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sexta-feira, 20 de maio de 2016

Se Liberdade Liberdade é boa e gera audiência, por que ninguém comenta?



Assistir televisão sempre foi uma experiência em grupo. Nos primórdios, existiam os televizinhos, aqueles que agrupavam-se na janela do vizinho (sortudo) que possuía uma TV em casa. Mais tarde, com a popularização do aparelho, passamos a assistir a programação em família e com amigos. Nos anos 2010, essa experiência ganhou um capítulo novo e deu frescor e anos de vida à senhora televisão. Passamos a assistir televisão em grupo, porém, num grande sofá virtual. As redes sociais, ao unir milhões de desconhecidos por um termo como a hashtag, faz com que a experiência de assistir televisão e comentar os programas fique mais divertida e animada.

E é justamente através das redes sociais que posso acompanhar a opinião do público a respeito de algum programa de TV, se está agradando ou não, gerando algum burburinho, se caiu ou não na boca do povo. Com isso, acabei percebendo que o desempenho de um programa no Ibope nem sempre é diretamente proporcional à sua força na internet. Se audiência e qualidade não andam lado a lado, o mesmo pode-se dizer sobre repercussão. Um programa pode gerar números não muito expressivos na audiência tradicional, mas figurar entre os assuntos mais comentados do Twitter. Ou vice-versa. Enfim. Recentemente, recebi o seguinte comentário:


Vou confessar a vocês que muitas vezes eu esqueço que temos uma novela das 23h sendo exibida atualmente. Talvez, porque eu cochile no meio de Velho Sono e quando acordo já está acabando Liberdade Liberdade. A questão é que, em meio a duas novelas da Globo bombando na audiência (Totalmente Demais e Eta Mundo Bom), essa das 23h se destaca caladamente como uma opção não menos interessante. Porém, diferentemente das duas e da sua antecessora, Verdades Secretas, que era comentada em todos os lugares possíveis (nas redes sociais, roda de amigos, na fila do pão francês), a novela não consegue repetir a mesma proeza.

Você vê muitas notinhas sobre o que vai rolar nos próximos capítulos? Alguma crítica sobre a trama nesses grandes sites especializados sobre TV? Nada. E o que dizer da repercussão das pessoas? Parece que o povo da timeline some na hora de Velho Chico e não volta mais. Vejo poucos comentários na internet. Nem falando bem, nem falando mal. Aqui no Eu Critico Tu Criticas mesmo. Quantas vezes você viu Liberdade Liberdade no O Melhor e o Pior da Semana? Quantas postagens lá na nossa fan page eu já fiz sobre ela? Bem poucas, né? Isso quer dizer que a novela é o maior fracasso de audiência do horário de todos os tempos, certo? Errado! Com médias sempre acima dos 15 pontos (o que é o esperado pela Globo no horário), possuiu uma audiência razoavelmente boa. Pois então porque ninguém comenta a novela das 23h?

Após um início excessivamente didático que aparentava ser um prólogo, a trama engrenou a partir da terceira semana e tem se mostrado mais e mais atraente a cada capítulo, valorizada por um elenco enxuto com ótimas atuações e uma reconstituição de época primorosa. Apesar de ser baseada em um personagem real, Liberdade Liberdade não se prendeu só a história da inconfidência mineira, mas ao mesmo tempo não esqueceu sua essência. São núcleos bem definidos com o clássico do folhetim na linha tênue do didatismo das produções históricas.


Em tempos onde é difícil interpretar uma mocinha que conquiste a torcida do público, Andreia Horta mostrou-se uma acertada escalação, convencendo plenamente e esbanjando carisma na pele da jovem Joaquina/Rosa. O desenvolvimento do papel também é acertado, uma vez que o senso de justiça da jovem não soa pedante ou politicamente correto (como o da Regina de Babilônia). Também deve se destacar o imenso talento de Mel Maia, que brilhou vivendo a pequena Joaquina nos primeiros capítulos e entregou para Andreia uma grande personagem. Mateus Solano, após quase três anos longe das novelas depois do sucesso de Félix em Amor à Vida, novamente vive um vilão e acerta ao diferenciar totalmente um papel do outro. Bruno Ferrari, após um período na Record, retornou à Globo nesta trama e se sai muitíssimo bem como o idealista Xavier. Nathalia Dill também está ótima na pele da mimada vilã Branca. O tom propositalmente exagerado (levemente cômico) caiu como uma luva para ela. 

Junto a eles, há outros ótimos nomes como Dalton Vigh (Fragoso), Zezé Polessa (Ascensão), Caio Blat (André), Genézio de Barros (Diogo Farto), Chris Couto (Luzia), Maitê Proença (Dionísia), Hanna Romanazzi e Yanna Lavigne (Gironda e Mimi, respectivamente). Dois atores que merecem um destaque especial: Lília Cabral (a prostituta Virgínia) e Marco Ricca (o bandido Mão de Luva), que engrandeceram papéis coadjuvantes e com aparições esporádicas.

Como podem ver, tenho muitos elogios para Liberdade Liberdade. Mas então por que a novela é tão apagadinha na mídia? A história já está no ar há mais de um mês e ainda não encontrei uma resposta. Talvez, a maior culpa disso seja do maior defeito da trama: a edição picotada. Eu sei que a duração dos capítulos de uma novela das 23h sempre foi curta (cerca de 20 a 40 minutos), mas as cenas da novela são excessivamente curtas. A novela tem ritmo de curta-metragem. Mal você se interessa por um diálogo, ele é cortado abruptamente e a trama passa para outra história. As histórias paralelas, de tão picotadas que ficam, não prendem a atenção. É tanta coisa acontecendo em menos de um minuto que não dá nem tempo de comentar. Uma piscada e quando chega ao final do capítulo fica difícil saber o que mais marcou.

A novela é boa, mas não me prende, não gera burburinho, comentários (nem que seja negativo), nem faz querer continuar assistindo o próximo capítulo. Falta um temperinho especial. Dou um milhão de reais em barras de ouro que valem mais do que dinheiro pra quem souber!

Não se esqueça de visitar a nossa fan page para assistir A Favorita, que está sendo exibida de segunda à sábado, sempre ao meio dia. Clique na foto para ver os capítulos.


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