio), e até mesmo na grande vilã Carminha (Adriana Esteves).


 A Regra do Jogo apresenta a mesma situação. Ascânio (Tonico Pereira) e Atena (Giovanna Antonelli), por exemplo, são personagens bem ricos dramaturgicamente e vivem numa atmosfera pesada e sombria, mas possuem uma dose de humor negro, sarcástico e irônico que quebra toda a densidade nas cenas. E não é que a dupla é bem mais engraçada que os ditos núcleos cômicos da trama?


O Morro da Macaca está para A Regra do Jogo como a Turquia estava para Salve Jorge, ou seja, poucos personagens dos muitos apresentados têm importância ou ligação com a trama central. É claro que não daria para colocar no morro só personagens chaves. Os coadjuvantes fazem parte. Mas poderiam ser em menor quantidade e ter alguma graça. É o caso do núcleo do funkeiro Merlô (Juliano Cazarré) e suas confusões amorosas com as dançarinas Ninfa (Roberta Rodrigues) e Alisson (Letícia Lima). As situações quase sempre se repetem a cada sequência, assim como a obsessão de Adisabeba (Susana Vieira) pelo filho. É um suplício ver aquele monte de personagens chatos na família do Feliciano (Marcos Caruso) em tão pouco espaço físico. Um tanto de gente sem função nenhuma naquela cobertura. Apesar de Caruso, Carla Cristina Cardoso (a empregada Dinorá) e Suzana Pires (a manicure Janete) se sobressaírem, o restante pouco podem fazer com situações que não atraem.


Também merece ser mencionado o quadrilátero amoroso envolvendo Tina e Rui (Monique Alfradique e Bruno Mazzeo) e Oziel e Indira (Fabio Lago Cris Vianna), com situações repetitivas de trocas entre os casais. Uma outra trama paralela, que não é de humor, mas também é pouco atrativa, é o núcleo de Domingas (Maeve Jinkings) com César (Carmo Dalla Vecchia). Inicialmente como um novo amor para ela, que sofria com a violência do marido Juca (Osvaldo Mil) em uma trama (mal) requentada de A Favorita, César, na verdade, se chamava Rodrigo e era um homem desaparecido que se culpava pela morte dos filhos em um acidente. As cenas de César são pouco atrativas em parte devido ao fraco desempenho de Dalla Vecchia, que outra vez interpreta um homem misterioso atormentado.


Como pode-se constatar, as tramas centrais sempre foram o forte das novelas do JEC. Já as paralelas, sempre foram um problema mesmo nas novelas de grande sucesso do autor, pois, em sua grande maioria, não acrescentam em nada à história principal. De fato, a história de vingança de Nina (Debora Falabela) contra Carminha (Adriana Esteves), o embate entre Donatela (Claudia Raia) e Flora (Patrícia Pilar), a história da facção em A Regra do Jogo e todas as tramas centrais das outras novelas do autor foram tão boas que são passíveis de perdão. Então só nos resta reservar os momentos das tramas paralelas nas novelas do JEC para tomar uma água, mexer no celular ou fazer xixi!

quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

Os Melhores Papéis na TV de Marília Pêra



Ela é uma das maiores e mais respeitadas atrizes brasileiras e tem um currículo grandioso no cinema, TV e teatro. A morte de Marília Pêra, que, infelizmente, nos deixou nesse último sábado (05/12), aos 72 anos, encerra uma galeria de personagens inesquecíveis que marcaram o público de várias gerações e uma vida de múltiplos talentos. Ela é uma das artistas mais completas do Brasil: além de atuar, é cantora, bailarina, diretora, produtora e coreógrafa. Da comédia ao drama, heroína ou vilã, rica ou pobre, Marília agigantava as personagens e oferecia ao telespectador momentos de alegria, tensão e reflexão. Por isso, resolvi listar os seus 10 melhores papéis na teledramaturgia brasileira. Obviamente, é uma seleção sob o meu ponto de vista e cabe ao leitor concordar ou não.

10º lugar: Genuína Miranda

Remake da novela Dona Xepa (1977), Lua Cheia de Amor (1991) tem como personagem central Genuína Miranda, uma mulher batalhadora, humilde, sem vaidade, sem estudo e maltratada pela vida que trabalhava como ambulante para sustentar a família. Dona Genú, como era conhecida, fazia qualquer sacrifício pelos filhos e, apesar da dedicação da mãe, eles sentiam vergonha por ela ser pobre e simples.

09º lugar: Serafina Rosa Petrone

Serafina era uma moça solitária, desastrada e aparentemente sem grandes atrativos físicos que alimentava uma paixão secreta por seu chefe, o industrial Claude Antoine Geraldi (Paulo Goulart). Estrangeiro em situação ilegal no Brasil, ele precisava de uma esposa para concretizar negócios ilícitos da empresa e, em troca da mão de Serafina, oferece-lhe parte de sua fortuna. Diante da perspectiva de ver a família e os amigos desamparados por causa da demolição do cortiço onde moram, Serafina aceita encenar o falso casamento, sabendo que ele seria desfeito após um determinado período. Depois de casados, Claude e Serafina passam a morar juntos para reforçar as aparências, mas o relacionamento dos dois é tenso e cheio de brigas de gato e rato, responsáveis por alguns dos momentos mais divertidos de Uma Rosa Com Amor (1972). Com o tempo, claro, os dois acabam se apaixonando.

08º lugar: Noeli

A rivalidade pelo controle do jogo do bicho no subúrbio carioca de Ramos era o tema principal de Bandeira 2 (1972). Na história, o amor de Noeli era disputado por dois bicheiros rivais: Artur do Amor Divino, o Tucão (Paulo Gracindo), e Jovelino Sabonete (Felipe Carone). Além de taxista, a personagem de Marília Pêra na trama era porta-bandeira da escola de samba do bairro. Com ideias feministas, Noeli enfrentava muito preconceito por ser desquitada.

07º lugar: Darlene

A maquiadora de defuntos Darlene, ex-mulher de Ruço (Miguel Falabella) e que não larga seu cigarro e seu copo de gim, é uma personagem que diverte e emociona, oscilando entre a felicidade gratuita e a tristeza existencial, ambígua como a própria vida. Esse foi o último trabalho de Marília na TV. Felizmente, a próxima temporada da série Pé na Cova está toda gravada. Portanto, continuaremos tendo o prazer de assistir Marília na TV até 2016.
06º lugar: Shirley Sexy

Um dos primeiros sucessos da atriz na Globo foi em O Cafona (1971), na qual sua personagem era barraqueira e sem papas na língua, moradora de uma república hippie e secretária de Gilberto Athayde (Francisco Cuoco), por quem era apaixonada e lutava para conquistá-lo. Na época, Shirley Sexy caiu tanto no gosto do público que rendeu à Marília repercussão nacional!
05º lugar: Milu

A trambiqueira e dissimulada Milu foi uma das melhores personagens de Cobras e Lagartos (2006), onde Marília mostrou toda a sua veia cômica com maestria. Apesar de ter sido uma vilã, a perua falida que não abria mão do luxo e do conforto caiu no gosto popular e protagonizou uma sucessão de cenas hilárias, repletas de sarcasmo. Foram muitos momentos ótimos ao lado da saudosa Mara Manzan, que interpretava sua empregada na trama, entre outros colegas talentosos.

04º lugar: Maria Monforte

Marília participou da minissérie Os Maias (2001), adaptação de Maria Adelaide Amaral do romance de Eça de Queiroz, como a angustiada Maria Monforte na fase velha, personagem que não existia na obra original. No livro, a personagem não voltava (ela morria e mandava uma carta) e era apenas citada, mas que surgiu na minissérie de maneira retumbante, marcando uma das interpretações mais memoráveis de Marília Pêra na TV.

03º lugar: Alice

Narrada em flashback, a minissérie Quem Ama Não Mata (1982) foi inspirada em crimes passionais que mobilizaram a opinião pública na época. Os protagonistas, a dona de casa Alice (Marília Pêra) e o dentista Jorge (Cláudio Marzo), casados há oito anos, pareciam um casal perfeito. No entanto, a união estava em crise por não conseguirem ter um filho. Devido à falta de diálogo, eles chegam a ser violentos um com o outro, culminando em uma tragédia. Trabalho primoroso de Marília, em que ela dividiu cenas fortes com Cláudio Marzo.

02º lugar: Rafaela Alvaray

Depois de 13 anos afastadas das novelas, a atriz retornou em Brega & Chique (1987) como a inesquecível Rafaela Alvaray, uma socialite afetada e falida que precisa se adaptar ao mundo da classe média baixa. Foram muitas cenas hilárias ao lado de Raul Cortez, Jorge Dória, Glória Menezes e Marco Nanini, que proporcionaram momentos memoráveis que fizeram da novela um grande sucesso de audiência no horário das 19h. É, sem dúvida nenhuma, a personagem mais lembrada de Marília.

01º lugar: Juliana

A mais emblemática personagem de toda a carreira de Marília Pêra: a sinistra e terrível Juliana, da minissérie O Primo Basílio (1988). A conhecida figura da obra de Eça de Queiroz, adaptada por Gilberto Braga para a TV, foi uma das vilãs mais marcantes da teledramaturgia. Marília deu um verdadeiro show na pele daquela diaba que transformou a vida da patroa Luísa (Giula Gam) em um verdadeiro inferno, obrigando-a a fazer todas as tarefas domésticas por meio de uma chantagem. Todas as sequências exigiram muito da intérprete e o momento em que a víbora morre impressionou com sua total entrega. E para comprovar que a Juliana merece o primeiro lugar da nossa lista, confira a cena da morte da personagem, uma das mais impactantes de toda a teledramaturgia:


Outros papéis de Marília Pêra na TV: Rosinha do Sobrado (1965), A Moreninha (1965), Padre Tião (1965), Um Rosto de Mulher (1966), Beto Rockfeller (1968), O Campeão (1996), Mandacaru (1997), Supermanoela (1974), Top Model (1989), Rainha da Sucata (1990, em uma participação como ela mesma), Meu Bem Querer (1998), Celebridade (2003, em uma participação cantando músicas de Ary Barroso), Começar de Novo (2004), Cobras & Lagartos (2006), Duas Caras (2007), Ti-Ti-Ti (remake, 2010), Aquele Beijo (2011), Incidente em Antares (1994), JK (2006), A Vida Alheia (2010), Viva Marília (1972) e Show da Girafa (1972)


As cortinas da vida se fecharam para Marília Pêra, mas o seu show está eternizado na memória do povo brasileiro. Qual a sua personagem favorita na TV dessa grande atriz?






segunda-feira, 26 de outubro de 2015

Uma novela perfeita precisa mesmo de um núcleo cômico?


Há três anos atrás, a crítica rasgava-se em elogios com relação à Avenida Brasil. Elogios merecidos, afinal, trata-se da novela mais interessante dos últimos tempos. O mesmo acontece atualmente com A Regra do Jogo, que, apesar de estar passando por problemas de audiência, vem colhendo muitos elogios (merecidos também, diga-se de passagem) da maior parte dos críticos. No entanto, esses mesmos críticos tratam as partes cômicas do enredo como o ponto fraco de ambas as tramas. Mas quem tem boa memória deve se lembrar que a crítica também rasgou seda para A Favorita, do mesmo autor, mas apontou que um núcleo cômico fez falta para quebrar o clima denso da trama principal. Com isso, fica a pergunta: uma "novela perfeita" precisa mesmo de um núcleo cômico?


Um segmento voltado à comédia dentro de um drama é um recurso dentro de um folhetim no intuito de oferecer um certo "alívio" diante da tensão da trama principal. Serve aos telespectadores como um momento de descanso que preparará seu espírito para o que virá a seguir. Em suma, arrancar algumas risadas e fazer do hábito de acompanhar uma novela um momento de diversão. Mas por que imaginar que um drama folhetinesco não pode surgir calcado unicamente em histórias mais sérias?

No caso de Avenida Brasil, as críticas negativas eram em relação ao núcleo Cadinho (Alexandre Borges), cujo tom farsesco das cenas do malandro destoavam do restante do enredo. Enquanto a trama como um todo buscava o naturalismo, Cadinho e suas três mulheres surgiam com um proposital exagero que usava e abusava de situações pra lá de surreais e absurdas. Além disso, a história corria totalmente alheia à trama principal, como se fosse uma novela dentro da novela. O que não é nenhuma novidade nas obras de João Emanuel Carneiro, né? Em Da Cor do Pecado, o núcleo de Pai Helinho (Matheus Nachtergaele) corria sem qualquer relação com o restante do enredo. Enquanto a ação principal se passava no Rio de Janeiro, o falso pai de santo aprontava todas no Maranhão. Apenas no início, quando a protagonista, Penha (Taís Araújo), amiga de Pai Helinho, morava lá no Maranhão, e no final, quando ele se mudou para o Rio, que o núcleo conversou com as outras histórias da novela. Já em Cobras e Lagartos, a família de Eva (Eliane Giardini) também viveu situações que pouco tinham a ver com a saga principal. E até mesmo A Favorita, acusada de não ter núcleo cômico, ofereceu doses de surrealidade quando a ex-retirante Maria do Céu (Deborah Secco) se casa com o gay enrustido Orlandinho (Iran Malfitano), que depois vira ex-gay, e o cotidiano desse inusitado casal, totalmente dentro de um apartamento, passou a ser uma novela à parte.


No caso de Avenida Brasil, caso Cadinho e suas três mulheres não existissem, a novela pouco mudaria. Até porque a história ofereceu alívios cômicos (ou tragicômicos) em personagens que orbitavam ao redor do núcleo principal e estavam bem mais integrados ao enredo, tais como, Leleco (Marcos Caruso), Muricy (Eliane Giardini), Ivana (Letícia Isnard), Adauto (Juliano Cazarré) e Zezé (Cacau Protásio), e até mesmo na grande vilã Carminha (Adriana Esteves). A Regra do Jogo apresenta a mesma situação. Romero (Alexandre Nero), Ascânio (Tonico Pereira) e Atena (Giovanna Antonelli), por exemplo, são personagens bem ricos dramaturgicamente e vivem numa atmosfera pesada e sombria, mas possuem uma dose de humor negro e irônico que quebra toda a densidade nas cenas. E não é que o trio é bem mais engraçado que os ditos núcleos cômicos da trama?


A família do Feliciano (Marcos Caruso) não chega a ser ruim, mas também não empolga. A história não parece ter andado muito: começamos com Vavá (Marcello Novaes) casado com Janete (Suzana Pires) e a traindo com Mel (Fernanda Souza); agora temos Vavá "casado" com Mel e a traindo com Janete. Isso é tão sem graça e tão clichê que dá até vontade de mudar de canal quando eles entram em cena. Ainda não entendi direito porque Janete continuou morando na cobertura, de baixo do mesmo teto que a amante do ex-marido. Muita falta de amor próprio, não? No Morro da Macaca, o único núcleo que funciona, embora ainda esteja longe de ser considerado algo excelente, é o de Merlô (Juliano Cazarré) com a mãe, Adisabeba (Suzana Vieira), e suas Merlozetes (Roberta Rodrigues e Letícia Lima). Mas é quando chega nos casais Oziel (Fábio Lago) e Indira (Cris Vianna) e Rui (Bruno Mazzeo) e Tina (Monique Alfradique) que a coisa desanda de vez. Alguém aí se importa com a história da patricinha que se muda pro morro e tem que se adaptar a nova realidade? E com o fato de Tina ter virado "favelada" e caído nos braços de Oziel, melhor amigo do marido, Rui? Eu não! A impressão que eu tenho é que eles só existem para poder cumprir os sete meses de duração da novela.

Em contrapartida, enquanto A Regra do Jogo apresenta uma trama principal excelente, mas com tramas paralelas fraquíssimas, é a novela das seis quem apresenta um conjunto bem mais harmônico entre drama e comédia. O núcleo da família Pasqualino começou sem empolgar muito. Não por conta dos atores, mas pela trama batida da mãe que queria emplacar a filha no círculo social dos ricos. Mas não é que ele cresceu na trama e realmente conseguiu divertir? Me arrisco a dizer que o paizão Massimo (Luís Mello), a deslumbrada Salomé (Inês Peixoto), a desengonçada Bianca (Flora Diegues) e a espevitada Felícia (Mel Maia) é o melhor núcleo cômico das novelas nos últimos tempos! Estou curioso para saber como ficará a família Pasqualino na segunda fase de Além do Tempo...


Mas falando de novela de uma maneira geral, a necessidade de um núcleo cômico é questionável. Um dos motivos apontados pelo fracasso de tramas como Em Família e Máscaras foi justamente a falta de humor. Em contrapartida, sucessos como A Vida da Gente, Sete Vidas e Poder Paralelo foram muito bem construídas sem a necessidade de um quadro a la Zorra Total entre uma cena e outra. Núcleo cômico não deveria ser uma obrigação, e sim uma necessidade dramática. Um bom exemplo disso é Escrito nas Estrelas, que trazia uma trama espiritualista séria e interessante em seu centro, mas partia para cenas constrangedoras com os personagens ditos cômicos, aborrecendo, assim, o público. Caso o enredo não peça ou se não for para verdadeiramente divertir, melhor não ter!



quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Os 10 Maiores Sucessos e Fracassos do Vale A Pena Ver de Novo


O Vale a Pena Ver de Novo é uma das atrações mais tradicionais da TV Globo. Está no ar desde maio de 1980 e virou um programa quase orgânico. Mesmo que não se assista, você sabe que ele está lá. E muita gente assiste! A seguir, confira as 10 maiores audiências do VAPVDN (o chamarei assim a partir de agora porque dá uma preguiça tremenda escrever esse nomão todo):



10º lugar - Alma Gêmea

Além de ser a novela de maior audiência do horário das seis do século XXI, Alma Gêmea também está na lista das maiores audiências do VAPVDN. Reapresentada em 2009, a história de amor entre Serena (Priscila Fantin) e Rafael (Eduardo Moscóvis) rendeu média de 20 pontos à tarde.





09º lugar - Senhora do Destino

A novela das nove mais assistida dos anos 2000 também foi um enorme sucesso no VAPVDN e bateu recordes de audiência em sua reprise vespertina, em 2009. Estava cotada para ser re-reprisada após o fim de O Rei do Gado, mas a Globo preferiu botar Caminho as Índias ao invés da Raposa Loira e Felpuda da Nazaré Tedesco (Renata Sorrah). Depois não sabem porque a audiência do VAPVDN está caindo...






08º lugar - Chocolate com Pimenta

Reprisada em 2006 e 2012, obteve êxito em ambas as vezes, com média geral de, respectivamente, 21 e 15 pontos de audiência.


07º lugar - O Cravo e a Rosa

Definitivamente, Walcyr Carrasco é o Rei do VAPVDN. Três das suas novelas (que também foram grandes sucessos no horário das seis) repetiram o sucesso na faixa de reprise vespertina. Junto com Alma Gêmea e Chocolate com Pimenta, O Cravo e a Rosa forma um trio de ouro.


06º lugar - A Viagem

Pense numa novela que sempre faz sucesso por onde passa. É incrível o poder de A Viagem em sempre fisgar o público em qualquer época. A novela foi reapresentada duas vezes no VAPVDN (em 1997 e 2006) e num canal de TV por assinatura, o Canal Viva (em 2014), e alcançou ótimos índices de audiência nas três reprises.


05º lugar - Quatro por Quatro

Um dos melhores trabalhos de Carlos Lombardi dos anos noventa fez um estrondoso sucesso no VAPVDN, em 1998. Aliás, foi reprisada em 2011 no Canal Viva (repetindo o sucesso).






04º lugar - Anjo Mau

O remake de Anjo Mau, com Glória Pires dando vida a ambiciosa babá Nice, rendeu índices invejáveis à muita novela das sete atualmente quando passou no VAPVDN (em 2003).



03º lugar - O Rei do Gado

Sucesso de Benedito Ruy Barbosa nos anos 90, a saga das famílias Mezenga e Berdinazzi cativou o público quando foi exibida originalmente em 1996 e nas suas três reprises (duas no VAPVDN, em 1999 e 2015, e uma no Canal Viva, em 2011).



02º lugar - A Gata Comeu

O romance conturbado e divertidíssimo entre Jô Penteado (Christiane Torloni) e o Professor Fábio (Nuno Leal Maia) fez a audiência do VAPVDN explodir em 1989 e 2001.




01º lugar - Mulheres de Areia

Com uma média geral com dez pontos acima da meta (sente só o poder de Mulheres de Areia!), a trama das gêmeas Ruth e Raquel (Glória Pires) foi um verdadeiro fenômeno de audiência em suas duas reprises no VAPVND (1997 e 2011).




Mas nem só de sucessos vive o VAPVND. A seguir, confira as 10 piores audiências do VAPVDN:




10º lugar - Terra Nostra

Como uma novela que foi um fenômeno em sua exibição original no horário nobre conseguiu ser um dos maiores fracassos do VAPVDN? É o caso de Terra Nostra (reprisada em 2004).



09º lugar - Cobras e Lagartos


A Globo demorou anos para conseguir exibi-la no VAPVDN. Entretanto, de nada adiantou tanto esforço. Um dos maiores sucessos das sete, que salvou o horário da flopada Bang Bang, em 2006, e promoveu João Emanuel Carneiro para a faixa das nove, foi um fracasso em sua reprise (2014).


08º lugar - A Próxima Vítima


Se em 1995, A Próxima Vítima conseguiu parar o país em torno de um grande mistério, tal feito não se repetiu quando a novela passou, em 2000, no VAPVDN. E olha que, na versão reprisada, até trocaram o serial killer para manter o mistério, mas nem isso empolgou o público.


07º lugar - Da Cor do Pecado


Olha que ironia: Cobras e Lagartos e Da Cor do Pecado (reprisada em 2007 e 2012) são, respectivamente, a segunda e a primeira maior audiência do horário das sete do século XXI e, mesmo assim, foram um fiasco em suas reprises no VAPVDN. Parece que as novelas do JEC só são sucessos em suas exibições originais!


06º lugar - Sete Pecados


Embora seja o Rei do VAPVDN, Walcyr Carrasco também tem seus fracassos. Como é o caso de Sete Pecados, que não fez sucesso quando foi exibida originalmente no horário das sete (em 2007) e foi ainda mais fracassada no VAPVDN (em 2010).


05º lugar - Roque Santeiro


Ao mesmo tempo em que está no primeiríssimo lugar na lista das maiores audiências da história da teledramaturgia brasileira, Roque Santeiro possui um lugar de destaque na lista das piores audiências da história do VAPVDN (reprisada em 2000). Curioso que ela foi reprisada no Canal Viva em 2011 e foi um fracasso também.


04º lugar - Tropicaliente


Tropicaliente não foi nenhum sucesso em sua versão original, em 1994. Pra falar a verdade, tinha uma repercussão bem mediana. Mas quando foi exibida, em 2000, no VAPVDN, aí mesmo que foi um verdadeiro fiasco!





03º lugar - Deus nos Acuda


Pra vocês terem uma ideia, a reprise de Deus nos Acuda, em 2004, foi tão flopada, mas tão flopada que, em vários dias, chegava a perder para a reprise de Maria Do Bairro, no SBT, que chegou a liderar inúmeras vezes por alguns minutos.


02º lugar - O Profeta


A Globo apostou todas as fichas, em 2013, em O Profeta para reerguer os índices derrubados pela re-reprise de Da Cor do Pecado. Entretanto, o que ela conseguiu foi afundar ainda mais o VAPVDN!


01º lugar - Você Decide


Em 2001, a Globo quis transformar o VAPVDN em uma faixa de reprises dos seus programas de entretenimento. Por isso, decidiram reprisar o famoso seriado Você Decide. Mas a ideia foi totalmente rejeitada, rendendo a Globo o maior fracasso do VAPVDN de todos os tempos.




Confira algumas médias geral e a meta de cada novela em suas determinadas épocas das reprises do VAPVDN dos anos 90 até hoje:


1989: A Gata Comeu (meta 30; média 37 = fenômeno)
1993: Mulheres de Areia (meta 20; média 30 = fenômeno)
1998: O Salvador da Pátria (meta 20; média 17 = razoável)
1998/99: Quatro por Quatro (meta 20; média 25 = sucesso)
1999: O Rei do Gado (meta 20; média 27 = fenômeno)
1999/2000: A Indomada (meta 20; média 20 = sucesso)

2000: Tropicaliente (meta 20; média 14 = fiasco)
2000: A Próxima Vítima (meta 20; média 16 = razoável)
2000/01: Roque Santeiro (meta 20; média 15 = fiasco)
2001: Você Decide (meta 20; média 11 = fiascão)
2001: A Gata Comeu (meta 20; média 18 = razoável)
2001/02: História de Amor (meta 20; média 22 = sucesso)
2002/03: Por Amor (meta 20; média 21 = sucesso)
2003: O Cravo e a Rosa (meta 20; média 23 = sucesso)
2003/04: Anjo Mau (meta 20; média 27 = fenômeno)
2004: Corpo Dourado (meta 20; média 21 = sucesso)
2004: Terra Nostra (meta 20; média 17 = razoável)
2004/05: Deus nos Acuda (meta 20; média 14 = fiasco)

2005: Laços de Família (meta 20; média 22 = sucesso)
2005/2006: Força de Um Desejo (meta 18; média 15 = razoável)
2006: A Viagem (meta 18; média 22 = sucesso)
2006/07: Chocolate com Pimenta (meta 18; média 21 = sucesso)
2007: Era uma Vez (meta 18; média 18 = sucesso)

2007: Da Cor do Pecado (meta 18; média 19 = sucesso)
2007/08: Coração de Estudante (meta 18; média 17 = razoável)
2008: Cabocla (meta 18; média 17 = razoável)
2008/09: Mulheres Apaixonadas (meta 18; média 18 = sucesso)
2009: Senhora do Destino (meta 18; média 21 = sucesso)
2009/10: Alma Gêmea (meta 18; média 20 = sucesso)

2010: Sinhá Moça (meta 18; média 15 = razoável)
2010/11: Sete Pecados (meta 18; média 13 = fiasco)
2011: O Clone (meta 18; média 17 = razoável)
2011/12: Mulheres de Areia (meta 18; média 16 = razoável)
2012: Chocolate com Pimenta (meta 18; média 15 = razoável)
2012/13: Da Cor do Pecado (meta 18; média 13 = fiasco)
2013: O Profeta (meta 18; média 12 = fiasco)
2013/14: O Cravo e a Rosa (meta 15; média 14 = razoável)
2014: Caras e Bocas (meta 15; média 14 = razoável)
2014/15: Cobras e Lagartos (meta 15; média 12 = razoável)
2015: O Rei do Gado (meta 15; média 17 = sucesso)


domingo, 23 de agosto de 2015

João Emanuel Carneiro, o salvador da pátria?




"Vem aí, do mesmo autor de Avenida Brasil, João Emanuel Carneiro, A Regra do Jogo, seu novo dilema das nove". É assim que as chamadas da próxima trama do autor estão sendo apresentadas, mostrando para o público que o dono da história é o mesmo que escreveu a novela mais badalada dos últimos anos. João Emanuel Carneiro tem a missão de fazer o telespectador voltar a gostar de uma novela das nove. Falta quase uma semana para A Regra do Jogo estrear e o autor terá que enfrentar muitos desafios pela frente, tanto internos quanto externos. Confira:


1 - Audiência

Babilônia só termina no dia 28 de agosto, mas os seus prejuízos tendem a afetar, ao menos, o começo de A Regra do Jogo. Pra começar, se Em Família, considerada, até então, o maior fracasso da história das novelas das nove, entregou o horário em baixa para Império com apenas 30 pontos, Babilônia roubou o título de maior fracasso do horário nobre de todos os tempos de Em Família e vai se despedir com média geral de 25 pontos! É comum que novelas que sucedem grandes fiascos demorem mais tempo para emplacar. Será necessário trazer o telespectador de volta ao horário e tal missão não é das mais fáceis. Apesar da Globo criar uma mega divulgação da trama, anunciando-a diariamente ao longo da sua programação e em outros programas da casa, são baixas as chances de A Regra do Jogo começar se mantendo com mais de 35 pontos (meta do horário). Se a trama estrear com, pelo menos, 30 pontos, será um grande alívio para a Globo!



2 - Concorrência

Se para a Globo (e para o público também) Babilônia não deixará saudades, tal sentimento é completamente oposto para a Record e o SBT. Com Os Dez Mandamentos, que já chegou a vencer Babilônia inúmeras vezes em alguns estados e acumula uma ótima audiência entre os 15 e 18 pontos, a Record reergueu sua dramaturgia, que não via um produto de sucesso na área das novelas desde o fim de Vidas em Jogo, em 2012. E é óbvio que a emissora planejará esticar sua produção bíblica, o que vai prejudicar (e muito) a Globo. O prejuízo pode ser ainda maior caso a emissora avance o horário da trama, permitindo um embate direto com a novela das nove (e vindo da Record, pode-se esperar tudo nessa guerra pela audiência). Enquanto isso, o SBT atravessa uma situação de maior insegurança. A reprise de Carrossel tem altos índices de audiência (patinando entre os 11 e 15 pontos) e não seria tão difícil assim tirar o público adulto de um folhetim cuja história é recente. No entanto, caso A Regra do Jogo não consiga cumprir tal missão, todo seu desempenho será prejudicado. Carrossel tem 15 meses de duração e terá, praticamente, 10 pela frente quando A Regra do Jogo estrear. Essas duas sim se enfrentarão diretamente no horário!



3 - Correria

O sonho da maioria dos autores, atores, diretores e da própria cúpula da Globo seria que as novelas fossem ao ar apenas quando estivessem totalmente finalizadas. Até o ano passado, a ideia era que A Regra do Jogo fosse produzida de forma mais próxima a este desejo. Esperava-se que as gravações começassem no primeiro trimestre do ano, o que acabou não sendo possível. A baixíssima audiência de Babilônia fez com que a Globo tivesse que antecipar em praticamente dois meses a estreia de A Regra do Jogo. Amora Mautner, diretora de núcleo, assim como toda sua equipe, correm contra o tempo para agilizar a produção. É por isso que não se sabe muito sobre a história da novela em suas chamadas. As primeiras gravações começaram mês passado, mas é extremamente raro e preocupante que uma novela das nove comece a ser produzida apenas três meses antes de ir ao ar. Babilônia, por exemplo, estreou em março desse ano, mas já em novembro de 2014 as gravações em Dubai e na França estavam acontecendo a pleno vapor.


4 - Exportação

O fiasco retumbante de Babilônia já é notícia em todas as páginas internacionais, sendo comparada com a igualmente fracassada Lo Imperdonable. Apesar do autor Gilberto Braga ter culpado os paulistas pelo fraco desempenho de sua história, Babilônia também vai muito mal em Portugal, onde é veiculada pela SIC desde abril. Chegando a ocupar o quarto lugar lá, a produção perdeu desde o início mais da metade de seu público, caindo de 9% para 2% de média. O site Novela Lounge, por exemplo, destacou que a trama brasileira marcaria a grande volta de Adriana Esteves às telas fazendo novamente papel de vilã, mas que ao invés de uma Carminha 2.0 como se esperava, a personagem decepcionou ao não passar de uma puxa-saco submissa. A exportação de novelas da Globo é algo bastante comum, principalmente quando se trata de tramas já concluídas. Mas, desta vez, a emissora mudou de tática e se antecipou. A próxima novela das nove já tem sido oferecida para emissoras de outros países, como Portugal, Argentina e Venezuela. Essa nova tática foi motivada pela venda recorde de Avenida Brasil, que foi exportada para 130 países. Será que João Emanuel Carneiro conseguirá fazer de A Regra do Jogo um sucesso mundial também?


5 - Avenida Brasil

A novela que parou o Brasil. A novela que parou a Argentina. A novela que parou o mundo. A mais exportada da Globo. A primeira novela a viralizar e se tornar queridinha nas redes sociais. A novela mais assistida e querida dos últimos tempos. Essa é Avenida Brasil, um fenômeno popular que causou verdadeira comoção entre público e crítica. E a maior inimiga de A Regra do Jogo! De um lado, a pressão da Globo para que a nova novela de João Emanuel Carneiro faça o mesmo sucesso que a anterior (afinal, de lá pra cá, a audiência do horário nobre global só despencou). Do outro, a expectativa do público para que A Regra do Jogo seja tão boa e envolvente quanto a trama de Carminha (Adriana Esteves) e cia. As comparações entre as duas tramas serão inevitáveis!




Mas também há alguns fatores que levam a crer que A Regra do Jogo será um sucesso. Confira:


1 - João Emanuel Carneiro

João Emanuel Carneiro é um dos melhores novelistas da atualidade e tido, pela grande maioria, como o mais criativo de todos. E olhando o currículo do autor, todas as suas novelas foram ótimas! Ele escreveu Cobras E Lagartos, que veio a ser a segunda maior audiência do horário das sete do século XXI, perdendo apenas para Da Cor do Pecado, também do mesmo autor, a sua primeira novela. Com esses dois grandes sucessos, João foi promovido ao tão cobiçado horário nobre, conseguindo, mais uma vez, cativar o público com A Favorita (particularmente, é a melhor novela dele). Por fim, se tornou consagrado mundialmente com Avenida Brasil, que, como bem disse anteriormente, foi um fenômeno popular que causou verdadeira comoção entre público e crítica. Isso sem falar na excelente série A Cura que João Emanuel Carneiro escreveu e também deixou saudades. Sendo assim, se formos analisar pelas obras do autor, vem novela boa por aí!



2 - A Favorita

Pouca gente se lembra, mas A Favorita penou muito no início para engrenar na audiência. Em 2008, a Record exibiu o último capítulo de Caminhos do Coração (que fazia o maior sucesso) às nove da noite (seu horário normal era lá pras dez e pouca) só para bater a estreia de A Favorita. E conseguiu. A Favorita estreou com a pior audiência de um primeiro capítulo do horário das nove, até então. O primeiro mês foi sofrível, com uma audiência abaixo do esperado, devido a Os Mutantes (continuação de Caminhos do Coração que fazia bastante sucesso). A trama de João Emanuel Carneiro também inovou em não revelar logo de cara quem era mocinha e quem era vilã. Mas o que era pra causar aquele suspense confundiu a maioria dos telespectadores O autor planejava levar esse mistério até o final, mas, devido a baixa audiência, antecipou para o capítulo 56 a grande revelação: Flora (Patrícia Pillar) é que era a grande vilã e assassina da história. A partir daí, com novos mistérios e reviravoltas, a novela finalmente cativou o público. Enquanto Os Mutantes esfriava e derrocava cada vez mais na audiência, A Favorita se consagrou como um grande sucesso. Tudo leva a crer que A Regra do Jogo também vai penar muito no início graças a dura concorrência de Os Dez Mandamentos e a baixa audiência que herdará de Babilônia. Agora, se vai conseguir se reerguer tal como A Favorita conseguiu, aí são outros quinhentos!



3 - Cobras E Lagartos

No início dessa matéria, eu havia dito que é comum novelas que sucedem grandes fiascos demorarem mais tempo para emplacar. Entretanto, Cobras e Lagartos foi exceção. Em 2006, o horário das sete penava em audiência graças ao fracasso Bang Bang, uma das piores novelas de todos os tempos. Para levantar os baixíssimos índices do horário e frear o sucesso estrondoso de Prova de Amor (na Record), sua concorrente direta no horário, a Globo escalou João Emanuel Carneiro para essa difícil missão. E não é que o autor conseguiu salvar o horário!? Cobras e Lagartos veio a ser a segunda maior audiência das novelas das sete do século XXI! Sendo assim, mesmo que suceda a flopada Babilônia, vai que A Regra do Jogo surpreende todo mundo e já começa com a audiência lá no alto (como aconteceu com Cobras e Lagartos)? Nunca se sabe, né...




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