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domingo, 1 de maio de 2016

O Melhor e o Pior da Semana (24 à 30/4)




   O MELHOR DA SEMANA   


O desfecho da trama de Sofia


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Foi muito bizarro a volta da Sofia (Priscila Steimann) à trama de Totalmente Demais. A novela que tinha um estilo leve (os próprios autores a resumiam como um conto de fadas moderno) acabou descaracterizada com a volta da personagem e a revelação de que ela era uma psicopata incontrolável. Porém, esse novo entrecho nestas últimas duas semanas acabou dando um novo fôlego à trama e, exageros à parte, foi um golpe de mestre dos autores Paulo Halm e Rosane Svartman, que fizeram a novela bombar nas redes sociais e na audiência. Fomos brindados com cenas eletrizantes e com um show da atriz Viviane Pasmanter em meio a todo o sofrimento da Lili, que perdeu pela segunda vez a mesma filha. Aliás, se teve uma atriz em todo o circo armado pela volta da Sofia e o sequestro da Eliza que se manteve numa interpretação digna do início ao fim foi ela. Foram cenas fortes, exageradas para o horário (uma filha assassinada a queima roupa na frente dos pais?!), mas que deram uma boa renovada em Totalmente Demais. A novela precisava de uma chocoalhada para não perder público por falta de acontecimentos nesse esticamento em duas semanas que sofreu.


   O PIOR DA SEMANA   



O desfecho do sequestro de Eliza


Continuando em Totalmente Demais, o desfecho da trama de Sofia proporcionou um novo recorde de audiência e uma nova vitória sobre Velho Chico: média de 35 pontos em São Paulo contra míseros 27 pontinhos da novela das nove. Desde Cheias de Charme, uma novela das sete não registrava esses números. Mas não foi só em audiência que a trama bateu recorde: na incoerência também.


O que foi a chegada da polícia ao restaurante onde Jacaré e Sofia mantinham Eliza refém? Uma negociação aos berros que mais parecia uma cena de Os Trapalhões. Como disse anteriormente, quem salvou a cena foi Vivianne Pasmanter (sempre maravilhosa). Mas foi no capítulo seguinte, com Jacaré fazendo Eliza refém numa pedreira e Germano tentando negociar com o bandido, que a coisa piorou de vez e ficou tosca demais. É bom deixar claro que os atores envolvidos deram um show (Sérgio Malheiros, Marina Ruy Barbosa e Humberto Martins), mas foi difícil de engolir toda a sequência. Vou separar por erros para ficar mais didático: 1 - Jonatas (sempre ele!) metido a herói escalando a pedreira com facilidade e salvando Eliza. Tremenda forçação de barra para fazer os dois terminarem a novela juntos; 2 - Jonatas e Jacaré brigando pela arma numa lutinha demorada que mais parecia uma briga de adolescentes no final da aula e a polícia só de camarote assistindo tudo sem fazer absolutamente nada; 3 - Lorena fazendo uma transmissão ao vivo do sequestro. O sinal da 4G no celular dela tava bom, hein; 4 - Todos os núcleos correndo para assistir a transmissão do sequestro no blog da Fabíola Reipert Lorena. Se ainda fosse na TV. Sequência beeeeeem mal feita.

Velho Chico desbanca para o realismo fantástico



Vocês assistiram o capítulo desta segunda (25) de Velho Chico? Geeeeente, que doideira! Rolou uma cena em que Santo e Bento (Domingos Montagner e Irandhir Santos) aparecem no meio de um tiroteio numa emboscada armada por Cícero (Marcos Palmeira) e seus capangas. Sob fogo cruzado, do nada, Santo pede pela proteção divina de São Jorge e sai de peito aberto em meio às balas voando. Nenhuma das mais de trezentas balas disparadas por Cícero e seus capangas (uns quatro ou cinco) acerta Santo, nem seu irmão. Nesse momento, deu para entender bem que a trama está se afastando do realismo mostrado em sua primeira fase para abraçar de vez a fantasia até mesmo dentro da própria história.

E a doidera não terminou. No mesmo capítulo, após brigar com o irmão, Bento sai de moto cortando as estradas na direção da fazenda dos de Sá Ribeiro. Até que, misteriosamente, um vulto entra na frente dele, provocando um acidente. A moto rola uma ribanceira e cai no rio. Mesmo assim, Bento se levanta e anda até a margem até ver o Coronel (Antonio Fagundes) na varanda da sua casa. Quando ele está para atirar, é impedido pela força do Rio São Francisco: o espírito do rio o envolve com as águas e o faz dormir nas águas sem se afogar. Mais um exemplo de que a história vai buscar elementos um tanto quanto sobrenaturais. Com isso, já não bastasse as incoerências temporais e a mudança radical do Afrânio, pode-se esperar qualquer coisa daqui pra frente. Bye, bye, coerência!

Isso não é necessariamente uma coisa ruim. Há várias novelas que se apoiam nesse tipo de narrativa (Roque Santeiro, Saramandaia, Vamp, Os Mutantes, etc). É o tal do realismo fantástico, onde há liberdade para criar à vontade e aí pode aparecer lobisomem, vampiro, forças misteriosas, gente com poderes e por aí afora. A questão é que Velho Chico não deixou isso bem claro em seu início. A primeira fase tinha já a fotografia caprichada e o figurino lúdico, mas a liberdade na maneira de contar a história não ia muito além disso. Agora vai. Assim, dá para esperar qualquer tipo de viagem da cabeça dos roteiristas e do autor. Taí a maior diferença entre Velho Chico e Pantanal, também do Benedito: Pantanal era uma trama regionalista contemporânea com alguns toques de realismo fantástico (mulher virando onça, o "Velho do Rio" e a encarnação do diabo). Havia o meio termo. Velho Chico não sabe se quer ser realista ou fantasiosa e acaba ficando confusa, um grande devaneio.

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